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História Workaholic - Capítulo 44 Perdão.


Escrita por: OkayAutora

Notas do Autor


Beijos e boa leitura!

Capítulo 44 - Capítulo 44 Perdão.


Capítulo 44 — Perdão.

Após a comoção de sua chegada, Francisco pôde entrar em casa e explicar aos amigos com calma o que tinha acontecido. Tomou um banho para se livrar do pijama sujo e se trocou, com os amigos o esperando na sala. 

Depois disso, a primeira coisa que precisava fazer, era falar com sua mãe, que já tinha sido informada que ele havia voltado, mas que ainda estava desesperada para falar com o seu menino. Pegou seu celular e fez a ligação, ouvindo os berros da mulher, inventando uma desculpa qualquer por ter sumido e tendo que controlar a angústia dela prometendo que a visitaria logo.

— Fran, por que não contou a verdade pra sua mãe? — Augusto quis saber ao vê-lo desligar a chamada. — Uma hora ou outra ela vai ficar sabendo, principalmente porque você vai denunciar esse cara.

— Não. Eu não vou. — Francisco falou seriamente, deixando o celular de lado. — Ele ameaçou a minha família, eu não posso arriscar… Além do mais, o importante é que eu estou bem. 

— E o que mais o Otávio te disse? — Guilherme também perguntou, curioso. 

— Ele quer que eu fique longe do Greg, isso é fácil. — Riu, erguendo os ombros. 

— Isso é o que você diz, mas a senha do seu celular diz outra coisa. — Augusto satirizou, em voz baixa. 

— O quê? — O estudante encarou o amigo.

— Nada, nada… Mas então, o que é que você quer comer? Me fala, que eu faço! Você deve estar morrendo de fome!  — Augusto mudou de assunto, sorrindo para disfarçar. 

•••

Seis dias depois, sexta-feira, vinte e seis de maio.

— Eles disseram que a gente já pode ir até lá pegar os exames. — Guilherme falou ao namorado, após uma ligação do laboratório.

— Por que eles simplesmente não disponibilizam os exames pela internet? — Augusto reclamou. — Eu vou ter um treco assim. 

— Eu não sei, só espero que não tenha dado nada errado, como da outra vez.

— Vou me arrumar e aí nós já vamos. — O loiro falou, indo trocar de roupa.

Foram à clínica juntos, esperançosos, animados para ver seus resultados. Não esperaram muito para pegar seus papéis, mesmo assim, o pouco tempo na sala de espera pareceu infinito para ambos, que mal se aguentaram quando os envelopes chegaram às suas mãos.

Caminharam para fora dali, já abrindo a embalagem para poder saber o que tanto aguardavam, lendo as folhas antes mesmo que chegassem ao carro. Augusto abaixou o papel, vendo seu exame antes, esperando o caçula terminar de ler o dele, para em seguida vê-lo sorrir.

— Negativo. — Guilherme afirmou, com o namorado confirmando que o dele tinha dado o mesmo.

Não se contiveram e se abraçaram no estacionamento, emocionados. Riam e enxugavam as lágrimas um do outro, contentes como crianças. Estavam mais aliviados, mas não totalmente. A apreensão do retorno ao doutor ainda não os deixava em paz. 

Já haviam agendado a consulta e seguiram ao consultório com o coração em mãos. Estavam ansiosos por terem que enfrentar a sala de espera novamente, procurando as melhores poltronas para se acomodarem. Guilherme não pôde deixar de perceber que Augusto se contorceu um pouco em busca de uma posição confortável para sentar.

— Qual o problema? — Questionou.

— Tem doído um pouco quando eu sento. Ficou pior desde ontem. — Informou o namorado. 

— Calma, a gente vai descobrir do que se trata, pelo menos já excluímos algumas possibilidades. — Guilherme tentou acalmá-lo, se esforçando para não demonstrar nervosismo. 

Após alguns minutos de espera, os dois finalmente foram chamados para se encaminharem ao consultório, sendo levados ao médico especialista, que os esperava na porta. 

— Bom dia, cavalheiros. — Saudou.

— Bom dia, doutor, como vão as coisas? — Cumprimentou Guilherme, com Augusto permanecendo em silêncio. 

— Tudo ótimo. E com vocês? Me contem as novidades. — O urologista questionou, guiando-os às poltronas, acomodando-se do outro lado da mesa. 

