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História Xeque-Mate - Punição


Escrita por: ShewantsCamz

Notas do Autor


Heey! Demorei, mas voltei!

Bom, primeiramente queria agradecer todos os comentários e dizer que eu amo muito a interação de vocês aqui. Esses tempos eu ando com certo bloqueio para escrever, estou um pouco desanimada, cheguei a pensar em dar uma pausa em Xeque-Mate, mas eu vou continuar tentando. As meninas e eu temos esse compromisso com vocês e sei que não seria bom deixar de lado. Só quero pedir a paciência de todos caso os capítulos demorem mais para sair.

Enfim, chega de papo e vamos ao que realmente importa. Sei que estão curiosos para saber o que Camila vai fazer para se vingar. Então...

Façam uma ótima leitura, arrumo os erros depois.

Evelin.

Capítulo 8 - Punição


Fanfic / Fanfiction Xeque-Mate - Punição

Caminhei em passos lentos ao lado de Christopher até a entrada da Collins Enterprise. Ele me olhou de canto, e lançou um sorriso feliz. Na noite anterior fizemos as pazes, logo após eu ter chegado do Sky Room. Meu marido já estava em casa, deitado em nossa cama enquanto assistia os comentários do jogo que havia saído para ver. E eu, como boa esposa, dei ao mesmo o carinho que tanto ele havia pedido na noite anterior. O que rendeu um homem bem humorado no dia seguinte, a ponto de realizar um pequeno pedido meu.

- Tem certeza que não quer que eu peça para alguém do RH fazer isso? – perguntou, enquanto acenou para um dos funcionários.

- Tenho, meu amor.

Passamos pelo sistema de identificação biométrica na entrada, recebendo alguns olhares discretos. Na C.E os funcionários sempre mantinham em uma postura séria, sem demonstrar qualquer tipo aparente de distração. Tudo se devia aos supervisores rigorosos, a mando de Christopher. Atravessamos a ala principal da entrada, caminhando em direção aos elevadores do outro lado. Dois dos três elevadores estavam ocupados, dando a escolha do que estava na lateral esquerda. Não demorou muito, e logo estávamos no ultimo andar, onde ficava a sala de meu marido. Aquela área ficava reservada unicamente para sua sala, tendo divisória somente para a mesa da secretaria, que até o momento estava completamente vazia.

Atrasada, que ótimo.

- E depois diz que não tenho razão. – falei ao deslizar a ponta dos dedos sobre a madeira fria da mesa de Clarice.

Christopher me lançou um olhar, que dizia “você está exagerando”. Mas logo virou-se em direção a sua porta, entrando em sua sala. Caminhei rapidamente sobre meus saltos finos, logo atrás do mesmo. Meu marido largou sua pasta de couro marrom sobre a mesa, e então desabotoou os três últimos botões de seu paletó, na cor azul marinho, sendo coberto por linhas finas de giz. Ele sentou em sua cadeira, e deixou sua atenção se roubada pelos papeis que estavam sobre a mesa. Eu me aproximei do mesmo, levando as mãos até seus ombros onde apertei devagar.

- Não vou demorar muito aqui, ok? Tenho que ir para a galeria com Dinah. – disse, depositando um beijo na nuca dele.

- Tudo bem, querida. Eu também tenho uma serie de reuniões hoje.

Christopher olhou para fora da sala, provavelmente a procura de algum sinal de Clarice. Levantou parcialmente o braço para olhar as horas em seu relógio de ouro, já passava das oito e nem um sinal.

- Ela nunca se atrasa.

- Dinah me contou que viu ela no Sky Room ontem. Deve estar de ressaca.

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, ouvimos o barulho do bipe do elevador. Dando espaço para uma Clarice apressada, e um tanto desajeitada. A mulher ainda tinha o rosto com leves marcas de quem havia acabado de acordar. Seu uniforme contava com ondulações amassadas de puro desleixo.

- Desculpe a demora Sr. Collins.  – disse assim que pôs os pés dentro da sala.

Christopher fitou a mulher por alguns segundos, assim como eu. Deslizei os finos dedos sobre os ombros de meu marido, enquanto analisava a postura de Clarice a nossa frente. A imagem de Lauren agarrada naquela mulher se desenhou em meus pensamentos, fazendo-me expulsar qualquer tipo de dó que eu poderia ter.

