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História With the Stars - Capítulo Vinte e Dois


Escrita por: AlexB

Notas do Autor


Enjoy!

Capítulo 22 - Capítulo Vinte e Dois


Capítulo vinte e dois.

 

Abri os olhos e estava tudo escuro. Nenhuma luz. Nenhum som. Nada. Percebi que estava sentada e então me levantei. Chamei por Camila, mas não obtive resposta. Estiquei meu braço e toquei em uma parede. Fui andando com a mão encostada para encontrar a porta e sair do lugar. A parede era áspera e fria. Muito fria.  Porém o quarto estava com uma temperatura amena. Depois de um tempo procurando me dei conta de que não havia porta. Não havia saída ali. Chamei novamente por Camila e fui respondida apenas com silêncio. Sentei novamente no chão e passei a mão por ele. Minha mão voltou pegajosa, grudenta. Aquilo era piche fresco?

De repente comecei a ouvir um choro de bebê. Era um choro desesperado. Logo me coloquei de pé procurando pelo som. Andava em círculos naquele cômodo fechado e não pude identificar de onde vinha o choro. Estava por toda a parte. Me senti impotente e angustiada. O choro se tornava cada vez mais forte. Comecei a gritar por ajuda. Para alguém ajudar o bebê. Fiquei de joelho e tateei o chão. Minhas mãos e joelhos grudavam no piche e me toquei que não havia mais nada naquele quarto além de mim, o piche e as paredes. O choro cessou, tão de repente quanto veio.

O silêncio reinou absoluto novamente. E era torturante. Comecei a balançar meu corpo com as mãos na cabeça e nem esse movimento produzia som algum. Ao longe surgiu uma luz branca, forte. Eu tinha noção que o cômodo era pequeno, mas a luz parecia estar muito longe. Logo ela se transformou em dois faróis. A esta altura eu já não consegui controlar meu choro. Ela começou a se mover rapidamente e antes que eu me desse conta ela estava cara a cara comigo. Tive que fechar os olhos pela claridade e senti ela passando pelo meu corpo. Soltei um grito e cai de joelhos.

- Abra os olhos, Lauren. – Uma voz grave ordenou. A voz não me passava conforto algum, então permaneci com os olhos fechados e chorando compulsivamente. – ABRA OS MALDITOS OLHOS, LAUREN!

Mesmo relutante abri os olhos lentamente. Não estava mais no quarto escuro. Agora o ambiente era de um branco impecável. Ergui o meu olhar e vi que havia duas pessoas na minha frente. Me levantei e tentei identificar quem eram. Não havia rostos. No lugar era apenas um borrão. Percebi pelo corpo que era um homem e uma mulher, e a mulher estava com um embrulho nos braços. Um bebê. Eles estavam vestidos de branco.

- Olhe para gente, Lauren. Olhe bem.

Eu levei minha mão até minha boca tentando conter os soluços. Sabia que eram Wesley e sua mulher a minha frente. Me sentia fraca, sem forças para fazer ou dizer nada. Desviei meu olhar deles.

- Eu quero que olhe o que você fez conosco, Lauren. Veja bem o que aconteceu.

Dessa vez quem falou era a Adrian, e sua voz era de uma frieza dolorosa. Levantei meu olhar novamente para eles. Estávamos a apenas alguns passos de distância. Apesar deles não possuírem rostos eu podia sentir um olhar fulminante em mim. Olhei para o embrulho que a mulher carregava nos braços. Ela viu e me estendeu o bebê. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, o bebê começou a se transformar em sangue. Sangue vivo. Escorria entre os dedos de Adrian de forma lenta e qualquer forma física que existia ali antes, virou puro sangue. O chão todo agora começava a virar sangue. A barriga de Adrian começou a se abrir e de lá escorria fluidos de sangue. Ela nem ao menos tentava conter. Eu estava em desespero. Não sabia o que fazer. O corpo de Wesley começou a pegar fogo. Ele não fazia nenhum movimento. Tentei gritar. Gritar por ajuda e nenhum som saiu de minha boca. Isso era aterrorizante.  O ambiente foi preenchido por um odor insuportável de carne humana queimada. Wesley começou a correr até mim e eu dei dois passos pra trás antes dele me alcançar.

- Não! Pare, por favor!! Eu não tive culpa, eu fiz o que pude, eu juro! – Tentei falar para ele, dessa vez consegui forças para que minha voz saísse.

- Lauren, olhe o que você fez. OLHE.

- PARE POR FAVOR!!  Eu tentei ajudar! Me desculpe! Me desculpe.

- LAUREN! LAUREN! – Ele gritava meu nome e eu tentava me desvilinchar dele.

