História Without you. - Maxuell J. Clark

Se você esperava um conto de amor como nas fábulas, sinto lhe informar que este passa bem longe; se mesmo assim quiser continuar, boa sorte.. Mas aconselho a fechar a página.. Em todo caso, eu avisei.

“os soluços não cessavam e o gosto amargo da cachaça queimava na garganta do ruivo, ele não parecia se importar de qualquer jeito.

- Oi? _ A voz da mulher o chamou pela quinta vez _ Moço, tudo bem?

- Hã? _ Ele estava totalmente embriagado e via-se nos olhos verdes o motivo _ Quem é você?

- Eu sou Vanessa.. Moro logo ali _ Um sorriso surgiu em seus lábios pintados de vermelho enquanto o dedo indicador mostrava uma casa amarela em frente à praça.

- Ah _ Ele soluçou e atirou a garrafa no lixo, levantando-se totalmente tonto.

Vanessa agarrou seu braço antes que ele se esborrachasse no chão.

- Onde mora?

- Garota, me deixa em paz _ Ele puxou o braço rudemente _ Não tenho tempo pra pirralhas.

- Seu grosso! _ Ela bufou, apertando a alça da mochila.

O ruivo deu mais dois passos e foi ao chão.

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A luz atravessou as cortinas esverdeadas e acordou o rapaz jogado na cama; ele abriu os olhos e lentamente esquadrinhou o quarto, constatando, além da ressaca terrível, que não estava em casa.

- AH! _ O ruivo saltou da cama e tocou as próprias roupas, estava vestido e.. Fedia a cachaça _ Que alívio..

- Ah, que bom que acordou_ A garota de cabelos ondulados até os ombros lhe sorriu, entregando a ele um copo com água e dois comprimidos.

- Obrigado _ Ele tomou os remédios e empurrou com a água _ Quem é você mesmo?

- Vanessa Jones _ A moça penteou os cabelos castanhos e ajeitou o uniforme.

- Não me diga que eu transei com uma colegial..

- Universitária _ Ela calçou as sandálias e pegou a mochila _ Não transamos. Eu estou indo pra facul, fique a vontade ai, ou pode ir agora pra casa.

- Valeu _ Ele desceu as escadas e saiu da casa da morena, enfiando as mãos nos bolsos.

- Espera!! _ Vanessa trancou a porta e segurou sua mão _ Não sei o seu nome.

- Samuel Clark _ Ele sorriu brevemente e seguiu em frente.

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Sam abriu as cervejas e entregou uma para Vanessa, sentando-se no sofá.

- Como está? _ Ela segurou a garrafa, sentindo o frio sob sua pele fina.

- Uma bela bosta _ Ele virou a garrafa, encarando a lareira artificial da casa da moça _ Ela está cada dia pior.

A aliança dourada brilhava em seu dedo anelar esquerdo, aquilo incomodava a morena profundamente.

- Vocês.. Têm tido momentos? _ Vanessa deixou a garrafa na mesinha, comprava mais por causa de Samuel, mas odiava cerveja.

- Nenhum, a Ana está crescendo e pelo menos as aparências a gente mantem.. Mas sem sexo _ Ele suspirou e apertou a garrafa entre os dedos.

- .. _ a morena tirou o casaco e mordeu brevemente o lábio, não negava que os momentos que passava com Samuel eram maravilhosos, estava apaixonada pelo ruivo, por que não ajuda-lo com aquilo?

- Mas eu me acostumei a ficar na mão _ Ele sorriu, amargo.

- .. Talvez não precise _ Vanessa ergueu-se e apoiou o joelho entre as pernas de Samuel, pousando as mãos aos lados de seu corpo no encosto do sofá.

- Nessa.. O que está fazendo? _ Ele sabia bem o que ela estava fazendo, mas não sabia se manteria a fidelidade com tudo aquilo.

- Eu só.. Quero ajudar.. _ Ela afastou a franja, afastando brevemente a blusa e aumentando o decote.

- Sabe que eu sou casado.. _ A Aliança começava pesar em seu dedo.

- E a sua mulher não cuida bem de você.. Então me deixe cuidar.. Só essa noite.. _ Ela roçou os narizes, apertando a camiseta alheia entre os dedos.

A aliança deslizou pelo dedo de Samuel e ele enfim cedeu, beijando os lábios avermelhados da morena e agarrando sua cintura.

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Vanessa cobriu a boca, encarando o teste de gravidez.

- Não.. _ Ela encostou-se na parede e sentiu as lágrimas descerem por suas bochechas, segurou o celular e discou um número, levando até a orelha _ Sam? Pode vir aqui? To.. To bem, ok.

Não demorou muito para que Samuel entrasse pela porta, ele correu até a morena e segurou seus ombros.

- ei.. O que houve? _ Sua preocupação era evidente.

- Me desculpe.. _ Ela limpou rudemente as lágrimas _ Eu queria te dar uma noite inteira de alegria e acabei dando mais dor de cabeça..

- Do que está falando?

Vanessa mostrou a ele o teste de gravidez, o resultado positivo o fez arregalar os olhos.

