História Winter Flower - Capítulo 75

Um mês passou mais rápido do que Namjoon havia previsto. Os preparativos do casamento foram supervisionados por ele uma vez ou outra, mas quem dera a palavra final em tudo havia sido Gyuyoung e Seokjin, Namjoon somente concordava com tudo, fingindo entender algo de flores, arranjos e cisnes. Até o momento não havia entendido por completo porque teriam animais no casório, mas aceita com um sorriso falso no rosto.

Yoongi e Seokjin ainda não se falavam muito além do necessário e, por fim, o plano de Namjoon de dividir os dias para dormir com Hoseok havia ido para frente.

A única mudança significava era que agora Taehyung não morava mais no castelo. Não foi um choque total quando ele anunciou que moraria com os namorados no apartamento, porém ainda era estranho não o ver pelos corredores do local a todo momento.

Era ainda mais estranho precisar pisar em ovos toda vez que Woobin estava no recinto. Seu irmão parecia sempre buscar algo para implicar com ele de maneira sutil em que ninguém percebia além dele. Não era para ser assim, pelo menos era o que Namjoon pensava a cada vez que estava longe do outro. Deveriam ser irmãos que se apoiavam e amavam, porém, agora Namjoon se sentia envolvido em uma trama que se não tivesse cuidado, acabaria de uma maneira trágica, provavelmente com ele tendo que se defender na frente de um júri de ser responsável por um sequestro que nem sabia existir.

— Minha nossa, que tensão!

A voz de Chungha fez Namjoon sorrir e se virar para a moça. Ela estava vestindo uma versão moderna de um hanbok repleto de detalhes em laranja e em alguns pontos, de vermelho. Ela estava muito elegante.

— Uau, Chungha…

— Ah, pensou que eu usaria roupa de montaria para ser a sua madrinha?

— Para ser sincero? Sim.

— Rude. Você tem sorte de eu te amar muito.

Namjoon deu outro sorriso antes de se aproximar da amiga e a abraçar. Era o dia do seu casamento e mentia se dissesse que não estava nervoso.

— Então, a fera será finalmente domada? — Chanmi perguntou em tom brincalhão. — Acabou seus amores de verão?

— Eu nem nunca tive isso aí.

— Pois saiba que está perdendo…

— Dispenso ficar sofrendo todo verão e depois escrever poemas ridículos para cada moça bonita com quem me deito.

— Minhas músicas fazem muito sucesso, ‘tá? — reclamou a moça, fingido-se de irritada.

Ele deu outro sorriso.

— Claro que fazem, eu não sou amigo de pessoas sem sucesso — implicou Namjoon.

O sorriso dele morreu ao ver o horário. Estava quase na hora e isso o fez se virar e fitar o espelho, querendo garantir que o terno estava no lugar.

— Os nobres já chegaram para o casamento civil? — Namjoon perguntou disfarçadamente.

— Os nobres você quer dizer seus namorados? Sim, eles já estão no salão.

— Na verdade, eu quis dizer os nobres japoneses, mas é bom saber que meus amores não se atrasaram para se tornarem oficialmente amantes.

A moça o fez se virar com cuidado, encarando Namjoon e vendo sua expressão preocupada. Ela sorriu, e estendeu a mão, mostrando um delicado broche.

— O que é isso?

— Um broche.

Namjoon revirou os olhos.

— Eu sei, que é um broche. Mas, por que você está me mostrando isso?

— Bem, suas abotoaduras são com flores de beladona envoltas de ouro, mas beladona nunca foi uma flor que te representa, Joon.

— É o Brasão da família Kim.

— Sim, mas Clêmatis é a sua flor de nascimento e acho que ela combina muito mais com você do que uma planta venenosa. — Chungha sorriu, pegando o pequeno acessório de ouro e com cuidado o colocando no bolso do terno do amigo. — Você sabe o significado dela? Clêmatis é uma flor que te faz ser forte, astuto, além de sedutor e de te ajudar a se manter firme e adaptável em qualquer situação. Joon, você é uma Clêmatis, sempre foi e agora mais do que nunca, se manterá forte pelo seu país, mesmo que se casar com alguém que você não ama seja a última coisa que queira fazer. — Ela analisou o local que colocou o broche, sorrindo satisfeita com o resultado. — Prontinho, minha Flor de Inverno.