- Por favor, pare! Pare! – Eu tentava tirar suas mãos de meu braço onde ele me apertava.

- LAUREN ACORDE! SOU EU! LAUREN! - Eu consegui me soltar dele e o empurrei.

 

 

 

Abri meus olhos rapidamente. Estava no meu quarto. Engoli em seco. Tentei me situar do que estava acontecendo. Olhei para meu corpo e percebi que eu estava completamente coberta de suor. Minhas mãos e braços estavam vermelhos com marcas de dedos. Olhei pra frente. Céus, Camila. Ela estava com o corpo entre a cômoda e a cama. Tinha uma das mãos na cabeça e uma cara de dor.

- Camila! Camila! – Fui até ela. – Você está bem? – Eu puxei seu corpo de volta pra cama, ela soltou um gemido de dor. – Ai meu Deus, eu te machuquei? – Levei minha mão até sua cabeça. Ela se afastou por reflexo. E isso doeu na minha alma.

- Eu bati a cabeça na cabeceira da cama, mas está tudo bem. – Reparei que seu rosto estava com rastros de lágrimas. – Lauren, eu tentei te acordar de toda forma possível só que você não acordava. Eu fiquei tão assustada.

- Me desculpe... eu... eu... – Não sabia o que falar, passei a mão pela minha testa limpando o suor dali.

- Como você está? – Ela se aproximou de mim e colocou as mãos no meu rosto. – Eu fiquei tão preocupada. Você dizia palavras sem nexo e se remexia, eu te balançava e você não acordava. Teve outro pesadelo não foi?

Eu apenas assenti pra ela, culpada demais pelo que tinha acontecido. Por eu a ter empurrado. Por eu ter machucado a pessoa que eu amava com meu surto. Por não ter controle sobre isso. Por não ter controle nem sobre meus sonhos. Me senti totalmente incapaz.

- Lauren, olhe para mim.  – Ela ergueu meu rosto para ela. – Está tudo bem. Já passou. Não aconteceu nada demais comigo. Eu só estou preocupada com você. – Ela me puxou para um abraço e eu me senti totalmente segura em seus braços. – Foi só um sonho ruim, já passou e eu estou aqui com você agora, está bem? Nada de mal vai acontecer. – Sua voz era tão reconfortante, seu toque em meus cabelos era tão delicado. Ela era meu porto seguro. – Quer falar sobre isso?

- Não, eu só... eu só quero ficar aqui com você. – Apertei ainda mais o nosso abraço, querendo fundir nossos corpos. Querendo que esse contato durasse a eternidade.

- Tudo bem, não tem problema não querer falar comigo. Você tem terapia na quarta, é só contar o que aconteceu. – Meu corpo ficou tenso de repente, e Camila percebeu. Como se ela tivesse um sexto sentido ela me afastou um pouco, apenas para olhar em meus olhos. – Você está indo na terapia, certo?

- Sim, eu estou. – Desviei o meu olhar.

- Então esta tudo bem, não é? – Levantei novamente meu rosto e nossos olhares se encontraram. Ver seu olhar tão preocupado comigo, ver o quanto aquilo também a afetava e a machucava, me fez sentir estúpida por fazer o que vinha fazendo. Me dei conta que isso estava tão fora de controle que eu definitivamente tinha que tomar uma atitude.

- Eu não contei a ela sobre os pesadelos. – Confessei em um sussurro de voz, mas Camila ouviu mesmo assim.

- Você não contou que tem pesadelos quase toda a noite com o acidente? Você nunca mencionou isso a ela? – Eu balancei a cabeça negativamente, segurando o choro iminente. – Então você mentiu que os pesadelos estavam parando? Que a terapia estava te ajudando?

- A terapia está me ajudando. Só que não com os pesadelos, eu não contei porque pensei que conseguiria lidar com isso sozinha. Que com o tempo ia passar. Que era só uma fase.

- Jesus, Lauren! Você é tão cabeça-dura assim? Pare de tentar levar o mundo nas costas. Todo mundo precisa de ajuda. E você precisa de ajuda com esse momento. Você não pode omitir esse fato da sua terapeuta.

- Eu só queria poder resolver isso sem envolver mais pessoas, entende? Caramba, eu não consigo nem lidar com isso? Sou tão incapaz assim?

- Isso não é questão de ser capaz ou não, Lauren! Isso não define quem você é. Pedir ajuda não mostra que você é fraca, ouviu bem? Apenas mostra que você é humana. Meu bem, você não precisa passar por isso sozinha. – Ela me apertou novamente em um abraço e selou nossos lábios em um beijo delicado. – Eu estou com você, Lauren. Pra tudo. Iremos superar isso juntas.