- Clarice, eu quero que você passe no RH. Nós não vamos mais precisar de seus serviços.

A mulher deixou que seu queixo caísse em surpresa, não esperava por tal noticia aquela hora da manhã. Eu respirei fundo, erguendo a cabeça em uma postura firme.

- O que?

- Exatamente isso que ouviu.

- Mas senhor, eu sei que me atrasei e sinto muito.

- Não se preocupe, vamos pagar tudo conforme a lei.

- Foi pelo meu atraso?

- Sua falta de compromisso, minha querida. Você não está enquadrada nos quesitos da Collins Enterprise. E eu tive que tomar providencia. – Falei, caminhando para mais próximo da mulher.

Eu sentia o olhar furioso da secretaria sobre mim, como se ela soubesse exatamente que fui eu quem ordenou sua demissão. No fundo ela sabia, as mulheres sempre sabem, mas eu honestamente não me importava nenhum pouco o que ela achava ou não. Movi meus lábios em um sorriso, para a mesma que apenas me fitou.

- Tudo bem, com licença Sra. Collins.

A mulher saiu da sala, e eu me permiti caminhar logo atrás dela. Fechei a porta, para que Christopher não escutasse absolutamente nada do que se passava do lado de fora. A secretaria começou a arrumar suas coisas, enquanto eu apenas assistia tudo. Ela não me parecia estar triste ou chateada, sua expressão carrancuda revelava raiva.

- Foi você não é? – murmurou.  - Que fez ele me demitir?!

- O que?

- Não se faça de sonsa! Você me demitiu! – esbravejou.

- Sim. – disse, aproximando-me mais da mesa.

- Como pode ser tão megera?

Ela me encarou sem qualquer tipo de respeito. Eu franzi o cenho na direção da mulher, que agora parecia ter as garras de fora.

- Eu deixei bem claro da ultima vez para você ter cuidado.

- Você acha que é dona do mundo?

Ela estava mesmo querendo medir forças comigo?

- Do mundo ainda não. Mas dessa empresa sim. Agora pare de encher minha paciência e pegue suas coisas, saia daqui.

- Você ainda vai se dar muito mal Sra. Collins.

- Estou recebendo ameaças? – perguntei, enquanto repousava minhas duas mãos sobre a mesa da mulher. – Porque se for, eu devo dizer que posso ser bem melhor do que você em fazer isso.

- Você é uma...

- É melhor você ficar calada. Não aconselho terminar sua frase.

Clarice se afastou, lançando-me um olhar furioso. Agarrou sua bolsa, na qual despejou seus objetos pessoais, e se retirou em passos apressados e duros. Assim que a mulher desapareceu no elevador, peguei o celular no bolso de minha calça jeans azul claro. Vasculhei a agenda telefônica por alguns segundos, até encontrar o nome de Lauren. Não demorou muito, apenas três toques e eu pude ouvir a voz rouca da mulher no outro lado da linha.

- Sim senhora Collins? – eu podia notar uma pitada sarcástica em sua voz.

- Bom dia agente Jauregui.

- Bom dia.

- Eu vou precisar de seus serviços hoje, estou na empresa de meu marido. Pode vir até aqui? – perguntei, sem qualquer tipo de incomodo na voz. Lauren com toda certeza pensava que eu estaria cuspindo fogo.

- Claro, estou saindo da delegacia em quinze minutos, chego logo.

- Tudo certo, obrigada, querida. – disse, ao desligar.

Guardei o telefone no bolso, soltando um suspiro animado entre os lábios. Eu ia adorar ver a cara de Lauren ao saber que sua doce Clarice havia sido demitida. Fiquei por alguns segundos divagando sobre nossa possível conversa, quando ouvi novamente o bipe do elevador. De longe vi John caminhar na direção da sala de Christopher, ao lado de uma bela mulher.

- Bom dia Sra Collins. – O homem falou.

- Bom dia, John. – disse, deixando meus olhos sobre a bela negra ao seu lado.

- O Christopher está?

Eu assenti com um breve sorriso, e caminhei para sala de meu marido, sendo seguida por ambos. Christopher franziu o cenho assim que os fitou, mas logo relaxou. Eu caminhei até seu lado novamente.

