Ellen estava animada com a festa. Havia se arrumado rapidamente e já descia as escadas empolgada quando foi chamada até a sala por sua mãe.
- Tem certeza que serão apenas você e suas amigas, né Ellen? – A mulher fitou séria a filha.
- Sim mãe, iremos comemorar a nossa vitória. – Ellen escondeu o fato de todo o time de futebol da escola também está presente.
- Não sei, acho que esse vestido está muito curto e meio decotado. – Mary avalia a garota de cima a baixo.
Ellen usava um vestido de alcinha, de cor rosa e de tecido delicado, ficava na altura de suas coxas e era levemente rodado. Em seus pés uma sandália de salto médio.
- Mãe, é o que todas as garotas da minha idade estão usando. – Responde impaciente. Não via a hora de conseguir sair de casa.
- Vai com esse colar? – A mulher inquiri mais uma vez.
- Faz tanto tempo que não uso. – Ellen leva a mão ao colar que Jeffrey havia dado em seu aniversário de 15 anos.
- Acho perigoso sair com ele.
- Aqui em Lafayette? Ninguém vai arrancá-lo do meu pescoço. – Rola os olhos. Sua mãe sempre colocava um empecilho para a garota usar o colar, por isso ela sempre o deixava guardado.
- Viu como anda as coisas hoje em dia. Nem sei onde Ayla estava com a cabeça quando lhe deu um colar tão caro como esse, mas admito que é muito bonito. – Diz.
Ellen apenas dá um longo suspiro. Sua mãe ainda acreditava que tinha sido sua tia a lhe presentear com o belo colar. A garota queria poder contar-lhe a verdade, mas sabia que a reação de sua mãe não seria das melhores.
- O papai ainda não chegou? – Indagou tentando mudar de assunto.
- Não, deve estar resolvendo alguma coisa no trabalho. – A mulher olha o relógio frustrada.
- Bem, já vou indo.
- O Adam sabe que vai a essa festa? – Mary pergunta enquanto acompanha a filha até a porta. – Você pediu para ele, né? Não quero que ele pense que você é uma dessas garotas que vive jogada na rua ou que pense mal por ...
- Pedir, mãe? Sério? Adam não é meu dono para eu ter que pedir nada a ele. – A garota responde indignada.
- Ellen, mas é seu dever como namorada...
- Avisar, mãe, e não pedir. – Ressalta. – Melhor eu indo, já está ficando tarde e como você colocou hora para eu voltar.
- Não reclame, até fui muito generosa deixando você ficar até um pouco a mais.
Ellen sai respirando aliviada por finalmente conseguir sair de dentro de casa. Anda alguns quarteirões até ser parada por um carro com Mônica e Patty no banco de trás. Ela adentra o carro e vai junto com as amigas para a casa de Tim.
...
A festa após a vitória do time estava animada, mais e mais pessoas chegavam na casa de Tim para a comemoração.
- Nossa parece que o colégio inteiro está aqui. – Ellen olha surpresa com o tanto de gente que havia no jardim.
- Nossas festas são sempre assim. – Tim diz animado bebendo um gole de sua cerveja.
- Nunca tinha vindo em uma antes. – A loira diz olhando ao redor.
- Pois agora sempre virá Ellen, sendo uma líder de torcida. – Mônica pisca para a loira.
- Se bem que suas festas já foram bem mais seletivas. – Patty aponta para os três amigos que iam chegando à festa.
- Mas o que aqueles perdedores estão fazendo aqui? – Tim altera a voz olhado para os rapazes.
- Pelo visto você resolveu chamar mesmo até a ralé dá escola. – Adam desfaz dos garotos, se juntando ao grupo.
- Não fala isso, Adam. – Ellen o repreende.
Jeffrey, Mike e Bill adentravam o lugar, completamente deslocados. Olhavam tudo a sua volta, observando cada canto daquela festa. Era a primeira vez que vinham a uma festa da turma.
