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História Wonderwall - V


Escrita por: heart-shaped

Capítulo 5 - V


Fanfic / Fanfiction Wonderwall - V

Watson olhou para os lados, vendo se alguém poderia ver o ato deles, mas ignorou a preocupação e seguiu o outro.
Na parte final da cafeteria havia uma porta, utilizada apenas pelos funcionários. Apesar do estabelecimento estar fechado, essa porta estava entreaberta. O fato fez John franzir o cenho e Sherlock sorrir vitorioso.

- Acho que sei o que está acontecendo! – ele exibia um sorriso totalmente diferente dos que John havia visto até o momento. – Cuidado para não deixar suas digitais em nenhum lugar.

- Digitais? Sherlock, o que exatamente está acontecendo?
O loiro estava com os olhos arregalados, imaginando mil cenários. Ainda assim, seguia o outro a passos curtos.
A entrada encontrada aberta dava para a parte de estoque do local, sendo necessário caminhar um pouco mais para encontrar a cozinha e duas portas. Uma dava até o salão, destinado aos clientes, e outra dava para um escritório, provavelmente da gerência.
Holmes era o mais enérgico, ia diretamente para a porta do escritório, que também estava entreaberta.

- Bom, antes de confirmar minha teoria, devo pergunta-lo... Quer mesmo medicina, não é? – Sherlock parou em frente a porta e virou-se para olhá-lo.

- Sim. – ele respondeu sem tirar a expressão de estranheza do rosto. – Do que se trata essa pergunta? E tudo isso? Teremos problemas?

- Acalme-se, Watson. – instintivamente, o moreno levou uma das mãos até o braço de John.
O toque alarmou o loiro de uma forma inesperada. Não era apenas a surpresa, mas também um arrepio nada convencional.
A intenção de Sherlock era acalmá-lo, porém, teve o efeito contrário. E para o próprio Holmes, quando percebeu o que havia acabado de fazer, também não foi a melhor das sensações. Na verdade, a sensação havia sido absurdamente boa e este era o problema. Era um simples toque e não deveria afetar tanto os dois garotos.
Buscando voltar ao foco, o cacheado afastou a mão. O rosto do loiro estava levemente corado e ele sentia-se um tanto aéreo. Talvez por esse motivo, Watson continuou a seguir o outro mesmo quando esse entrou no escritório da cafeteria e encontrou um corpo estirado no chão.
 

- Sher...- John deu passos para trás, pensando no que dizer. - Sherlock, nós precisamos sair daqui e chamar a polícia!

- Shh! – Holmes nem ao menos o olhou, apenas se abaixou próximo ao corpo, analisando os ferimentos.
O corpo era de um homem de meia idade. As manchas de sangue na camisa social azul clara indicavam múltiplas facadas no tronco. No escritório, objetos caídos pelo chão demonstravam sinais de luta corporal e as gavetas reviradas da escrivaninha refletiam o interesse do assassino em algo pertencente àquele homem.
John poderia ter saído dali, sem se importar com mais nada, entretanto dois motivos o mantinham ali. Primeiro, ele nunca havia sido do tipo que deixava os amigos sozinhos apenas para salvar a própria pele! Principalmente, se tratando de Sherlock. Ele percebia o quanto gostava do garoto e, se dependesse de si, sempre faria o possível para não deixar que nada ruim acontecesse a ele. Segundo, gostou daquele ar de mistério. Agora entendia todo o entusiasmo do cacheado ao entrar no local, ele já previa o que encontrariam!

- Bem, agora podemos ir. – ele se levantou em um pulo, assustando um pouco o loiro.
John havia ficado parado por uns bons minutos, sem nem perceber todas as análises que o moreno fez ao redor do escritório. Também ficou perdido nos próprios pensamentos enquanto saíam da cafeteria e alcançaram o outro lado da rua.

- Vou ligar para alguém. – Sherlock se afastou um pouco e demorou pouco tempo no celular.
 

- Você chamou a polícia? – John o olhou, demonstrando que era a coisa certa a se fazer.

- Claro que sim, Watson. – ele revirou os olhos. Por mais que gostasse da morbidez dos corpos, sabia o que era certo e errado.

- Bom. – Watson balançou a cabeça. O olhar vago indicava que tentava formular uma série de frases.

- Esse não é o primeiro corpo que eu vejo, nem a primeira cena de crime que encontro. Eu gosto dessas situações, pois é onde posso aproveitar de fato minhas habilidades dedutivas. – Sherlock falou rapidamente, como se respondesse às perguntas mentais do outro.