- Bom dia, senhor. – disse ela.

- Christopher, essa é Normani Kordei, a nova contratada. Normani, esse é o Christopher Collins, e sua esposa, Camila Cabello.

Meu marido de forma gentil levantou-se de sua cadeira e estendeu a mão a bela mulher. Normani era dona de um corpo maravilhoso, uma pele de tonalidade linda e delicada. Seus traços eram finos, acompanhados de lábios carnudos e cabelos longos e pretos. Com um belo sorriso, ela cumprimentou o homem e logo depois a mim.

- Muito prazer.

- Bom, como você me avisou da demissão da Clarice. A indicada para substituí-la está no financeiro de nossa empresa. Normani havia sido contratada para o faturamento, mas tem ume extenso currículo para contábeis. – John deu uma breve pausa e então continuou. – Mas como sei que todos os funcionários do financeiro precisam passar por sua supervisão, trouxe a moça aqui.  

Christopher assentiu.

- Ela fez a entrevista?

- Sim senhor, ela passou pela seleção e com uma ótima posição eu diria.

Normani sorriu animada.

- Se ela foi tão bem assim, não me incomodo. Só leve ela para fazer o cadastro no sistema e tirar o microchip.

- Ela foi indicação sua? – perguntei a John.

O homem lançou um olhar rápido para a mulher ao seu lado, e depois voltou à atenção a mim.

- Não senhora, eu só trouxe a pedido do Marcus.

- Então, seja muito bem vinda, Normani. – disse com um sorriso para a mulher.

- Muito obrigada! Eu darei o melhor de mim para sua empresa.

- Assim espero. Mas não duvido disso. – Christopher falou de forma gentil.

- Tenha um bom trabalho Srta Kordei.

Ela assentiu antes de se retirar ao lado de John. Assim que os dois se puseram para fora da sala, Christopher me fitou e se aproximou.

- Você vem uma vez ou outra aqui e vai mudando tudo.

- Só tirei sua secretaria incompetente, meu amor.

- Seus ciúmes é uma coisa.

O homem tocou em minha cintura, fechando as mãos em meu corpo, no qual puxou para mais junto de si. Fechei os olhos assim que senti os lábios de Christopher se unirem aos meus em um beijo calmo.

- Quem é a moça que será sua secretaria agora? – perguntei ao soltar os lábios dele.

- Rachel, aquela morena do financeiro. Ela é de minha confiança, e pelo visto já conseguimos uma boa substituta para o lugar dela lá. Essa moça, Normani, me parece à primeira vista competente.

- Sim, parece. Espero que dê certo.

- Vai dar sim.

Meu marido me fitou por alguns segundos, e assim que se aproximou para beijar meus lábios, meu celular tocou.

- Deve ser Lauren. Eu vou para galeria, tenho um contrato para revisar! Querem fazer uma exposição de arte moderna na galeria.

- Não pode ficar mais um pouquinho aqui comigo? Tenho reunião daqui a meia hora.

Levei as mãos até o rosto de meu marido, trazendo seu rosto para mais junto do meu. Beijei seus lábios rapidamente e me afastei.

- Não posso, como disse, tenho mil coisas para resolver. Mas vejo você em casa, querido.

Ele suspirou, encostando-se da estante atrás de si.

- Tudo bem, bom trabalho.

Eu parei na soleira da porta, encarando o mesmo com um sorriso.

- Para você também, meu amor.

Tirei o celular do bolso assim que entrei no elevador, mandando uma rápida mensagem para Lauren, pedindo que me esperasse na entrada principal. Assim que saí do elevador, vi Clarice no fundo do corredor conversando com outra mulher, que eu julgava ser a recepcionista. Assim que a mulher colocou os olhos sobre mim, notei sua fúria iminente, então soltei apenas um breve sorriso e continuei meu caminho até Lauren, que me esperava do lado de fora.

Uma peça derrubada.

 Mero peão.

Assim que vi a agente parada na entrada um novo sorriso se instalou em meus lábios, sorriso que tratei de cortar rapidamente. Coloquei meu óculos de sol no rosto, e caminhei até o luxuoso carro que estava preparado para mim na entrada. O motorista abriu a porta assim que me viu, senti os passos de Lauren logo atrás de mim. Mas eu nem sequer dei atenção.

