1. Spirit Fanfics >
  2. Wolf Bond (YoonMin ABO) >
  3. Part 14

História Wolf Bond (YoonMin ABO) - Part 14


Escrita por: louiselobo_

Notas do Autor


Boa madrugada, bebês! Espero que gostem 💜

Capítulo 14 - Part 14


Yoongi nunca tinha tomado um banho tão longo. Tinha que admitir que morar na alcatéia tinha suas vantagens.

Ter água em abundância era algo que ele desejaria ter, principalmente quando esta saía quente diretamente da torneira.

Jimin tinha saído mais uma vez, e ele pôde conhecer um pouco mais do alfa apenas por observar seu espaço. Era bom que ele estava ocupado, assim Yoongi conseguia xeretar à vontade.

Encontrou alguns livros em uma estante que ficava na sala e passou alguns bons minutos analisando tudo. Muitos deles tinham partes grifadas, como se a pessoa que os mantinha ali tivesse estudado bastante com eles, o que já era surpreendente para ele. Não era comum que alfas gastassem muito tempo estudando, eles normalmente vinham ”programados” para defender e lutar, muitos não se davam nem ao trabalho de terminar a escola.

Naquele quesito, Yoongi era como um alfa, ele odiava estudar.

Fechou os livros quando percebeu que seu estômago já reclamava de fome outra vez. Ele tinha tomado seu café da manhã, mas sem nem perceber, já estava no meio da tarde.

O ômega passou pela cozinha, indo para a geladeira, onde o alfa havia dito que poderia pegar comida. Yoongi não gostava muito de cozinhar também. Para falar a verdade, ele não tinha muita habilidade com o trabalho de casa, mas como bom sobrevivente, ele conseguia fazer algo até aceitável. O objetivo era não morrer de fome, então ele tinha conseguido fazer aquilo bem, pelo menos até aquele momento.

Separou alguns itens que conhecia e fez um almoço rápido, não tinha nada de muito extravagante, era apenas o suficiente para manter seu corpo são.

Yoongi comeu, pensando se era uma boa ideia fazer um pouco mais para Jimin também, mas desistiu quase que imediatamente. Ele não era o ômega dele e, ainda que fosse, não era seu empregado também. Ele era visita, Jimin que se virasse.

Depois de revirar cada canto daquela casa, Yoongi notou que Jimin era mais organizado do que ele imaginava e, pelas fotos em porta-retratos em cima da lareira, parecia ser muito próximo de sua família também.

Yoongi estava um pouco decepcionado. O que era estranho, porque se Jimin era uma boa pessoa, ele deveria se sentir agradecido por isso, mas como iria odiá-lo agora?

Ele ouviu barulho do lado de fora da casa mais uma vez e se abaixou perto do balcão. Não gostava da sensação de se esconder como um fugitivo, mas não tinha outro jeito a não ser evitar que o vissem.

Jimin passou pela porta e trancou a mesma, atento a tudo.

— Yoongi? — chamou baixinho, mas o ômega se ergueu de imediato. E Jimin sorriu largo ao vê-lo ali. — O que está fazendo aí atrás?

O ômega deu de ombros, cruzando os braços.

— Me protegendo, não sabia que estava chegando. — Yoongi farejou o ar e percebeu que não tinha identificado a chegada de Jimin porque a casa inteira cheirava como ele. Assim, seu olfato já tinha se acostumado.

— Ah, me desculpe se o assustei.

Jimin se aproximou, com um sorriso pequeno e apoiou a mão na bancada, olhando para o ômega.

— Não me assustei. Eu ia atacar você.

O alfa piscou repetidamente e soltou o ar numa risada fraca.

— Então ainda bem que me identifiquei. Você comeu? — perguntou, vendo as panelas sobre o fogão.

— Sim. E você?

Jimin assentiu, virando de costas para ele e caminhando para a sala. Yoongi notou que suas costas eram bem bonitas quando ele tirou a jaqueta e deixou a mesma sobre o sofá.

— Levaram comida para mim.

— Às vezes esqueço que é um bebezão.

— Não é bem por isso — o alfa retrucou. — As pessoas da alcateia gostam de mim, mesmo que você ache isso impossível.

— Hm. Deve ser algum louco para gostar de você. — O ômega provocou, mas não com hostilidade, Jimin acabou sorrindo com a forma que ele disse aquilo. Yoongi se sentou no sofá e colocou os pés sobre a mesa de centro.

