História Yakusoku shita - Capítulo XIX

Capítulo XIX

Sakura 

Sentindo uma dor torturante em minhas têmporas, apertei os olhos com dificuldade de enxergar através da claridade matutina.

Aos poucos minha memória voltou à noite anterior...

Desferi um tapa em seu rosto, ele olhou atônito pro lado e sua bochecha ficará vermelha. 

— SAI DAQUI! — eu gritei apontando para a porta.

Ele cerrou os punhos pronto para me revidar, mas ele sabia que não podia.

Finalmente ele saiu, e eu bati a porta com força. Encostei na mesma e desmoronei, com soluços e lágrimas violentas escorrendo em meu rosto. Eu podia sentir ele do outro lado da porta com a cabeça encostada e com as mãos na porta, ele estava destruído, mas ele me feriu primeiro.

— Sakura... — ele disse com dor na voz. — Por favor...

— Sai d-daqui — minha voz falhou entre soluços e gemidos.

Fechei os olhos sentindo a dor de ter batido em seu rosto, dor em sentir ciumes do passado de Sasuke, dor de ver os dois se beijando e como eles pareciam perfeitos juntos.

Sequei as lágrimas que teimavam em cair. Levantei-me devagar como se estivesse presa por uma corda imaginária que levava à Sasuke. Era a ligação, eu não ousava em entrar em sua mente e em seu corpo para descobrir o que eles estava sentindo ou o que estava pensando ou fazendo.

Mas eles ousava vasculhar cada parte do meu ser, à procura de algum vestígio de raiva, mas nada, ele só encontrou mágoa e um vazio, ele sabia que esse vazio se dava por ele não estar onde deveria estar. Comigo.

Ignorei ele sussurrando em minha mente. Pelo que parece mesmo não estando perto de mim, ele ficou a noite toda rondando meu corpo com nossa ligação, estava com medo de me perder, ou que eu fizesse alguma burrice, mas aquilo me reconfortou de algum modo, ele estava me aninhando mesmo de longe com a nossa ligação.

Tomei um banho quente, e fiz minha higiene pessoal diária. Coloquei um vestido branco qualquer e rumei ao salão corpulento, em passos delicados e sem emitir qualquer som.

Ouvia vozes femininas e masculinas ao mesmo tempo. Parei em frente à sala de jantar e avistei todos degustando o delicioso café da manhã. Parei para perceber que estava com uma fome dos diabos.

Ignorando meus pensamentos, passei à observar as pessoas que estavam me olhando.

Kurenai. Mikoto. Fugaku. Itachi e sua esposa. Naruto. Sai. E por fim meus olhos pararam em Sasuke. 

Baixei os olhos e continuei à andar em direção ao meu assento, que ficava ao lado de Mikoto e Itachi. Kurenai estava do lado de Naruto e do Sasuke.

— Bom dia... —  Eu disse com dor na voz.

Sasuke não parava de me encarar com seus enormes orbes. Como se pudesse enxergar dentro de mim. Bem, ele podia.

Ele tinha círculos de cansaço ao redor dos olhos. Sua noite não foi boa né? A minha também não...

Comi em silêncio enquanto todos conversavam sobre algo que eu não estava prestando atenção.

Kurenai sempre tocava em Sasuke ao falar com ele, e ele ignorava-a e cada vez que fazia isso ela ficava nervosa e olhava para mim como se eu tivesse culpa de algo, talvez tivesse.

—  Naruto, vou ao Ossário, vai me acompanhar? —  Minha voz se sobressaiu forte e alta.

— Hum... Hoje não poderei ir, tenho que acompanhar Sasuke nos preparativos da festa.

Parei de comer e observei Naruto como se ele tivesse dito algo absurdo, festa?

Olhei para Sasuke e ele desviou o olhar.

— Tudo bem.

Levantei-me da mesa e fui ao meu quarto. Escutei Sasuke me seguindo mas continuei ignorando.

— Sakura... —  Ele disse entrando no quarto.

Continuei quieta, absorvendo cada palavra que saia de sua boca.

— Já lhe disse sobre o Ossário, por favor pode parar de ser petulante?

— Petulante? Como se eu vivesse para te incomodar, eu faço o que eu quero. —  Eu dizia enquanto me despia e colocava minhas vestes do dia anterior.

Ele parou para observar minhas costas nuas.

— Vai continuar me tratando assim? Como se eu tivesse culpa de tudo isso?

— Ah, desculpa esqueci que a culpa é minha de atrapalhar você e sua diversão com rabos de saia. — Coloquei o protetor de braço e olhei para meu reflexo e o dele no espelho.

Ignorando, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo com pequeninas tranças adornando-o. Estava pronta.

Parei com os braços cruzados e olhei para o mesmo.

— Você está linda. —  Ele corou e manteve o rosto emburrado.

— Estou indo.

Sai batendo a porta.

Chegando no Ossário, não encontrei nenhum draki, à não ser meu professor de cabelos avermelhados.

— Sakura, bem vinda! —  Ele me olhou da cabeça aos pés. —  Vejo que está inteira, Sasuke não te comeu viva ainda.