Guilherme foi quem ficou calado desta vez, esperando que Augusto contasse o que estava sentindo. Demorou um pouco até que o loiro se tocasse, ficando levemente constrangido, então, primeiro entregou seus exames ao médico, que abriu-os e passou os olhos pelo papel.

— Recentemente, eu tenho sentido um pouco de dor ao sentar, mas principalmente em superfícies duras. — Contou. — É difícil achar uma posição confortável.

— Se não é nenhuma IST, como estou vendo aqui e também anteriormente excluímos a possibilidade de um câncer colo-retal, o que é ótimo, podemos ficar tranquilos, mas ainda assim, eu acho que a notícia pode ser um pouco preocupante. — O médico admitiu, fechando a caderneta de exames. — Provavelmente, você está com hemorróidas.

Augusto e Guilherme se encararam por alguns instantes, absorvendo a informação com uma leve tensão entre si. E então Guilherme começou a rir.

— O que é tão engraçado? — Questionou o médico, notando que Augusto estava igualmente confuso.

— Me desculpem, mas... Não consigo acreditar que essa preocupação toda foi por causa de uma simples hemorróida. — Afirmou Guilherme, acalmando o riso e respirando fundo.

— Não é nenhum bicho de sete cabeças, mas simples não é bem a palavra correta, muitos subestimam e ignoram os tratamentos corretos.  — O urologista corrigiu. — Trata-se de uma inflamação nos vasos do canal anal, mais especificamente de veias. Apesar de existirem muitos remédios que prometem "acabar com as hemorróidas", eles apenas atenuam os sintomas. O tratamento definitivo é feito cirurgicamente.

— Cirurgia? — Questionou o rapaz, agora completamente sério.

— Não é de alto risco e eu posso recomendar a vocês uma cirurgiã altamente qualificada e que poderá fazê-la o mais rápido possível. — Declarou. — Mas, caso queiram pensar um pouco mais, posso receitar uma pomada para aliviar a dor enquanto isso. Até lá, viagens de carro ou de avião que exijam muito tempo sentado são totalmente contra indicadas. — Foi ditando enquanto escrevia. — E relações anais são totalmente descartáveis.

— Qual é o nome da cirurgiã? — Perguntou Guilherme apressadamente, fazendo as bochechas de Augusto queimarem de constrangimento.

•••

Otávio pediu um táxi, saindo do hospital debilitado, com os braços e pernas envoltos em curativos por conta dos pontos ainda não cicatrizados. Entrou no veículo com dificuldade para sentar, com seu corpo todo dolorido, dando o endereço da chácara ao motorista.

Durante o caminho todo, tentou entrar em contato com Maximiliano, mesmo que o supervisor não respondesse suas mensagens, não desistiria de tentar entrar em contato com ele, precisava da ajuda dele como nunca.

Ao olhar para a sua lista de contatos, leu o nome de Gregório e instintivamente quis ligar para ele. Se sentia péssimo, aqueles dias solitários no hospital tinham lhe feito refletir sobre quais estavam sendo as suas prioridades e que tipo de ser humano era.

Chegando em sua propriedade, pagou o motorista e desceu, levando o pouco das suas coisas que estavam consigo. Caminhou vagarosamente até a casa, respeitando o ritmo que seu corpo deixava, não querendo forçar os pontos. O simples fato de ter que repousar por pelo menos mais uma semana inteira já lhe deixava entediado. 

Deixou suas coisas de lado ao entrar, querendo encontrar alguém, andando pelos cômodos. Não achou Max e nenhum funcionário estava por perto, nem mesmo os caseiros. Suspirou, estava cansado de se sentir sozinho, só tendo uma pessoa em mente naquele instante.

Pegou a chave de sua caminhonete e mesmo estando proibido daquilo e nem sabendo como faria para dirigir, foi ao seu carro, passando o trajeto todo dirigindo com cuidado para não forçar seus pontos. O caminho foi difícil, mas o pior era não saber o que diria assim que encontrasse quem procurava. Sabia que o que tinha feito não tinha perdão, mas mesmo assim, quis arriscar, afinal, ele era a pessoa que queria para o resto de sua vida.

Chegando, tocou o interfone e esperou ser recebido, temendo não ser atendido. Para sua surpresa, ele apareceu, abrindo o portão, cruzando os braços em seguida. Agora Maximiliano o encarava em silêncio, esperando para descobrir o que ele tinha a dizer:

— Oi. — Otávio falou, abrindo um sorriso desengonçado.

— Oi? — O supervisor inquiriu, exibindo sua expressão de desânimo. — Só tem isso a me dizer?