- Eu vou por esse bando de delinquentes penetras para fora da minha casa. – Tim diz indo em direção aos garotos, mas é puxado por Mônica.
- Fui eu quem convidou. – A morena esclarece.
- Mas por que Mônica? – Tim a questiona surpreso.
- Ah... Se era todo o colégio... Que mal tinha. – Deu de ombros.
- Deixa eles. – Adam intervém. – Além do mais eles são amigos da Ellen também. – Ele diz se aproximando da loira, que estava emburrada e com os braços cruzados, tentando diminuir a chateação da mesma.
- Não acho que porque você seja vizinha do “Isboll” você se sinta obrigada a ser amiga deles, Ellen. – Tim diz.
- É Jeffrey ISBELL, e não me sinto obrigada Tim, sou amiga porque gosto deles e eles são caras bacanas, diferente de alguns imbecis do time de futebol. – Ellen retrucou.
- O que disse? – Tim se alterou indo para junto da loira.
- Hey... Calma... Ela só quis exemplificar. Sei que minha gata não se referiu ao nosso time, né Ellen? – Adam questionou enquanto a loira só virou a cara. – E você brother, já bebeu demais. – Adam deu um tapa no ombro do amigo o afastando de Ellen e acalmando a situação.
- Deixa eles amor, não faz diferença se estão aqui. – Mônica diz também tentando acabar com o conflito.
- É... Vou fazer essa caridade... Deixo eles beberem da minha bebida. – Tim diz cheio de si.
- Eles não vivem de esmola, Tim. – Ellen alfineta novamente.
- Claro que não, eles têm uma banda. – Adam ressalta irônico.
Todos acabam por rir menos Ellen que fita torto o namorado.
- Verdade, quase me esqueci que os imb... digo.. que os caras têm uma banda. Tocam o que mesmo? Grunge? – Tim diz em tom debochado.
- Tocam rock e são muito bons. – Ellen defende.
- Talvez um dia eles retribuam. – Patty diz acintosa. – Tocando para gente. – Ri sarcástica.
Todos tornam a sorrir enquanto Ellen fecha ainda mais a cara.
- Será que eles acham que um dia vão fazer sucesso? – Tim questiona zombando. – Serão astros do rock?!!! – Gargalha.
A loira já ia novamente responder quando foi interrompida com a chegada de Pierre.
- Cara, vocês não sabem o que consegui pra gente. – Estende a mão mostrando um pouco da erva.
Todos se animam com a ideia, menos Ellen que fica no lugar enquanto os outros acompanham Pierre para um canto.
- Você não vem, Ellen? – Adam a chama.
- Eu não curto essas coisas, Adam. – Diz, mas na verdade, ela mal sabia do que se tratava.
- Nem eu. – Ele esclarece enquanto a loira permanece séria. – Não fica chateada pelas coisas que o Tim falou, ele já bebeu bastante.
- Você também foi bem debochado.
- Estamos numa festa loira, é tudo brincadeira. Não leva as coisas tão a sério, gatinha. – Diz acariciando as bochechas da namorada. – Vamos, prometo que não vou usar nada. É só pra rir da cara dos caras, você vai ver como eles ficam engraçados.
- Está bem. – Mesmo contrariada, Ellen segue seu namorado.
...
- Hey...tá cheio de gatinhas aqui. – Mike diz animado aos amigos.
- São as mesmas garotas frescas que vemos todo dia no colégio Mike. – Bill responde rolando os olhos.
- Não seja rabugento Bill, quem sabe a gente hoje consegue se dar bem. – Mike diz. – Pelo menos temos bebida de graça. – Encosta junto a uma mesa pegando três latinhas de cerveja e entregando aos amigos.
- Como será que conseguiram essas bebidas? Somos menores, os mercados aqui não vendem tão fácil. – Bill indaga surpreso.