– Quando vi o modo como a porta dos fundos estava entreaberta, como se alguém tivesse saído com pressa, imaginei parte do cenário.
Por mais que passasse uma imagem de segurança, ninguém poderia dizer que por dentro o moreno estava aterrorizado. Não pela cena vista antes, mas pela possibilidade do que John pensaria sobre ele depois do fato.
Se as pessoas do colégio o julgavam como uma aberração apenas por deduzir suas vidas, imagine se soubessem sobre esse seu gosto peculiar? Não era normal um garoto de dezessete anos adentrando cenas de crime.

- O que achou até agora? – a voz do loiro saiu num sussurro.
O pronunciamento causou um enorme alvoroço no interior de Holmes. Seu medo em ser julgado foi tranquilizado com as palavras do outro. Conseguiu, enfim, deduzir que o silêncio de John era de um conflito interno. Ele queria saber mais daquela situação, queria ir até o fim, mesmo sabendo que não era de sua competência.
Céus, seu primo era policial! Ele sabia o quanto não era certo se envolver com coisas como estas... Mas era tão animador! Ainda mais sabendo que teria tal aventura junto à Sherlock.
 

- Holmes? – uma voz terceira chamou, se aproximando aos poucos. – Você atrai esse tipo de situação?

- Não é minha culpa se Londres está sempre com crimes para serem resolvidos, senhor Lestrade! – o tom de Holmes era petulante. – Peça para seus colegas darem bastante atenção aos cortes que foram feitos, preciso saber a arma do crime. Eu não quis abrir a camisa do homem, pois não trouxe minhas luvas.

- Você entrou lá? – o rosto de Greg estava vermelho. Ele passou a mão nos cabelos tentando se acalmar. Bem no fundo de si, já imaginava que o garoto tivesse fuçado um pouco.

- A porta dos fundos estava aberta. Nós não tocamos em nada! – John falou, saindo de trás do moreno e apresentando-se para seu primo. – Desculpe, Greg!

- Vocês se conhecem? – Sherlock e Greg disseram ao mesmo tempo. Os rostos dos três estavam confusos.

- Vocês se conhecem? – John disse depois.
Ele não prestou atenção no início da conversa, quando os dois disseram os nomes um do outro. Então, quando finalmente identificou a voz familiar, pensou ser apenas seu primo fazendo o trabalho de um policial conversando com as testemunhas.

- Ele é meu primo, Sherlock. – John falou baixinho, como se quisesse que apenas o moreno escutasse.

- Ele é meu contato dentro da Scotland Yard. – Holmes disse importante.

- Contato seu? Não seja ridículo, garoto! – Greg bufou. – Vocês não deviam ter entrado lá! E se o assassino ainda estivesse dentro?

- Isso seria impossível. Foi um serviço nada profissional e rápido, devido a bagunça deixada no local e pelo número de facadas. Também ocorreu há, pelo menos, três horas.
Lestrade fechou os olhos e respirou fundo. John, por sua vez, exibia no rosto uma expressão de fascínio pelas informações dadas pelo colega.

- Vocês já trabalharam juntos outras vezes? – o loiro falou, novamente, baixo.

- Sim. Já resolvi três outros casos para Lestrade, um deles o rendeu alguma ascensão dentro da Yard!

- Pare com isso vocês dois! – o policial alisou a testa e então continuou. – Sherlock, você precisa tomar cuidado, ok? A mesma coisa para você, John!

- Nós tomaremos. – o moreno queria acabar com o sermão que estava se iniciando. – Pode me contar os detalhes depois? Eu creio que já sei de bastante coisa e posso ajudar.

- Deixe a polícia cuidar disso, Holmes. – Greg disse cansado, sabendo que o garoto não desistira tão fácil.

- Poderia ter escolhido um argumento melhor. Eu não deixarei incompetentes lidarem com isso por meses enquanto eu posso ter todas as respostas em dias!

- Sherlock. – John repreendeu o amigo. Viu o quanto a situação podia se complicar.

- Olha... Vocês precisam sair daqui. – Lestrade olhava para os outros colegas policiais e para as novas viaturas que chegavam. – Vão estudar, ou sei lá o que estavam para fazer, no apartamento. Quando eu chegar a noite, falo o que conseguir.

- Isso pode demorar mais que o necessário! – protestou o cacheado.

- Sherlock, vamos! É melhor do que nada. – o loiro pegou no braço do garoto.
A mesma eletricidade do outro toque dos dois ocorreu. A estranheza que o contato causou fez com que Sherlock aceitasse a recomendação e isso acalmou Greg.
O loiro arrastou o amigo até o apartamento que morava, despedindo-se rapidamente do primo. Sabia que mais tarde teriam uma séria conversa sobre se envolver em assuntos como aquele.


Notas Finais


Mais um capítulo! Primeira aventura de Holmes e Watson juntos.
Ainda estou montando esse caso, porque são muitas ideias. Eu espero que tenham gostado desse cap e gostem do que está por vir.
Obrigada por acompanhar!


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