História Wishing Well - When Youre Gone

When you're gone
The pieces of my heart are missing you
When you're gone
The face I came to know is missing too
When you're gone
The words I need to hear to always get me through the day
And make it okay

I miss you

  P.O.V   Annelise

Eu não vejo Jack há muito tempo, deve fazer uns 15 anos. O tempo em que viajei com ele como pirata agora fica em segredo, quer dizer, só uma pessoa sabe. Alguém em quem eu confio muito: Elizabeth.

   Mas ainda assim, existem muitas coisas das quais eu nunca falei, pois além de ser enforcada por pirataria, eu ainda poderia ser queimada por bruxaria.

-Anellise, venha cá! –Chamou-me o governador, um homem que sabia das injustiças do governo, mas mesmo assim, preferia ficar calado e deixar que as corrupções continuassem a devorar nosso estado, pouco a pouco.

-Já vou!- Disse enquanto dirigia-me ao quarto de Elizabeth.

-Veja que lindo o vestido que mandei fazer para Elizabeth! - Orgulhoso, o governador exigia a peça exuberante em suas mãos

-É mesmo lindo! Mas eu imagino que não vai a fazer usá-lo na cerimônia com o calor que está lá fora, não é mesmo, senhor?

-Ora, e porque não? Uma senhorita deve saber portar-se, mesmo quando o clima estiver indesejável!

-Mas papai! – Elizabeth exclamou.

-Querida, por favor! – ela assentiu ainda meio contrariada.

-Por que eu tenho que usar isso? – virou-se para mim como se eu tivesse sorte em não ter nascido em seu lugar. Dei de ombros.

-Elizabeth, esse vestido é lindo, certamente há alguma surpresa boa por vir! – Tentei ser convincente, entretanto, não foi como se tivesse funcionado.

-Eu sinceramente espero que seja boa mesmo!

-Pensamento positivo. – A abracei rapidamente, tentando passar um pouco de segurança – Agora se arrume e desça rápido, não é elegante para uma moça deixar o pai esperando.

Terminei de me arrumar e desci. Elizabeth já estava pronta e com uma cara nada entusiasmada, Will também estava lá, com a espada que o governador encomendara para a cerimônia em mãos. Eu sabia que o comodoro  iria pedir a mão de Elizabeth, e também sabia que ela não iria aceitar.

-Olá, senhorita Anellise! – Will falou enquanto manejava a espada.

- Bom dia Will! –sorri.

-A carruagem chegou! – gritou uma criada da porta.

-Temos que ir! – o governador pegou seu casaco, e a espada que o Will o entregara e saiu. Eu fui logo atrás, depois de Elizabeth.

Quando chegamos, uma grande multidão já nos aguardava, quer dizer, os aguardava. Posicionei-me em meio a os espectadores, enquanto os outros se posicionaram na corte. Depois de todas aquelas palavras complicadas, que não queriam dizer praticamente nada, e as quais a maioria do povo não compreendera nem o início, pude ver Elizabeth e o Comodoro em cima de algumas pedras extremamente altas, imaginei como ele se sentiria depois de ser desprezado pela moça mais bela do Caribe, e não pude evitar um sorriso. Assim que dispersei meus pensamentos, percebi que um tumulto se formando poucos metros a minha frente.

Afastando algumas pessoas, e batendo contra outras, consegui chegar à frente, até que pudesse ver o que realmente havia acontecido. Elizabeth havia desmaiado e caído das pedras bem no mar. Aquela era a parte mais funda e se alguém não a salvasse, sua morte seria certa: ela não sabia nadar.

 Sem raciocinar direito, me atirei no mar para tentar salva-la, o que foi inútil, já que alguém havia sido mais rápido e já a tirava do mar. Eu tinha certeza que o conhecia, embora não pudesse ver seu rosto direito.

Depois que sai do mar, completamente encharcada, corri em direção a Elizabeth, e ao avistar aquele homem parado a alguns metros de mim, senti minhas pernas fraquejarem. Era Jack, eu tinha certeza que era.

Antes que eu pudesse ter qualquer reação, ou então, movimentar minhas pernas, senti meu sangue ferver e juro que aquele foi o momento em que eu mais senti raiva em toda a minha vida. Além de saber que Jack estava vivo e não havia me procurado, de saber que o Pérola poderia estar com ele e nem se quer havia me dado notícia, eu ainda estava completamente molhada, e a sensação desconfortável de não conseguir nem me mexer estava me deixando ainda mais possessa.