Namjoon nem mesmo soube quando as lágrimas começaram para se obrigar a para-las.  Ele sempre seria agradecido por ter Chanmi em sua vida.

— Own, meu coala. Não chore! Você consegue, Joon-ah.

— É só… É mais difícil do que imaginei — disse Namjoon, aceitando o abraçando de Chungha, percebendo naquele momento como precisava daquela força. — Pensei que eu só seguiria o fluxo, aceitar sem problemas, mas… é um casamento! Em poucos anos teremos que ter um filho. E-eu estou com medo do que isso fará com o meu relacionamento. Eu os amo tanto! Estamos numa situação tão delicada, tenho medo de não ter nada no final disso tudo.

— Oh, bebê! Momentos difíceis acontecem em todo relacionamento, vocês irão superar essa fase ruim.

— Será? Porque eu só consigo observar como Jin e Yoon estão infelizes ao ponto de afetar Hobi, mesmo que as coisas estejam melhor para ele. Hobi já está usando andador em casa, sozinho, mas sempre que vê Jin e Yoon sem mal se falando, ele fica triste. Com o casamento, não poderei ficar sempre lá com eles e… as coisas vão piorar, Chungha.

— Você quer que eu cuide deles? Três namorados pode ser muito, mas eu tentarei por você.

— Não posso pedir isso para você ou para ninguém, Chu. Vai além de só cuidar deles… Eu não sei ao certo do que precisa, se eu soubesse já teria dado um jeito de os juntar de novo. Eles precisam de tempo, mas eu não sei quanto tempo seria.

— Ninguém realmente sabe, mas se você os ama tanto assim tenho certeza que vão dar um jeito. Amor não resolve tudo, eu sei, mas vocês vão dar um jeito de recuperar o que falta — garantiu a moça. — E, sempre que você precisar, posso fazer companhia a sua linda esposa e você fica com eles.

— Ela é hétero.

— Aff! Que merda, então esquece!

Namjoon riu, sentindo-se ao menos um pouco mais calmo. Sua amiga era ótima, sempre podia contar com ela para sorrir e se sentir melhor com suas decisões.

— Obrigado, Chungha.

Ela sorriu, sacudindo os ombros.

— Sempre, Joon — disse a moça. — Acho que você está pronto para se tornar um homem casado.

— É, acho que estou.

O príncipe então olhou pela última vez no espelho e fitou o broche que a amiga lhe dera, ganhando inspiração nele. Assim como a flor de Clêmatis, tentaria ser forte e se adaptar a toda aquela situação, mesmo que soubesse que no momento em que se casasse, todo o seu mundo se tornaria muito diferente daquele que conhecia. Porém, por sua família e povo, faria aquele sacrifício.

Sou forte, acredite nisso. Namjoon pensou, dando a mão à moça enquanto saía do seu quarto no castelo. Sou forte.

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O salão já estava repleto de nobres em seus devidos lugares quando Namjoon se colocou próximo à mesa de assinatura. Aquela não era a cerimônia oficial, por mais que fosse a mais importante para os representantes do Império japonês. Ali, a quatro paredes, ocorreria a cerimônia que uniria Coreia e Japão.

Namjoon olhou para todos os rostos ali presentes. Tirando os japoneses, o restante eram todos de pessoas com quem já havia conversado ao menos uma vez. O príncipe se perguntou se eles sabiam ou não que ele não estava se casando por amor.

Nas cadeiras da frente, além da sua família, ele viu seus amigos mais próximo e seus namorados. Todos eles estavam tão belos que seu coração chegou a falhar uma batida, com uma vontade imensa de fugir de tudo com aqueles três, porém não podia. Tinha que se casar de uma vez por todas.

Namjoon ainda observava todo o local quando viu Jackson fazendo um sinal avisando que a noiva iria entrar. Todos se ajeitaram em seus assentos e então uma música clássica começou a tocar baixinho, sem tirar a atenção da cerimônia.

A mulher estava deslumbrante e ele não pensou que seria diferente. O vestido branco e bufante a deixava com um ar de princesa, arrancado suspiros e elogios dos presentes. Namjoon sorriu para a sua noiva enquanto ela caminhava no tapete vermelho, segurando um belo buquê de rosas-brancas.

