História Wishing I Was 23 - Capítulo 15

***

Austin me encarava sorrindo, estávamos sentados na sacada, olhando a vista. Eu ainda estava custando a acreditar que nós tínhamos um apartamento.

Depois que Melissa saiu, Austin e eu saímos e compramos apenas roupa de cama, dois travesseiros e produtos para higiene, ele insistiu para que passássemos a noite aqui.

-Oi, ursinha.- falou meu pai ao celular. Austin havia me pedido para ligar e avisar que eu dormiria com a Trish hoje.

-Oi, pai, vou dormir com a Trish hoje.

-Ally! Hoje ainda é terça.

-Por favor, pai. Prometo não faltar aula amanhã.

-Tudo bem, filha. Boa noite.

Austin me abraçou e beijou meu pescoço.

-Boa noite, pai.

Desliguei a ligação e sorri para o loiro sedutor ao meu lado.

-Sogrinho deixou?

-Austin!- sorri ainda mais enquanto ele fazia uma careta.- Não somos namorados, ele não é seu sogrinho.

-Não somos? Mas eu te beijo várias vezes.

-Ficantes também fazem isso.- respondi ,o provocando.

-Como é?

Ele me olhava fixo, não parecia ter gostado da provocação e  aquilo me atiçou mais ainda. Sai do banco, onde estava sentada e sorri.

-Você não me fez nenhum pedido, não que eu me lembre.

-Ally!- me repreendeu de olhos arregalados. Aparentava que eu havia acabado de dizer um absurdo.- Achei que já estávamos namorando.

-Errou feio, sempre sonhei em ser pedida em namoro na sacada do meu apartamento.- virei as costas e andei até a saída.

-Isso foi uma indireta?- perguntou debochado.

-Estou indo tomar banho.

***

Estava limpa e devidamente pronta para dormir vestida com a camisa do Austin. Havia lavado minha camisa e calcinha, e enfiado na secadora. Sim, eu não usava minha peça íntima, talvez, mas só talvez, o loiro tivesse que ter controle.

Fui até a cozinha e encontrei Austin comendo um sanduíche, abri a geladeira e bebi água. Não falei com ele quando sair. Já no quarto, peguei minha mochila, joguei meus livros na cama e comecei a fazer uma pesquisa para a aula de biologia, havia pego livros na biblioteca.

Depois de um longo tempo, Austin entra no quarto, vestindo apenas uma calça de dormir.

-Achei meio injusto eu não ter tido a chance de trazer roupas para mim.- reclamei.

-Assim não seria uma surpresa. Relaxa, você fica linda com minha roupa.

-É, eu sei, mas espero que tenha autocontrole, até porque não tinha uma calcinha limpa para vestir.

-Tadinha, vestiu a mesma calcinha. Estou me sentindo injusto agora.

-E quem disse que eu estou de calcinha?- ela ficou tenso, acabei sorrindo.- Ahh, precisamos de uma escrivaninha, aqui não tem.

-Precisamos sim. Vou comprar tudo o que falta. Sábado, você consegue ficar sem Elliot e Trish? – respondeu, parecendo aéreo.

-Claro, posso te dar o dinheiro da minha mesada para comprar as coisas.

Austin sorriu e beijou meu pescoço.

-Não precisa, neném, eu tenho minhas economias.

-Tudo bem.- sorri.- Eu estava pensando, agora que tenho meu próprio apartamento, posso fazer as noites das garotas aqui?

-Todos os sábados?

-Sim.- falei esperançosa.

-Hum... É claro que pode, aqui também é seu. Sempre que der eu venho aqui ficar com você, teremos duas chave, é claro, mas as duas ficarão no seu quarto, tudo bem?

-Pode ser.

O silêncio se instalou novamente, odiava aquilo, não o queria assim tão calado. Joguei meus livros no chão ao lado da cama. Quando voltei a olhar para Austin, ele me observava com cuidado.

-Achei que você tivesse que terminar.- falou.

-Posso fazer isso amanhã, agora eu queria muito ser beijada.

-É? Eu posso beijar você.- falou me puxando para perto.

-Então, me beija.

***

Olhava Trish mastigar mais uma batata minha, seu prato de salada ainda estava intocável.

-Eu sinto pelo Elliot, acho que confio nele.- falou.

