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História Written In The Stars S02 - Oh Na Na


Escrita por: SkyWithDiamond

Capítulo 29 - Oh Na Na


...

Sansa olhava para o garoto a sua frente, ele parecia bem confortável mesmo com a dolorosa agulha entrando em sua pele, a psicóloga segurou na outra mão do garoto e ele sorriu. Depois de ter contado a estória para a madre superior, Sansa conseguiu a liberação de Artur para fazer os exames, a ruiva em nenhum momento disse o motivo para o garoto, ela não poderia dizer nada enquanto não fosse provado que Dany era mãe do garoto, então ela apenas deu uma desculpa que ele pareceu aceitar.

- E foi – respondeu o enfermeiro olhando para o garoto e tirando o ultimo tubo com o sangue de Artur – Acabou a tortura Artie – disse o simpático homem para a criança. Artur sorriu em resposta.

- Eu volto logo ok? – sussurrou Sansa para Artur, a ruiva olhou para a freira ao lado do garoto e ela concordou, como se dissesse que ficaria com ele.

Sansa saiu da sala acompanhada do enfermeiro, que por sinal era seu irmão.

- Ei como está lidando com isso? – o jovem de cabelos negros e cacheados entregou a amostra de sangue à outra enfermeira para que ele pudesse ter um momento com sua irmã. Os dois sentaram em um banco ao lado de um dos quartos dos pacientes – Eu sei o quanto aquela criança significa para você, e pelo o que me disse parece que encontraram a mãe? Dany não é mesmo? Acho que foi esse o nome que você disse – ele tentou lembrar exatamente das palavras da irmã na noite passada, porém só conseguiu guardar parte da conversa e o nome da mulher.

- Há grandes chances de ser ela, Robb – Sansa tinha um sorriso, e Robb não sabia se era aquela reação que ele esperava, até onde ele sabia Sansa amava aquela criança como se fosse sua, e se a mãe realmente estiver aparecido, significaria que Sansa não o veria mais – Eu a conheço, é uma história louca, mas eu estou feliz com isso, ela é incrível, se você a conhecesse... – Robb observou o sorriso bobo no rosto da irmã e isso trouxe alguns questionamentos – É gentil, carinhosa, inteligente, tem um coração tão puro que é difícil de acreditar que ela é real.

- Parece que alguém tem uma queda por um certo alguém – comentou o enfermeiro fazendo com que as bochechas da irmã ficassem tão perto da tonalidade do cabelo da mesma.

- Não enche Robb – retrucou com um sorriso envergonhado. Robb sorriu e pegou uma das mãos de sua irmã.

- Ei, se ela é tão incrível assim vai fundo – encorajou – Eu sei que Margaery sempre vai está presente no seu coração, mas ela se foi há quase seis anos Sansa, ela gostaria que você fosse feliz, ela não iria querer que você passasse o resto da sua vida lamentando sua morte – as palavras de Robb trouxeram algumas lembranças melancólicas para sua irmã e foi quando a ruiva recebeu o conforto no abraço do irmão – Vai ser feliz minha irmã, dê uma chance a você mesma – incentivou.

Sansa sorriu e saiu do abraço apenas para poder olhar para o irmão, de todos os seus irmãos, Robb era o mais próximo da ruiva, talvez por eles morarem na mesma cidade.

- Eu não sei, acho que ela nem ao menos é lésbica ou bi – retrucou dando de ombros, era óbvio sua pequena paixão por Dany, porém não era algo no qual ela esperava ser recíproco.

- Sentimentos não tem gênero Sansa – disse levantando quando ouviu um dos colegas lhe chamar – Se eu fosse você arriscava com essa Dany, porque Talisa já está fazendo um perfil online em sites de relacionamentos para você – Sansa gargalhou porque sabia que a esposa do irmão era capaz de tal coisa – Eu tenho que ir agora, mas assim que os exames de Artur estiverem prontos eu ligo para você.

- Tudo bem, Dany provavelmente irá aparecer por aqui para fazer os mesmos exames e se por acaso você for responsável pela a coleta dela, por favor, não venha dar uma de cupido – pediu também levantando, ela semicerrou os olhos para o irmão quando ele ficou calado – Robb!

- Tudo bem, eu prometo, mas talvez seja Talisa que irá fazer o exame e você sabe como ela é, adora dar uma de cupido, mas enfim eu tenho que ir agora – Robb beijou o rosto da irmã e correu não dando tempo para ela argumentar, Sansa girou os olhos, porém sorriu.

Sansa voltou para a sala onde deixou Artur, ela ficou parada na porta, um sorriso apareceu quando o garoto olhou para ela, Sansa sabia antecipadamente que quando Artur soubesse que sua mãe estava mais perto do que ele imaginava, ele iria finalmente se sentir feliz.

...

Lexa olhava para as duas garotas a sua frente, Anya e Elyza estavam sentadas lado a lado, as duas garotas que eram totalmente diferentes em tudo, tinham agora a exata mesma expressão, um sorriso bobo, um olhar distante e não se moviam. Lexa havia mandado uma foto das duas para Abby, estava com medo de ser algo relacionado há alguma doença ou algo do tipo, porém Abby prontamente respondeu que não havia nada que ela pudesse fazer para ajudar, então Lexa continuou ali olhando para as duas, tentando imaginar o que havia acontecido.

A atriz se aproximou das duas, sua mão acenou próximo ao rosto das duas, mas nenhuma se moveu ou tirou o sorriso bobo, que agora parecia assustador para Lexa. A atriz saiu da sala e foi procurar por ajuda, Clarke que ainda estava ao telefone ouvindo Becca reclamar de algo, acompanhou sua esposa. Lexa apontou para as duas ao sofá e Clarke girou os olhos, não dando importância para aquilo, a loira ignorou a esposa e voltou a caminhar para o lado oposto enquanto rebatia as reclamações de Becca.

Lexa foi até a cozinha e trouxe um copo cheio d’água, voltou a ficar diante das duas e jogou a água no rosto de Anya que finalmente despertou.

- LEXA! – gritou assustada, Anya passou sua mão ao rosto tentando tirar os resíduos de água dali – ENLOQUECEU?! – gritou ainda chateada.

- Desculpa, mas eu estava preocupada. Você parecia está tendo um derrame cerebral ou algo assim, Abby disse que não era nada demais, mas eu fiquei preocupada.

Anya enxugou seu rosto no tecido fino da blusa da garotinha ao seu lado e quando olhou para Lyz achou estranho o sorriso bobo e o olhar distante da garota.

- Sua filha está com defeito – apontou para a loira.

- Você estava da mesma forma, o que houve? – perguntou curiosa. Lexa sentou ao lado da amiga, e Anya tentou despertar Lyz daquele transe, porém a garotinha parecia bem da forma que estava – Anya – chamou pedindo sua atenção. Anya voltou para a amiga e lembrou-se de Becca e um sorriso voltou a aparecer – Ah não, de novo não!

- Becca – explicou suspirando, ela nunca imaginava que seria uma boba quando apaixonada, ela nem ao menos imaginava está apaixonada – Conversamos novamente e dessa vez é pra valer, descobrimos uma forma de dar certo. Ela vai para Suíça, porém estaremos namorando com todos os rótulos e até anel de compromisso, o que me faz lembrar que sua amiga é dona da joalheira, então talvez eu tenha algum desconto, certo?

- Sério?! – a surpresa de Lexa era tamanha que Anya voltou a sorrir feito boba – ANYA! – Lexa abraçou a amiga, ela realmente não imaginava ser algo assim – E como vocês vão fazer isso? – perguntou curiosa, ela não imaginava que Anya realmente arriscaria naquele relacionamento a distância.

- Eu demorei muito a admitir o que eu sentia por ela, quando eu finalmente me libertei desse medo e resolvi perdoá-la com o coração, eu não pude deixar que ela escapasse, eu a amo Lexa, o que vier de obstáculos tenho certeza de que eu e ela conseguiremos lidar – Lexa gargalhou alto deixando a confusão estampada no rosto da amiga – Qual é a graça?

- Eu não acredito que eu estou viva para ver você toda apaixonada e por Becca – a atriz continuava a gargalhar e Anya deu de ombros, já não se importava com as implicâncias sobre seus sentimentos.

- Sabe o que é mais engraçado ainda? – Anya então seguiu Lexa com uma gargalhada tão verdadeira quanto a da amiga, Anya levou uma mão a barriga ainda gargalhando e Lexa esperava ansiosa com um sorriso no rosto para que Anya compartilhasse o motivo da risada – Sua filha com essa idade já é trouxa pela a “amiguinha” – disse Anya apontando para Lyz que continuava com um sorriso bobo e olhar distante, Lexa imediatamente fechou o sorriso e Anya gargalhou alto.

- Você não sabe brincar – retrucou cruzando os braços. Anya sorriu ainda achando engraçado o modo como Lexa havia parado de sorrir por algo bobo.

Anya levantou do sofá e deu uma ultima olhada na sobrinha, ela voltou para Lexa que ainda parecia irritada.