Quando Gyuyoung chegou a sua frente, Chanmi pegou o buquê de suas mãos, realizando uma simples reverência por estar a frente do rei e do príncipe. No momento em que a moça voltou ao seu local, ao lado de Taehyung, Gyuyoung se virou para Namjoon, segurando em sua mão.

O resto aconteceu em um piscar de olhos. Quando Namjoon deu por si já havia tirado fotografias e assinado papéis e feito seus votos de casamento e agora estava sentado sozinho pela primeira vez em muitas horas após a troca de roupa. Seu coração batia frenético no peito e tudo o que queria era chorar. Aquela não era vida que tinha planejado.

— Seu hanbok é todo estiloso.

A voz de Gyuyoung fez Namjoon piscar confuso antes de concordar com um sorriso. Era um hanbok de um futuro rei, por mais que não fosse um. As cores do brasão da sua família — roxo e dourado —, estampavam a peça e bonitas flores de beladona bordadas em fios de ouro cobriram as golas e as barras da manga da peça.

— O seu também — comentou Namjoon.

— O meu só é tradicional — disse Gyuyoung, passando os dedos da parte vermelha da sua chima.

— Mas é bonito.

A conversa era estranha agora. Namjoon queria saber as palavras corretas para falar para a sua esposa, porém sempre que pensava em algo, tinha que sorrir para algum súdito que passara na sua frente e o cumprimentara. O casamento era aberto ao público e muitas pessoas ainda passariam ali naquele dia, por mais que somente as que eram aprovadas pela Segurança Real que poderiam se aproximar, muitos nunca veriam o príncipe e a nova princesa do reino de uma distância de um metro. Namjoon sabia que ainda faltavam horas para o fim da cerimônia, mas já estava exausto e mentalmente esgotado por estar ali.

— Eu também não queria me casar, Namjoon — Gyuyoung disse, sorrindo para um súdito que acenou ao passar na frente deles.

— Eu sinto muito…

— Não é sua culpa. — Gyuyoung o olhou e sacudiu os ombros. — É a vida, né? Infelizmente não seremos os últimos a nos casarmos por conveniência.

— Com todo o respeito eu só quero que esse dia chegue ao fim.

— Eu também, Namjoon. Eu também.

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O dia pareceu eterno. Namjoon mal pode observar os amigos e namorados, mas ainda assim agradeceu quando a cerimônia acabou. Porém, ainda teve que dar algumas entrevistas e posar para mais fotos, fingindo ser o mais feliz dos noivos. Tudo era mais exaustivo do que imaginou que seria.

Assim que todos os seus deveres chegaram ao fim, ele sumiu em seu quarto, enfiando-se no banheiro para um longo e relaxante banho. Precisava tirar toda a tensão do seu corpo de alguma maneira.

Já de moletom confortável, ele se sentou na cama e procurou por mensagens no seu celular. Mas, além de congratulações de pessoas que não puderam comparecer ao evento, não tinha nada dos seus namorados. Nem no grupo de mensagens e nem nos contatos individuais. Namjoon não quis pensar muito naquilo, mas seu coração logo ficou apertado.

E se fosse o fim?

O pensamento lhe levou lágrimas nos olhos e ele se deixou chorar baixinho, cansado demais para ser forte. Queria seus namorados ali, dizendo que tudo ficaria bem, contudo, aquela não era a realidade e isso o deixava com medo do futuro.

No momento em que pensou em se deitar para talvez esquecer aquele dia infernal, bateram na porta do quarto. Ele se levantou de imediato, já com um sorriso imaginando ser os namorados, portanto, foi uma surpresa nada agradável quando encontrou cinco funcionários com vários cabides e malas nas mãos.

— Boa noite, vossa alteza. Pediram para que as coisas da sua esposa fossem trazidas para cá.

Namjoon não soube o que responder e apenas deu passagem para os funcionários. Ele e Gyuyoung não haviam discutido sobre dormirem no mesmo quarto, pensou que poderiam ficar separados, porém, para todos além da sua família e amigos, aquele casamento era real, então não era absurdo recém-casados que nem teriam tempo para uma viagem de Lua-de-Mel irem dormir juntos.

— Aquele babaca!

Namjoon viu Gyuyoung entrando no quarto a passos pesados, bastante irritada.

— Fiz algo de errado? — Namjoon perguntou, ainda com a mente longe para raciocinar direito.