- Vou no meu carro. – disse ela ao se aproximar da janela do carro.

- Certo, estou indo para galeria.

Lauren apenas assentiu, eu podia notar a expressão divertida em seu rosto, então subi o vidro do carro antes mesmo que ela pudesse pronunciar qualquer palavra.

- Siga para galeria, Carlos.

Pelo espelho retrovisor, eu tive a imagem de uma Lauren em pé, olhando para meu carro que se afastava gradativamente. Sua expressão era confusa, e divertida. Ela estava acreditando mesmo que eu ainda estava irritada pela noite anterior, e eu realmente estava, mas já havia dado o troco. E um belo troco.

 

Lauren Jauregui’s point of view.

 

Vi o carro negro e luxuoso no qual Camila estava se afastar. A morena tinha uma postura seria, um tanto irritada. Não fez questão sequer de falar direito comigo, mas eu não iria me importar. Não iria cair nos caprichos de uma provocadora, ela havia tido o que merecia. Suspirei e voltei para meu carro, quando no caminho vi Clarice sair pela entrada principal. Ela não tinha uma expressão boa, pelo contrario.

- Hey.

Me aproximei da loira, que me fitou seria.

- O que houve? – perguntei preocupada.

Clarice me fitou novamente, e suspirou enquanto ajeitava sua bolsa no ombro esquerdo.

- Eu fui demitida.

- O que? Como assim? Aconteceu algo?

Ela meneou com a cabeça negativamente, quando levou uma das mãos até o rosto para limpar uma lagrima.

- Eu cheguei um pouco atrasada hoje, mas não sei o real motivo.

Por um instante eu me senti culpada, Clarice acordou tarde por ter ficado no hotel comigo. Nossa noite havia sido interessante, eu não negaria que a loira sabia muito bem como dar prazer a alguém, e fora isso, havia ajudado muito em minha investigação.

- Tem certeza que não foi pelo atraso? Eu posso tentar falar com o Sr. Collins.

- Não precisa, eu tenho certeza que foi a mulher dele que fez isso. Na verdade, nem duvidas tenho. Eu só não sei o que fiz para ela.

Eu fechei os olhos rapidamente, pensando que fazia todo sentido. Que filha da puta.

- Eu sinto muito. – falei ainda pensando em Camila.

- Tudo bem, eu vou indo. Tenho uma carona para voltar pra casa.

- Certo, se cuida. Eu vou trabalhar.

Clarice beijou meu rosto rapidamente, e sorriu amarelo.

- Ligo pra você depois.

Eu apenas assenti e me afastei. Clarice havia sido demitida, e eu sabia exatamente por quem, e o porquê. Como Camila poderia ser tão má? Ela tinha poder para aquilo, e não se importava em usar. Entrei em meu carro, arrancando com o veiculo até a galeria Cabello. Ela teria que me dar boas explicações.

Em poucos minutos parei com o carro no extenso estacionamento da galeria. Sai do veiculo rapidamente, e trilhei caminho até a entrada. O salão principal estava vazio, e mesmo assim, podia se notar o quão grande e luxuoso aquele lugar era. Eu já havia passado em frente aquele lugar na noite anterior com Clarice, e a loira havia me contado que Camila era dona. Mas não fazia idéia do quão importante aquilo fosse ser. Deixei que meus olhos varressem todo ambiente, a procura de um sinal da mulher.

- Que droga.

Ouvi um pequeno barulho, quando um senhor de boa idade surgiu no salão. Ele usava um uniforme azul marinho, e um boné da mesma cor. Em suas mãos havia alguns itens para limpeza.

- Com licença, senhor. Sabe onde está Camila?

O home assentiu.

- A senhora Cabello está no segundo andar, em sua sala. Você pode subir por aquelas escadas da direita, vai encontrar uma sala logo de frente.

- Obrigada.

Eu atravessei o salão vazio, ouvindo o barulho de meus sapatos no piso de mármore. Subi a enorme escadaria, que dava de frente para a sala que o senhor havia me informado. Me aproximei lentamente da porta de madeira, na qual bati duas vezes. A voz de Camila soou ao fundo, permitindo minha entrada. A mulher que estava concentrada em um folhetim que tinha nas mãos, levantou a cabeça para me fitar. Ao ver minha expressão, ela sorriu.