— Você vai ver quando sairmos hoje à noite. Diferente do que você pensa, eu sou uma pessoa admirável. — Ele tirou os pés de Yoongi da sua mesinha e o ômega olhou para ele.

— Isso é uma coisa que as pessoas tem que falar sobre você, não você falar sobre si mesmo.

O alfa deu de ombros.

— Eu não estou mentindo. É verdade.

Yoongi negou com a cabeça.

— E você faz o quê no seu trabalho? Se é que isso é um trabalho… Você tem uma profissão?

— Eu sou o líder.

Yoongi revirou os olhos.

— Grande coisa.

— É uma grande coisa, Yoongi. É uma função bem pesada, na verdade.

O ômega olhou para ele, analisando Jimin dos pés à cabeça. Ele não parecia sujo, como alguém que tinha feito um trabalho pesado, mas parecia cansado. Então, lembrou-se dos livros na estante, muitos deles falavam sobre administração e distribuição de recursos, mas tinham até alguma coisa sobre filosofia.

— Pode me falar sobre isso? — Jimin virou para sua direção. — Sobre o que você faz aqui, eu quero entender.

— Achei que você soubesse, não é disso que foge?

— Eu já disse que não fujo, Jimin. E eu entendo do jeito que eu vejo, mas quero saber de você.

O alfa assentiu, respirando profundamente.

— Vou mostrar a você aos poucos, tudo bem?

— Ok.

— Mas se estiver muito curioso, eu posso falar para você o que eu fiz hoje, por exemplo.

— Seria ótimo.

Jimin levantou e bateu uma palma.

— Então vou fazer um lanche para nós, e aí eu conto o que fiz.

Yoongi olhou para ele, um pouco confuso.

— Já? Você vai comer de novo?

— Eu sou um alfa, Yoongi, preciso me manter forte.

— Você é um guloso, isso de ser alfa é só uma desculpa.

Jimin sorriu e pegou presunto e pão, fez quatro sanduíches rápidos e os colocou em um prato.

— Parecem bons — Yoongi comentou.

— E são. Fiz um pra você. — O alfa pegou um deles e ofereceu ao Min.

— Por que só um?

— Você disse que não estava com fome.

— Eu não falei isso, só perguntei se você ia comer de novo.

— Ok, pegue dois.

Yoongi negou. 

— Um é o suficiente.

Ele pegou e voltou para a sala. Jimin soprou uma risada ao vê-lo fazer isso.

— Você é bem encrenqueiro, não é?

O ômega não deu a mínima e continuou comendo seu lanche, não comia pão fresco fazia algum tempo, talvez devesse aproveitar a estadia.

— Jimin, como vai fazer para me levar com você? Seus empregados não vão me reconhecer?

— Eu já consegui a solução para isso.

Ele tirou dois frascos pequenos de dentro do bolso da jaqueta e entregou a Yoongi.

— O que são?

— Inibidores de cheiro. Alguns ômegas usam no período que antecede o cio, nem todos gostam de estar em casa nessa fase, então acaba servindo para deixá-los trabalhar.

— Oh… não sabia que tinha essas coisas por aqui. É bem útil.

— Uhum. Mas acaba rápido, então leve sempre e passe quando precisar. Vou tentar camuflar você com meu cheiro também, mas se eu manter por muito tempo, você pode ficar incomodado.

Yoongi concordou e guardou os frasquinhos.

— Tudo bem, mas eles conhecem meu rosto, não?

Ele negou.

— Não tão de perto. Numa reunião que tivemos, todos asseguraram que apenas reconhecem você por estar sempre na frente e ser sempre o último. Vista as minhas roupas, passe isso e penteie o cabelo. Eles nunca vão descobrir assim.

— Está me chamando de mal-arrumado?

— Não, é claro que não, só que se você aparecer exatamente assim, eles vão acabar desconfiando ou associando.

Jimin relaxou quando o olhar do ômega amenizou e ele voltou a comer.

A verdade é que ele passou o dia todo pensando no ômega. Ele estava bem mais animado do que normalmente ficava e os cidadãos daquela alcateia também notaram. Jimin estava radiante. Pensando em voltar para casa, sim, mas a angústia e a preocupação de antes estava dissipada. Ele dispensou várias patrulhas, já pensando em como e onde levaria Yoongi para passear na cidade.

Estava contando os minutos para ver aqueles olhos azuis e ao vê-lo comendo tão fofo, Jimin poderia explodir de tanto amor.

— Yah… pare de me encarar, Jimin. Isso é tão estranho.

O alfa piscou e disfarçou, coçando o nariz.

