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História Winter is Here - Night


Escrita por: Quelquinveiga

Capítulo 5 - Night


Fanfic / Fanfiction Winter is Here - Night

Tryion 

 

Eu perdi meu espaço, minha posição estou completamente fraco, sentindo meus erros, meu cérebro pegar fogo e no caos que sinto sobre meu corpo, viro mais um copo de vinho.

 

A que ponto todo o controle escorreu de minhas mãos? Me tornei um anão burro e impotente, o cérebro a única coisa que sempre me salvou, este também não funciona mais ao que parece, como pude ser tão ingênuo nos planos de ataque, como não previ as estratégias de meus irmãos? Logo eu que sempre me gabava ser o mais inteligente dos Lannisters e perco no que sou de melhor, pelo menos o que sempre achei ser melhor, mais uma viro a garrafa.

 

Bebida eterna companhia consoladora, me livrar desta vida miserável e por incrível que parece dessa vez eu não consigo escapar de meus problemas, me perseguem esfregando bem na minha cara que não estou sendo capaz de exerce meu dever. Será que ainda ser a mão de Daenerys Targaryen? Será que ela ainda me quer ao seu lado?

 

— Como sempre bêbado. - ouço uma voz inconveniente. 

 

Me surpreendo ao ver Sansa vindo até mim elegantemente, a admirei a cada passo que deu, a criança com quem me casei agora já aflorecera e além de bela a mulher ganhou força se tornou uma Lady poderosa, qualquer um seria capaz de notar. 

 

— Querida esposa! - levantei a bebida para cumprimenta-la. - É realmente surpreendente recebê-la nesta bela noite fria, visto que, fazia de tudo para me ignorar mais cedo. - falei ironicamente, virando mais uma vez a bebida. 

— Que lisonjeiro. - disse no meu mesmo tom de ironia, sentando ao meu lado. - O que está fazendo? - perguntou após um suspiro cansado.

— Bebendo e tentando esquecer que um exército de mortos querem nos matar. - digo sem ânimo.

— Temos 2 dragões, sobreviveremos, eu me preocuparia mais com sua irmã. - disse pegando a bebida de minha mão e bebendo em seguida.

— É e antes eram 3 dragões. - digo francamente.

— Temos mais homens dessa vez, estamos montando um plano coerente, nada suicida. - disse zombateira.

— É bom saber que você está bem confiante sobre esta batalha. - digo rindo. - Está falando como se já estivesse vencida. - digo ainda achando graça. 

— Não quero imaginar que logo agora que recuperei minha casa e minha família, perderei tudo e morrerei para um figura morto e de gelo. - Deu de ombros.

— Tem razão. - concordei a olhando. - Pensei que me odiasse.- disse por ser a primeira coisa que vinha a minha mente. 

— Eu não te odeio. - riu seca. - Só também não simpatizo, o fato de você ser um Lannister não ajuda muito. - brincou.

 

Eu não tenho palavras para descrever o tamanho da meu estranhamento em ter Sansa Stark, minha suposta esposa ao meu lado bebendo e tendo uma simples e honesta conversa.

 

— Antes me odiar por ser um Lannister do que por ser um anão. - tentei dizer brincalhão apesar de sair mais num tom triste.

— Não, eu não sou um monstro. - disse e podia ter jurado ter visto um sorriso mesmo que tenha sido muito rápido.

 

Eu sorri com seu comentário, abaixei minha cabeça para que ela não percebesse a miragem de felicidade que me proporcionou, anão idiota, desde quando fico feliz por simples comentários? Estou tão arruinado a esse ponto de precisar ouvir palavras estimulantes para me sentir melhor?

 

— Com certeza não somos marido e mulher... - Sansa disse quebrando o silêncio. - Mas podemos ser parceiros. - olhou para mim e abriu um sorriu. - Afinal por mais que eu não queira, somos casados diante dos deuses, da fé e toda aquela palhaçada. - suspirou. - E comparado ao meu casamento com Ramsay Bolton, você me honrou muito mais do que ele jamais fez. - disse enfim bebendo novamente.

— Por que não? Afinal minha querida esposa nunca a desonrei - peguei a bebida de sua mão e virei. 