- Garotos riquinhos conseguem tudo Bill, de certo deve ter algum camarada mais velho comprando para eles. – Jeffrey diz enquanto acende seu cigarro.
- Hey, ali não é a Ellen? – Mike aponta. – Vamos lá falar com ela.
Jeffrey se vira em direção a loira, vendo a mesma conversar animadamente com suas amigas. Observa o quanto ela estava linda, usando um vestido que a deixava ainda mais bonita.
Jeffrey acompanhou cada detalhe do corpo da loira, admirando cada parte. Parecia até mesmo hipnotizado, voltando a si quando notou a loira retribuir o olhar e assim que a mesma ia lhe dar um sorriso ele rapidamente virou a cara.
- Não, ela está ocupada com os amigos dela. – Jeffrey diz puxando Mike que já ia caminhando em sua direção.
- Quer saber, acho que devia mesmo ter ido para a festa da rua de baixo. – Bill diz tragando seu cigarro e olhando ao redor.
- Vamos ficar mais um pouco, ver o que dá nessa festa. – Jeffrey fala.
- Então pelo menos vamos dar uma volta por aí. – Mike sugere e os três amigos saem.
...
Os garotos já haviam fumado sua erva e estavam mais loucos que o normal. Riam de toda besteira e entravam em disputas bobas sobre quem bebia mais. Ellen, Mônica e Patty se divertiam rindo das bobagens deles.
- Aqui gatinha. – Adam retorna ao grupo estendendo um copo de suco para Ellen.
A garota pegou o copo, mas assim que o levou a boca sentiu o forte cheiro de álcool.
- O que tem aqui?
- Eu batizei as bebidas. Uhuuulllllll. – Pierre grita confessando. Nitidamente estava fora de si.
- Pierre, tá uma delícia. – Patty diz dando um beijo no moreno.
- Toma Ellen, não é tão forte. – Adam fala.
- Não sei, não tenho costume.
- Ah Ellen, você só vai se acostumar se beber. – Mônica salienta. A garota a encara duvidosa. – Ah loira, faça mil favores, já estamos no colegial, não somos mais crianças. – Ela rola os olhos impaciente.
- Toma gatinha. – Adam insiste.
Ellen volta a cheirar a bebida um tanto receosa.
- Ellen, Ellen, Ellen... – Patty chama um coro incentivando a loira a beber.
Todos a acompanham, fazendo daquilo um espetáculo. Sentindo-se pressionada, a loira cede e acabar por finalmente beber toda a sua bebida.
- Êeeeeeeee.... Viu, não foi tão ruim. – Adam diz dando um beijo em seguida em sua namorada.
- É... Pensei que fosse pior. – Ri sem jeito sentindo um leve amargor em sua boca.
– Vou pegar mais pra você. – Adam pisca para ela.
...
Mike, Bill e Jeffrey estavam conversando na sala. Bebiam agora um pouco do whisky que acharam em uma das mesas.
- Oi Bill, nunca te vi por essas festas. – Uma morena se aproxima fitando o ruivo de cima a baixo.
- Karen, né? – Ele indaga.
- Sim, temos aula de história juntos. – Ela se aproxima do ruivo pegando o cigarro do mesmo e fumando.
Mike arregala os olhos e em seguida da um tapa no ombro de Jeffrey que apenas rola os olhos.
- Claro, me lembro. – Ele ri malicioso para a morena.
- Ah desculpa, eu acabei com seu cigarro. – Ela diz assim que joga a última bituca no chão. – Mas eu tenho mais na minha bolsa, posso te pagar. – Mira os olhos verdes do ruivo dando um sorriso safado.
- Como era meu último, vou ter que aceitar honey. – Ele retribui o sorriso.
- Então é só me seguir. – Karen o chama levando o ruivo para outro local.
- Cara, tu viu aquilo? – Mike diz para Jeffrey. – E ele ainda reclama, ruivo sortudo filho da p...!
Jeffrey apenas ri.