— Me perdoe. Hm… o que ficou fazendo enquanto eu estava fora?

— Nada de mais. Olhei a casa e só. Quando vamos sair?

Jimin olhou para fora, vendo que começava a escurecer.

— Podemos nos arrumar agora. Vai escurecer logo, logo.

O ômega bateu as mãos para limpá-las e Jimin o observou levantar.

— Então vamos. Vamos ver o que você tem para me convencer a ficar.

[...]


Yoongi estava desconfortável com aquela camisa de gola alta.

Pelo tecido calorento, pelo jeito que pinicava, mas — principalmente — porque cheirava fortemente como Jimin. seu próprio cheiro tinha sido coberto pelo líquido que Jimin trouxe dentro do frasco, mas agora ele cheirava novamente como o alfa.

Jimin também tinha dado a ele uma espécie de boina que cobria seus cabelos escuros e deixava sua testa de fora.

— Jimin, eu não sei como isso vai ser suficiente.

— Não vão reconhecer você — Jimin disse, já andando pelas ruas escuras. Naquele horário, a alcateia começava a poupar energia, então as ruas ficavam vazias e as casas bem mais escuras.

Jimin o chamou para mais perto e deu uma olhada no ômega que o seguia. Yoongi estava diferente com as suas roupas, mas os olhos azuis ainda eram os mesmos. Ele estava bonito, mas sua pose de dominante continuava intacta. E, caramba, parecia que cada vez que lembrava onde estavam, Jimin ficava ainda mais animado.

Ele nunca tinha planejado muito o que faria quando realmente se apaixonasse, mas ali, com Yoongi, ele sentia vontade de caminhar a noite toda enquanto segurava sua mão. Então ele a estendeu para o ômega, mas Yoongi não a tomou.

— O que está fazendo? — perguntou.

— Segure a minha mão. Ninguém vai se aproximar de mim.

Yoongi olhou para ele, desconfiado.

— Ficou louco? — retrucou.

— Anda — disse o alfa. — Se verem que eu estou acompanhado, eles não vão me atrapalhar.

— Isso é ridículo, eu—

— Alfa — uma voz soou atrás dele e Yoongi imediatamente segurou a mão dele, levantando um pouco mais a gola que cobria a parte de baixo do seu rosto. — Desculpe — a mesma pessoa falou baixinho, e Jimin apenas respondeu um comando de dispensa.

O alfa olhou para baixo, onde Yoongi se encolhia perto de seu braço.

— Eu disse.

Eles voltaram a caminhar, e o alfa segurou a mão dele mais firme, mas Yoongi estava visivelmente descontente.

— Então é assim que funciona? Você sai com ômegas durante a noite e ninguém chega perto ou impede?

— Me impedir de quê, Yoongi? O que acha que eu faria com alguém?

Yoongi notou a ofensa visível na voz do alfa e pediu desculpas.

— Você está muito enganado quanto a muitas coisas, mas por favor, não faça esse tipo de suposição sobre mim. Eu não sou desrespeitoso.

Eles seguiram por mais algumas ruas até encontrarem outros moradores que acenaram animadamente para o alfa, então Yoongi se sentiu um tanto envergonhado. Jimin o levou para espaços abertos, bem no centro da alcateia, lugares que ele nunca tinha visto. Uma escola infantil com brinquedos na frente, muito bonita e limpa. Jimin também o levou a uma espécie de parque, onde se sentaram para apreciar a cidade à noite. Não tinha muito o que ver no escuro, era verdade, mas Yoongi conseguiu identificar uma sensação que não possuía no esconderijo: conforto.

A cidade era tranquila de uma forma bem diferente do esconderijo. Não era isolada e do tipo que era quieta porque não tinha nada para fazer, mas sim porque era segura. As pessoas confiavam em quem protegia as suas casas, então podiam dormir tranquilas.

Então Yoongi entendeu o sorriso pequeno na face de Jimin ao olhar ao redor e ver as luzes apagando pouco a pouco, assim como os livros grifados na estante. Jimin os protegia como sua própria família e admiração e o respeito que tinham por ele era justificável.

Ele abaixou o rosto ao notar isso, envergonhado por ser a pessoa que perturbava a paz, não de Jimin, mas daquelas pessoas que confiavam sua segurança a ele, e o alfa percebeu.

— Está tudo bem? — sua voz saiu baixa e Yoongi assentiu, segurando a gola da camisa sobre sua boca, impedindo Jimin de ver quando ele engoliu em seco.

— Sim. — Yoongi olhou para ele, seus olhos pequenos bem brilhantes. — Podemos voltar para casa?

