Conseguindo escutar um ruído alto, parecido com um espirro que mais parecia uma explosão, Hoseok murmurou alguma coisa ainda grogue pelo sono. Virando-se em direção de onde o barulho veio, adormecido, o Jung não demorou muito para sentir braços lhe acolherem, aconchegando seu corpo. Resmungando mais uma vez, o humano franziu o cenho no instante em que pingos de algo líquido meio grudento vieram para sua face, molhando-a.
— Atchim! — Novamente o barulho alto se fez presente, e diferente das vezes anteriores, Hoseok não conseguiu ignorar.
— Tae... — Ele chamou, empurrando um pouco para o lado o híbrido que abraçava sua cintura. — Espirra para lá.
— H-Hyung, está frio. — Taehyung passou sua perna pela cintura do menor, aproximando-se mais dele, querendo se sentir quente; estava tão gélido, ele notava por si só.
— Ficou doido? Tá um calor gigantesco! Vai, me solta. — Hoseok grunhiu, tentando tirar os membros de outrem de seu corpo.
— Atchim!
— Meus ouvidos, meu Deus.
— A-Aí, minha garganta... — O Kim gemeu baixinho, frustrado e tristonho.
— Desgruda. — sussurrou.
— Me deixa. — pediu manhoso.
— Tae, você está suando. — disse Hoseok, finalmente percebendo que algo ali não estava certo. — Credo.
Abrindo os olhos, Hoseok arqueou uma sobrancelha. Levando a mão a testa do melhor amigo, ele começou olhá-lo preocupado.
— Tae, você está com alguma dor?
— Me deixa dormir. — pediu, dengoso, abraçando desengonçadamente o mais velho.
— É sério, me responde.
— N-Na cabeça. — sussurrou.
— Desde quando?
— Hum... hoje? Ou ontem? Acho que hoje.
— Você ficou doente, TaeTae.
— Doente!? — Abriu rapidamente os olhos e mirou ao Jung, negando desesperado. — N-Não estou, não. — falou, rouco. — Eu estou super bem!
— Estou indo pegar o remédio.
— Hyung, não. — Segurou o braço do menor, prendendo-o contra si. — Eu não preciso. — disse, choramingando. — Eu me curo rápido, é o meu poder.
Hoseok o olhou em tédio. “Me curo rápido? Sério?” Ele revirou os olhos com a afirmação do melhor amigo, suspirando fundo em seguida, tentando ter nem um pouquinho de paciência que seja.
— Prometo que o gostinho é de frutinhas.
— Não. — Choramingou outra vez, com as orelhas baixas. — Faz por mim, hyung. Não me dá remédio, não... — Um biquinho tristonho pousou-se nos lábios do híbrido.
— Estou fazendo por você. — falou, ficando em pé e caminhando em direção ao cesto cheio de medicamentos, apanhando um copinho e o enchendo com a dose certa do remédio. — Ainda bem que eu vi que você estava doente agora e não depois.
— Hum. — Taehyung virou o rosto, entrando debaixo das cobertas.
— Abre a boquinha.
— Não.
— Olha aviãozinho.
— Isso aí não se parece com um avião.
— Vai, Taehyung, não seja infantil. Abre a boca.
— Eu não quer-... — Sentindo Hoseok apertar suas bochechas, Taehyung arregalou os olhos quando o gosto ruim daquele remédio tomou conta de toda a sua boca. — Hyung! — gritou.
— Olha que bebê bonito, tomou o remedinho! — Viu o outro deitar e virar ao lado oposto de si, enraivecido. — Preciso tirar sua temperatura.
— Não.
— Vem, Tae.
— Não. — Silabou.
— Tigrinho, vem aqui, hu? — As orelhas de Taehyung levantaram na velocidade da luz ao topo de sua cabeça, contentes. — Não seja mal com seu hyung, gatinho.
Mesmo não querendo, Taehyung sentou na cama e olhou a Hoseok, esperando que o mesmo o mandasse fazer algo, igualmente a um cachorrinho obediente. Sorrindo, o Jung pegou o termômetro, e em minutos, o ruivo já conseguia ver a temperatura do mais novo.
— Quarenta e dois. — Negou com a cabeça, murmurando um "tsc, tsc, tsc". — Se não abaixar para trinta e sete até o almoço, nós vamos no médico.
— O quê!?
— Na praia você tomou algo quente e depois gelado?
— N-Não.
Hoseok cerrou os olhos para o mestiço.
— Sei... — disse, desconfiado. — Descansa, tá bom? Dorme.
— Fica aqui.
— Eu tenho que arrumar as coisas lá embaixo e avisar o chefe que não iremos comparecer hoje.
— Ah... — O biquinho nos lábios finos de Taehyung voltou ainda maior. — Tá...
— Eu já venho.