- Lyz é a cara de Clarke, e tem uma personalidade muito mais cativante do que a mãe, não vejo a hora de ela chegar à adolescência, você vai ter um infarto a cada dia – Anya deu leves batidas no ombro da amiga e desfilou para longe, deixando Lexa com pensamentos desagradáveis.

...

Robb sorriu fraco quando viu Dany fechar os olhos quando a agulha penetrou em sua pele, o enfermeiro havia se lembrado do aviso de sua irmã sobre não ultrapassar os limites dando uma de cupido, porém ao ver a bela jovem a sua frente e as poucas palavras que havia trocado, ele não poderia simplesmente ficar calado esperando sua irmã agir.

- Então... Sansa fala muito sobre você – comentou enquanto trocava os tubos, Dany abriu os olhos como se fosse seguro fazer isso. Ela viu o sorriso de Robb e se perguntou se o homem era algo romanticamente falando de Sansa – É que eu sou irmão dela então – ele deu de ombros e nem ao menos notou o sorriso tímido de Dany ao ouvir aquilo – A propósito eu sou Robb – o homem cuidadosamente tirou a agulha causando um alivio na outra.

- Espero que sejam coisas boas – comentou. Robb não havia passado muito tempo com a garota, porém sua simpatia e sorriso o cativaram de imediato, fazendo-o torcer para que algo além de amizade saísse entre as duas – Sua irmã é incrível.

- É o que sempre digo a ela – o homem sem sair da sua cadeira, se moveu com a cadeira para o pequeno balcão, colocando as amostras de sangue no lugar apropriado – Mas ela é daquele tipo que é muito humilde para admitir isso a si mesma.

- Foi o que eu percebi, ela sempre foi assim? – perguntou interessada em saber mais sobre a ruiva, e a perspectiva do irmão da mulher parecia ser uma boa opção.

- Somos de uma grande família, vários irmãos e de todos Sansa sempre foi a mais protetora entre nós, sempre se certificando de que tudo estava bem com todos. A princípio ela quis seguir medicina, salvar pessoas era seu objetivo, até que em uma visita voluntária a um orfanato se apaixonou pelas as crianças e percebeu que havia muito mais trabalho que poderia ser feito ali do que no hospital – Robb tirou suas luvas e arrastou sua cadeira de volta para Dany – Sansa é

- Não acredite em tudo o que ele diz – os dois olharam para a porta da sala para encontrar Sansa com um sorriso, escondendo o nervosismo de ver seu irmão fazendo exatamente o que ela havia negado – Eu sou a favorita dele então vai sempre me colocar em bons lençóis.

- O quê? Isso não é verdade, Arya é minha favorita – corrigiu fazendo Sansa gargalhar, a ruiva se aproximou e levou uma mão ao ombro do irmão, fazendo uma grande pressão ali mostrando que não estava tão feliz por aquela cena – Eu só estava falando para Dany o motivo de você ter entrado na psicologia.

- Ele só me falou aquilo que eu já sabia, que você é um ser humano incrível – o elogio de Dany fez Sansa corar violentamente e se não fosse pelo o aperto ainda maior em seu ombro, Robb teria gargalhado ao ver a irmã envergonhada.

- Bom, eu vou deixar vocês sozinhas. Vou levar a coleta de Dany para comparar com o de Artie – o apelido carinhoso a Artur fez Dany imaginar que de alguma forma Artur fazia parte da família de Sansa, ou pelo menos de momentos importantes – Foi um prazer conhecê-la Dany – ele virou-se para a mulher e pôs um sorriso sincero no rosto.

- Igualmente Robb.

Robb olhou para a irmã como se pedisse para ela fazer algo a respeito de Dany, porém tudo o que a psicóloga fez foi girar os olhos. O enfermeiro pegou os tubos de sangue e colocou dentro da caixa de isopor, caminhou para fora da sala, mas parou seus pés e virou-se para voltar a encarar Dany.

- Ei, eu sei que vai parecer estanho perguntar isso, mas – Robb começou a falar e Sansa imediatamente quis impedir o irmão de continuar aquela sentença – Minha esposa e eu vamos dar um jantar hoje à noite, adoraríamos ter você e Sansa conosco.

- É muito gentil de sua parte, mas eu já tenho planos para hoje à noite – lamentou realmente interessada em descobrir mais sobre a ruiva, e ela havia gostado do enfermeiro.

- Tudo bem, contanto que possa ir a uma próxima vez? – insistiu deixando Sansa querendo imediatamente ser tirada daquela situação desconfortável.

- Eu iria adorar, claro, se não for nenhum incômodo para Sansa – dessa vez ela olhou para a ruiva, queria ter certeza de que as próximas palavras da mulher correspondessem com sua feição.

- Claro que eu quero que você vá Dany, mas sinta-se livre para dizer não, eu sei o quanto meu irmão pode ser inconveniente e se esse pedido parecer demais tudo bem não aceitar – foi a vez de Robb girar os olhos com o que ouvira da irmã. Dany apenas sorriu e ele entendeu como um sim.

- Ótimo, então depois nos falamos – Robb piscou para Dany e saiu da sala deixando as duas finalmente a sós.

Sansa parecia envergonhada e Dany apenas a observou, a psicóloga puxou a cadeira que antes era de Robb e sentou-se diante a amiga.

- Então, já que você me convidou para algo eu queria fazer o mesmo – Dany alcançou sua bolsa e tirou dois convites – Hoje é a exposição de uma amiga minha – Dany trocou com Sansa e dessa vez ela quem estava envergonhada, e Sansa não poderia achar mais adorável aquela cena – Não gostaria de me acompanhar?

Sansa se perguntou se estava lendo todos os sinais com seu cérebro ou coração, porque um mostrava que cada palavra ou gesto era apenas com intenção de amizade, porém o outro lado sentia, tinha esperança e acreditava que cada palavra, cada sorriso e flerte sutil era para algo além de amizade, naquele momento Sansa não sabia que lado escolher.

- Tudo bem se não q

- Eu adoraria Dany – respondeu não esperando Dany entrar em pânico, as duas sorriram esperando ansiosamente por outro “encontro”.

- Ótimo, eu tenho que voltar ao trabalho, vejo você a noite? – Sansa concordou e levantou quando Dany fez o mesmo – Obrigada mais uma vez por me ajudar.

- Imagina...

Dany pegou sua bolsa e sem saber exatamente como se despedir resolveu não fazer aquilo, então se sentindo desconcertada deixou a sala, Sansa virou-se para acompanhar com o olhar a mulher ficar cada vez mais longe de si.

...

Luna estava sentada no confortável sofá, suas mãos cuidadosamente no topo da barriga, ela estava tão exausta mesmo sem fazer nada que nem ao menos tinha vontade de se posicionar diante da situação. Ela olhava fixamente para o casal diante de si, estavam em pé, uma diante da outra, estavam tentando ganhar uma discussão. Luna estava focada naquela conversa nada agradável entre as advogadas, Raven elevava a sua voz para calar Octavia, quando percebia que havia magoado a esposa com algum comentário, ela diminuía seu tom de voz, Octavia jogava argumentos que por alguma razão fazia Luna sorrir com o quão bobos eram. Luna suspirou já se cansando, ela não sabia quanto tempo estavam ali naquela mesma cena, porém imaginava ser um longo período.

- Rae... – a voz mansa de Octavia mostrava o quanto ela queria terminar a discussão, a mulher tocou o braço da esposa e Raven negou como se não fosse o bastante.

- Não vem com “Rae”, tem ideia do quanto isso é arriscado Octavia? – disse a advogada também cansada daquela discussão. Olhou para Luna que permanecia calada, e Octavia acompanhou o olhar da esposa – Luna não pode entrar em um avião, a qualquer momento ela pode ter nossos bebês, vai que isso acontece enquanto estamos no avião, o que vamos fazer? – por mais que Raven quisesse ir à cerimônia das amigas, não poderia deixar Luna ali ou levá-la – Não é aconselhável.

- Não é como se fossemos viajar por uma companhia aérea Raven – disse sabendo uma das razoes de grávidas prestes a ter o bebê não poder viajar era por conta das companhias aéreas que não permitiam – Voaremos em um avião particular, não é tão longe e outra, Abby irá conosco, na pior das hipóteses ela pode fazer o parto no avião – disse achando a solução e tentando convencer a esposa pela décima vez. Octavia sentou-se ao lado de Luna e levou sua mão a barriga da mulher.

Raven tentou disfarçar o leve incômodo que foi ao ver aquela cena diante de seus olhos, Octavia com um olhar apaixonante olhando para Luna enquanto a mão descansava na barriga da outra, era absurdo sentir ciúmes de Luna, mas Raven não conseguiu evitar.

- O que acha Luna? – perguntou Octavia na esperança de que dessa vez Luna apoiasse sua ideia.

Luna olhou para Raven e se perguntou se valia a pena arriscar ir contra a mulher que claramente parecia ter mais voz naquela relação. Luna voltou de novo para Octavia e sorriu, Raven sabia que havia perdido seu apoio.

