História Wolf Moon - Capítulo Único

Wolf Moon

Naquele dia, seria noite de lua cheia e Ten e Yukhei aproveitavam que ainda era dia para ficarem juntos. Quando o sol descesse do céu, eles precisariam se separar e Yukhei iria para a Floresta dos Lobos, sendo comandado pela poderosa Mãe Selene.

Os dois estavam deitados no chão coberto com mantas e almofadas fofas. Yukhei segurava um Ten adormecido em seu colo. Deslizava os dedos delicadamente pela grotesca cicatriz no rosto do mais velho, seus pensamentos cruéis o castigando sem piedade, o obrigando a se lembrar do rosto sangrento do amado. Como se ouvisse o suplício do mais novo, Ten despertou, encontrando Yukhei com o olhar perdido e marejado.

— O que foi, meu amor? — perguntou com suavidade.

Yukhei piscou os olhos, só então notando que Ten já não dormia mais. Fungou discretamente e sacudiu a cabeça.

— Só pensando sobre hoje à noite.

— Vai dar tudo certo. Ainda temos bastante tempo — Ten sorriu, acariciando o rosto de Yukhei, que concordou e sorriu meio apagado.

Eles se levantaram para comer alguma coisa. Conversavam tranquilos sob o silêncio das montanhas, onde moravam desde que Yukhei fora amaldiçoado. Era um lugar lindo. A enorme janela da sala mostrava o mar de árvores que era a Floresta dos Lobos, o sol brilhando um pouco para o lado do enquadro, mas ainda bem visível.

— O inverno está pra chegar. Precisamos de lenha e comida na dispensa. Estava pensando em viajarmos para a cidade depois da Lua — dizia Ten.

— Pode ser.

— E não vamos esquecer os abacaxis em conserva que você gosta, mesmo que sejam bem nojentos — Ten riu.

— É…

O mais velho olhava Yukhei, que estava com o olhar perdido e melancólico para a mesa. Ele sempre ficava assim quando a lua cheia chegava, se torturando com as memórias horríveis do lobo, que ficavam mais fortes naqueles dias.

Ten se levantou e andou até o maior, se sentando de lado em seu colo e segurando seu rosto com ambas as mãos para erguê-lo. Os olhos grandes e doces de Yukhei estavam marejados mais uma vez e aquilo fazia o coração de Ten bater dolorosamente no peito. Aproximou o rosto do dele devagar, até apoiar a testa na dele, os narizes roçando de leve. Sentiu as mãos grandes de Yukhei abraçando sua cintura com todo cuidado. Ele sempre ficava extra cuidadoso naqueles dias.

— Ainda temos algumas horas antes do sol sumir — Ten sussurrou, acariciando o rosto do maior. — Não vamos desperdiça-las.

Então beijou Yukhei com todo o amor que tinha por ele. Com toda a vontade de arrancar aqueles pensamentos horrendos da mente dele, restando apenas Ten eclipsando a própria lua. Yukhei levantou com Ten no colo ainda o beijando e andou até o emaranhado que era seu ninho em frente à grande janela.

Deitou o menor com todo cuidado e se afastou para olhá-lo. Ten era como um anjo, ou alguma criatura encantada da floresta. Um tesouro precioso que precisava proteger de tudo e todos, incluindo ele mesmo.

Mas, naquele momento, ainda estava tudo bem, então Yukhei se inclinou para beijá-lo profundamente, sentindo Ten o puxando mais pra perto. Ficou por cima dele, se encaixando entre suas pernas, que envolveram sua cintura, como se eles nunca estivessem perto o suficiente.

Desceu os beijos pela pele lisa de Ten, o ouvindo suspirar. Tudo o que queria era que o menor se sentisse bem, amado e cuidado, mas também adorado. Por isso, o tocou com devoção, motivados pelos suspiros e ofegos. Tirou suas poucas roupas, vendo a pele arrepiada, mas não pelo frio.