Filha da puta.

Karla Camila tinha uma expressão como quem soubesse exatamente o que se passava. Ela sorria cinicamente, porém, com uma postura seria. Hoje, ela usava uma blusa branca, que dava uma visão parcial de sua barriga lisinha, coberta por uma faixa grossa que fazia parte da blusa. Por cima dela, havia um blazer azul marinho, com uma listra branca nas pontas; na parte debaixo, uma calça jeans com diversos cortes. Seu cabelo estava liso e solto, dando um ar serio ao seu traje casual.

Ela estava linda, merda.

- Por que fez isso? – perguntei assim que fechei a porta.

- Isso o que?  - perguntou, voltando sua atenção aos papeis.

Rolei os olhos e cruzei a sala em passos rápidos. O escritório de Camila era grande, com moveis modernos. Sua mesa de vidro ficava bem a frente de uma janela grande, que dava a visão da rua movimentada do lado de fora. As paredes brancas tinham um belo contraste pelos quadros que possuía.

- Não se faça de cínica.

- Do que está falando, agente Jauregui?

- Você demitiu Clarice! – Esbravejei.

Ela colocou os olhos sobre mim, e reprimiu os lábios em um sorriso.

- Então ela já te contou a novidade? Estão se falando bastante pelo visto.

- Como você pode fazer isso? Ela dependia daquilo!

- Eu posso fazer o que eu quiser, Lauren. Ela não servia para a empresa do meu marido.

Camila levantou de sua cadeira, carregando algumas pastas nas mãos. Cruzou sua sala, passando ao meu lado, dando-me a chance de sentir seu perfume doce e ao mesmo tempo forte; eu fechei os olhos respirando bem fundo, deixando que o aroma da morena invadisse minhas narinas. Virei de frente para ela, que guardava tudo em uma estante de madeira fina ao lado da porta. Eu não podia deixar de notar como ela ficava fodidamente gostosa de jeans, digamos que realçava perfeitamente bem suas curvas sinuosas.

- Ela trabalhou lá por anos, e só agora viu que não servia? – perguntei em um tom irônico.

Ela fechou as portas da estante, e virou em minha direção com um sorriso. Aquele sorriso.

- Ok, Jauregui! Você é bem espertinha para saber o motivo pelo qual eu fiz ela ser demitida não é?

Camila falou, encostando-se na estante atrás de si.

- Oh, meu Deus. Você não vale nada!

A morena deslizou a ponta da língua sobre o lábio inferior, e se afastou da estante, caminhando lentamente em minha direção. Em passos calculados, ela me rodeou, como se estivesse me analisando por completo. Eu engoli em seco no exato instante que ela parou atrás de mim, e inspirou perto de minha nuca.

- Isso nunca foi um segredo para você, Lauren. – sussurrou, e então caminhou novamente, agora em direção a sua mesa.

Eu me sentia a beira de um abismo na presença daquela mulher. Era como se a qualquer instante Camila pudesse me empurrar, fazendo-me perder completamente todos os sentidos. E o pior de tudo, eu gostava. Gostava da maldita sensação do perigo, do errado. Eu adorava me sentir tão tentada por ela. Tão viva e...excitada.  

- Realmente, eu sempre soube que você não valia nada. Desde a droga daquele bar.

- Se pensa que isso me ofende, está enganada.

Eu não podia acreditar. Camila era totalmente cínica, e não se importava com isso.

- Não me olhe com essa cara, não é como se você não gostasse. Você dormiu com a secretariazinha não é? Mas eu tenho certeza que não foi tão bom quanto foi comigo.

Realmente.

- Não me confiava muito nisso, Karla. – soltei confiante.

Ela franziu o cenho, com os olhos fixos em mim, e logo depois soltou uma risada alta.

- Não vai mesmo dizer que aquela mulherzinha foi melhor que eu, não é? Lauren, por favor. Vou começar a achar que não sabe o que é bom na cama.

A morena virou de costas, e começou a arrumar algumas papeladas em cima da mesa.

- Ela foi. – menti.

Camila virou-se em minha direção, com uma expressão neutra.

- Foi melhor do que eu?

- Sim, ela foi muito, muito boa.

- Você é uma cretina. – xingou, e internamente eu comemorei por sua irritação súbita.