Jimin franziu o cenho, porque fazia pouquíssimo tempo que estavam ali, mas concordou.

Eles entraram e o alfa não sabia muito bem o que dizer. Yoongi foi direto para o quarto e Jimin ficou desnorteado sobre o que estava acontecendo. Ele queria ter passado mais tempo com Yoongi e sentia que o ômega pediria para ir embora logo, para seu desespero, porque nem tinha conseguido mostrar tudo o que queria para fazê-lo ficar, mas acabou tendo que se deitar, pois no dia seguinte ele teria trabalho e provavelmente teria que explicar a noite passada.

Jimin ficou no sofá, acordado, sem nenhuma sombra de sono quando ouviu o barulho da porta de seu quarto se abrir e Jimin passar por ela. Erguendo um pouco a cabeça, ele viu o ômega apenas de camiseta e roupa de baixo, parado no corredor, então volta a se deitar imediatamente.

Mas Yoongi sabia que ele estava acordado e seu lobo se mexia inquieto dentro dele. Ele foi para perto, sem se importar com o fato do alfa estar deitado no sofá e senta perto dele.

Yoongi enlaçou os dedos das suas mãos e tentou não olhar para o peito descoberto do outro. Jimin não olhou para ele, mas segurou o travesseiro que estava em seu colo mais forte.

— Me desculpe pelo que eu insinuei mais cedo, eu não controlei minha língua e você não merecia isso.

Estava com aquilo engasgado na garganta desde que estavam no parque e não conseguiria dormir antes de se retratar. O alfa deu de ombros, mas continuou sem olhá-lo.

Yoongi viu que ele estava desconfortável, mas Jimin apenas fechou seus olhos.

— Tudo bem — disse, soltando um suspiro em seguida. — Você acha que sabe de tudo, mas não tome mais suposições sobre mim. Eu posso mostrar quem eu sou de verdade, se ficar aqui, você mesmo vai ver, mas não insinue coisas assim sobre mim.

Yoongi concordou, levantando-se. Jimin tinha sido respeitoso com ele, mesmo num momento difícil de resistir.

Ele ia voltar para o quarto, mas seu lobo não queria se afastar. Tinha algo que o fazia manter seus pés parados perto do alfa, mesmo que Jimin não estivesse emanando seu cheiro para ele.

Yoongi engoliu em seco, e conseguiu se aproximar, parando ao lado do alfa e tocando sua mão de leve, fazendo-o olhar para si.

— Me desculpe.

— Eu já te desculpei, Yoongi — respondeu, baixo, mas olhando a forma como o ômega mantinha-se ali. Jimin entreabriu os lábios ao sentir o cheiro de Yoongi indo para cima dele. Não era o cio, mas o ômega o mantinha no meio daquele aroma, chamando ele, fazendo seu lobo uivar para si.

Yoongi se sentou na pontinha do sofá em que ele estava, e Jimin se ajeitou, dando a ele mais espaço.

— O que quer, Yoongi? Por que está fazendo isso comigo?

O ômega negou, confuso.

— Eu não sei, eu só quero ficar aqui.

— Aqui? No sofá?

Ele assentiu.

— Você não quer ir para o quarto?

Yoongi negou com a cabeça. Ele não estava excitado, só queria ficar perto de Jimin.

O alfa umedeceu os lábios, olhando para ele.

— Tudo bem — respondeu, ficando mais de lado, apontando o estofado para Yoongi deitar, e assim o ômega fez, encolhendo-se no sofá e Jimin ficou na dúvida se deveria abraçá-lo ou não. — Você quer…

— Sim, ande logo — retrucou, sem Jimin nem terminar de falar.

Jimin sorriu, meio nervoso, mas abraçou sua cintura com cuidado para não tocá-lo de forma indevida. Era estranho, com alguém tão arisco, mas bom ao mesmo tempo, porque era o alguém que ele gostava.

Yoongi deixou seu lobo se acalmar, sentindo o cheiro do outro. Amaldiçoou seus instintos por fazerem que gostasse tanto dele. Estava preocupado com seus amigos, mas queria o afago de Jimin.

Não sabia o que fazer, nem sabia se queria voltar.

Não podia deixar tudo para trás, mas também não queria sair do abraço do alfa.

Seu plano tinha trazido para ele uma enorme contradição, a qual ele estava tentado a se entregar.


Notas Finais


Boiolas que boiolam um pelo outro 🥺🫂

Me digam o que estão achando!!! Até o próximo capítulo 💜


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...