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História Wrong - Capítulo 18


Escrita por: cronicas_do_sai

Notas do Autor


Hj todo mundo vai sair odiando o Sai ksksksskks

Capítulo 18 - Capítulo 18


Fanfic / Fanfiction Wrong - Capítulo 18

Sai se levantou rapidamente e correu, pegando os sapatos que estavam fora do tatame. Voltou até onde eu estava, me ajudando a levantar, nos guiando até o banheiro mais próximo.

— Sakura? — pelo tom, pude perceber que Kakashi estava próximo.

Meu coração ainda batia disparadamente, a adrenalina tomava conta de cada célula do meu corpo, minha respiração ainda ofegante. Sai parecia estar calmo, apesar de tudo. Me olhava com expectativa.

— Oi, pai! — respondi, alto o suficiente para que ele me escutasse.

— Você demorou. Prometeu que iria voltar cedo — disse preocupado e, eu poderia jurar que seu tom tinha uma pontada de desconfiança — Tá tudo bem, Filha?

— Desculpa não chegar no horário — pedi sinceramente — É que eu acabei me empolgando no treino — Sai sorriu, e eu lembrei que o único empolgado ali era o moreno. Me controlei para não o acompanhar sorrindo — E acho que comi algo que não me fez bem. Tô enjoada...

E não era uma total mentira. Todo aquele momento e, talvez, a falta de nutrientes em meu corpo me fizeram ficar com ânsia. O pintor pareceu perceber e me olhou preocupado.

— Eu vou ficar bem... — disse mais para o moreno a minha frente do que para o prateado lá fora — Daqui a pouco eu vou, pai. Só vou esperar melhorar um pouco...

— Esses enjôos... Você não está... Sabe? — parecia mais desconfiado que o comum — Quer dizer, você não voltou com o capiroto, né?

— Não, pai. Eu não voltei com o Sasuke — garanti — E não, eu não estou grávida — revirei os olhos com aquela insinuação absurda — Só acho que comi algo que não me fez bem, só isso... — inventei. Ele não poderia desconfiar que eu havia saído para treinar sem ao menos me alimentar.

— Ok. Só queria garantir — disse casualmente — Te espero em casa, filha.

Andei até a pia do banheiro, molhei as mãos e as levei até meu rosto, o molhando. Meus dedos subiram até alguns fios do meu cabelo, os bagunçando levemente. Minhas pálpebras pesaram e eu fechei meus olhos. Aproveitei o momento, tentando organizar pensamentos e dar um basta naquela coisa que chegava até minha garganta e naquele calor que meu corpo ainda emanava

— Sakura?

— O que foi agora, pai? — perguntei impaciente.

— Ele me pediu para não contar, mas — começou cansado — o Sai me procurou hoje — soltou de uma vez.

— O Sai? — abri meus olhos prontamente, encarando o pintor pelo reflexo do espelho, já que ele estava atrás de mim — O que ele queria? — perguntei curiosa. Ele enrijeceu de repente e engoliu em seco. Eu sabia que ele não queria que eu soubesse sobre nada daquilo, mas eu precisava saber o motivo que o levara até o sensei.

— Me procurou para conversar sobre você — fez uma pausa um tanto dramática, talvez esperando a minha reação — Sobre você e essa ideia idiota de participar do croan.

Revirei os olhos e bufei.

— A ideia não é idiota! — quase gritei, mas quando senti o líquido amargo subir pela minha garganta novamente parei de repente, fechando os olhos de novo. Senti um aperto em minha cintura, Sai pedia claramente para eu me acalmar. Os nós de meus dedos estavam dormentes pela força que eu aplicava sob a mármore da pia.

— Agora eu sei que não é idiota, que tem importância pra você. Sei que só quer fazer isso para provar o quão forte você é — senti um batida leve na porta, talvez ele estivesse apoiado a testa lá — Mas eu quero que saiba que eu sei disso, sakura. Sei da tua força... não precisa me provar nada — nós não dissemos nada por alguns segundos. Absorvia cada palavra dita pelo mestre enquanto minhas mãos relaxavam — E você ainda não tá pronta, minha filha — completou cansado.

— Eu sei... — as palavras saíram de repente em uma total sinceridade.

— Sabe? — perguntou surpreso.

— Não me faça repetir, sensei — sorri fraco enquanto abria os olhos, encarando novamente o moreno pelo reflexo — Eu não tô pronta — admiti — Mas saberei quando estiver — lembrei da conversa que tivemos na galeria sobre aquilo. Sorri em direção a ele, que fez questão de me devolver da mesma forma.