Ligando a televisão, Taehyung não queria dormir, mesmo que estivesse bem sonolento. Bocejando, ele olhou para os lados e sentiu sua cabeça doer; não queria ir ao hospital, seu hyung era muito exagerado, mas... mas ele estava se preocupando com si? Espera... é, ele estava sim! Seu hyung queria o ver bem! Isso era um bom sinal.
O tempo passou e finalmente Hoseok tinha voltado para o quarto, mas não pense que ele se deitou ao lado de Taehyung, ele foi é arrumar o dormitório, que estava um verdadeiro furdunço. “Como surgiu tanta areia aqui, por céus!” Em algum momento da limpeza o Jung pensara consigo mesmo.
— TaeTae, vai tomar banho.
— Hum?
— Vai se banhar.
— Para quê?
— Se você não melhorar, precisará ir ao médico.
O híbrido riu, debochando.
— Eu já estou bem melhor.
(...)
Com a cara de poucos amigos, Taehyung sentia seu hyung o embrulhar em um monte de blusas. Revirando os olhos, ele colocou uma máscara em seu rosto e por fim uma touca em sua cabeça, protegendo suas orelhinhas do vento que hora ou outra aparecia, indo embora tão rápido quanto.
Entrelaçando seus dedos com os de Hoseok, o Kim grudou no corpo do menor e ambos seguiram em direção ao hospital, mas, claro, com Taehyung indo a força.
Chegando em seu devido destino, o mais velho foi a recepção, e por sorte, o doutor já podia atender o híbrido.
Caminhando à sala, Taehyung sentou na pequena cama que tinha ali e Hoseok no banco que se dava para olhar diretamente para o doutor.
— O que ele tem? — Explicando, o Jung passou mais de dez minutos apenas dizendo o que achava que o amigo tinha, mas, enfim, o médico se pôs a dizer no final: — Uma injeção resolve.
— Uma o quê!? — Taehyung arregalou os olhos. — Hyung, ele está blefando! — Tanto o médico, quanto o Jung olharam para Taehyung, julgando-o. — E-Eu não falei nada. — Virou o rosto, envergonhado.
— Mas irá demorar para ele se estabilizar enquanto tempo?
— Em menos de duas horas.
— Está bem, pode ser.
— Pode ser!?
— Taehyung, fica quieto.
— M-Mas...
— Eu vou pegar, então. Ele tem alergia a algo?
— Sim, eu tenho alergia a tudo o que você pode imagi-...
— Não. — Hoseok interrompeu o mais novo, entredentes
Preparando a injeção, Taehyung olhava para Hoseok desesperado. Aquilo era sério mesmo? Aquela agulha parecia que era para cavalo!
— H-Hyung...
— Não sabia que tinha medo de agulhas. — O Jung riu. — Prometo que não vai doer nada.
— Toma também.
— Eu não posso, você está doente, não eu.
— V-Vai ser aonde? — Olhou ao doutor.
— No braço.
— Dói. — Escondeu seu braço, pressionando-o contra os seus dígitos, amedrontado.
— Como seu namorado disse, não vai doer. — Taehyung sorriu, ah, mas ele sorriu como nunca.
— Meu namorado disse, é? Eu confio no meu namorado, então. — Estendeu seu braço. Taehyung dizia com tanto gosto que dava até inveja.
— Meu Deus. — Hoseok bateu a palma de sua mão na própria testa.
— Aí, esse negócio aperta. — Taehyung queria tirar aquela borracha que colocaram em seu braço.
— Três, dois, um...
— A-Ah... — O Kim se segurou para não gritar.
— TaeTae, já foi, já acabou. — Passou para o lado do maior.
— D-Dói. — sussurrou.
— Como disse, ele irá melhorar em horas.
(...)
Ganhando um cafune, Taehyung fazia drama, já Hoseok, estava cansando de ouvir o maior se lamentar.
— Taehyung... — Suspirou.
— Meu braço, aí meu braço. — disse ele. — Sinto que ele vai cair a qualquer momento.
— Não exagera, vai.
— Exagero! Exagero, sim! Vocês fizerem eu tomar aquilo à força.
— TaeTae. — Gargalhou.
— "TaeTae" não! É verdade, eu tomei à força! Só quero ver quando for com você, eu vou é pedir para te darem uma dez benzet-...
Arregalando os olhos, Taehyung tinha certeza que estaria em um sonho. Mas o que... o que estava acontecendo, e por que os lábios de seu hyung estavam mais docinhos que antes contra os seus, selando-os?
— Por que... por que fez isso? — perguntou após o Jung se separar.
— Porque você é fofo. — Hoseok falou, roubando mais um selinho do maior. — Muito bobinho.
— Hyung... — Corou, mas aproveitou e roubou um selinho também do mais velho.
— Acho que sempre quando você falar demais, vou te dar um beijinho. — Taehyung sorriu abertamente ouvindo tais palavras.
— Eu vou botar o papo em dia!
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