Ficamos um bom tempo abraçadas, até que eu pudesse me acalmar totalmente das emoções intensas vivenciadas recentemente. Depois que ela percebeu que eu já estava um pouco melhor, ela me levou até o banheiro do meu quarto e pediu para que eu tomasse um banho. Fiz o que me foi dito e me troquei colocando outro pijama. Quando entrei no quarto novamente Camila tinha um copo de água e um comprimido na mão. Ela sabia que meu remédio para dormir ficava na gaveta da cômoda. Eu ainda tentei relutar para não tomar o remédio. Me doía ser dependente assim para poder dormir. Entretanto Camila falou que eu precisava para que pudesse descansar tanto meu corpo quanto minha mente. Vencida pelo seu olhar de preocupação eu tomei o remédio. Olhei para o relógio e ainda eram duas horas da madrugada.

Camila me puxou delicadamente para a cama de novo. Nos deitamos e ela se virou para ficar de frente comigo. Ela passava a mão entre meus cabelos em um carinho delicado. Com o tempo o remédio começou a fazer efeito e antes que pudesse apagar eu ainda a vi me desejar um “Durma bem” e me dar um selinho. Depois disso cai finalmente em um sono tranquilo.

 

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Estava no sofá da sala de Camila. Apenas nós duas estávamos na casa. Era quarta-feira e já passava das seis horas da tarde. Então o expediente de bia já tinha terminado, nos permitindo ficar mais a vontade. Camila tinha me acompanhado na terapia, ela ficou na sala de espera até que terminasse a sessão. Estava marcando em cima sobre eu contar dos pesadelos. Esta sessão em especial foi uma das mais difíceis, finalmente contar sobre os pesadelos e como eles eram, me trouxe lembranças das quais não queria reviver. Apesar de tudo, o suporte que recebia de Camila me dava ânimo para superar essa fase. Encostei minha cabeça no apoio do sofá e fechei os olhos enquanto tentava deixar minha mente livre de qualquer pensamento.

Senti um toque delicado em meu rosto e os lábios de Camila se encostarem timidamente nos meu. Abri os olhos apenas para perceber que ela pairava sobre mim com o rosto na direção contrária ao meu.

- O que foi isso? – Perguntei tentando não ter pensamentos impróprios já que seus seios estavam muito próximos do meu rosto.

- Eu assisti ao último filme do homem-aranha semana passada. E bem... Quando te vi aqui pensei em tentar experimentar uma coisa nova.

- Você quer dizer o beijo do homem-aranha? Aquele de ponta cabeça? – Ela Assentiu timidamente enquanto suas bochechas tomavam um tom mais rosado. – Muito bem Dona Camila, vamos tentar isso. – Ela sorriu pra mim enquanto se aproximava novamente.

Seus lábios se encontraram novamente com os meus de forma delicada. Abri lentamente os meus e esperei que ela fizesse o mesmo. Foi uma sensação nova quando nossas línguas se encontraram e eu não consegui segurar o pequeno riso que escapou. Fazendo com que nossa primeira tentativa fosse totalmente frustrada.

- Laureen!

- Desculpe, não controlei. – Sorri para o biquinho que ela tinha - Vamos tentar de novo.

Ela se aproximou novamente e tentamos encaixar nossas bocas. O que foi feito de forma totalmente desengonçada. Não conseguimos achar o encaixe e a segunda tentativa de reproduzir o beijo cinematográfico do homem-aranha não passou de uma batida de dentes e troca de saliva desnecessária.

- Lauren, eu desisto! Deixa quieto!

- Nãao, Camz! Mais uma vez vai, dizem que na terceira é que as coisas acontecem. – Ela olhou pra mim desconfiada. Dei meu melhor sorriso e ela revirou os olhos deixando escapar um sorriso de lado. Ela fez um carinho no meu rosto e se aproximou de novo.

Dessa vez fomos bem devagar e com a experiência das tentativas anteriores conseguimos encaixar nossas bocas perfeitamente. Entreabri a minha e logo já pedi passagem com minha língua. Ela permitiu e me acolheu perfeitamente. Começamos a movem nossas línguas e encontramos um ritmo logo de cara. O beijo trazia uma sensação diferente. Nunca havia tentado isso antes. E ter essa experiência com Camila tornava tudo mais incrível ainda. Tínhamos um ritmo calmo. Estávamos conhecendo nossa nova posição e sua aerodinâmica. Me atrevi e chupei seu lábio inferior. O que rendeu um gemido abafado de Camila, que me deixou arrepiada. Acelerei um pouco mais o ritmo e ela me acompanhou. Ficamos um tempo considerável assim até terminarmos o beijo com selinhos. Abri meus olhos e ela ainda estava com o rosto próximo a mim.