— Não você! — Gyuyoung grunhiu e abaixou o tom de voz antes de continuar a falar: — Foi Woobin que ordenou isso sem seus pais estarem por perto e agora eles não vão mandar as ordens porque iria o rebaixar na frente dos funcionários. Babaca!

— Céus…  o que Woobin…  — Namjoon suspirou, coçando a nuca. Estava cansado e só queria dormir. — Amanhã resolvemos isso. Você pode dormir na cama,  vou me deitar no sofá.

 — Claro que não — ela murmurou, levando a mão até o braço de Namjoon, mas parando antes de o tocar. Ela disfarçou quando se sentiu exposta aos funcionários que ainda arrumavam suas coisas no closet. — Durmo no sofá — disse baixinho. — Já dormi em lugares piores.

— Gyuyoung, por favor. Deita-se na cama. Vocês, para fora. Amanhã arrumamos o resto — proferiu para os funcionários que logo fizeram. Uma referência e deixaram o lugar às pressas. Ele trancou a porta a chave. — Estou exausto. Hm… se você quiser tomar banho…

— Eu já tomei. Precisei arrancar um quilo de maquiagem da cara para me sentir limpa.

— Não é?! Aquela base que me passaram cobriu todas as minhas pintinhas, elas são o meu charme pessoal.

— Você ainda tinha suas covinhas. Tem noção de como aquele penteado era pesado?! — A moça reclamou se deitando na cama e fechando os olhos. — Sabe…  essa cama é grande. Você poderia dormir aqui comigo, se não for muito desconfortável para você. Eu não me importo, podemos colocar alguns travesseiros e você também pode ligar para os meninos para avisar de tudo, não queremos mal-entendidos.

Namjoon se sentou com cuidado na cama, suspirando.

— Eu mal os vi hoje e eles não mandaram mensagem, não quero chateá-los.

— Bobo, eles devem ‘tá pensando o mesmo, Namjoon.

— Você acha?

Ela apoiou a cabeça nos braços, rindo.

— Com toda certeza. Devem imaginar que você está muito cansado e só foi dormir.

— Mas eu queria ouvir a voz deles…

— Então, liga para eles — Gyuyoung murmurou, puxando o cobertor para o seu corpo e arrancando o robe que vestia e deixando de qualquer jeito na mesa de cabeceira. — Vou mimir.

Namjoon riu baixinho, observando a esposa virar de lado e fechar os olhos, apagando o abajur do seu lado da cama.

O príncipe ficou na dúvida do que faria, mas acabou pegando o celular e ligando para Hoseok, pois o dançarino obrigaria os outros dois a se comportar e falar no telefone com ele.

— Joon! Amor, você está acordado?!

— E-estou…

— Você deveria estar dormindo, meu amor.

— Eu sei…  mas…  queria ouvir a voz de vocês antes — Namjoon proferiu baixinho, o nó em sua garganta tornando-se maior e maior com os segundos. — Está… tudo bem aí?

Hoseok suspirou pesado.

— Yoongi bebeu mais do que deveria e Jin teve que o carregar até a cama, mas, ele ainda está acordado e reclamando aqui.

— Ele bebeu? Por quê?

— Ah, amor… Por tudo, né? Mas, ele ficará bem e amanhã de manhã vai levar uma bronca feia. Não se preocupe.

— Como eu não vou me preocupar? Hobi… e-eu estou perdendo vocês… Yoon e Jin ainda brigados e eu não poderei ajudar na sua recuperação como antes…

— Está tudo bem, eu já estou com andador, em uns meses vou estar de muletas! Aos poucos ‘tô melhorando, amor. E, nós ainda vamos nos ver… Com um pouco de dificuldade, mas nos veremos.

— Ela teve que se mudar para o meu quarto… Gyuyoung. E-eu estou casado, Hobi. Isso… é apavorante. Sou casado e n-não é com vocês.

— Nós vamos nos casar logo, meu amor. — A voz de Hoseok embargou e isso quebrou o príncipe. — Acredite em mim. Eu te amo.

— Eu te amo. Eu amo nossos namorados. Me desculpa por dificultar tudo.

— Shh…  Não tenho nada para desculpar, meu amor. Não é sua culpa. — Hoseok fez uma pausa e Namjoon ouviu barulho de uma porta se abrindo. — É Joon… Okay, espera.

Alguns segundos depois, Namjoon ouviu a voz de Seokjin.