- Bom, eu nunca viajei assim, não vou negar que adoraria visitar e como Octavia falou vai ter uma médica no avião, então não tenho com o que me preocupar certo? Além do mais, eu acho que eles vão demorar mais alguns dias para querer conhecer o mundo – explicou ansiosa para que aquilo acontecesse.

Octavia e Luna seguiram para olhar Raven, a outra ainda parecia indecisa com tudo.

- Qual é Rae? Eu sou praticamente o cupido que juntou as duas, eu não posso perder algo tão importante quanto isso, elas são nossas melhores amigas – incentivou um pouco mais.

Raven sentou do outro lado de Luna e sua mão também repousou sobre a barriga da mulher junto com a da esposa. A advogada levou seu rosto para o lugar de suas mãos como se estivesse prestes a contar um segredo para os filhos.

- Aguenta mais um pouquinho, todos vocês – disse para a barriga e Octavia sorriu finalmente ganhando uma discussão – Vocês não vão querer roubar o momento de Clarke, ela seria uma tia furiosa se isso acontecesse – Raven falava sorrindo, nem parecia a fera de minutos atrás. A mulher olhou para a esposa e suspirou – É melhor nossos filhos nascerem em um hospital e não no avião Octavia.

- Ótimo! – disse Luna animada chamando atenção das duas ali – É melhor eu ir para casa e preparar minhas malas.

- A viagem é daqui a dois dias Luna – informou Raven percebendo que a mulher estava tão animada quanto Octavia – Eu e você vamos até Abby, quero ter a certeza de que esse plano de Octavia é algo seguro, caso contrário não iremos – Raven levantou e ajudou Luna a fazer o mesmo já que parecia impossível a mulher conseguir aquele feito sozinha.

- Eu também estou de saída – Octavia levantou e acompanhou as duas até a saída. Raven olhou para a esposa esperando que ela informasse para onde – Eu tenho que ir ao seu escritório – explicou e Raven ficou ainda mais curiosa, o que sua esposa queria em seu escritório quando ela não estava lá? – Eu tenho que entregar o convite de Alison para a exposição – por mais confusa que Raven parecia continuar, ela não quis prosseguir e tentar descobrir o motivo.

...

Aden pulou na piscina jogando água em Anya, a artista pareceu não ligar, o garoto nadou até a borda do local, seus braços descansaram ali enquanto seu corpo estava na água. Os olhos do garoto se fecharam um pouco por conta do sol batendo diretamente em sua direção, mas mesmo assim ele conseguia olhar para sua tia.

- Então... É verdade? – perguntou Aden olhando para a mulher deitada na cadeira, Anya olhou para o sobrinho não sabendo exatamente o que ele estava querendo dizer – É verdade que Becca vai embora do país?

Anya olhou ao redor, não havia ninguém além dos dois. A artista saiu da cadeira e se aproximou do sobrinho a piscina, ela sentou na borda molhada e seus pés encontraram a água.

- Eu sinto muito... – disse imaginando que Aden não havia ficado tão feliz assim – Eu sei que você queria ficar mais próximo de Becca, porém é o trabalho dela e eu já entendi o quanto ele significa para ela – Aden saiu da piscina, mas continuou sentado ao lado da sua tia, deixando seus pés afundarem na piscina.

- É, eu achei que seríamos amigos e passaríamos um tempo nos conhecendo, mas eu entendo tia Anya – ele olhou para a mulher e dessa vez o sol não incomodou seus olhos – Eu só espero que isso não seja uma forma dela fugir de algo, eu tenho uma vida maravilhosa com pessoas que me amam incondicionalmente, e é exatamente isso que eu desejo para Becca. Pessoas que a amem de verdade, achei que talvez ela pudesse fazer parte da nossa família, que depois que eu conversasse com minhas mães poderíamos tê-la por perto.

Anya pôs um de seus braços ao redor do ombro do sobrinho, e isso o trouxe para mais perto.

- Não se preocupe, Becca está bem. Essa oportunidade de trabalho é algo no qual ela vai amar, e talvez um mundo inteiro não a ame, mas aos poucos as pessoas vão poder se encantar por Becca e não se preocupe, definitivamente ela fará parte dessa família – Aden pareceu confuso e mostrou isso na expressão em seu rosto que fez Anya sorrir – Eu finalmente confessei meus reais sentimentos à ela, Becca e eu estamos namorando e não se preocupe, enquanto eu estiver por aqui Becca vai ser amada – o sorriso de Aden poderia iluminar as maiores escuridões, saber daquilo o deixou em uma extrema e interna felicidade.

- Você pode me fazer um favor? – pediu e Anya prontamente concordou – Sempre a lembre de que eu não tenho mágoas dela, eu sei que isso ainda vai atormentá-la, e como você sempre vai está mais próxima dela do que eu, eu queria que fizesse isso por mim – Anya puxou seu braço ainda em volta do ombro do sobrinho, o trouxe para mais perto e beijou seus cabelos molhados.

- Você é um garoto incrível Aden, nunca deixe ninguém querer fazer pensar o contrário – sussurrou e Aden se perguntou se aquele tom de voz estranho em Anya era o que ela usava quando emocionada.

...

- Mamy? – chamou Taylor ao ver sua mãe deitada no chão da sala, ela olhava para o teto enquanto suas mãos estavam sobre o algum álbum de fotografias aberto sobre seu peito.

- AI MEU DEUS – gritou Elyza quando parou seus passos e viu a imagem de sua mãe ali jogada ao chão.

- Ela não morreu Lyz! – respondeu dando uma leve tapa na cabeça da irmã, Taylor sabia exatamente que era aquilo que sua irmã estava pensando.

As duas se aproximaram de Lexa, elas olharam para a mãe, as gêmeas se olharam e decidiram deitar ao lado da atriz.

- Mamy? Alguém te magoou? – perguntou Elyza olhando para o teto, ela estava determinada em tentar conseguir ver o que sua mãe estava vendo naquele teto. Elyza levantou sua mão em direção ao teto e fez um movimento como se estivesse apertando algum botão de controle. Taylor levantou apenas para poder olhar para sua irmã e Lexa fez o mesmo – O quê? Desliguei o que mamy tava assistindo, vendo? Deu certo, ela olhou pra mim – respondeu vitoriosa e Lexa sorriu, porém saiu uma lágrima de seu olho ao ver seus bebês.

Lexa sentou-se e foi acompanhada pelas filhas, porém as duas sentaram sobre as pernas da mulher – Por que chorando mamy? Foi porque eu desliguei o que você tava assistindo? Eu ligo de volta, olha – Elyza voltou a levantar sua mão para o teto e fez o mesmo movimento de antes como se apertasse algum botão de controle – Pronto, olha, vai assistir, é o seu favorito – incentivou não querendo ver sua mãe triste.

- Céus como eu amo vocês! – Lexa beijou o rosto de Elyza e depois o de Taylor, as duas sorriram aliviadas por Lexa parar de chorar.

As duas levaram uma das mãos ao rosto da mãe e em cada lado uma enxugou as lágrimas da mulher.

- Quem te fez chorar mamy? Você e mamãe brigaram de novo? – perguntou Taylor preocupada, mas logo Lexa negou não querendo aquela preocupação das filhas.

- Não meu amor, ninguém me fez chorar e sua mãe e eu estamos bem – assegurou e aquelas palavras acalmaram o pequeno coração da filha – Mamy só está um pouco emocionada só isso.

- Está emocionada porque Leash ganhou? Oh mamy! Você é tão acessível – disse não acreditando que sua mãe ainda estava emocionada por Alicia.

- SENSÍVEL LYZ! – corrigiu e aquilo fez Lexa sorrir, ela não queria que suas filhas crescessem, ela não queria que aqueles momentos bobos fossem substituídos por algo novo com o passar do tempo.

- Querem saber o real motivo de mamy está assim? – as três olharam para trás, Clarke se aproximou e ficou diante das mulheres. Taylor pulou do colo de Lexa para estacionar no de Clarke.

- Clarke... – repreendeu Lexa, porém Clarke não pareceu se importar.

- Mamy tem medo de que vocês a troquem por outra pessoa, tem medo de que quando vocês crescerem já não se importem tanto assim com ela – confessou Clarke deixando a esposa envergonhada, mas Clarke sabia exatamente que a esposa teria que ouvir das filhas para poder deixar aquele medo bobo ir embora.

Taylor olhou para Clarke como se pedisse permissão para algo, a artista concordou e Taylor pulou do colo da mãe e voltou para Lexa. Taylor abraçou tão apertado sua mãe que Lexa fechou os olhos com aquilo se deixando sentir apenas os pequenos braços tentando tirar qualquer medo de seu coração. Taylor se separou da mãe e beijou a lateral do rosto da atriz, Elyza observava tudo calada.