- O que achou? – Perguntei a ela.

- Diferente e muito bom, vou querer repetir. – Ela sorriu e eu acompanhei.

Ela se levantou e pegou uma tigela que tinha deixado em cima da mesa de centro. Me sentei no sofá dando espaço para que ela ficasse do meu lado. Ela sentou e pegou um morango na mão.

- Piquei algumas frutas para gente. – Eu assenti e ela levou o morango até minha boca. Mordi ele e beijei seus dedos.

- Huum, muito bom. – Falei. Ela pegou um pedaço de kiwi e comeu. Aproveitei para ligar a TV e deixei em um canal qualquer. Quando olhei pra ela novamente, estava segurando outro morango para me dar na boca. Mordi a ponta dele, mas não coloquei tudo, fiquei segurando. Apontei a o morango pra ela. Camila riu e se aproximou de mim para morder a outra metade. Assim que ela estava próxima segurei em sua cintura e aproximei nossos corpos. Nos beijamos e posso dizer que foi um dos beijos mais doce que trocamos. Assim que terminamos sua boca estava levemente vermelha, tanto pelo morango quanto pelo beijo. Sorri.

- Amanhã você tem treino? – Ela pegou outra fruta e me deu na boca, enquanto eu fazia o mesmo com ela.

- Sim, de tarde. Logo logo começa os campeonatos, então estamos treinando bastante.

- Huum entendi. Vou esperar você na biblioteca então, tudo bem?

- Claro. Depois podemos ir pra casa, pode ser? – Ela assentiu.

Terminamos de comer e coloquei a tigela na mesa de centro, deitei no sofá de novo e puxei o corpo de Camila para junto do meu. Ela estava de costas pra mim e olhava a TV. Eu comecei a cheirar seus cabelos, eram sempre tão cheirosos. Uma mão minha pousava em sua cintura e fazia leve círculos na pouca pele que tinha exposta ali. Logo percebi que Camila se arrepiava cada vez que fazia um carinho. Juntei mais nossos corpos e me segurei para não soltar um gemido com o contato. Distraidamente levantei mais sua blusa e agora estava quase com a mão toda em sua barriga. Sua pele era tão macia naquela região. Levantei seus cabelos e comecei a dar pequenos beijos em seu pescoço.

- Laur... – Não sei qual era sua intenção, mas meu nome não saiu mais que um sussurro nos seus lábios.

Continuei com os carinhos em seu abdômen e os beijos em seu pescoço. Intensifiquei os beijos e minha mão já possuía vida própria. Camila soltava leves gemidos abafados. Eu já não aguentava mais. Virei seu corpo de frente para o meu e olhei em seus olhos, ela estava tão entregue quanto eu. Beijei seus lábios de forma sôfrega, e minha mão agora acariciava sua região lombar por baixo da blusa. Ela envolveu as mãos no meu pescoço e puxava meus cabelos. Aquilo me deixava louca. Abaixei levemente minha mão e pousei sobre sua bunda. Não obtive resposta contrária, então aproveitei e apertei. Tanto ela quanto eu soltamos um gemido juntas. Abaixei os beijos para sua clavícula e dividia a atenção ali e entre seu pescoço. Enquanto isso Camila mordia e chupava levemente o lóbulo da minha orelha. As coisas estavam esquentando rápido e eu mal podia me controlar. Nunca tinha sido tão intenso pra mim. Com Camila um beijo me levava ao céu e era a melhor sensação que existia.

Continuamos nesse ritmo apenas por mais alguns minutos, até Camila começar a desacelerar. Eu respeitei sua vontade e terminei com selinhos por todo seu rosto. Eu sorri pra ela e passei a mão por sobre seus lábios. Ela beijou meus dedos e levou sua mão até as minhas sobrancelhas, passando os dedos delicadamente ali. Era uma mania que Camila tinha adquirido recentemente, e eu definitivamente adorava.

O telefone da casa começou a tocar. Ela saiu delicadamente dos meus braços e eu fiz uma careta para a perda do contato. Ela me deu um selinho e foi atender. Céus essa garota era minha perdição. E eu não poderia estar mais feliz por isso.


Notas Finais


Eai galera, tudo bem?
Muiiito obrigada pelos comentários, fico muito feliz! :)
Heeey, chegamos(passamos) dos 100 favoritos!! Isso é tãaao legal!!
Eu só tenho a agradecer a vocês. Vocês são demais!! De vdd!!
Matei academia hoje pra poder escrever e postar, vcs merecem!!
Enfim é isso ai! Até o prox cap!
Bjoss


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