- Hey cara, mas diz aí. Qual era surpresa que tu disse que tinha? – Mike indaga curioso.
- Não cara, esquece. Foi só uma ideia que passou na minha cabeça, mas melhor deixar para lá. – Ele desconversa.
- Pô cara, mas o que era? Tô curioso. – Mike diz.
- Caramba Mike, parece mulher. – Jeffrey enfia a mão no bolso tirando de dentro uma caixinha com um pozinho.
Assim que Mike vê o que é, arregala os olhos.
- Purgante mano? Você tem esses problemas? Pô cara, eu sei como é, minha vó tem sabe, a coitada sofre que só quando vai no banheiro. Mas se quiser eu peço a receita do chá que ela faz, que olha, resolve na hora...tu vai ver...uma vez eu fiquei assim e foi só tomar que ... - Mike começou a contar enquanto Jeffrey apenas rolava os olhos.
- Não é isso burro. – Ele interrompe. – Eu ia pôr na bebida, mas desisti. – Explica.
- Aaahhhhh...entendi. – Mike coça a nuca rindo sem graça. – Mas por quê?
- Ah não sei, só me passou pela cabeça. – Jeffrey diz guardando a caixinha.
- Cara, vamos dar uma volta, quem sabe também aparece uma gatinha para gente. – Mike puxa o albino pelo braço.
...
- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. – Ellen ria de tudo sem parar.
- ... então ele caiu e quando levantou estava com a bunda toda de fora. – Adam contava sobre uma partida que jogou no ano passado.
A loira se desmanchava em sorrisos, muito mais que suas amigas.
- Acho que alguém bebeu um pouquinho além da conta. – Mônica diz para Patty.
- Mas pelo menos ela está bem mais divertida. – Patty salienta.
- Hey...eu sou divertida. – Ellen diz rindo.
As amigas caem na gargalhada.
- Nossa, faz um tempão que Pierre saiu. – Patty diz olhando para os lados.
- Tim também. – Mônica observa. – Melhor irmos atrás deles. – Sugere. – Cuida bem da Ellen, viu Adam? – A morena pisca maliciosamente para o jogador.
- Pode deixar. – Ele ri.
- Que horas são? Não posso descuidar. – Ellen pergunta preocupada.
- Ainda está cedo. – Adam olha no relógio. – Quer mais bebida? Vamos lá pra dentro. – Ele leva sua namorada até a sala.
Ellen vai ao lado de Adam se apoiando no mesmo. Sentia seu corpo leve e ao mesmo tempo parecia que as coisas ao redor estavam girando. Tropeçou algumas vezes sendo aparada por Adam, que a guiava até a sala.
O jogador pegou mais um copo de “suco” entregando para Ellen que tornou a beber. Agora ela já nem sentia mais o amargo da bebida, apenas o doce do suco e um leve queimar em sua garganta.
Adam a puxou para um canto da sala a colocando contra a parede e começou a beijá-la sensualmente. Ellen retribuía o beijo, com carinho. O jogador aprofundou o beijo lhe tirando completamente o ar, desceu seus lábios até seu pescoço, beijando e chupando levemente o mesmo. Suas mãos começaram a apalpar vigorosamente sua cintura, descendo até seu quadril e indo em direção sua bunda.
- Adam, estamos na sala. – A loira o interrompeu rapidamente afastando a mão do jogador.
O moreno apenas a ignorou voltando a lhe beijar calorosamente. Ele encostou seu corpo ainda mais contra o de Ellen, lhe arrancando um suspiro. Tornou a acariciar sua cintura, descendo até a barra de seu vestido fazendo-lhe um carinho em sua coxa.
- Adam, melhor a gente...- Ellen murmurou em seu ouvido.
- Podemos subir? O quarto do Tim está sem ninguém, podemos ir para lá e nos divertir um pouquinho. Ninguém vai nos ver. – Adam sussurra no ouvido de Ellen.
- Não, Adam. – Ela diz fraco.