- Mamãe sempre diz que eu, Lyz e Aden somos os melhores presentes que vocês puderam ter – Clarke já estava começando a se emocionar, ninguém poderia culpá-la, qualquer pequeno discurso de seus filhos para uma delas sempre a deixaria boba de emoção – Mas foi o contrário, vocês duas que são nossos presentes. Vocês são as melhores mães de todo planeta terra.

- PLANETA MUNDO, TAY!  – corrigiu Elyza orgulhosa de finalmente poder corrigir a irmã – Nem parece que estuda - Lexa trocou olhares com Clarke e as duas sorriram, Taylor apenas girou os olhos não querendo entrar em uma aula para a irmã.

- Enfim, mamy – voltou a olhar para Lexa – Eu nunca vou esquecer ou abandonar, quando se gosta muito de um presente a gente guarda para sempre, e você e mamãe sempre vão está comigo – Lexa percebeu Clarke limpar rapidamente a lágrima que escorria, foi então que a atriz voltou sua atenção para a filha e a abraçou.

- Minha pequena, eu te amo tanto – sussurrou entre os cabelos loiros da filha que sorriu ainda abraçada a mãe.

Quando Lexa a soltou, Taylor voltou para Clarke e sentou-se sobre uma das pernas da loira, a artista passou seus braços ao redor da filha e beijou o topo da cabeça da garotinha sentada em suas pernas.

- Eu amo muitas mulheres, mamy – admitiu Elyza ganhando prontamente a atenção tanto de Lexa quanto de Clarke, as duas olhavam para Elyza de uma forma curiosa, até mesmo surpresa – Amo tia O, tia Rae – Lexa finalmente conseguiu voltar a respirar quando a filha se explicou - Tia Any um pouco menos do que as outras, porque ela me decepcionou um pouco, mas enfim, vovó, tia Indra, Echo, Bella... – o sorriso de Elyza pareceu bobo ao lembrar-se da mulher – TayTay, tia Dany... E Leash! – a animação ao dizer o nome da amiga fez Clarke sorrir – Profanamente – Taylor não se atreveu a corrigir a irmã ao perceber que Lyz trocou “provavelmente” por “profanamente” - Eu vou amar mais algumas mulheres, mas nenhuma vai ser mais importante do que você e mamãe – Elyza olhou para Clarke e soltou um beijo para a mulher, e depois voltou para Lexa e beijou o rosto da mesma – Não precisa pensar nessas coisas mamy, eu vou ser sempre sua garotinha, Tay e eu vamos amar você até... Até... Bem muito, agora para de ser boba e me dá um beijo – pediu e logo recebeu um beijo em sua bochecha rosada.

Lexa olhou para a esposa e disse um silencioso “obrigada”, ela realmente precisava ouvir aquelas pequenas declarações e se não fosse por Clarke, Lexa não iria buscar por uma. Clarke sorriu para a esposa e deu de ombros, não era trabalho algum fazer sua esposa se sentir bem.

- Sabe, Tay ganhou um eu te amo, a Lyz aqui ganhou só um abraço e porque pediu – comentou como se não fosse algo que a incomodasse. Clarke gargalhou alto do drama da filha.

- Oh meu Deus! Eu te amo meu anjinho! – disse Lexa enchendo a filha de beijos até ouvir a gargalhada contagiante de Elyza ecoar pela a sala.

Taylor e Clarke observavam a cena com um sorriso no rosto, enquanto as outras duas pareciam se resolver.

...

As horas passaram e com ela a ansiedade de Clarke foi aumentando, faltava apenas alguns minutos antes da exposição e ali estava a loira olhando para o espelho em seu quarto e sentindo seu estômago revirar. A loira sentiu mãos conhecidas a abraçarem por trás, o queixo da esposa descansando sobre seu ombro e o reflexo mostrando as duas ali. Lexa estava tentada a beijar a esposa, porém não queria borrar seu batom vermelho.

- Respira meu amor, você está muito tensa – sussurrou Lexa e Clarke obedeceu, respirando fundo e deixando o ar sair por sua boca – Eu sei o quanto estreia de exposição deixa você nervosa, mas isso é algo bom, significava que o que você faz ainda te traz essa ansiedade boa – Lexa soltou-se da esposa para poder ficar diante dela, segurou uma mão da loira e Clarke sentiu um aquecer gostoso em seu peito.

- Eu me lembro da minha primeira exposição, a que eu fiz para ter você de volta – Lexa sorriu com a lembrança da esposa – Eu nem ao menos sei como consegui ficar de pé o tempo todo, eu estava tão nervosa que achei que desmaiaria quando você aparecesse – os olhos de Lexa foram para sua mão com a de Clarke, um sorriso apareceu ao ver o anel na mão da esposa.

- Toda vez que vejo uma nova exposição sua eu só consigo pensar no quanto minha mãe iria amar você, ela provavelmente teria um altar com todas suas obras – Clarke sabia o quanto doía àquelas lembranças da mãe de Lexa, mesmo com o sorriso no rosto, ela sabia que doía em sua esposa – Enfim, vamos? Becca provavelmente já deve está enlouquecendo com a falta da sua presença – Clarke se aproximou apenas para juntar seus lábios com o da esposa, eles não se atreveram a se mover e misturar os tons de vermelhos dos lábios.

- Agora podemos ir – informou nunca soltando a mão da esposa. As duas caminharam para fora do quarto.

Por mais que Lexa insistisse Aden assegurou que ficaria bem com suas irmãs, e prometeu que qualquer coisa ligaria para uma delas. As mulheres abraçaram os filhos e mais uma vez ditaram as regras, Clarke prometera não demorar, ela nunca ficava por muito tempo na própria exposição.

Antes de sair Clarke voltou mais uma vez e abraçou Aden, ela não entendeu aquela enorme vontade de abraçar o filho, porém não se questionou, Lexa apenas observou a cena e esperou sua esposa voltar a se aproximar. Clarke voltou para Lexa e encaixou sua mão com a da esposa e assim as duas saíram da casa.

...

A galeria já estava com seus primeiros convidados, eles aproveitavam a conversa boa entre si enquanto nas mãos uma taça com o melhor champanhe. Becca estava começando a ficar nervosa, ela cumprimentava os convidados e garantia a eles que o que estavam prestes a ver era uma coleção de obras magnificas, Becca tentava não demostrar o nervosismo a não ter Clarke ali, suas piores hipóteses pareciam começar a fazer sentido. Becca pegou uma taça do garçom, mas Anya tomou da mulher.

- Eu sei o quanto você fica nervosa, você precisa respirar e não começar a beber – explicou Anya tomando a bebida em um gole só. Becca suspirou irritada com aquela atitude da mulher – Olha ali – disse apontando para a entrada, Becca olhou para trás e imediatamente sentiu um alivio.

Ela marchou até Clarke e delicadamente desfez a mão da loira com a da esposa, Clarke caminhou com Becca deixando Lexa para trás. Anya se aproximou da amiga e sorriu.

- Se sua namorada deixar minha esposa ainda mais nervosa eu juro qu

- Sua esposa que está deixando minha namorada nervosa – retrucou gostando de como era bom se referir a Becca como sua namorada – Agora vamos, eu

Lexa sorriu ao ver Dany, ela nem ao menos deu uma desculpa a artista e caminhou até a mulher. Depois da apresentação das garotas Dany falou com Lexa, contou sobre Artur, Lexa não poderia ter ficado mais feliz com aquela notícia, as duas ficaram horas conversando no palco da escola de suas filhas enquanto Clarke pacientemente esperava pelas duas no pátio da escola com as crianças e Missandei. Lexa não comentou com Dany, mas sabia que pelo o modo como à amiga se referia a Sansa e todas as vezes que o nome da psicóloga era mencionado que Dany sentia algo mais do que admiração pela a ruiva, e ao vê-la ali acompanhada com Sansa só deixou Lexa mais feliz. Dany finalmente parecia ter conquistado mais do que uma vitória.

- Hey – cumprimentou Lexa as duas mulheres. Dany sorriu e abraçou a amiga, já Sansa a cumprimentou com um balançar de mãos com Lexa – É bom ver você fora do consultório Dra. Stark.

- Sansa – insistiu com um sorriso – Estou ansiosa para ver a exposição de sua esposa.

- Clarke – corrigiu não querendo parecer rude - Por mais que eu goste que se refiram a ela como minha esposa, quando se trata de algo relacionado à nossa profissão eu prefiro que nos chamem pelo o nome no qual conquistamos para está onde estamos hoje. Hoje é sobre Clarke Griffin Woods, e não sobre a esposa de Alexandria – explicou esperando não parecer rude, Sansa concordou sentindo-se um pouco envergonhada – Oh me desculpe se pareci rude ou algo assim.

- Imagina, está tudo bem Lexa – respondeu Sansa voltando a ficar mais confortável.

- Você deveria ver a filha dela, Taylor – as palavras de Dany fez Lexa sorrir – A garotinha tem apenas seis anos, mas parece uma defensora de diretos humanos, lutando por todo tipo de igualdade – Lexa gargalhou orgulhosa de sua filha, Sansa poderia imaginar como deveria ser a garotinha.

