História Words can kill - Culpados

Entro na escola olhando para todos os lados a procura de Noah, ele não está, estou com medo de ficar perto dele, estou com medo de ficar perto de qualquer outro garoto.

Matt: Liv, você viu a Katherine? -- o babaca pergunta, olho ao redor para ter certeza de que ele está falando comigo.
Eu: Não moro com ela.
Matt: Ok, não precisa ser grossa. -- ele revira olhos -- Olha, estou na paz, já cansei de encher seu saco. Você me ajuda e eu te ajudo. Preciso da sua irmã.
Eu: Pra quê? -- arqueio uma sobrancelha.
Matt: Promete que não vai contar para ninguém? -- ele me puxa para um canto, o que me causa arrepios.
Eu: Prometo... -- digo, desconfiada.
Matt: Eu e sua irmã compramos drogas com o Nicolas e agora ele está nos cobrando e nos ameaçando, o prazo é até hoje as 18hr. Não sabemos o que aquele louco é capaz de fazer. -- ele respira fundo.
Eu: Eu definitivamente não sei onde ela está. Se precisar de ajuda eu estarei no mesmo lugar de sempre. Tchau, Matt. -- me despeço, sem muito interesse no que ele disse.
(...)
Somos encaminhados para o pátio do colégio, há várias cadeiras e um palco com um mesa, atrás dela estão sentados vários professores, uns eu nunca vi por aqui.

Diretora: Silêncio, por favor. -- todos se calam. -- Chamei vocês aqui para tratar de um assunto sério. -- ela me olha. -- Qualquer piada ou risadinha o aluno só poderá entrar com um responsável e explicar o motivo pela risada. Estou cansada de vocês. Já estão no terceiro ano do ensino médio e ainda não amadureceram. Até os alunos do sexto ano são mais maduros que vocês. Já chega! Vocês estão aqui para estudar e nada mais, se eu tiver que expulsar todos eu irei expulsar. Enfim, quero falar com vocês a respeito do bullying neste colégio. A situação é bem mais complicada do que eu pensava, tenho em mente que a maioria de vocês fazem piadinhas ou agridem verbalmente e fisicamente algum colega que não tem a capacidade de se defender. Irei pedir nomes e esses alunos irão responder pelos seus atos. Bullying é crime e eu não quero saber disso aqui dentro. Câmeras serão colocadas em todos os locais desse colégio e serão supervisionadas por pessoas que vocês não gostariam de ver bravas, se eu tiver que colocar câmeras no banheiro eu irei colocar, pelo menos até vocês tirarem esse pirralho que existe dentro de vocês. Irão se formar esse ano, entrar numa faculdade e então para o mercado de trabalho, vocês acham que irão conseguir algo agindo dessa forma? Pois bem, não irão. Devemos tratar todos igualmente, não importa a cor da pele, do cabelo, do olho. Não importa se é magro ou gordo. Nada importa. Somos todos iguais por dentro e todos viemos e vamos para o mesmo lugar. Todos iremos morrer igualmente. Todos nascemos pelados e cheios de sangue. Qual a diferença? Pra que tudo isso?. Não quero mais ouvir pessoas se queixando de sofrerem bullying, se eu por acaso ouvir vou querer saber os nomes e essas pessoas responderam pelos seus atos e serão expulsos. Não digam que eu não avisei. Podem sair.
(...)
Saio do colégio, hoje não ouvi tantas coisas ruins, acho que o que a diretora disse amedrontou boa parte dos alunos, mas ainda não acabou.
Meu celular toca assim que entro no carro junto a Jackson. David.
Eu: Oi, David. Já chegou? -- sorrio.
Becky: Liv, não é o David, é a mãe dele, Becky. -- ela parece... diferente.
Eu: Aconteceu alguma coisa? -- pergunto, assustada.
Becky: O David morreu, Liv. O nosso querido David se foi. -- ela chora, tudo ao meu redor fica escuro.
Eu: O quê? Como?.
Becky: Ele estava indo te ver, o carro capotou no caminho a sua casa. Antes de partir ele disse que precisava te deixar feliz porque você era tudo pra ele e que iria tentar uma vida com você se você aceitasse. Eu sinto muito, Liv. Sinto muito por nós duas. -- ela chora. Não posso ter escutado direito.