Lambeu e beijou as coxas, deixando novas marcas por cima das antigas, arrastando os lábios e a língua até a virilha, vendo Ten se contorcendo e mordendo os lábios. Se dedicou àquela região até que o mais velho perdesse a compostura, implorando por Yukhei. O maior não o deixou esperando e começou a chupá-lo com vontade, fazendo Ten gemer alto e agarrar seus cabelos.

Levou a mão para a boca do menor, fazendo com que ele chupasse seus dedos ao mesmo tempo em que Yukhei chupava seu pau. Depois levou os dedos molhados para o meio da bunda, massageando a entradinha, que piscava ansiosa. Enfiou os dedos nele, o estocando devagar, alargando por dentro enquanto ainda o chupava. Ten gemia alto o nome do maior. Yukhei nunca cansava de leva-lo às estrelas.

— Amor… eu quero você — Ten pedia num fio de voz.

Yukhei não o deixou esperando. Tirou os dedos de dentro dele e o pau de sua boca, num estalo molhado. Se curvou sobre Ten, segurando a ereção e esfregando a glande inchada contra a entradinha escorregadia. Penetrou o menor com um gemido rouco, vendo Ten ofegando embaixo de si, o rosto vermelho e suado contorcido em prazer.

Enfiou o rosto na curva do pescoço de Ten, sentindo seu cheiro familiar e delicioso. Seu coração batia com força, acelerando enquanto ele começava a meter fundo em Ten, arrancando gemidos entrecortados do menor que já estava perdido nas sensações.

— Yukie — Ten chamava, manhoso.

— Eu te amo tanto — respondia o maior, como um mantra.

Yukhei estocava intenso, sentindo as unhas de Ten arranhando suas costas. Sua pélvis estalava alto contra a bunda do menor, que gemia ao pé de seu ouvido, só o deixando mais excitado e fogoso, metendo com tanta força e vontade que Ten precisava se agarrar ao maior para não sair do lugar. Yukhei quase rosnava de tesão. Os cheios, sons, calor, tudo o movia numa só direção.

Ten gozou primeiro, um gemido alto ficando preso no fundo de sua garganta, enquanto o maior ainda o fodia rápido e com força. Ten choramingava alto, as lágrimas escorrendo pelos cantos dos olhos e ele se contorcia com a hipersensibilidade, preso debaixo do corpo forte de Yukhei.

O maior grunhia como um animal, sem parar de meter. Nem sentia a dor das unhas de Ten enfiadas em suas costas, arrancando sangue. Fez o menor gozar mais uma vez, gemendo fraco, com o corpo mole debaixo de si, antes de gozar também, esporrando abundante dentro dele.

Continuou em cima de Ten, recuperando o fôlego, com o pau ainda enterrado fundo no menor. Ten deixou as mãos deslizarem das costas de Yukhei, escorregando por seus braços fortes até pousarem nas mantas macias. O menor nem sentia as pernas, mas sentiu o vazio quando Yukhei saiu de dentro de si, se deitando ao seu lado e o puxando contra si.

Yukhei mal se aninhou com Ten e o menor já havia mergulhado em um sono profundo e exausto.

Só despertou quando o sol estava se pondo, tingindo o interior da cabana com seus tons de laranja e dourado. Yukhei beijava seu rosto com delicadeza, sussurrando palavras de amor para seu Ten.

— Estou indo, meu amor. Mesmo que a Grande Mãe Selene me tome durante esses dias, eu continuo pertencendo somente a você. Para sempre.

Sentiu Yukhei deslizar para longe de si, silencioso. Só ouviu o toque suave da porta da cabana sendo fechada. Continuou deitado no ninho confortável, sentindo a ausência dolorosa do mais novo, até que o sol tivesse sumido e a noite deixasse tudo escuro. Se não fosse a enorme lua cheia brilhando pela janela.

Fechou os olhos e sorriu quando ouviu o primeiro uivo ao longe.