Ela pegou as ultimas pastas que estavam sobre a mesa, e repetiu o mesmo processo de poucos minutos. Camila organizou delicadamente as pastas ali, enquanto eu me aproximei, encostando o ombro esquerdo na porta que estava fechada do armário.

- Acha que é a melhor sempre? – soltei uma risadinha sarcástica.

A morena que estava concentrada ergueu seu corpo, fechando a porta para me fitar.

- Eu não acho, eu sou.

- É?

- Acho que você se esqueceu, Lauren. Mas não se preocupe, eu vou lembrar você.

Antes que eu pudesse pronunciar qualquer palavra, senti as mãos de Camila em minha cintura, ao mesmo tempo que seus lábios se uniram aos meus. Minhas costas foram de encontro à porta do armário, enquanto a morena prendia-me com seu corpo. Por uma fração de segundos eu tentei não querer, tentei recusa - lá, mas nenhum ser humano conseguiria evitar. Camila deslizou a ponta da língua por meu lábio inferior antes de colocá-la dentro de minha boca, eu suspirei, levando uma das mãos até os cabelos da morena. E com as madeixas enrolada em alguns dedos, puxei com certa força, obrigando-a a soltar meus lábios. Seus olhos se abriram, dando-me a chance de fitar a Iris de tom castanho tão intenso, que me engolia com pura malicia. Seus lábios estavam entreabertos, avermelhados, e perdidamente chamativos. A respiração de Camila estava um pouco alterada, fazendo as lufadas de ar vir com certa força contra meu rosto. Ela apertou os dedos envolta de minha cintura, e puxou meu corpo com força, e então eu a beijei novamente.

- Eu odeio você. – murmurei contra os lábios dela.

- Eu também te odeio.

Voltei minha atenção à boca carnuda de Camila, enquanto guiava o corpo da morena para o sofá daquela sala. Em passos lentos e desajeitados seguimos, levei minhas mãos até o blazer azul marinho da morena, tirando-o de seu corpo com força e rapidez. Camila virou seu corpo, deixando-me de costas para o sofá. Com as duas mãos, ela empurrou meus ombros, obrigando-me a sentar. Em poucos segundos, ela sentou em meu colo, deixando uma perna de cada lado de minhas coxas.

- Vou lembrar você do que realmente gosta. 

Naquele momento eu já não me importava mais com as conseqüências, e nem com o que viria depois daquilo. Eu só queria aquela mulher, queria sentir seu corpo, seu gosto. Estar com Camila era como se colocar a prova de qualquer perigo, a adrenalina que percorria em mim só me fazia querer continuar. Eu fechei os olhos e arfei no exato instante que senti a língua quente e macia da latina em meu pescoço, fechei minhas mãos em suas coxas, apertando com força mais do que necessária. Ela tinha uma das mãos em meus cabelos, puxando na medida certa.

- Você é um inferno! – murmurei, ela mordeu a pele de meu pescoço, e em seguida chupou.

Senti as mãos ágeis de Camila desabotoarem minha camisa, um a um, enquanto seus lábios rosados deslizavam por minha clavícula. Segurei firme em seu quadril, movimentando seu corpo, causando um atrito desesperador entre nós. Os jeans que usávamos se esfregavam com veemência, deixando-me cada vez mais perdida. Ela abriu minha camisa totalmente, e seus olhos fitaram-me famintos. Eu estava usando um sutiã cor de vinho, que se destacava em minha pele. A latina lambeu a minha pele, como uma felina, desde o vale entre meus seios até a ponta de meu queixo.

- Tinha esquecido como você é gostosa, Jauregui. – sussurrou, fazendo meu corpo inteiro tremer.

Ela moveu seu quadril, uma, duas, três vezes, que foram o suficiente para piorar minha situação. O tecido grosso me deixava presa, mas ao mesmo tempo intensificava tudo. Eu levei as mãos até a delicada blusa da morena, na qual tirei de uma só vez. Os cabelos dela repousaram desgrenhados, dando um ar mais sexy aquela visão. A latina estava sentada em meu colo, usando um sutiã rendado na cor preto, deixando seus seios medianos apertadinhos por trás do tecido. Ela mordeu os lábios, e eu levei os meus até sua pele. Camila arqueou a cabeça para trás assim que comecei a beijar seu busto, clavícula até parte superior de seus seios.