- Tudo bem se não quiser assumir.. Eu só.. Vou ter que me virar.. _ Ela suspirou e desviou o olhar.

- Não _ Samuel voltou a si _ Eu assumo.. Pode dar a ele ou ela meu sobrenome..

- Sam.. _ Vanessa o abraçou com certa força.”

O garotinho de cabelos ruivos escorava-se na janela, observando a pracinha onde seus pais se conheceram; uma mulher de cabelos loiros e seu pai mimavam uma garotinha de longos cabelos ruivos e olhos verdes como os seus.

- Max _ Vanessa surgiu no quarto do pequeno e suspirou, seguindo o olhar dele _ Querido..

- Ele não vem, não é? _ O ruivo subiu em sua cama e segurou o boneco do gavião arqueiro, seu vingador favorito.

- Ele permitiu que você tivesse o nome dele e.. Ele paga uma ótima pensão.. Não há necessidade de-

- Eu tenho o nome e o dinheiro, mas ainda não tenho um pai!! _ Max a olhou e logo desviou o olhar _ Feliz aniversário pra mim..

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Um barulho insistente na janela acordou Max, ele esfregou os olhos e pode ver Samuel acenando, completamente molhado pela chuva.

- Pai?! _ Ele desceu e destravou a janela, vendo-o entrar e esfregar os cabelos.

- Caramba, que dificuldade _ Sam arregaçou as mangas e afagou os cabelos do pequeno _ Feliz aniversário, Max.

- Obrigado.. _ Ele abriu um grande sorriso e o abraçou.

- Que barulheira é ess- Sam?! _ Vanessa cobriu a boca e procurou uma toalha, colocando nos ombros do ruivo.

- Sempre atenciosa _ Ele secou os cabelos

- O que faz aqui a essa hora da noite?

- Vim ver meu filho e dar um presente de aniversário pra ele _ Samuel sorriu ao ver o brilho nos olhos de Max.

- Mas e a Anastasia? _ O pequeno conteve a empolgação.

- Garotinhas dormem cedo _ Ele sorriu e puxou da janela um pacote consideravelmente grande, colocando na cama de Max.

- WOOOW!! _ O pequeno subiu na cama e estraçalhou o embrulho, encarando a caixa que continha um kit de armas de brinquedo _ É aquele da vitrine!!

- está transformando seu filho em um monstro _ Vanessa riu baixo com a empolgação mal segurada do pequeno.

- Estou dando spoiler do futuro dele.. Imagina só, agente Jones..

- Pensa rápido, pai! _ O pequeno jogou pra ele uma das armas e atirou em sua direção, o viu escapar por pouco _ Não vai se safar dessa!!

Samuel escondeu-se e segurou a arminha entre os dedos.

- Eu já me safei, agente Jones! _ Ele devolveu os tiros que pegavam na parede.

- eu vou preparar o chocolate quente _ Vanessa riu baixo e desceu.

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Os dias se seguiram de muita alegria para os 3, com alguns vasos quebrados e muitas gargalhadas, mas as brincadeiras ficaram menos frequentes.

- Nessa, não dá, a Louise está desconfiando, eu não posso mais _ Sam encarou a morena.

- É seu filho, ele também tem sentimentos! _ Vanessa segurou a mão do ruivo _ Por favor.. Não me faça vê-lo chorar enquanto observa você e a Ana outra vez.. Ele só quer um pai..

- Isso tudo é uma grande dor de cabeça.. _ Ele enfiou os dedos nos cabelos e sentou-se na cama da morena.

- Deveria ter saído quando podia.. _ Ela abriu a porta e ouviu os passinhos rápidos de Max _ Merda!

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O pequeno colocou a munição na arma de brinquedo e atirou contra seu boneco, respirando fundo e deixando-a sobre a cama.

- ...

- Filho? _ Vanessa entrou e sentou-se na cama, deixando a pistola sobre a escrivaninha.

- Mãe, o que a Anastasia tem que eu não tenho..? _ Ele a olhou, os olhos brilhavam enquanto ele tentava segurar o choro _ Ela vale bem mais do que eu, não é?

- Oh meu amor.. _ Ela abraçou o pequeno, brincando com seus cachinhos ruivos _ Claro que não.. A culpa é toda minha..

- Como assim?

- vai entender quando for mais velho.. _ Vanessa o beijou na testa.

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Max respirou fundo e encarou a escola, adorava o fato de poder enfim conhecer mais sobre seu país e todo o resto, longe das bobagens coloridas do fundamental.

- E ai novato _ As lideres de torcida o cumprimentaram.

- Oi _ O ruivo acenou e entrou na sala de aula, animado.

Os dias letivos seguiram calmos, Max se destacava pela inteligência mas Anastasia destacava-se pela indiferença, ela sempre fora daquele jeito, e mesmo no ultimo ano ela conseguia ser o maldito centro das atenções, um monumento pra se observar.. Mas sem tocar, exceto pelo namorado idiota.

- Oi princesa _ O rapaz de curtos cabelos escuros sorriu, abraçando os ombros da ruiva.