- Mas então? – a atriz estava ansiosa para saber mais sobre a situação da amiga – Já fez o exame? Já contou para ele? – Dany olhou para Sansa sentindo uma leve onda de ansiedade tomar conta de si.

- Ainda estamos aguardando os resultados, assim que eles saírem acho que não haverá motivo para esperar mais, Artur finalmente vai encontrar sua mãe – Sansa falou observando unicamente Dany, esquecendo de Lexa ou qualquer outra pessoa ali. A atriz sorriu achando adorável aquele momento.

- Vocês formam um lindo casal – comentou e as duas imediatamente olharam para Lexa, ambas envergonhadas com o comentário, porém internamente sorrindo por concordarem com a atriz – É melhor eu ir, espero que aproveitem a noite – Lexa voltou a andar pela a galeria, olhou para trás apenas para confirmar que as duas mulheres sorriam uma para outra.

Lexa passou por Octavia que nem ao menos notou sua atenção, a advogada parecia determinada ao caminhar em direção a uma conhecida mulher.

- Finalmente! Achei que você havia desistido – disse Octavia parando diante da mulher, ela deu uma boa olhada na assistente de Anya.

- Eu fiquei bem tentada a não vir, eu estava descansando Octavia, se Anya me ver aqui a primeira coisa que ela vai fazer é me dar algum trabalho – explicou a mulher procurando por sua chefe, Octavia girou os olhos e levou uma mão as costas da garota fazendo com que ela começasse a andar ao seu lado.

- Você ainda vai me agradecer por isso Emily – disse com um grande sorriso – Eu acabei de juntar sua chefe com Becca e

- O quê?! – disse parando seus passos e olhando para Octavia.

- Explico depois, agora seja gentil e conheça... – Octavia parou diante da bela jovem de cabelos loiros, Emily nem ao menos pensou em argumentar com Octavia, estava muito focada no que seus olhos enxergavam naquele momento – Emily essa é a assistente de Raven, Alison. Alison, essa é Emily – Octavia piscou para a assistente da esposa, mostrando que aquela era a garota que ela queria apresentar.

- EMILY! – todas olharam para o lado quando viram Hanna se aproximar. As duas garotas se conheciam por conta dos conflitos entre suas chefes, as duas eram a porta-voz das mulheres que aparentemente não se suportavam.

- Ah não, agora não – Octavia pegou o braço de Hanna e o prendeu com o seu. Não deixaria Hanna interromper aquele encontro que ela tanto esperou – Vocês duas se conheçam um pouquinho – Octavia começou a andar com Hanna para longe e a loira não entendeu o motivo daquilo, nem ao menos conhecia aquela estranha que lhe acompanhava.

- Será que devemos dizer a ela? – perguntou Alison ainda tentando acalmar seu coração por conta daquele encontro nada esperado.

- Que namoramos na adolescência? – perguntou Emily confortável ao rever a ex, depois do término há anos, as duas simplesmente pegaram estradas diferentes, nunca imaginando que voltariam a se reencontrar.

- É realmente bom rever você Alison – Emily não conseguia tirar seus olhos da mulher, eram lembranças demais para ela conseguir desviar sua atenção da mulher – Então, me conta o que fez durante todo esse tempo?

As duas começaram uma conversa amigável, realmente não esperavam que depois de tanto tempo e do que elas tiveram, poderiam se encontrarem novamente, aquilo era de longe uma coincidência. Ambas maduras e com todas as mudanças durante os anos que passaram pensaram que talvez seria algo bom recomeçar, talvez uma amizade e se tivessem sorte poderia recuperar o amor que tanto ficou guardado, porém nunca esquecido.

A atenção de todos foi para a mulher ao centro, o vestido branco contrastando perfeitamente com os lábios vermelhos de Becca estava trazendo todos os olhares para si. A mulher apresentava Clarke, a loira nunca pensou que ouviria aquelas palavras de admiração de Becca, e seu ego inflou trazendo um pouco mais de confiança ao invés de nervosismo. Todos aplaudiram Clarke, e Becca deu dois passos para trás dando total atenção para sua artista.

- Quando Becca me fez a proposta para expor minhas obras em uma parceria eu achei que não seria uma boa ideia – Clarke buscou por alguns rostos conhecidos no meio daquele círculo em volta dela – Não por conta da rivalidade entre as duas galerias, mas porque eu não me sentia inspirada para produzir, e eu nunca faria um trabalho sem um significado – tudo o que Lexa queria era se aproximar e segurar a mão da esposa, porque sabia que a esse estágio Clarke estava um pouco mais ansiosa.

Becca caminhou até Anya que estava ao lado de Lexa, ela observava atentamente as palavras que sua artista dizia, e por mais que nunca dissesse a Clarke, Becca havia realizado um sonho em trabalhar com a loira, alguém que aprendeu admirar profissionalmente e depois de ter conhecido um pouco mais, acabou admirando a pessoa no qual ela era.

- Até que eu acabei aceitando a proposta, porque eu percebi que minha inspiração não vem de uma ideia do além, que minha inspiração não surge lendo ou ouvindo algo – Clarke procurou por sua esposa e sorriu quando encontrou os olhos verdes lhe observando – Minha inspiração vem da minha paixão pela a minha vida, todos os conflitos, os altos e baixos, o amor, a paixão, a mágoa, minha inspiração vem de cada sentimento que nasce independente se for algo ruim ou bom. Então o que eu lhes apresento hoje são onze obras, onze momentos particulares, onze telas, uma para cada ano a partir do momento que eu comecei a viver. Aproveitem a noite – o discurso de Clarke terminou, porém não antes de Lexa se aproximar da mulher ao circulo e lhe beijar diante de todos.

- Elas realmente gostam de um show, não é? – comentou Becca olhando as duas ao centro sendo aplaudidas. Anya viu um sorriso quase que imperceptível no rosto da namorada e isso a fez sorrir – Se algum dia entrarmos nesse nível de baboseira terminamos tudo – ameaçou e tudo o que recebeu foi um selinho roubado da artista.

- É questão de tempo até você se tornar a Clarke da minha Lexa – brincou e Becca apenas ignorou aquele absurdo. Ela observava orgulhosa a forma como Clarke falava com alguns curiosos – Antes de você viajar eu queria te propor algo.

- Sexo na galeria como sempre fazemos depois de uma exposição? – perguntou animada agora voltando toda sua atenção para Anya.

- Óbvio que faremos isso, mas eu queria pedir outra coisa – disse ficando diante de Becca bloqueando qualquer distração que a mulher pudesse olhar – Vai haver uma cerimônia para renovação de votos das duas ali no Havaí – apontou para trás – Eu queria que você me acompanhasse, logo depois eu posso levar você ao aeroporto e então daremos início ao nosso relacionamento à distância. – Becca ainda não conseguia acreditar que realmente faria isso.

- Eu não sei Anya, e quanto a Aden? Quero dizer, Clarke e Lexa nunca vão saber sobre isso? – perguntou voltando a ficar nervosa, ela não poderia esconder para sempre das duas mulheres, principalmente agora que estaria mais próxima ainda das duas por conta de Anya.

- Becca? Jolly quer falar com você – Hanna interrompeu as duas e Anya olhou para a garota como se a odiasse, o que era a verdade – Ele parece bem animado – Becca olhou para Anya e a artista concordou dando licença as mulheres.

Anya observou as duas andarem lado a lado, a mulher deu uma boa olhada ao redor e nem ao menos percebeu quando Wick entrou no local.

**

Dany estava maravilhada com aquelas belas pinturas de Clarke, ela certamente daria algum lance para obter uma daquelas telas. Ela estava tão envolvida com uma das obras que nem ao menos percebeu quando Sansa saiu de seu lado.

- Dany? – chamou em um tom de urgência, porém sua voz sempre soava mansa demais aos ouvidos da outra – Ei – toco no braço da empresária – Era Robb, ele acabou de me ligar e disse que já está com os resultados.

- Tão rápido assim? – perguntou instantemente sentindo-se nervosa. Seu coração parecia ter subido para a garganta.

- Ele deu prioridade para você, ele sabia o quanto era importante. Então... Preparada? – perguntou também sentindo a ansiedade tomar conta de si – O que acha de pegarmos o exame no hospital e irmos ao orfanato? – Dany concordou sem dizer uma palavra.

A mulher estava tão entorpecida com a novidade que nem ao menos se despediu de Lexa ou parabenizou Clarke, as duas caminharam para fora da galeria e buscaram o primeiro táxi.

**

Clarke e Lexa conversavam ao lado de uma das obras da loira, o sorriso era constante nas duas, a cada elogio que Clarke recebia não dava para saber quem ficava mais feliz, Lexa ou a dona das obras. Porém os sorrisos das duas desapareceram instantemente quando Wick se aproximou, Lexa ficou diante da loira ao sentir seu sangue ferver em apenas olhar para aquele homem.