- Vamos gatinha!?! Só nos dois. – Ele insiste.
Sua mão torna subir, acariciando a coxa da garota que agora o afasta para longe.
- Pô Ellen!!! – Adam se altera batendo a mão com força na parede ao lado.
A garota arregala os olhos surpresa com a reação do namorado. Tenta sair dali, mas é segurada novamente por ele.
- Desculpa gatinha, eu só me exaltei um pouco.
- Eu já lhe expliquei Adam, as coisas não são assim...
- Tudo bem, eu entendo. Acho que já bebi demais, ok. – Ele a abraça.
Ellen mesmo chateada aceita o pedido de desculpa.
- Hey pombinhos...Pô cara, o gelo está acabando e não achei o Tim. - Luka chega contando ao jogador.
- Eu posso comprar mais. – Adam se oferece.
- Adam, eu tenho que ir, já está ficando tarde. – Ellen avisa.
- Eu só vou comprar o gelo rapidinho, ok? Assim que voltar eu te deixo em casa. Fique com suas amigas enquanto isso. Eu não me demoro, gatinha. – Se despede saindo em seguida.
Ellen olha ao redor da casa, saindo a procura de suas amigas.
...
- Tão sozinho Jeffrey. – Mônica se aproxima do albino que fumava tranquilamente. – Cadê seus amigos?
- Foram dar uma volta por aí. – Diz sem muitos detalhes.
- Não gostaria também de dar uma voltinha, Jeffrey? – A morena o fita cheia de segunda intenções.
- Acho que seu namorado não iria gostar muito dessa ideia Mônica. – Rebate.
- Ele está muito ocupado com os amigos dele. – Responde. – E então? O que acha? Tem um lugar bem discreto no fundo do jardim, dar pra gente se divertir um pouco.
Jeffrey fita a morena de cima a baixa, se aproximando de seu ouvido.
- Obrigado, mas não tô interessado. – Diz deixando a garota boquiaberta. – Além do mais, acho que vou embora dessa festa chata.
Antes mesmo que Mônica respondesse, os dois ouviram uma confusão vindo da sala ao lado. Ambos correram até o local e quando chegaram, Bill e Tim se enfrentavam.
- Tá se achando muita coisa, né seu babaca. Chega aqui bebendo da minha bebida e agora pegando as nossas garotas. – Tim diz alterado querendo partir para cima de Bill.
O zagueiro do time estava com raiva após presenciar Bill e Karen se pegando no banheiro, mas na verdade o mesmo só queria uma oportunidade para caçar confusão.
- Se chama essa porcaria de bebida. – Bill responde derramando seu copo de whisky no chão. – Além do mais, quem cuidaria das garotas...já que pelo que vejo aqui não tem nenhum homem para fazer isso, só um bando de maricas. – Afrontou.
Os ânimos esquentaram e os dois partiram um para cima do outro, mas logo foram separados. Isbell correu até Bill puxando o mesmo para outro ambiente.
- Vai lá, seu delinquente bastardo. Vai com seus amiguinhos da banda de trouxas...bando de otários. – Tim gritou provocando Bill que só não retornou porque foi segurado por Jeffrey.
- Devia ter deixado eu dar uma lição naquele babaca. – Bill diz raivosamente.
- São um bando de babacas mesmo e estão bêbados, melhor deixar para lá.
- Pra mim já deu, vou vazar dessa festa idiota. – Bill vai embora sozinho derrubando tudo a sua frente.
Jeffrey olha em volta procurando por Mike, também já estava de saco cheio de estar naquele local.
O albino sai de dentro de casa para o jardim da frente, parando na calçada e olhando para a rua. Não via o companheiro em nenhum lugar, no entanto, uma cena o chamou a atenção.