 

Sansa olhou para o vazio da neve e foi quando percebi que estávamos em situações muito parecidas, duas pessoas que estavam tentando controlar aquilo que está fora de nosso alcance, tentando entender o que está acontecendo e prever o que vai acontecer, novamente repito, desde quando mudamos tanto.

 

— Eu preciso compartilhar algo que acabei de perceber. - disse e Sansa me olhou intrigado pelo que eu dizia. -  Eu antes um anão fodido e bêbado para a mão de Daenerys Targaryen... 

— Mas ainda assim bêbado. - ela completou.

— Deixei-me terminar... - digo revirando os olhos. - Você de uma criança chata e egocêntrica para uma Lady que tomou sua casa de volta. - Sansa nem pareceu ofendida com o que disse. - E o que estamos fazendo? Bebendo, lamentando e preocupados por nossos reis, desde quando nós nos tornamos as pessoas sérias? - digo pasmo por toda série de fatos que havia notando ao comparar o passado com o presente.

— Eu sei, seria impossível eu continuar sendo chata e egocêntrica depois de tudo que passei. - Sansa falou dura.

 — Verdade, eu não podia perder o hábito de beber. - digo virando a bebida.

— Por que acreditou na sua irmã? - Sansa perguntou séria.

— Ela foi bastante convincente em nossa conversa, considerando que ela deixou que eu saísse vivo. - digo embriagado.

— Fala sério! O álcool já está afetando o seu cérebro ao nível de acreditar em Cersei. - disse e pude sentir seu tom amargo em falar de minha irmã.

— É diferente agora. - digo de cabeça baixa.

— Inferno! - xingou. - Diga de uma vez o que ela falou de tão sagrado para fazer você trair Daenerys. - disse levantando os braços e me espantando.

— Eu não trai minha rainha. - bufei.

— Espera mesmo que eu acredite que você foi idiota o suficiente para acreditar na sua irmã? - branquejou.

— Mas essa é a verdade. - digo franco.

— Ok! Suponhamos que você tenha acreditado, o que ela disse para te convencer? - insistiu.

 

Fiquei quieto por alguns segundos, Sansa realmente se tornou uma mulher inteligente e se combinamos de ser parceiros, por que não confiar nela?

 

— Cersei está grávida. - soltei.

 

Vi seus arregalarem e a sua surpresa por todo seu rosto.

 

— Agora eu entendo por que traiu Daenerys. - disse em apoio.

— Porra não! Eu não trai ninguém. - digo mais uma vez.

— Se Cersei está grávida ela irá fazer de tudo para proteger e garantir que o trono de ferro seja de seu filho e você sabe disso. - Sansa disse relaxando os ombros. - Então? - perguntou.

— Então o que merda? - digo já estressado, vim para cá justamente para esquecer disso e Sansa me faz lembrar.

— O que vai fazer? Vai contar a Daenerys que sua irmã não pretende levantar o rabo do trono? - disse inconveniente.

— Eu? Vou continuar bebendo... Jon Snow já mandou os guardas para averiguarem o caso de minha irmã. - Sansa sorriu.

— Quer dizer que ele me escutou? - disse ainda sorrindo.

— Depois de tanta insistência quem não ouviria? - digo bebericando a garrafa.

— Tem razão estamos no mesmo barco Tryion, tentando fazer as pessoas nos escutarem e rezando para o vento para que a relação de Daenerys e Jon não atrapalhe na guerra. - disse mais uma vez me surpreendo e dessa vez eu a olhei chocado.

 

Sansa apenas em minutos de conversa está me surpreendendo mais do que quando vi os dragões a primeira vez, não esquece, não é para tanto, mas realmente estou chocado de como ela está sagaz e percebeu tão rápido.

 

— Não finja que está surpreso. - disse cansada. - Eu sei que também sabe e sei que também concorda que isso pode ser destrutível. - disse apertando os olhos.

— Sim eu sei... - digo respirando fundo. - Mas prefiro não ocupar minha mente com o que seu irmão e minha rainha fazem dentro de um quarto a sós. 

— Você entendeu o que eu quis dizer. - disse revirando os olhos.