— Uau! — exclamou impressionado — E eu achando que cabeças iriam rolar depois de tudo — gargalhou.

— Sai e eu também tivemos uma conversa — deixei escapar, e quando me dei conta do que falei, revirei os olhos.

— Só uma conversa? — exigiu saber — Minha filha pelo amor de Deus me diga que você não está tendo nada com ele — quase suplicou.

E analisando toda aquela situação, tive uma imensa vontade de gargalhar.

— Somos amigos — disse calma — Bons amigos... — Sai me lançou olhares indecifráveis.

— Menos mal — não o via, mas tinha certeza que um suspiro de alívio rompia seus lábios naquele instante — O cara pode até ser gente boa de vez em quando, mas continua sendo um marginal.

— Ele não é um marginal! — disse brava — Pô, porque vocês insistem nisso? — apertei a mármore da pia com mais força, tentando me controlar.

Eu estava cansada daquilo. De todos o julgando, do mundo estar contra ele. Será que não viam um resquício de bondade nele? Algo que valesse a pena?

Eu suspirei quando encontrei a resposta.

Era marginal, mas só pra se esconder naquela pose de bad boy. Era a única razão para manter aquilo.

A verdade era que aquela pontinha de humanidade sempre estaria ali, mas sempre cercada por um muro tão alto e por uma jornada tão obscura que muitos não se arriscavam. Nem eu sabia se poderia um dia alcançá-lo. Talvez eu poderia perdê-lo no caminho, talvez até mesmo me perder, mas eu estava disposta a tentar. Disposta a encontrá-lo, e quem sabe assim, me encontrar também.

— Porque é a verdade. É isso que ele é: um marginal.

Encarei Sai pelo espelho. O moreno não demonstrara uma reação sequer. Estava atento a cada palavra dita. Sua mão abandonara minha cintura e eu temia pelo que vinha.

— Não é a verdade — me virei para olhá-lo, ficando de frente para ele — Eu sei que não... — beijei seu ombro demoradamente. Sabia que ele fingia não ligar para tudo aquilo, mas a verdade é que, lá no fundo, ele se incomodava todas essas coisas — O Sai é um cara maneiro, pai. Uma pessoa incrível, mas só com quem quer e quando quer também.

— Com você, principalmente... — Kakashi disse do lado de fora com irritação — E isso me preocupa.

— Não devia — deixei claro — Ele cuida muito bem de mim, cê sabe disso — me afastei e o olhei firmemente. Sai não tinha nenhum brilho em seus olhos, e aquilo por um momento me assustou.

— Que seja! Essa conversa já deu por hoje — rebateu sem paciência — Tô te esperando em casa, sakura.

— Eu vou daqui a pouco, prometo! — gritei, ouvindo ele se afastar.

Alguns minutos se passaram. Não dissemos nada até nos certificamos de que ele realmente fora embora.

— Não faça isso! — me adiantei ao observá-lo pegar os sapatos e sair do banheiro.

Ele não disse nada, me ignorando por completo.

— Sai! — chamei. Corri até o moreno que calçava os sapatos de uma maneira apressada e impaciente — O que foi?

— Nada — respondeu simplesmente. Estava pronto para ir embora, mas agarrei seu pulso o mais forte que consegui.

— É por causa do que o meu pai falou? — perguntei brava — Você, mais do que ninguém, sabia que seria desse jeito...

— É, eu sabia — assentiu sem paciência — E é por isso que — parou de repente.

— O quê? — perguntei suplicante.

— A verdade é que não vai dar certo, sakura — seus olhos transbordavam sinceridade — Eu não presto...

— Mas disso eu já sabia. Você mesmo vive me dizendo isso — meu tom era firme — Sei de tudo o que falam a seu respeito, mas eu não me importo com nada disso, Sai. Achei que já soubesse disso... — suspirei cansada, afrouxando o aperto em seu punho delicadamente — Se eu realmente me importasse, não teria começado com essa coisa. Não estaria aqui com você. Não teria nem me aproximado — elevei a voz um pouco permitindo que lembranças inundarem minha mente — Meu pai, minha irmã, o Sasuke e inúmeras outras pessoas me pediram para que eu me afastasse de você. Diziam que você não prestava, que você era uma má companhia... Um simples marginal! Mas eu não me afastei e nem pretendo fazer isso — as palavras saíam de minha boca de uma maneira tão natural que eu não imaginei ser possível. Ele tinha que entender o que eu estava falando — E eu não me importo com nada disso, Sai! Eles não sabem nada a seu respeito.