- Você tem muita coragem de aparecer aqui – sussurrou Lexa para que ninguém pudesse ouvi-la, ela não queria que a atenção dos que estavam ali fosse para algo além das obras da esposa.

- Wick, por favor, vai embora. Depois de tudo o que você aprontou, por favor, não complica tudo ainda mais – pediu Clarke temendo que algo acontecesse, então tentou uma abordagem mais amigável para o homem.

- É exatamente por isso que vim diretamente a você, e não fiz um escândalo aqui – Wick tentou se aproximar de Clarke, porém Lexa bloqueou a passagem do homem impedindo que ele desse algum passo até a loira.

- Eu não vou falar novamente Wick, sai daqui ou então eu você não vai gostar de como vou fazer você ir embora – ameaçou novamente e Clarke sentiu um certo calor ao ver a esposa tão ameaçadora daquela forma, ela certamente lembraria daquela cena uma outra hora.

- Eu poderia fazer um escândalo aqui, ridicularizando Becca, porém eu respeito você Clarke e não estragaria essa noite para você – Clarke já não conseguia acreditar em nada que aquele homem dizia, mas ele parecia inofensivo naquele momento – Eu vou viajar em algumas horas, mas antes eu tenho que dizer isso porque eu não acho justo o que Becca está tentando fazer.

Wick novamente tentou se aproximar e Lexa impediu mais uma vez, ela pôs um sorriso no rosto e levou uma mão ao ombro do homem, ela queria disfarçar a situação tensa e certamente não queria que quem passassem por eles percebesse que algo estava errado.

- Há onze anos Becca passou por um momento difícil, éramos mais próximos na época e ela recorreu a mim. Ela estava grávida, e com um pedido eu a acompanhei até o orfanato, ela não iria ficar com a criança, como um bom amigo eu não a deixei ir sozinha. Depois de onze anos ela encontrou o garoto, então claro quis tê-lo de volta, porém não era tão fácil assim. Encontramos um plano, eu ficaria entre vocês duas, provavelmente haveria uma separação por adultério e isso abalaria as crianças, então Becca poderia começar a agir aos poucos.

- Wick, vai! – ordenou Lexa cansada daquelas palavras sem sentido.

- Sabe, é Aden. Ele é o filho de Becca, e conhecendo ela como conheço, vai conseguir tirar o filho de vocês – Lexa deu uma tapa no rosto do homem que levou sua própria mão ao rosto com impacto.

As poucas pessoas próximas da situação olharam horrorizadas para o que havia acontecido. Lexa acenou para um dos seguranças e dois deles se aproximaram.

- Tire o daqui – ordenou, porém Wick não deixou que ninguém o tocasse.

Ele saiu como se nada tivesse acontecido, os seguranças o seguiam e quando Becca percebeu a presença do homem ele sorriu para ela. Becca imediatamente procurou por Anya, depois por Clarke que parecia abalada com algo.

- Lexa... – sussurrou Clarke não se sentindo bem. Lexa levou sua mão à cintura da esposa e caminhou com ela para o escritório na galeria.

Anya percebeu o que havia acontecido, ela juntou as peças, Clarke e Lexa saindo, Wick sendo levado pelos os seguranças, ela até não poderia saber o motivo, mas tinha certeza de que algo aquele homem havia feito. A artista pediu licença para um dos apreciadores de arte e desfilou para fora da galeria, em nenhum momento deixando transparecer que havia algo errado.

Wick abriu a porta do carro e Anya imediatamente a fechou, um dos fotógrafos percebeu algo estranho naquela cena e ficou de prontidão observando e tirando algumas fotos.

- O que fez Wick? – sussurrou não querendo que o paparazzi ouvisse.

Wick sorriu e deu de ombros.

- Só contei a verdade, que o bastardinho de Clarke é filho de Becca – disse também sussurrando – Eu disse que Becca iria pagar pelo o que fez comigo, acho que agora estamos empatados – Wick voltou a abrir a porta do carro, mas dessa vez recebeu um soco bem no centro de seu rosto, o que fez seu nariz imediatamente sangrar – LOUCA! – gritou.

Anya o empurrou contra o próprio carro, a esse momento ela não se importava com os flashes.

- É melhor ir para bem longe, porque se você piorar a vida de Becca, eu acabo com a sua – Anya voltou a empurrar o homem e caminhou de volta para a galeria, ao ver um dos paparazzi ela sorriu e acenou como se nada tivesse acontecido.

...

- Clarke, respira meu amor, por favor, respira – pediu Lexa enquanto passava sua mão pelas costas da esposa, as duas estavam sentadas no sofá do escritório da loira, Lexa ofereceu água, mas Clarke não queria nada – Clarke não podemos acreditar nas palavras de Wick, Clarke...

- Ela vai querer tirar meu filho de mim? – perguntou confusa, com medo, já não sabia exatamente o que sentir, nem ao menos tinha a certeza do que o homem havia falado.

- Eu nunca faria isso... – as duas mulheres olharam para a porta, Becca nunca pareceu tão inofensiva como naquele momento, ao seu lado estava Anya.

Clarke olhava para Becca com ódio, e a mão de Lexa sobre a da loira foi a que manteve inerte naquele sofá.

- Sem mais mentiras – pediu Lexa olhando para Becca, ela nem ao menos olhou para a amiga, não acreditava que Anya sabia de tudo e não lhe contou.

- Sim, eu deixei Aden no orfanato e não, eu nunca imaginei que ele pudesse ser o filho de vocês – Becca se aproximou um pouco mais e Anya fechou a porta atrás de si – E para falar a verdade eu não o procurei, há poucos dias Aden bateu na minha porta e disse “ei sou seu filho”.

- Ele sabia?! Como? Como ele sabia disso e

- Clarke – Anya cortou a amiga e se aproximou – Ele descobriu de alguma forma e resolveu confrontar Becca, por acaso eu estava com eles nesse dia e acabei descobrindo também. Ele foi até Becca não para que ela fosse sua mãe, ele só queria descobrir o motivo de ter sido abandonado. Eu pedi para ele contar a vocês sobre tudo, porém ele insistiu em deixar a exposição passar, ele sabia o quanto isso afetaria você e resolveu contar depois de tudo isso passar – explicou tomando a frente de Becca.

Clarke começou a chorar, Lexa beijou a têmpora da esposa e sussurrou que tudo ficaria bem.

 - Eu tive meus motivos para deixar Aden no orfanato, porém eu não odiava a criança, eu só queria que ele encontrasse uma família que pudesse amá-lo de uma forma que eu não conseguiria. Foi exatamente isso que aconteceu – Becca se atreveu a sentar ao lado de Clarke mesmo com grandes chances de ser agredida pela a mulher – Vocês duas educaram e amaram Aden de uma forma que eu jamais seria capaz, ele é um garoto incrível e mesmo se eu pudesse voltar atrás eu não mudaria o que fiz, porque eu sei que ele está exatamente onde deveria está, vocês são as mães dele, eu não sou nada. Aquele garoto ama vocês de uma forma tão pura que me fez entender que eu realmente fiz a coisa certa – Clarke levantou seu olhar para a mulher, e se perguntou se estava imaginando coisas ou realmente havia lágrimas nos olhos de Becca – Acredite, eu nunca tiraria ele de vocês.

Anya sentou ao lado de Lexa, então as quatro ficaram lado a lado.

- Aden precisava disso, ele precisava de respostas – comentou Anya para as outras – Não percebeu o quanto ele está mais leve? Mais aberto a conversas, interagindo mais, sorrindo mais? Ele tirou o peso que carregava por não saber o motivo de ter sido abandonado.

- Isso não tira o fato dele ter escondido algo tão importante assim – apontou Lexa não gostando de saber que houve mais uma mentira naquela família – Ele fez tudo escondido das próprias mães.

- Ele iria contar, desculpa dizer isso, mas eu sei que vocês enrolariam esse encontro por um bom tempo, por isso ele resolveu adiantar logo tudo. – Anya levantou e entregou sua mão para Becca que também levantou e ficou ao lado da namorada – Sabe o que Aden disse para Becca? – as duas mães olharam para as duas mulheres em pé – Ele a perdoou, ele a perdoou por Becca ter o abandonado, ele falou que não conseguiria chamá-la de mãe ou sentir o mesmo que ele sentia pelas verdadeiras mães, mas ele a ofereceu uma amizade. Um garoto de onze anos conseguiu perdoar a mulher que o abandonou – Becca alcançou a mão da namorada e entrelaçou seus dedos, gostando de como a mulher estava defendendo-a – Não há culpados nisso, vocês têm duas opções, falar com o filho e perdoá-lo por ter escondido isso, e deixá-lo se aproximar de Becca ou podem agir como imaturas e o afastar de Becca e fingir que nada aconteceu.

- Não é tão simples assim Anya – retrucou Lexa ainda informada.