Não muito distante, Jeffrey enxergou Adam acompanhado de outra garota, uma garota bem conhecida no colégio por ser bastante “atirada”. A garota de cabelos acobreados, sorria para o atacante, enquanto o mesmo conversava junto ao seu ouvido. Não demorou para o jogador colocar o braço em volta de seu pescoço e levar a garota até seu carro, onde adentrou com a mesma saindo logo em seguida.
Jeffrey apenas observou a cena, balançando a cabeça em negação ao entender o que se passava.
- Babaca! – Murmurou.
O albino já havia desistido de procurar Mike e preparava-se para ir embora quando avistou uma loira um tanto desnorteada na calçada.
- Ellen? – Chamou sua atenção. – Você está bem?
- Estou ótima. – Respondeu aos risos. – Muiiiiiiitoooooo... – Gesticulou as mãos para todos os lados.
- Quanto você bebeu? – Indagou.
- Só um pouquinho assim. – Ela fez um sinal de pouquinho, mas depois sorriu piscando para Jeffrey.
- Você tá bêbada? Aquele imbecil embebedou você? – Inquiriu.
- Não, tô bêbada não. Só feeeelizzzzz. – Caiu na risada.
- Motherfucker!!! Você nunca bebeu... – O albino sentia ainda mais raiva de Adam.
- Você viu o Adam? – A loira perguntou olhando para os lados.
- Aquele babac...- Jeffrey pensou em contar, mas assim que viu os olhos de Ellen lhe encarando, calou-se. Não queria feri-la, nem machucá-la. Ela não merecia, pensava. – Não, não o vi Ellen. – Respondeu.
- Eu tenho que ir para casa, já passou do horário. – Diz preocupada.
- Aquele imbecil te deixou assim e sem ninguém? – Rangeu os dentes.
- Ele, ele...- Disse cambaleando e se apoiando no albino.
- Venha. – Ele puxou Ellen até junto uma árvore. – Espere aqui, não vou demorar. Eu te levo para casa. – Disse.
Isbell rapidamente voltou para a casa, saindo logo em seguida.
- O que foi fazer lá dentro? – Ellen indagou.
- Nada demais, apenas avisar o Mike que já estava saindo. – Respondeu.
Ele colocou sua mão ao redor da cintura de Ellen a ajudando a caminhar enquanto iam para casa.
...
- Merda de festa!!! Sabia que devia ter ido para a rua de baixo. – Bill resmungava sozinho pelas ruas de Lafayette.
Havia saído da festa com ódio, queria mesmo ter arrebentando a cara do jogador. Tinha pensado em ir farrear em outro lugar, mas resolveu antes passar em casa, visto que a garota da festa havia derramado nele um pouco de bebida.
Estava de planos apenas entrar rapidamente, trocar de roupa e sair antes que Stephen viesse com seus sermões.
O ruivo adentrou a casa, mas assim que chegou ao corredor, uma Amy bastante preocupada e chorosa veio ao seu encontro.
- Me perdoa Bill, eu não queria, não queria. – A garota chorava desesperada.
- O que foi Amy? Por que está assim? – Ele perguntou preocupado.
- Me perdoa Bill, desculpa...eu prometo que vou te comprar outro. – Disse aos prantos, mostrando seu walkman todo quebrado. – Mas ele descobriu e...- Soluçava.
Bill pegou o toca fita em mãos, vendo-o completamente esmagado. Estava os cacos, sem nenhuma possibilidade de concerto.
- Ele descobriu? – Indagou olhando a irmã. Já sabia muito bem quem poderia ter feito aquilo.
- Eu devia ter sido mais cuidadosa, mas...- Amy continuava a chorar.
Uma raiva surgia dentro do ruivo, não por ter perdido o walkam, mas por Stephen ter tirado aquilo de Amy. Respirou fundo tentando se controlar e quando ia consolá-la e dizer para não se preocupar, o ruivo notou uma marca no rosto da irmã aumentando ainda mais a sua ira.
- Ele fez isso? – Perguntou olhando para o corte no canto direito da boca de Amy. – Ele te bateu Amy?