— Por que eu não te vi mais? Eu fiquei todos esses dias sozinho no hospital, tentei falar pra você que eu ia sair hoje, mas você não atendia e nem via as mensagens. — Otávio afirmou, entristecido. 

— Eu preciso mesmo responder? Depois da última situação em que "foi tudo minha culpa",  eu não estava disposto a trazer mais infortúnio. — Declarou com ódio, controlando a própria vontade de chorar.

— Isso... Você sabe que não é verdade, não é? — Deu um passo para a frente, sentindo dor no corpo todo. — Eu falei da boca pra fora… Eu estava com raiva naquele dia, não era sério. 

— Não interessa, chega um ponto que a gente cansa. — Max suspirou, olhando para o homem enfaixado em todas as regiões expostas. 

— Nada foi culpa sua, nada… — Tentou tocá-lo, mas o supervisor afastou sua mão. — Foi tudo culpa minha.

— Só vai embora… — Encarou-o, tentando não se deixar levar pela expressão de cachorro abandonado do outro. — Eu fiquei muito magoado.

— Eu sei que eu não sou de pedir perdão, mas eu nunca estive tão arrependido. Por favor, Max… Eu fiz besteira. — Admitiu o outro, coçando o olho para disfarçar uma lágrima que teimava em escapar por ali.

— E olha o quanto demorou para você perceber isso. — Max acusou.

— Todos esses dias... Sozinho. Ninguém estava lá comigo, nem você. — Relatou, enxugando uma lágrima do lado esquerdo da bochecha. — Foi aí que eu percebi que você sempre esteve comigo, mesmo que não concordasse com nada que eu decidia fazer. 

Não havia raiva no tom de Otávio, parecia mais uma constatação dolorosa, que fez com que o interior de Maximiliano amolecesse um pouco de todo o rancor que sentiu na última semana.

— Todo mundo tem um limite, Otávio. — Max afirmou. — Eu não aguentava mais ver você se matando por alguém que não te ama e que você sabe muito bem que não daria certo, principalmente depois do que você decidiu fazer. Você foi longe demais, sabe disso, não sabe? 

— Eu sei... E eu sei mais ainda que fiquei seis dias naquele hospital esperando que alguém aparecesse. No começo, eu não sabia quem, algumas vezes me forçava a pensar no Gregório. Só que depois eu percebi que... Era você a primeira pessoa que passava pela minha mente quando eu olhava para a porta aberta. — O empresário declarou, parando de enxugar as lágrimas que caíam por seu rosto. — Era por você que eu perguntava quando as enfermeiras entravam para ver os curativos. Consegue me imaginar? Feito uma criança perguntando "o Max não veio hoje?". Doía quando elas diziam "sinto muito, não recebemos nenhum Max".

— Achei que não quisesse mais me ver. — Afirmou Maximiliano, sensibilizado pelo que via. Não recordava de sequer uma vez em seu tempo juntos em que Otávio tivesse chorado.

— Eu nunca soube o que eu realmente queria. — Otávio disse, encarando-o profundamente nos olhos. — Por que eu queria tanto o Gregório? Eu sou algum tipo de psicopata obcecado, não sou?

— Não sou eu quem pode te dizer essas coisas, Otávio. — O supervisor sentiu seus olhos arderem com a formação de algumas lágrimas e respirou fundo para controlá-las.

— Só tem uma coisa que eu quero agora... — O empresário enxugou mais uma vez o rosto, tomando cuidado com as feridas nas mãos. — Que você me perdoe. Você era o único que estava lá comigo a todo momento e eu nunca percebi. Você merecia mais que isso. E eu posso ser cara de pau por isso, mas eu gostaria de uma segunda chance com você.

— Não é bem a segunda. — Max bufou, tentando não deixar que as lágrimas saíssem junto com as palavras. — E não sei o que me garante que não vai mais haver Gregório entre nós.

— Só a minha palavra. Eu quero ser seu, sem Gregório ou estagiário para nos atrapalhar. — Prometeu.

— Eu sempre quis o melhor pra você, Otávio.

— Você é o melhor. — Otávio, mesmo com dificuldade, começou a dobrar os joelhos e Maximiliano se apressou em contê-lo, segurando em seus ombros, impedindo que ele caísse. — Eu fico de joelhos, se for preciso. Só quero que confie em mim mais uma vez.

— Preciso que jure pra mim que dessa vez vamos ser só nós dois.