- Está tudo bem Anya, elas têm o direito de estarem chateadas – disse Becca com a voz falha, ela se odiava por isso – Me perdoem por não ter ido direto a vocês quando Aden apareceu, e mais uma vez não se preocupe, eu jamais tentaria desfazer a bela família que vocês construíram... – apenas Lexa olhava para Becca e não parecia um olhar amigável – Acho melhor eu ir – Becca beijou o rosto de Anya e soltou a mão da mesma para poder ir.

- Becca? – chamou Clarke. A loira levantou e Becca virou-se para encarar a artista – Eu conheço meu filho melhor do que ninguém, e eu sei que ele não me perdoaria se eu agisse de forma injusta com você – Lexa não esperava por aquilo de Clarke, a loira olhou para Lexa ainda sentada ao sofá – Acho que eu, você, Becca e Aden precisamos conversar – sugeriu.

Lexa concordou e levantou-se, Becca ainda não sabia o que fazer até que Clarke pediu para que ela a acompanhasse até em casa.

...

Dany chorava compulsivamente enquanto era abraçada por Sansa. A ruiva podia sentir o corpo tenso da mulher em seu abraço. Estavam em uma das salas do orfanato, Sansa acabara de ler o conteúdo do exame mostrando a compatibilidade, mostrando que sim, Dany havia encontrado seu filho.

- Então Dany, pronta para finalmente abraçar seu filho? – perguntou Sansa não contendo sua emoção. Ela soltou-se da mulher e enxugou as lágrimas da amiga.

- Por favor, me diz que não é um sonho, que isso é real... Me faz crer que isso não é algo da minha cabeça – pediu ainda não conseguindo acreditar.

Foi então que Sansa fez o que Dany pediu, provou que era real, e encontrou o modo de fazer isso ao beijar a mulher, seu coração disparou com aquele atrevimento e quando Dany levou suas mãos ao rosto da ruiva ela pôde se acalmar por um momento, havia uma resposta e não uma rejeição. Sansa voltou a realidade e soltou-se da mulher, seu rosto estava tão vermelho que causou um sorriso em Dany.

- Não é um sonho – sussurrou Sansa ainda insegura – Me perdoa por isso – pediu se amaldiçoando quando pensou que poderia ter acabado com sua amizade.

- Você também sente isso? – perguntou Dany trazendo a mão de Sansa para tocar a pele sobre seu coração – Ou é apenas comigo?

Sansa novamente enxugou as lágrimas de Dany com sua mão livre.

- Seu coração de fogo aqueceu o meu de gelo – disse não sabendo ser faria sentido para Dany – Você me deixou assim no momento em que entrou no meu consultório – confessou voltando a ficar envergonhada, foi então que Dany sorriu e tudo pareceu ficar mais fácil para Sansa.

- Sansa? – a voz do garoto fez o coração de Dany acelerar ainda mais, as duas olharam para o garoto a porta e sorriram – Queria me ver? – perguntou sorrindo por ver a mulher.

As duas se olharam e Sansa se aproximou do garoto, ela o direcionou até uma das cadeiras da sala e puxou uma cadeira para sentar diante de si, Dany havia ficado em pé ao lado da ruiva.

- Eu tenho uma notícia para te dar – explicou com um largo sorriso – Ela encontrou você Artur... Sua mãe encontrou você – o sorriso instantâneo de Artur apareceu e foi então que Sansa percebeu o quão parecido era com o sorriso de Dany, o garoto sorria com os olhos.

- SÉRIO?! MINHA MÃE ME ENCONTROU?! ELA ESTÁ AQUI?! – perguntou levantando da cadeira em uma animação. Dany voltou a chorar e isso causou um certo estranhamento em Artur – Ei, está tudo bem? – perguntou se sensibilizando, ele se aproximou da mulher e tocou em seu braço – Está bem? – repetiu.

- Artur? – Artur olhou para Sansa – É ela, Dany é sua mãe – informou.

Artur olhou para Dany e por um momento ficou inerte, Dany não sabia o que aquela reação queria dizer, foi então que de repente o garoto a abraçou forte, como nunca jamais ninguém havia abraçado Dany, era como se ele não quisesse soltar-se da mulher. Sansa sorriu e observou a cena dos dois.

- Sou eu meu filho, meu pequeno Rhaego. Sou eu... Ninguém nunca vai me tirar de você novamente, nunca! – prometeu ainda não preparada para soltar o filho.

...

Raven estava começando a se incomodar com aquela situação, há um bom tempo um homem estava olhando descaradamente para sua esposa e a advogada estava para tirar satisfações.

- Rae... Para de olhar! – pediu Octavia tentando ser discreta, porém quando o ciúme de Raven apitava não havia nada que Octavia pudesse fazer – Raven...

- Eu vou mandar um dos seguranças tirá-lo daqui, olha ali Octavia, ele não para de olhar para você, quer saber? Segura minha bebida, eu vou lá – Raven marchou, porém parou seus pés quando Octavia segurou sua mão.

- Não vamos fazer uma cena na noite de Clarke – pediu sendo esperta o suficiente para não querer chamar atenção mais do que a loira – As pessoas estão aqui para prestigiar obras de arte, talvez ele me ache uma – explicou e isso fez Raven girar os olhos com o convencimento da esposa, ela pareceu se acalmar, porém seus olhos nunca sendo desviados daquele homem.

- Ah não, ele está vindo aqui, não me segura Octavia – respondeu preparada para agir caso aquele homem um tanto charmoso tentasse algo com sua esposa.

- Olá... – cumprimentou o homem para as duas, Octavia sorriu mostrando simpatia, porém tudo o que Raven fez foi cruzar os braços e prestar atenção – Me perdoe se eu pareci inconveniente, mas eu não pude deixar de notar sua beleza entre todas as outras aqui – o olhar era em Octavia.

- Escuta aqui s

- Eu sou Todd, trabalho na indústria cinematográfica e não pude notar o quanto você se encaixaria perfeitamente para uma das minhas personagens de um projeto – Octavia levou uma mão ao peito não conseguindo acreditar no que aquele homem falava – Você é atriz?

- Isso é uma pegadinha da Lexa? Porque se for eu não perdoá-la por brincar com o coração da minha esposa – disse Raven tentando procurar por Lexa ali, se fosse mais uma das brincadeiras da amiga, Lexa estaria em perigo.

- É sério, aqui o meu cartão – o homem tirou o cartão de dentro de seu terno e entregou a Octavia – Eu realmente gostaria que você fizesse um teste, você tem até o final do mês para decidir, por favor, pensa bem – pediu sorrindo.

Octavia observou o homem voltar para o pequeno círculo de amigos, Raven segurou a mulher sabendo que ela poderia estar tonta.

- Rae... Rae... Rae... – repetia com sua mão tremendo sobre o peito, Raven sorria feito boba ao ver que aquela notícia seria algo importante para a esposa.

- É real O, esse momento é seu! – Raven viu o enorme sorriso aparecer no rosto de Octavia e a mulher pulou sobre a esposa, Raven agradeceu suas horas na academia porque caso contrário não teria forças para segurar a esposa daquela forma.

Raven ouviu a gargalhada de Octavia e alguns curiosos olharem para elas, porém nenhuma das duas se importavam com a atenção.

...

Aden desligou a televisão quando ouviu a porta se abrindo, era agora, ele iria contar tudo para suas mães sobre Becca.

O garoto olhou para a porta e viu Anya entrando, logo depois Clarke, Lexa e por fim ele viu Becca. Aden engoliu a seco e um frio devastador soprou em seu estômago, ele não queria pensar no que estava prestes a acontecer, nem mesmo quando falou com Becca ficou tão nervoso assim. Ele acompanhou as mulheres com o olhar, elas se aproximaram sem falar uma palavra. Lexa ajudou Clarke a tirar seu casaco, a loira sentou ao lado de Aden e percebeu o quão nervoso ele parecia estar.

- Primeiro de tudo, assim que voltarmos da nossa viagem você está de castigo por um mês Aden – disse Lexa mostrando que não haveria como Aden sair daquela ordem. Ele esperava algo assim vindo de Clarke, porém não de Lexa – Então? Não tem nada para nos contar?

- Lexa – repreendeu Clarke vendo que a esposa estava sendo um pouco rude em seu tom.

Aden olhou para Clarke e depois para Lexa, seus olhos se atreveram a encontrar os de Becca ao lado de Anya. Foi então que ele resolveu descansar seus olhos no chão, parecia menos intimidador.

- Eu iria contar, eu iria contar hoje, eu só não queria falar antes para não arruinar a noite de mamãe – explicou ainda olhando para o chão.

- Você mentiu para mim Aden! – Lexa nunca elevava sua voz para as crianças, nenhuma delas, porém naquele momento ela não conseguia se controlar – Você fez tudo escondido, tem ideia do quanto eu e sua mãe estamos magoadas pelo o que você fez?

- Lexa – dessa vez foi Anya que chamou a amiga.

- Lexa não Anya! Isso é sobre meu filho, eu sei exatamente como devo agir com ele – retrucou calando a amiga, Anya ficou calada porque não queria deixar a amiga ainda mais irritada – Se queria tanto falar com Becca, por que não veio até nós primeiro? E não me venha com a desculpa da exposição.