- Eu estava cantando Angel e... ele disse que isso não era música de garota decente cantar. – Contou com a cabeça baixa.
- Aquele maldito... – Bill saiu furioso, indo em direção a sala onde Stephen estava sentado em sua poltrona assistindo TV.
- Olha, aí está você seu imprestável...não quero que dê essas porcarias para Amy. – Alertou Bill.
- Você que é um imprestável, seu motherfucker. – Bill rebateu.
Stephen admirou-se da resposta do ruivo, levantando-se de sua poltrona, indo até Bill.
- O que foi que disse? – Stephen fitou Bill raivosamente. – Acho que você também está merecendo uma boa lição, seu bastardinho de merda. – Encarou William com rancor.
Bill ergueu ainda mais a cabeça o desafiando, deixando Stephen completamente fora de si, tamanha era a petulância do garoto, pensava.
- Eu vou te ensinar a me respeitar, William. – Stephen ergueu o braço, descendo sua mão em direção ao rosto do ruivo, sendo surpreendido quando ele o segurou rápido e firme.
- Dessa vez não, seu fucker!
...
Os dois amigos voltavam juntos para casa. Às vezes Jeffrey parava para a loira descansar um pouco ou quando se sentia enjoada, afinal a caminhada era longa.
- Caramba Ellen, o que foi que você bebeu? – Perguntou ao ver que a loira não melhorava.
- SUUUUCOOOOO. – Gritou risonha.
- Chegamos! Merda, como você vai entrar? Se teus pais te virem assim, acho que você nunca mais verá a luz do dia. – Diz preocupado enquanto a loira dá de ombros.
- Tive uma ideia, melhor você entrar pela cozinha. Pelo menos as luzes estão apagadas e seus pais já devem estar dormindo e por lá fará menos barulhos. – Ele diz para a loira que começa a rodopiar pelo quintal.
- A noite não está linda, Jeffrey. – Diz dançando no jardim.
- Volta aqui, Ellen. – Ele a puxa pelo braço.
- Tá muito sério, Jeffrey. Coloca um sorriso nessa cara. – Ela encosta na lateral da casa, junto a porta da cozinha, puxando o amigo para junto de si.
Ellen leva suas mãos até o rosto do rapaz, procurando fazer um sorriso com suas bochechas.
- Para Ellen, melhor entrar. – Ele diz.
- Sim, senhor!!! – A garota bate continência.
- Caraca, já tô imaginando a tua ressaca amanhã. – Ele ri.
- Já disse que não estou bêbada. – Ela rebate.
- Imagina se estivesse. – Ele responde com um sorriso no rosto e encara o colar no pescoço da loira.
- Lembra dele? – Ela pergunta.
- Claro, fui eu que te dei. – Diz.
- Foi o segundo melhor presente que você me deu, Jeffrey. – Conta.
- Segundo? E qual foi o primeiro? – Ele ergue as sobrancelhas confuso.
- Você me deu dois presentes nesse dia, não se lembra?
A loira fita o amigo que então se recorda do beijo que trocaram exatamente ali, na porta da cozinha.
- Jeffrey, você é meu melhor amigo, sempre foi...sabe disso, né? – Ela inquire o rapaz que confirma com a cabeça. – Mas tem uma coisa que nunca te falei, um segredo. – Fita os olhos do albino. – Deixa eu te contar ...???
- Diz Ellen, o que é? – Jeffrey olha fixamente nos olhos da loira, encarando-os com desejo.
Naquele momento parecia haver apenas os dois no mundo e nada mais importava. Queria muito ouvir o que ela tinha para lhe dizer, para lhe contar.
- Jeffrey, eu sou...
- O que está acontecendo aqui?
Tão inertes estavam ao seu redor, que mal perceberam quando a porta da cozinha se abriu, revelando uma Mary nada contente a encará-los.
- Merda!!! – Foi tudo que o albino pronunciou.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.