— Eu juro. E se eu deixar alguma coisa nos atrapalhar mais uma vez, eu mesmo me jogo naquele canil de novo. — Declarou o empresário.

Max o conhecia o suficiente para saber que aquilo não era brincadeira. Apenas o abraçou e sentiu-o acomodar a cabeça em seu ombro, como uma criança que procura um colo confortável para descansar.

— Obrigado. — Otávio sussurrou.

— Eu te amo. — Max declarou, respirando fundo mediante a expectativa da reação de Otávio.

Braços cuidadosos e doloridos apertaram seus ombros e ele se sentiu relaxado ao ouvir a tão sonhada resposta:

— Eu também te amo.

•••

Já de volta à casa do namorado, Guilherme desligou a chamada em que estava no celular, ainda sem conseguir processar a informação recebida.

— Quem era, Gui? — Augusto perguntou, notando a preocupação dele.

— Rosa, a nossa governanta. Ela disse que está preocupada, falou que o Greg está comendo pouco esses dias. — Guilherme respondeu, refletindo no que ouviu. — É ela quem faz a comida e percebe quando alguém andou mexendo na cozinha.

— Você ainda não tá falando com ele? — Augusto quis saber. 

— Não… — Guilherme constrangeu-se. — A última vez que falei com ele foi no dia do sumiço do Francisco. Eu nem sei o que ele anda fazendo, ele também tentou parar de ligar e mandar mensagem.

— Você devia ter respondido ele, poxa. — Augusto revelou. — Ele deve estar mal com tudo isso, além de que ele fica sozinho lá, né? 

— Bom, a Rosa falou pra eu ir ver como ele está, disse que os horários às vezes não coincidem e ela não consegue falar direito com ele, então quer saber o que tá acontecendo pra ele não estar comendo. — O mais novo informou. 

— Às vezes ele está comendo fora, vai saber. — O namorado sugeriu. 

— Conhecendo o Greg, ele não trocaria a comida da Rosa por nenhum restaurante. — Informou o blogueiro, contrariado. — Vou dar uma passada lá pra pegar minhas coisas mais tarde, aí aproveito e vejo o que está acontecendo. Só não quero acreditar que ele esteja sofrendo por causa daquele traste do Otávio de novo... Era a única coisa que deixava ele assim antigamente.

— Gui, eu sei que o que o Greg fez foi pesado, mas... Tenta conversar com ele mais uma vez, seu irmão não era assim. — Augusto pediu, preocupado não só com Gregório, mas também com a relação dos dois.

Guilherme sempre deixou claro que eram melhores amigos, então não podiam deixar tudo isso acabar por causa de um desastre, principalmente quando a maior parte das coisas já estavam resolvidas. Nunca antes ficaram tantos dias sem se falar e sentiam falta um do outro. 

Como combinado, no final da tarde, Guilherme foi para a casa do irmão, usando a própria chave para entrar. Entrou e viu que tudo estava silencioso, mas sabia que o irmão estava ali por ver o carro dele na garagem.

Antes de ir ao quarto, foi até a cozinha para verificar as informações que Rosa tinha passado. Lasanha à bolonhesa, purê de batata e arroz com brócolis estavam perfeitamente intocados em cima do fogão, cobertos com filme plástico.

Guilherme foi então em busca de Gregório, encontrando-o no escritório.

Ao ver o irmão, os olhos do gerente se iluminaram e rapidamente ele soltou a caneta que estava usando para assinar um papel, ficando de pé prontamente. Os cabelos castanhos dele estavam bagunçados, bolsas escuras e profundas marcavam o redor de seus olhos e o branco que cercava o verde de suas íris estava completamente avermelhado. Até mesmo a barba, geralmente feita e bem cuidada, estava com o tamanho acima do normal.

— Gui! Você está bem? — Perguntou, sem qualquer enrolação.

— Oi… Tô bem. — Respondeu, notando a aparência do irmão, um pouco assustado. — E você? 

— Tô bem, também. — Gregório abriu um sorriso não muito convincente. — Não sabia que você vinha. 

— Ah, só vim buscar umas coisas e deixar as roupas sujas para me manter mais tempo no Augusto. — Não era totalmente mentira, mas não queria falar que o motivo de estar ali era para vê-lo.

— E está tudo bem com ele?

— Ah, mais ou menos, nossos exames saíram hoje, está tudo certo com o nosso sangue, nós estamos limpos. Mas ele vai precisar passar por uma cirurgia. — Guilherme explicou, rapidamente. — No cu, pra ajudar.