- Porque eu não queria que vocês achassem que eu queria mudar a vida que eu tenho, eu não queria que achassem que estava infeliz aqui por isso fui à procura de Becca – Aden levantou seu olhar e resolveu encarar Lexa, a atriz tinha lágrimas nos olhos, mas ainda não sabia dizer por qual dos motivos – Eu errei eu sei, eu não deveria ter guardado esse segredo.

- Eu sei que isso tudo parece demais – a atenção agora foi para Becca – Eu acho que devo manter minha distância, como eu disse não quero de forma alguma arruinar o que vocês têm – doía tanto em Becca dizer aquelas palavras, porque a verdade era que sim, ela queria fazer parte da vida do garoto mesmo que como amiga.

Clarke percebeu o olhar triste do filho, a loira olhou para Lexa que também havia percebido o mesmo, o garoto não questionou, mas era doloroso saber que Becca voltaria a se afastar.

- Isso não é uma decisão sua Becca, não é minha decisão e certamente não é de Lexa – Clarke não iria deixar Lexa piorar a situação. A loira tocou no ombro do filho – É sua decisão Aden – Aden olhou para a loira se surpreendendo – Essa notícia me pegou de surpresa e sim, eu odeio o fato de você ter mentido, mas depois que você obteve suas respostas isso fez bem a você, é notável, e tudo o que fizer bem a você, me deixará feliz – Clarke beijou a testa do filho e Aden segurou suas lágrimas – O que você quer fazer? Quer que Becca se afaste? Você quer... Quer

- Não mamãe, eu não quero morar com Becca – respondeu sem sombra de dúvidas – Vocês são minhas mães e aqui é o meu lar, eu jamais trocaria esse amor – explicou e isso fez Becca sorrir mesmo com um pouco de dor, era lindo ver o amor do garoto pelas mães – Mas eu também não quero que Becca se afaste de mim, todos nós merecemos uma segunda chance, certo? – Clarke estava orgulhosa do garoto que educou. Aden olhou para Becca e sorriu – Agora que ela e tia Anya estão juntas, talvez eu possa aprender a chamá-la de tia?

A lágrima singular desceu de um dos olhos de Becca, ela imediatamente a enxugou. Clarke olhou para Lexa, conversaram apenas com o olhar porque se entendiam perfeitamente, foi então que Lexa descruzou os braços cedendo ao pedido de Clarke.

- Eu sei que será um longo caminho para que tudo pareça normal entre todos nós, mas o que acha de tentarmos? – sugeriu Clarke, Becca imediatamente concordou com a cabeça, era suficiente para ela – E podemos prometer que sem mais mentiras? – todos concordaram – Ótimo, acho que foi um longo dia e devemos descansar.

Aden levantou e foi até Becca, ele a abraçou e isso desencadeou várias outras lágrimas na mulher. Anya sorriu e beijou os cabelos castanhos do garoto. As duas mulheres caminharam para a saída, Becca olhou uma ultima vez para Clarke como se a agradecesse por algo, a loira apenas concordou com a cabeça entendendo. Lexa sentou ao lado de Clarke ao sofá e Aden voltou para suas mães. Clarke chamou o garoto e ele se encaixou entre as mulheres, ainda incerto se deveria falar algo para Lexa.

- Não importa o que vier, não importa se haverá altos e baixos nessa família, sempre iremos nos apoiar não importa o quão ruim a situação possa parecer – as palavras de Clarke entraram nos dois ali ao sofá, Aden e Lexa eram mais parecidos do que ela pensava ser – Sempre enfrentaremos isso juntos e unidos, ninguém vai conseguir desestruturar nossa família e sabem por quê? – perguntou querendo ouvir uma resposta.

- Porque nos amamos acima de qualquer coisa – respondeu os dois ao mesmo tempo, aquela sempre seria a resposta dos Griffin Woods.

- Eu sinto muito mesmo mãe – confessou Aden envergonhado por mais uma vez falhar com Lexa, a atriz não aguentou e abraçou o filho mostrando que estava tudo bem.

- Mas você ainda está de castigo – sussurrou Lexa entre o abraço, Clarke sorriu sabendo que os dois estavam bem.

Clarke ouviu alguns sussurros e quando olhou para trás viu Lyz e Taylor, ambas segurando o leão e guaxinim de pelúcia que um dia Clarke ganhou da esposa. As gêmeas correram quando Clarke chamou, pularam no sofá e entraram naquele momento de família. Lexa trocou olhares com a esposa e sorriu mesmo cansada, Clarke estava certa, aquela família tinha amor para enfrentar qualquer obstáculo e saber disso era o suficiente.

...

DOIS DIAS DEPOIS

Octavia não tirava o sorriso do rosto, já no avião particular Octavia pediu silêncio a todos que estavam ali para que ela pudesse fazer a contagem. Luna estava ao lado de Abby, com Raven próxima a elas. As três crianças em seus lugares, Clarke folheava uma revista esperando chegar à página onde havia uma matéria sobre ela, Lexa digitava algo ao celular, Kane infelizmente não estava ali por conta de trabalho. Ao fundo estava Anya ao lado de Becca, as duas pareciam discutir sobre algo bobo já que Anya falava com um sorriso enquanto Becca negava com a cabeça. Octavia sorriu satisfeita e foi até o piloto apenas para ter a certeza de quanto demoraria aquele voo, ela voltou e sentou-se diante de Lexa, foi quando finalmente o avião decolou.

- Acabei de mandar uma mensagem para Indra, ela estará nos aguardando no aeroporto – disse Lexa desligando seu celular e dando sua atenção a Octavia – Obrigada O, eu não teria conseguido sem você – ela ouvira tudo o que Octavia havia planejado e estava mais do que satisfeita, o melhor de tudo era que Clarke não esperava que a viagem fosse sobre algo a mais.

- Imagina – explicou dando de ombros.

As horas estavam passando, porém estava incomodando cada um ali, não deveria demorar tanto para chegar até o Havaí. Octavia parecia despreocupada com a chateação de Lexa e dos outros passageiros, ela assegurou que estava tudo sobre controle e que demoraria mais um pouco para chegar ao destino.

- Octavia, quem diabos é esse piloto e por que não chegamos ainda?! – perguntou Anya irritada, ela já havia viajado ao lugar antes, porém nunca com aquela demora.

Antes que pudesse responder, todos ouviram o alerta do piloto dizendo que já iriam pousar. Lexa nem ao menos olhou para Octavia, ela não sabia exatamente o horário certo, mas sua cabeça contava mais ou menos oito ou dez horas de voo, pensou que poderia ser um sequestro, e se isso fosse verdade Octavia seria a primeira morrer, não pelos sequestradores, mas por Lexa.

...

- Gustus isso está errado! – falou Indra impaciente, Lexa deveria ter chegado há horas. A mulher novamente levantou da cadeira do aeroporto – Será que houve algum sequestro?

- Meu amor, se acalma, voos atrasam – explicou calmamente. Gustus estava tão relaxado que poderiam facilmente achar que ele estava usando algum tipo de droga.

- É, você está certo – disse voltando a sentar ao lado do homem. Eles estavam no Havaí e mal poderiam esperar para ter companhia naquela belo lugar.

...

O avião pousou e aos poucos cada um foi descendo. Lexa olhou ao redor, não era o aeroporto do Havaí, e os que estavam ali notaram a mesma coisa. Como se fosse ensaiado, todos olharam para Octavia, a mulher não entendeu o motivo daqueles olhares, e isso a deixou confusa.

- Octavia? – disse Lexa tentando manter a calma depois de horas entediantes no voo. Clarke levou uma mão ao ombro da esposa tentando acalmá-la – Isso não é o Havaí!

- Havaí? Claro que não é – respondeu gargalhando com o comentário idiota de Lexa – Por que você voltaria ao Havaí depois do que passou?

- PORQUE EU ESPECIFICAMENTE PEDI PARA VOCÊ AGENDAR A VIAGEM AO HAVAÍ! – gritou sem se importar com os olhares curiosos.

- Lexa, meu amor respira – pediu Clarke ao ver a veia no pescoço de Lexa pulsando.

- Não, você não falou Havaí – explicou lembrando exatamente da conversa ao telefone.

- Sim, eu falei!

- Não, não falou.

- Sim, eu falei!

- Não.

- SIM!

Os outros acompanhavam as argumentações bobas entre as duas.

- Claro que não – argumentou  Octavia mais uma vez sabendo que estava certa.

- Onde diabos estamos Octavia?! – perguntou Anya já irritada com a discussão.

Todos ficaram atentos à advogada esperando por uma resposta.

- Havana – disse não parecendo culpada.

- OH NA NA! – cantarolou Elyza. Octavia sorriu para a garotinha que continuava a cantarolar.

 


Notas Finais


guerreirxs que aguentaram ler até o final <3
então acho que no máximo até semana que vem eu volto com o ultimo cap.
Bjors


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