-... – Eu não estava ouvindo aquilo – Mentira – Disse rapidamente, convicta.
- Eu já imaginava que não fosse acreditar – Ele se transformou e disse.
Era mesmo o papai.
-... P-P-Por quê...?!
- Querida, estou fazendo isso por mim. Minha missão é dizimar cada lobo. Essa combinação estranha de humanos e lobos não deveria existir. É uma maldição.
- É uma dádiva! – Exclamei, ainda incrédula.
-.... Enfim, eu não fui afetado, porque tenho a mesma habilidade que você. Querida, por que não se junta a mim? – Ele acariciou o meu rosto.
Não sabia o que fazer. Ele era meu pai! Eu não conseguiria abandoná-lo. Mas o que ele está fazendo é... Argh.
Tirei a sua mão do meu rosto bruscamente.
- Eu não farei isso. Não concordo. E é bom que pare aqui e agora, senão eu e meu acampamento inteiro iremos atrás de você – Estava sentindo minha garganta entalada: queria chorar. De saudade, de emoção, de raiva... Logo, me recordo de mamãe –.... O que fez com a mamãe?
- Ah – Ele suspirou – Não fui eu que fiz aquilo com ela. Mas eu já destruí a Murderous Wolves. Não se preocupe, querida.
Papai é pior do que eu imaginava.
- Isso é um motivo para me preocupar.
- Não se preocupe, você não terá utilidade nenhuma para mim, se não se juntar ao meu acampamento. Não preciso te matar – Ele deu uma olhada em meus amigos, já transformados em humanos – Esses seus amiguinhos aí que serão o problema.
- Não! Não faça nada a eles. Aliás, o que foi que você fez com os outros membros que vieram conosco?!
- Eles estão mortos - Respondeu, naturalmente.
- O-O quê?! – Nós quatro gritamos, e Will se aproximou e puxou a sua gola de forma ameaçadora:
- Prepare-se para morrer, seu velhote.
- Ahh... – Ele deu um sorriso malicioso – Então você é aquele garoto que se escondeu na minha casa?
Meu pai sabia.
- Sim – Surpreendeu-se um pouco, mas não mudou a postura.
De repente, Will é jogado por alguma força invisível ao chão, brutalmente. Ele tossiu e cuspiu um pouco de sangue.
- Will! – Em seguida, Amanda e Natalie também caíram. Mas eu não era afetada.
- Ooh, que fracos. Que bom que você é mais forte que eles, querida. Venha, junte-se a mim. Ficar com eles é inútil. Comigo, você ficará muito mais forte e habilido-
- Não! Eles são meus amigos. Você não precisa entender isso, mas eles são importantes para mim! Prefiro ficar fraca e continuar com os meus amigos, do que ficar forte e me juntar a você e seu acampamento lixo!
- Parece que a minha garotinha criou alguma opinião, afinal.
- Não sou sua garotinha. Não mais. E não ouse se aproximar de mim e dos meus amigos. A próxima vez que eu te ver, eu vou te matar. Seu assassino!
Logo, os três levantaram-se, com um pouco de dificuldade, e fomos em direção à saída, pela estrada de terra.
De repente, ouço uns gemidos baixos vindos da mata, próxima a mim.
- Hm? – Murmuro, e aproximo-me deles.
Melanie.
Ela estava completamente ferida, seu cabelo e roupas estavam manchados de sangue.
- Melanie! – Exclamo, e os outros aproximam-se surpresos – Meu Deus! O que aconteceu?!
Ela tossia, e, quando tentava falar, não conseguia.
- Certo, não precisa falar nada agora. Vamos... – Rodeei o braço dela em meu ombro e manquei até a estrada de terra, novamente.
- Ela está muito mal? – Amanda pergunta, aproximando-se.
- Sim, precisamos levá-la para Amélia. Não trouxemos primeiros socorros...
- Nunca chegaremos lá assim, Yuki – Will disse – Deixa que eu a carrego – Ele a pegou cuidadosamente e a carregou no colo.
- Será que tem outras pessoas aqui? Precisamos procurar... – Natalie palpitou.
- Vamos levar Melanie até Amélia primeiro.
*
- Meu Deus! O que houve com ela?! – Amélia correu até nós, ao avistar-nos, na saída do acampamento.
- Está gravemente ferida... – Will informou o óbvio – E não encontramos mais ninguém além dela... – Ele não contou sobre o que acontecera.
- Ah, não! Precisamos chamar reforços para procurá-los... Vocês podem ir para o acampamento, sigam o caminho que levamos para chegar até aqui.
- Certo – Natalie disse. Ela usava uma trança naquele momento, presa à uma fitinha.
Como pedido, caminhamos à direção oposta à que seguimos para o acampamento de meu pai.
*
- Isso foi muito... Imprevisível – Amanda quebrou o silêncio.
- É – Murmurei, bem chateada – E pensar que meu pai seria o líder de um acampamento assassino...
- É, ele é perigoso... Como você. Mas você luta por uma boa causa, ele não – Natalie comentou.
- Muita gente deve ter morrido por causa dele, aquele idiota – Will resmungou.
- Ei, estamos falando do pai da Yuki – Amanda disse.
- Não, eu não me importo. Só estou um pouco... Incrédula, sabe. Eu sempre me perguntei onde ele estaria agora... E essa seria a última coisa que eu pensaria dele.
- Difícil de digerir, mesmo. Mas você agora tem uma boa razão para lutar. Para ficar mais forte – Natalie disse.
- É verdade... Mas preciso me fortalecer de qualquer maneira.
- Ei, já percebeu como os membros da alcateia do seu pai são velhos? Tipo, a gente têm 15 a 18 anos, e eles devem ter uns 40 – Amanda notou.
- Verdade! – Nós três dissemos.
- Estranho. Talvez as pessoas só se revoltem mais tarde – Will deu risada do próprio comentário.
- Talvez – Sorri.
* * *
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