— O quê? — Gregório indagou, sem entender.

— Ele está com uma hemorroida terrível, depois de amanhã já é a cirurgia. 

— É sério?!

— É, então ele vai precisar muito de mim. — Falou, sem saber como continuar o assunto. 

— Eu imagino mesmo… — Gregório concordou, ainda atônito pela visão do irmão ali.

— Olha, Greg, eu não vim pra cá só pra pegar as minhas coisas, na verdade, vim pra te perguntar uma coisa. — Guilherme tomou coragem para dizer, encarando-o. 

— Pode falar, Gui. 

— A Rosa me falou que você não tem comido, o que aconteceu? — O mais novo questionou, duramente, ainda que por dentro se sentisse mal ao ver o estado do irmão.

— Só muito trabalho para adiantar. — Justificou Gregório.

— Adiantar? — Guilherme ergueu uma sobrancelha, se aproximando da mesa para ver os contratos que ele estava assinando. — Dezoito de novembro? Greg!

— Os contratos têm que ser revisados com antecedência, mesmo. E me lembrei que preciso conferir o design dos panfletos de dois clientes ainda hoje. — Relatou, parecendo meio grogue enquanto falava, o que fez outra percepção cair sobre Guilherme.

— Há quanto tempo você não dorme? 

— Não sei, acho que cochilei uma hora ontem.

— Uma hora?! Greg, você está se maltratando de novo! — Assustou-se, se aproximando do irmão. — Você tem que dormir!

— Você sabe que eu durmo pouco, tô acostumado… — O gerente tentou se defender. — E eu preciso trabalhar… 

— Por favor, me diz que não é por causa do Otávio que você tá assim. 

— O quê? Não! — Gregório tentou passar força em sua negação, mas passou também dor através do nó que se desatou em sua garganta e embargou sua voz. — Eu só...  

— O quê?

— Tô sentindo muito a sua falta, Gui. — Falou tristemente, com a frase acertando em cheio o peito do irmão.  

Antes que Guilherme conseguisse dizer alguma coisa, os braços de Gregório o cercaram e o gerente caiu aos prantos em seus ombros.

— Por favor, me perdoa, Gui. — Apertou o tecido da roupa do irmão em meio ao abraço. — Me perdoa… 

Guilherme surpreendeu-se com o gesto repentino, acariciando-o nas costas, ouvindo-o fungar e voltar a dizer:

— Eu nunca quis te machucar… Eu não queria fazer aquilo... No fim eu fui como o Otávio, mas... — Disse entre soluços. — Eu não sei o que deu em mim. 

— Calma… — Afagou os cabelos do irmão. — Eu estou aqui… Não quero que chore por isso.

— Ele parecia me amar tanto, mas... — O gerente fungou, com o peito retraindo. — Eu não percebia que não era amor, ele só me causava mais sofrimento.

— Greg... — Guilherme iniciou, sendo interrompido pelo irmão.

— Eu perdi tudo na minha vida por causa dele, tudo! Tudo o que já amei e que me fez feliz! — O choro se intensificou, enquanto o irmão ainda o abraçava. — Só que eu não quero e não posso perder você, Gui, não posso… Eu te imploro, por favor, me perdoa. Me perdoa...

— Shh, calma… Tá tudo bem, Greg. Eu estou aqui, eu prometo. — Falou, tentando conter as próprias lágrimas, enquanto o irmão encharcava seu ombro. — Eu amo você, tá? 

O choro finalmente foi fraquejando e Guilherme sentiu o peso de Gregório aumentar sobre si. 

— Greg, você não vai dormir no meu ombro, vai? — Perguntou, tentando descontrair o momento, mas o peso inteiro de Gregório caiu sobre ele e Guilherme se assustou, tentando segurá-lo. — Greg? Ei, acorda! Você é pesado!

Ao perceber que o irmão não estava respondendo e nem reagindo, Guilherme entrou em alerta, finalmente notando que ele não estava mais consciente.

— Greg, acorda! — Insistiu, tentando não entrar em desespero, enquanto segurava o corpo do irmão com mal jeito, para tentar deitá-lo no chão. Quando conseguiu descansar a cabeça dele cuidadosamente, pegou o celular, pensando em ligar para Augusto, mas ao invés disso, ligou para o número mais importante na ocasião, ficando impaciente por uma resposta.

— Emergência, em que posso ajudar?

— Preciso de uma ambulância, rápido! Meu irmão desmaiou!

 


Notas Finais


Reta final!


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