- Lauren... – Sussurrou, quando movi seu quadril com mais força.

Eu queria mais contato, eu queria senti-la. Ela se esfregava em mim com força, enquanto minha língua buscava o mamilo do seio da morena. Minhas mãos subiram por suas costas, tocando a pele quente e macia, até chegar no fecho de seu sutiã, no qual desabotoei rapidamente. Eu abri meus olhos a tempo de ver a delicada peça intima deixar seu corpo, dando-me a visão maravilhosa de seus seios amostras para mim.

Eram lindos e atrativos.

Eu desabotoei a calça jeans da morena rapidamente, enquanto ainda beijava seu corpo. Camila se ergueu, ficando de joelhos sobre o sofá, deixando seus seios a uma altura considerável em relação a meu rosto. Eu não me contive, abocanhei um de seus seios, sentindo a pele macia e delicada contra minha língua. A morena gemeu de forma tão gostosa para meus ouvidos, eu abri os olhos e a vi me fitar com aqueles olhos flamejantes. Camila assistia a tudo que eu fazia, a cada movimento que meus lábios e minha língua faziam em seu seio. Eu abaixei um pouco a calça jeans da morena, e logo subi com as mãos até a sua cintura, para que ela não afastasse seu corpo do meu. A latina capturou uma de minhas mãos, e com maestria guiou até onde precisava.

- Sente, sente como eu fico molhada pra você. – sussurrou com aquela expressão maliciosa.

Dei minha atenção ao outro seio da morena, movendo minha língua rapidamente sobre o mamilo rígido que ela tinha. E desci com a mão dentro de sua calcinha, e me praguejei por aquilo mil vezes. A boceta de Camila estava simplesmente encharcada.

- Porra.

- Oh, isso, sente. – gemeu.

Meus dedos deslizaram entre os lábios maiores até a entrada molhada da morena, ficando totalmente encharcada. Com eles totalmente molhados voltei à parte de cima, sobre o clitóris de Camila, e massageei lentamente.  Eu a vi fechar os olhos, e morder os lábios com certa força. Não era porque Camila estava sendo tocada, que eu não sentia prazer. O fato de ter aquela mulher naquele estado sobre mim era infinitamente prazeroso, senti-la daquele jeito me deixava totalmente inebriada. As mãos da morena vieram em direção a meu rosto, erguendo minha cabeça para beijar seus lábios. A língua quente e ávida da morena entrou em minha boca, movendo-se de uma maneira deliciosa com a minha. Antes que eu pudesse senti-la por completo, ouvimos batidas fortes na porta.

- Merda, não! – eu segurei ela.

“Camila!”

Ouvi uma voz feminina chamar do outro lado da porta.

- Só um instante Dinah! Espere um pouco! – gritou derrotada.

Karla Camila desceu de meu colo com rapidez, capturando seu sutiã que estava jogado ao nosso lado no sofá. Eu fechei minha camisa o mais rápido que podia, enquanto a mulher a minha frente tentava se recompor. A situação poderia ser engraçada se eu não estivesse querendo matar quem quer que fosse do outro lado da porta. Camila vestiu a blusa branca, e em seguida o blazer azul.

“Camila, está tudo bem?” perguntou a mulher lá fora.

- Sim, só espere um pouco!

- Merda, o que vão pensar de nós agora? – perguntei tendo um surto da realidade.

Camila me fitou, e riu enquanto ajeitava seu cabelo em frente ao espelho que havia ali. Por Deus, ela estava mesmo rindo da situação?

- Do que você está rindo? – sussurrei.

A morena virou seu cabelo para um lado só, e com a ponta dos dedos tentou contornar o batom que havia sido borrado. Para em seguida virar em minha direção com uma expressão divertida.

- Do medinho que você tem de ser pega no flagra.

Ela capturou minha mão, erguendo até a altura de seu rosto. E em uma ousadia fora do comum, colocou dois de meus dedos na boca, os mesmos que eu havia tocado sua boceta há poucos minutos atrás, e os chupou. Meu queixo caiu com aquela cena, ela os chupou até o final. E ao solta-los, sorriu depositando um selinho rápido em meus lábios. Logo a morena se afastou em direção a porta, na qual abriu dando passagem para uma mulher loira entrar.