— Oi, amor. Como está sua vida de meu cunhado? — Seokjin perguntou, o tom de voz leve.

— Perfeita. Eu já tenho a minha esposa em nosso leito matrimonial.

— Eca! Cala boca, Joon! — Gyuyoung reclamou de onde estava.

— Cuide bem da minha irmãzinha. — O duque riu.

— Jin… Jin…  estraguei tudo?

— Não. Amor, é claro que não! — A voz e Seokjin era tranquila e singela, o que trouxe confiança para o príncipe. — Estou muito orgulhoso de você, Joonie. Se mostrou um verdadeiro rei, por mais que não seja mais o primeiro na linha de sucessão. Você se sacrificou pelo seu povo, amor e isso é lindo.

Namjoon se afundou no colchão.

— Sinto sua falta e dos meninos. Queria… queria ter vocês aqui.

— E nós queríamos mais do que qualquer coisa estar com você, vida. E nós estaremos, okay? Isso vai passar.

— Então, eu vou acreditar em você — disse Namjoon.

— Quer falar com Yoongi, minha vida?

— Ele não está emburrado?

— Isso ele está sempre.

O príncipe conseguiu escutar um: “Vai se foder, Seokjin” e um “Saia do meu quarto peste”. Por mais que ainda fosse sintomas da briga, não conseguiu deixar de sorrir.

— Oi, traidor. — Yoongi bufou no celular.

— Eu… não sou traidor. — Namjoon sentiu o estômago revirar.

— É sim. Você a beijou várias vezes!

A voz de Hoseok invadiu a ligação antes que Namjoon respondesse:

— Yoongi, para de falar merda!

Seokjin foi o próximo a completar:

— Você vai o deixar inseguro, Yoongi.

— Você ‘tá no meu quarto! Saia daqui!

— Hoje é o meu dia de dormir com Hoseok, mas você ficou bêbado e agora que vai ficar aí enquanto durmo sozinho naquele quarto sem ninguém para me abraçar.

— Problema é seu!

— Vocês dois, parem! — Hoseok gritou.

Namjoon não pode deixar de rir baixinho. Céus, ele daria tudo para beijar seus namorados agora.

— Yoon, não beba tanto. Hobi precisa de você pela manhã. Como cuidará dele se estiver de ressaca? — Namjoon murmurou.

— Você terá que vir aqui cuidar de nós dois.

O príncipe sorriu, apertando o cobertor com os dedos.

— Eu vou — disse Namjoon, sorrindo.

— Vem mesmo? — Yoongi perguntou baixinho, mordendo o lábio inferior.

— Sim, eu darei o meu jeito. Mas, eu vou.

— Então, ‘tá. — Yoongi fez uma pausa e Namjoon pode jurar conseguir o escutar sorrindo por entre as palavras. — Então, até amanhã. Eu te amo.

— Eu te amo mais.

— Durma, okay? Não fique acordado remoendo coisas que já aconteceram e não são sua culpa.

— Okay. — Namjoon sorriu. — Cuide dos nossos namorados e se cuide também.

— Okay. — Yoongi pigarreou. — Jin não é meu namorado.

— Cuide dele mesmo assim.

Yoongi suspirou.

— Okay… Não faça essa piada que você está pensando em fazer.

— Poxa, só porque ia ser romântico citando John Green?

— Não.

Namjoon riu, concordando, por mais que soubesse que Yoongi estava se divertindo naquele momento.

— Não quero mais atrapalhar Gyuyoung, então vou dormir. Até amanhã, vida.

— Tchau, tchau.

O príncipe sorriu para o aparelho quando desligou a ligação. Seu medo estava em parte esquecido, mas ainda era impossível não deixar de pensar em tudo o que poderia dar errado, porém tentaria ser positivo e acreditar no seu amor.

Ele então se levantou, pegou uma garrafa de água no seu frigobar, olhando para cama por um instante e pela falta de movimento, acreditando que Gyuyoung já dormia.

— Estou mesmo casado — sussurrou para si após guardar a garrafa de água.

Namjoon suspirou e antes de se deitar outra vez, dobrou o robe de Gyuyoung que estava caído no chão e o deixou na mesinha de cabeceira, pensando que se ela fosse bagunceira como Seokjin, iriam brigar em algum momento.

O príncipe riu com o pensamento, apagando as luzes e indo se deitar pela primeira vez como um homem casado.

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