- oi Brad _ Ana sorriu minimamente.

- .. Não é possível _ Max bufou e passou por ela, como odiava aquela garota.

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O ruivo terminou de preencher a ficha e a deslizou para o rapaz de cabelos escuros que usava uma touca desleixada.

- Quantos anos você tem? 14?

- 16 _ Ele desviou o olhar.

- Não é novo demais pra ser um agente?

- As exigências são boa mira e porte físico, não maioridade.

- Gostei de você _ Ele sorriu de canto _ Vem.

O rapaz entrou em uma porta e entregou as devidas proteções para o ruivo; Max colocou o fone mas recusou os óculos.

- Rebelde _ O moreno riu baixo e ligou o dispositivo, disponibilizando alvos _ Boa-

Max destravou a arma e começou os disparos, acertando o centro de todos os alvos, em seguida ele recarregou e girou a arma habilidosamente na mão, puxando a outra e atirando duas vezes, afundando mais as balas do centro dos alvos.

- ... Sorte _ O chiclete caiu da boca do rapaz que piscou diversas vezes _ Contratado..!

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Max entrou e jogou a mochila no sofá, correndo para o quarto de Vanessa e encontrando-a na cama, como sempre.

- Cheguei _ ele bateu na porta aberta e recebeu um sorriso fraco.

- Bem vindo.. Eu te faria chocolate quente se pudesse.. _ Ela sentou-se com dificuldade e o ruivo a deitou, sentando-se ao seu lado.

- Fica deitada _ Ele colocou um vidro de remédio na escrivaninha ao lado dela e suspirou _ Consegui comprar..

- Filho.. Não pre-

- Precisava sim! _ Max a cortou _ Sam sumiu e tudo que eu puder fazer eu farei, a culpa é toda dele!

- você.. Se parece muito com ele fisicamente.. _ Vanessa sorriu suavemente.

- Boa noite _ o ruivo a beijou na testa e foi para o quarto.

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Max deixou as azaléas entre os dedos de Vanessa, suas preferidas; todos os rostos pareciam tristes e lamentativos, até mesmo Ana estava ali com Samuel, mas ela como sempre estava indiferente, o quão fria aquela garota conseguia ser?

- ... _ Logo o caixão desceu e a terra o cobriu, o choro já irritava profundamente o garoto que tomou o microfone do padre _ Oi, eu sou Max, Maxuell Jones para qualquer um aqui presente, seus hipócritas..

Todos o olharam, estupefatos.

- Quando ela precisava dos remédios, onde estavam vocês? Estão aqui chorando por ela.. “tão jovem”.. mas não fizeram nada pra evitar.. NADA!!!

- Max.. _ Sam deu um passo a frente.

- NÃO!! _ o som desestabilizou, criando um ruído alto que fez alguns taparem brevemente os ouvidos _ Ela só tinha a mim..

Ele lambeu os lábios secos e afastou os cachos, sentindo os olhos arderem.

- Quando ela mais precisou, eu comecei a trabalhar e ferrei com a minha faculdade.. FERREI COM O MEU FUTURO!! _ Ele apontou Samuel _ Porque quando ela mais precisou de você.. Só viu suas costas.

Max apontou o caixão e os olhou, para cada um deles.

- Eu fiz com prazer.. porque ela esteve comigo em cada momento da minha vida, me ajudando e cuidando de mim.. Como tenho certeza que ela fez por muitos de vocês.. Só dão valor quando perdem mesmo, pelo menos ela morreu sabendo do quão valiosa era pra mim. Perguntem-se, e se estivessem no lugar dela? Buscando motivos pra lutar pela vida.. Se passassem por isso.. Lutariam? _ Max desviou o olhar para as azaléas em volta do túmulo _ chorem, chorem todos os dias de suas vidas miseráveis por não terem feito nada.. Eu tenho pena de vocês.. Seus lixos humanos.

Ele jogou o microfone no chão e saiu dali, deixando as lágrimas fluírem. Max não chegou a ver, mas aquilo mexeu profundamente com todos ali, inclusive com Anastasia e Victor que acompanhava o parceiro.

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O ruivo aproximou a lente e analisou o cofre.

- Estou vendo _ Ele contatou Victor.

- chega chegando _ Ele levou os salgadinhos até a boca.

- O que tem naquela coisa mesmo? _ Max afastou o binóculo.

- Um elixir, o cara é um gênio, nossos chefes estão doidos pra por a mão naquilo.

- Ah, merda!! _ Ele bufou ao ver a garota de cabelos azulados passando pelo cofre _ Temos companhia.

- Ih, merda.

Ele a viu abrir o cofre com facilidade e pegar o elixir.

- V.. Tem certeza que o cara é o cientista?

- Está no relatório.

- Pois eu acho que o relatório está errado.. _ Max a viu colocar os óculos de proteção e começar as anotações _ Quem é essa garota?

- É um prodígio, filha do dr. Carter.

- E o nome?

- Ivane.

- .. Ivane.. Você é meu novo brinquedinho..

Fim.