- Finalmente chegou, Jane! – disse animada.

Cinismo já não era mais a palavra adequada para Karla, ela estava muito além daquilo. Eu jamais, em toda minha vida havia visto uma mulher como ela.

- Atrapalhei alguma coisa? – perguntou a loira.

- Claro que não! A agente Jauregui e eu estávamos acertando algumas coisas na programação dela enquanto estiver me protegendo.

A mulher parecia não ter acreditado, mas não pareceu se importar. Ela me fitou e sorriu educadamente.

- Agente Jauregui, essa é minha melhor amiga, Dinah Jane.

- Muito prazer.

- O prazer é meu, Jauregui.

Sobre o ombro de Dinah, eu vi Camila ao fundo, com aquele sorriso de quem havia aprontado.

- Então, eu vou dar uma volta pela galeria. Qualquer coisa me chame, Sra. Collins.

Camila assentiu, e caminhou até sua mesa.

- Tudo bem, Lauren. Eu chamo sim, e obrigada pela reunião.

As palavras sumiram de minha boca por alguns segundos, e eu apenas assenti.

- Com licença.  – disse antes de me retirar daquela sala.

Eu precisava de ar, ou de algo que me acalmasse. Camila ainda iria me deixar louca, disso eu não tinha a menor duvida. Desci as escadarias para o salão principal, ainda sem acreditar no que havia acontecido ali. Como ela conseguia agir tão naturalmente? Recebi um olhar curioso do senhor que estava limpando o lugar, mas nem sequer me importei. Caminhei para fora daquele lugar, eu precisava de um cigarro.

- Você está muito perdida, Lauren. Muito! – resmunguei ao destravar o veiculo.

No porta luvas do carro, retirei a pequena caixinha onde continha meus cigarros. Levei um até os lábios, e logo em seguida ascendi com meu isqueiro. Em poucos segundos após as duas primeiras tragadas, os efeitos vieram, me senti mais relaxada.

Droga de vicio.

Levei o cigarro mais uma vez até os lábios, e depois o tirei, deixando que a fumaça escapasse entre os mesmos. A imagem de Camila chupando meus dedos se formaram em meus pensamentos novamente, causando-me lá no fundo aquela vontade de voltar lá e terminar o que começamos. Mas graças a Deus, ou melhor, a Vero aquele pensamento foi interrompido. Meu celular tocava descontrolado com uma chamada da mesma.

- Hello Bitch! – ouvi a voz da mulher do outro lado da linha.

- O respeito está morto nessa amizade!

Vero soltou uma risada animada do outro lado da linha.

- O que houve?

- Nada, liguei para saber se está protegendo bem sua patroazinha.

Rolei os olhos impaciente, enquanto jogava o cigarro na lixeira mais a frente.

- Nem queira saber.

- Meu Deus, você já esta aprontando?

- Eu não fiz nada! Literalmente.

Minha amiga ficou calada por alguns segundos, e depois voltou a falar.

- Ok! Eu não liguei para saber da sua vida sexual com a esposa do Collins. E sim para informar que nosso plano entrou em ação hoje!

- Do que está falando?  - Voltei para perto do meu carro, entrando novamente no automóvel.

- Normani instalou o programa do FBI. Agora o sistema da Collins Enterprise está sendo devidamente vigiado. Qualquer tipo de movimentação estranha e fora dos padrões nós saberemos.

Um sorriso escapou por meus lábios.

- Agora sim, começamos com isso de vez.  Mas não podemos deixar de tentar descobrir sobre o primeiro roubo.

- Com isso não se preocupe, Ally e eu estamos focadas nisso.

- Vai dar tudo certo!

- É claro que vai, vamos resolver isso, Jauregui! Agora vou desligar, Ally está me chamando.

- Tudo bem, qualquer coisa me avise, qualquer coisa mesmo.

- Deixe comigo, agente. Até mais.

- Até. – disse antes de desligar a ligação.

Agora sim, quem quer que tivesse roubando a Collins Enterprise estava sendo vigiado. O jogo havia começado, e eu só sairia daquilo ganhadora. 


Notas Finais


Devo dizer que a cada dia amo mais essa Camila?
P.S: Falem de XM no twitter com a tag da votação da meninas! Assim vamos poder ajudar elas.


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