-Ainda bem, não acho que ele tenha feito aquilo.

-Sinto falta dele.

-Sentimos.- olhei para o lado e vi Tony passar acompanhado por Lulu.- Eles estão juntos?

Como se respondesse a minha pergunta, a garota beija Anthony.

-É, eles estão juntos.

-Nojento, Tony foi o maior erro na vida do Elliot.- falei.

Voltei minha atenção a comida, peguei meu hambúrguer, mas antes da primeira mordida vejo Austin em pé ao meu lado.

-Ally, hoje tem reunião para os professores. Você terá que ir só até lá. Tudo bem?

-Claro.

Respondi, sorrindo, Austin se aproximou e beijou minha testa saindo logo depois.

-Vai só para onde?

-A um canto, te levo lá em breve.

***

Estava entrando no apartamento, carregando várias sacolas de compras, afinal precisávamos de comida de verdade. Essa noite não dormiríamos aqui, mas ele prometeu vim me buscar depois da reunião.

Quase deixo as compras caírem quando vejo Melissa, sorrindo largo sentada no meu sofá.

-Oi.- falei ainda me recuperando.

-Oi, desculpa ter entrado, é que ainda estou com a chave reserva.

-Tudo bem, tem comida que precisa ir para a geladeira, pode vim na cozinha comigo?

-Claro.- respondeu a morena, sorrindo, adorava o humor dela. Andei pelo pequeno corredor até chegar a cozinha, Melissa logo começou a falar.- Trouxe o documento, onde Austin está?

-Bom, ele hoje teve uma reunião no trabalho.

-Entendo, você é de menor, não é?- perguntou meio tímida.

-Sou sim. Por que a pergunta?- perguntei, guardando um pote de picles no armário.

-Sou curiosa, vocês formam um lindo casal.

-Somos irmãos postiços.

-Jura?- perguntou espantada e fazendo uma cara engraçada.

-Sim, nossos pais estão há muito tempo juntos. Eu tinha 10 anos quando conheci o Austin.

-Nossa, é muito tempo.

-Pois é.- respondi sorrindo gentil.- E você Melissa...

-Mel, você pode me chamar de Mel.- falou de um modo fofo.

-Tudo bem, Mel. Você tem um Austin também?

-Bom... Eu tenho, meu Austin...- ela sorriu como se tivesse falado a coisa mais engraçada do mundo. Ela era divertida.- Se chama Brad.

-Como o conheceu? – perguntei assim que terminei de guardar tudo.

-Então, eu adoro dançar, ele também e temos um amigo em comum. Esse amigo me chamou para dançar e chamou ele também. Eu o odiei logo de cara, incrivelmente chato, muito engraçadinho e gosta de ser o centro da atenção.

-Nossa, como você ficou com ele então?- perguntei nos servindo de suco de laranja.

-Encontro às escuras, literalmente.

-Como?

-Nosso amigo nos enfiou em um canto escuro, eu detesto escuro, só para constar. Nós conversamos, estávamos adorando , tínhamos muito em comum. Nos beijamos, quando saímos e vimos quem realmente éramos nos xingamos e fomos embora.- ela sorria a ponto de limpar uma lágrima, bom, eu não estava diferente.- Dez minutos depois, ele estava na minha porta, dizendo que eu sou a mulher mais maravilhosa que ele já viu.

-E estão juntos há quanto tempo?

-Cinco anos.- ela esticou a mão para mim, mostrando o pequeno diamante.- Estamos noivos.

-Aliança maravilhosa, parabéns.- levantei a abracei.

-Você e o Austin, estão há quanto tempo?

- Há pouco tempo, alguns meses.

-Não parece, ele te olha com tanto carinho.

-Ele é carinhoso. Austin será pai.

-Você está grávida?

-Não, infelizmente, não sou eu. É a noiva dele.

-Como?- perguntou de olhos arregalados.

-Longa história?

-Acho que temos tempo.- falou, olhando o relógio, parecendo triste.

-Claro.- antes que eu começasse a falar , meu celular toca. Era a Sr. Michell.- Alô?

-Ally? Oh, Ally querida.- falou, sua voz me passava agonia e desespero. Ela chorava.

-O que aconteceu?

-Elliot precisa de você.