Eu corei quando levei na malícia o comentário.

Ele chegou bem perto de mim e sorriu com os olhos cor de mel. Ele era de fato muito bonito, e doce.

Corei como pensamento e afastei-os.

— Vamos? Hoje vamos aprender taijutsu. —  ele disse enquanto me rondava.

—  Tai... Taijutsu? —  eu experimentei as palavras em minha boca.

—  Isso, é luta corporal, e pelo que tenho te analisado, você tem uma força enorme para uma aprendiz com arco, e queria testar mesmo se era verdade. Para poder segurar tanto tempo a corda de um arco precisa de força Sakura, muitos ainda com grande experiência não conseguem segurar uma corda por sessenta segundos igual à você, e sem perder o folêgo.

Eu parei para olhar meus dedos e meus braços.

— Eu sei que tinha força na perna, mas nos braços desconhecia. 

— Você cura as pessoa Sakura? 

— Sim, igual aos drakis curandeiros.

— Mas você de fato aprendeu isso sozinha, você tinha chakra suficiente para conseguir manusear isso.

— Eu aprendi com Tsunade. Minha tia. —  eu disse confusa.

— Ainda bem que ela poderá te ensinar mais com seu controle de chakra. Ela poderia passar alguns dias conosco.

Sorri animada ao saber que reveria minha tia.

— Seria uma boa ideia.

—  Ok, vamos começar. Sakura, posso sentir uma forte onda de chakra armazenada em você, será que você pode liberar?

Tentei relaxar e senti meu chakra fluir entra minhas veias, aparecendo uma chamar da cor esmeraldina em minha mão. Senti meu corpo irradiar chakra, me abraçando, como um fogo quente.

—  Uau, Sakura isso é com certeza a coisa mais íncrivel que eu já vi. Apenas um draki consegue ter tanto armazenado.

Ele liberou seu chakra apenas nas mãos, chakra dele era vermelho, como fogo.

—  Isso é o máximo que consigo liberar, e sou um catalisador de chakra, eu naturalmente deveria possuir um poder maior de chakra, mas você... é íncrivel, como isso pode acontecer?

Eu sorri, liberando ondas quentes através de meu corpo, ainda não tinha me cansado.

— Relaxe, e tente apenas concentrar em suas mãos.

Meu chackra passou do meu corpo todo em apenas meus braços.

—  Ótimo, seu controle é fantástico! — ele dizia abobado. —  Tente quebrar aquela rocha. —  ele apontou para uma escultura mediana.

Aproximei calmamente com medo de quebrar o chakra, canalisei toda minha força em apenas meu punho direito e soquei com toda minha força a rocha.

Partida no meio, eu olhei para minha mão com alguns pedaços de pele aberta e me curei.

— E você ainda tem energia para se curar. Isso é...

— Impressionante. —  Sasuke disse ao atravessar o Ossário.

Estremeci e olhei para ele.

—  Sasuke. —  Sasori fez um aceno de cabeça para o mesmo e parou ao lado de Sakura.

Sasuke vestia roupas de treinamento e me olhou com fogo em seus olhos, com a íris vertical.

— Sasori, o que você acha de eu e Sakura ficarmos à sós?

Após isso o ruivo saiu com passos largos.

Parei de canalisar meu chakra apenas em meus punhos e liberei para todo meu corpo.

— Sakura, você não é apenas um rostinho bonito, mas poderoso. —  Ele olhou para as ondas que eu transmitia.

—  Você viu? —  Eu disse mostrando para ele ter cuidado.

Ele liberou chakra em seu corpo todo, um chakra sombrio e negro.

— Acho que também posso fazer isso.

Eu olhei fascinada e me aproximei. Suas ondas de chakra se entrelaçaram na minha com um carinho, e a minha retribuia sem rodeios.

Ele me olhou com olhos ardentes e carinhosos. Se aproximou o suficiente para sua respiração bater em meus fios rosados.

—  Oi. — ele disse perto demais para eu escutei seu coração.

— Oi...— eu disse timida.

— Está tudo bem? —  acariciou meus cabelos finos e eu coloquei meu rosto em sua palma da mão grande.

— Hm... —  eu ronronei com olhos fechados.

Ele se aproximou e e senti seu cheiro amadeirado. Selou-me os lábios e segurou minha nuca com carinho.

— Sasuke...—  Parei cansada demais para desmanchar o chakra que nos unia.

Ele fez o mesmo e me abraçou, me esquentando. Ele parou para me olhar e encostou minha testa na sua.

— Sakura... Eu, —  ele parou com dor para tentar falar.— ...Vamos para a festa comigo?

Meus ombros de desmancharam com desapontamento.

— Mas já são... —  Olhei para o relógio que marcava 17:40 horas.

Sem conseguir me virar para vê-lo, senti seus braços ao redor de minha cintura, e senti o vento beijar minha face. Sua cor estava brilhando, negro e com um azul cintilante.

Sasuke era lindo na forma de draki. Mais lindo ainda era observar o pôr do sol em sua pele brilhante.