Ele me deu as costas. Suas mãos subiram até sua nuca, e um suspiro pesado rompeu seus lábios

— Nem você, novinha — aquele tom que eu odiava preencheu o ambiente. O tom presunçoso que aquele idiota só usava nas horas erradas — Você também não sabe nada ao meu respeito — se virou em minha direção. E além do tom, aquele maldito olhar estampava em sua face — Deveria começar a ouvir as pessoas, sakura. Deveria se afastar de mim.

— Viu, Sai?! — o olhei com fúria — É isso que você faz... Afasta as pessoas! E está fazendo isso comigo. De novo!

— Então o que você tá esperando? — abriu os braços me olhando bravo — Se afasta de mim.

— Eu não vou fazer isso. Não vou me afastar — sibilei entre dentes, me aproximando dele de uma forma desafiadora — Sei que você vai fazer de tudo para isso, mas —

— Fala aí, feiosa — me interrompeu, elevando o tom — Deve ser mó barra isso que cê passou — eu sabia onde ele queria chegar, e temi por aquilo — A sua própria irmã ter que te bancar um namorado... Que coisa — fez uma falsa cara de piedade — Quanto mesmo? Dois mil? — fechei os olhos controlando as lágrimas. Aquele ainda era o único assunto que mexia comigo e aquele filho de uma mãe sabia disso — Dois mil para pegar a  machinho. Um belo valor...

— Você não precisou de nada pra isso, né? — abri meus olhos, os sentindo marejados — A alguns minutos atrás cê tava beijando a Machinho loucamente... — quase gritei.

— Eu nunca disse que você não era bonita. É linda se quer saber. Uma gostosa — seus braços cercaram minha cintura, me prendendo. Me debati tentando me livrar, em vão é claro — Mas é só isso, sakura... Um rostinho bonito, um corpo bonito... Nenhum garoto em sã consciência ficaria contigo. Talvez uma noite, mas só isso — meus músculos relaxaram e eu permiti que as lágrimas deixassem meus olhos. Fiz o possível para que não fosse ali, na frente dele, mas não pude controlar, foi mais forte que eu.

Porque era exatamente aquele pensamento que eu sempre tive. E o ouvir em voz alta era doloroso. Principalmente vindo dele.

— Idiota! — soquei seu peito — Seu idiota.

Talvez minutos se passaram e eu nem me dei conta. Só chorava que nem uma idiota, que eu tanto o acusava, na frente daquele idiota.

— Eu só queria que você não fosse minha amiga — ele sussurrou de uma maneira arrastada — Seria mais fácil te magoar. Eu não iria me sentir dessa forma, feiosa... — seu dedos foram até meu rosto, enxugando algumas lágrimas.

— Fica tranquilo — me afastei, limpando aquele rastro que cobria meu rosto. Respirei fundo, e fiz de tudo para que mais daquelas lágrimas não deixassem meus olhos — Você fez isso muito bem — minha voz estava rouca.

— Saky... — começou. Seus olhos pesaram e aquele ar arrependido tomou conta dele — Não faz isso.

— Não! — me afastei um pouco mais — Você tem razão... — balancei minha cabeça algumas vezes em concordância — Isso é errado e não vai dar certo — repeti as palavras dele de uma forma seca — A machinho vai ficar só... Como sempre deveria ter ficado.

Ele balançou a cabeça algumas vezes, negando e, quando ia falar algo, eu o interrompi.

— Pode, por favor, me dá as chaves? — apontei para o seu bolso — Eu tenho que ir pra casa — evitei encará-lo.

— Tudo bem, sakura — buscou as chaves no bolso e jogou em minha direção — Eu procurei por isso, afinal...

Eu não disse nada. Abri a academia e saí, ele fez o mesmo em seguida.

E sem dizer uma palavra, o moreno atravessou a rua e seguiu até a galeria. Abriu a porta de uma maneira impaciente e foi até os fundos do estabelecimento, sem nem se preocupar com a porta aberta. Soube ali, que era a vez dele de extravasar a raiva que sentia. Ia para o velho saco de areia.

Tranquei a porta enquanto tentava tirar o pintor de meus pensamentos.

Ele procurou por aquilo. Quis me afastar, e conseguiu.


Notas Finais


NÃO ME MATEM! Eu tinha que fazê-los discutir. Isso uma hora ou outra iria acontecer. Sai nunca vai se achar suficiente para a garota. E isso é um problema, kkkk.


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