— Eu me preocupei muito no início... mas Jon e Daenerys são adultos, eles estão mantendo isso em segredo e acho que eles têm noção do que estão arriscando, eles vão saber separar as coisas. - digo fazendo um esforço para lhe convencer e ao mesmo tempo me convencer.

— Também quero acreditar nisso. - disse soltando outro suspiro cansado. - Há tanta coisa pra fazer. - disse é agora eu realmente notei o quanto ela estava cansada.

 

Com muita cautela e insegurança segurei sua mão.

 

— Está tudo bem, vamos conseguir. - digo com o melhor sorriso que poderia lhe oferecer. - Vá dormir Lady Sansa está cansada. - digo vendo a levantar delicadamente.

— Sim estou... Boa noite Tryion. - fez uma pequena reverência e foi embora.

 

Está conversa me serviu para refletir sobre muitas coisas, primeiro: eu não sou o único passando por uma crise existencial, a guerra que está por vim faz isso com todos, nos faz questionar e ter medo de tudo; segundo: eu tenho que tomar uma posição em relação a minha irmã e Daenerys, terceiro: Preciso de mais bebida.

 

 

Sansa. 

 

Eu precisava conversar com ele eu não sou mais uma criança, não tenho por que evitá-lo e pelo que eu não esperava, a conversa me fez bem e também me ajudou a perceber que não estou louca, fiz bem eu não acreditar em Cersei. As vezes cansa essa minha necessidade de procurar sempre ter razão e estar um passo à frente, mas já virou hábito e não quero perder para ninguém... acho que é a única forma que tenho compensar meu passado idiota.

 

Voltando pro meu quarto, passando pelo salão avistei aquele homem que de forma estranha me "protegeu" em King's Landing. Perdigueiro. Caminhei até ele sem deixar o ar escapar porém firme.

 

— É incrível como a guerra consegue unir todo mundo até os desertores. - digo ironicamente enquanto ele virava para mim terminando de abocanhar a carne. 

— Qualquer merdinha fugiria da guarda para não ter que ouvir o rei bunda mole. - reclamou.

— Pensei que estava morto. - disse soltando o ar. 

— Ainda vou escutar muito isso. - disse abocanhando sua carne novamente.

— Arya sabe? - perguntei.

— Não, ela te contou da nossa "aventura" por terras? - disse sarcasticamente.

— Sim, ela falou que te deixou para morrer, como sobreviveu? - perguntei curiosa, Arya tinha me descrito como havia deixado cão, deixou bem claro que quando foi embora era questão de horas para ele morrer.

— Só acredite no dilema: Se não viu ou garantiu o corpo morto então está vivo. - disse com desdém. 

— Então você ainda está na lista de Arya. - digo para o alarmar.

— Não vou fugir da luta contra os White Walkers. - afirmou.

— Se não for embora quem vai te matar será minha irmã. - o avisei.

— E você acha que eu sou algum desses cavalheiros fodidos burro? Não quero lutar com sua irmã, ela não vai saber que estou aqui, tipo agora eu sei que "princesinha" foi dormir, para mim você também tinha ido. - disse largando a comida com brutalidade no prato.

— Esse é seu plano, se esconder? - perguntei cínica.

— É. - disse grosso.

— Não vai funcionar. - garanti.

— Já está funcionando e quem se importa. - disse grosso me deixando sem palavras o que o fez também ficar quieto.

— Eu talvez deveria ter considerado ir embora com você quando ofereceu. - digo fraca, ver tantas pessoas que me conheciam quando eu ainda era muito nova me faz sentir mal por ter sido tão idiota.

— Talvez, mas você era uma criança tola que vivia no meio de bundas moles. - disse e ri.

 

Ficamos em silêncio, parece que hoje me faz perceber que tudo mudou até mesmo o Cão que era um homem completamente amargo e sem pudor nenhum, parece finalmente ter uma humanidade, consegui reparar no seu afeto por minha irmã mesma que tenha sido mínima que transpareceu e a honra por querer lutar contra os mortos.

 

— Boa sorte Sandor Clegane. - digo me levantando. - Quer um conselho? Nunca esteja na floresta no período da manhã, Arya sempre sai para treinar. - aviso.

 

Ele concordou com a cabeça e então fui finalmente para meu quarto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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