História Yandere Brothers - Capítulo 5

QUINTA-FEIRA, 15 DE AGOSTO

04:25PM

Já era final de semestre e os alunos pareciam agitados com as provas que viriam. Você continuou na escola depois das aulas para estudar um pouco na biblioteca. Não gostaria de perder seu tempo com recuperações, por isto se esforçava para ficar na média nessas provas.

Você carregava alguns livros em mãos enquanto procurava um assento vago para se sentar. Aparentemente você não foi a única a ter a ideia de vir para a biblioteca depois das aulas.

Você andava entre as mesas até que acaba por reconhecer um dos alunos sentados ali.

Você avista um dos sêxtuplos sentados em uma das mesas. Pelo moletom vermelho que usava por debaixo do blazer você concluiu ser Osomatsu, o que havia conhecido na cafeteria.

Você ainda o encontrou muitas vezes pelos corredores da escola, e este sempre conversava com você quando podia. Vocês já se consideravam amigos antes mesmo de perceberem.

O rapaz parecia tão concentrado no livro que lia que nem mesmo notou sua presença. Você ficará muito surpresa com aquilo, afinal nunca achou que Osomatsu era alguém de ler. O rapaz demonstrava ser alguém mais pervertido, por isto você achou que o único interesse dele seriam as revistas pornos.

Você nota o assento vago ao lado do garoto, por isto não exitou em se aproximar. Você puxa a cadeira para si, assim finalmente chamando atenção do garoto que a olha.

— Não sabia que gostava do pequeno príncipe.

Você comenta ao sentar na cadeira. Ele pareceu um pouco confuso com seu comentário, até que ele olha para a capa do livro que segurava.

— A-Ah, si-sim! É que é uma história da minha infância, sabe.

Ele ri de maneira nervosa. Fechando o livro ele o coloca sobre a mesa, onde apoiou o braço como se para que ninguém pegasse aquele livro. Você estranhou o comportamento do garoto, porém preferiu não comentar.

— Hm... Entendo...

O silêncio veio, mantendo apenas o som das folhas dos livros que você folheava. Você sente a aproximação de Osomatsu, que olhava curioso o livro em sua mão.

— Ó que está lendo?

— Livro de Biologia. Vim estudar para as provas, ou ao menos tentar...

Você fala desanimada ao olhar os outros três livros empilhados ao seu lado.

— He~ Essas malditas provas novamente...

Ele bagunça os cabelos de maneira frustrada, o que te tira uma risada.

— Parece que tem alguém pior que eu por aqui. Se quiser podemos estudar juntos, não sei muita coisa, mas acho que consigo desenrolar.

— Agradeço a proposta, mas já tenho todas as respostas na palma da mão.

Repentinamente um sorriso convencido surge nos lábios do garoto, que coça o nariz de maneira despreocupada.

— Sério?! — Você o olha sem acreditar no que havia ouvido.

Ele confirmou com um aceno de cabeça, enquanto que tirava algo do bolso. O que ele havia tirado não era nada mais nada menos do que um lápis

— Tada~

Ele estende o lápis como se fosse o tesouro mais incrível do mundo. Você apenas  continuou com cara de besta, o que o irritou.

— Vamos lá, eu te farei uma demonstração dessa belezinha! — Ele se ajeita na cadeira como se preparasse para algo sério, o que a deixa apreensiva. — Como pode notar tem algumas letras nas laterais. — Comenta ele mostrando bem as quatro primeiras letras do alfabeto talhadas de maneira mal feita no lápis. — Você apenas precisa jogá-lo assim. — Ele jogou o lápis em cima da mesa de maneira que o objeto girasse, e ao parar o mesmo caiu com a letra "c" virada para cima. — E então é só marcar a letra que cair. Entendeu?

Ele esbanjava um orgulho que você não sabia da onde ele tirava, mas você sabia que aquilo nunca daria certo. Sem pensar duas vezes você pega o objeto que o garoto tanto se orgulhava e o quebra no meio.

— O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO?!!!!

Um grito desesperado veio do garoto que se levantou por reflexo da cadeira, chamando a atenção de todos os outros estudantes que olharam irritados para ele. Recebendo reclamações o menino voltou a se sentar, encolhendo-se um pouco na cadeira.

— Nós vamos estudar, e eu vou te ajudar. - Você o responde de maneira despreocupada.

— Eu não precisava estudar até você quebrar o meu lápis...

Ele choraminga emburrado.

— Você ficaria as férias inteiras aqui se fosse fazer as provas apenas com aquilo.

— Claro que não, apenas viria no dias das provas.

Ele fala de maneira convencida, o que lhe tira um olhar surpreso.

— Como você passou de ano? - Você pergunta sem pensar, acabando por magoar o rapaz.

— Ei... Isso doeu, sabia...?

— Isso não importa. Vamos começar antes que a escola feche.

— Eu já disse que não preciso disso.

Pegando as duas partes do lápis que você havia quebrado ele se levanta da cadeira, acabando por sem querer derrubar o livro que ele lia antes de você chegar. O livro se abriu e você viu algo estranho cair de dentro dele. Perto ao seu pé você vê uma revista de mulheres seminuas que aparentemente havia caído do livro que Osomatsu havia derrubado.

Agora você entendia o porque que ele estava tão apreensivo com aquele livro.

— Não entenda mal, isso não é meu! - Desesperado o garoto se abaixou, pegando a revista e a colocando de volta dentro do livro. Os alunos reclamaram novamente pelo tom de voz alto do garoto, que volta a sussurrar para você. - Eu apenas o encontrei enquanto procurava algum livro nas prateleiras.

Você sabia que aquilo era impossível de acontecer, afinal o rapaz sequer vinha à biblioteca para ler algo. Repentinamente um sorriso diabólico surge em seus lábios, o que deixa o garoto assustado.

— Me pergunto o que a bibliotecária faria se soubesse que um dos alunos está vindo para biblioteca vê revistas inapropriadas.

— E-Espere! Eu já disse que isto não é meu! - Em um sussurro gritante ele se aproxima de você em desespero.

— Talvez se você estudar comigo eu possa acreditar nisto...

Ele fica surpreso com sua tamanha chantagem. Ele não sabia que você podia ser tão diabólica quando queria. Caindo em sua ameaça ele volta a sentar na cadeira, deixando um sorriso vitorioso nos seus lábios.

Já fazia um tempo que vocês haviam começado com os estudos, e mesmo que Osomatsu tenha começa de mal gosto, o rapaz foi se interessando aos poucos com o que você ensinava para ele.

A sala foi se esvaziando aos poucos, e vocês apenas notaram que já estava tarde quando a bibliotecária pediu para que vocês fossem embora.

Sem pestanejar, vocês pegaram suas coisas e saíram da escola.

Um longo suspiro veio de Osomatsu, que se alonga ao seu lado.

— Estou quebrado.

Você sabia que ele não falava isto apenas por ter estudado, mas também por causa das cadeiras desconfortáveis da biblioteca.

— Então, eu vou por este lado.

Já na encruzilhada você aponta para a rua da esquerda, qual você normalmente seguia para ir para casa.

— Já?! — Ele indagou espantado. — Por que não passamos primeira na lanchonete aqui perto? Estou faminto!

— À essas horas? - você o olha com receio. - Ainda estamos com o uniforme escolar, não podemos sair assim.

— Você se preocupa de mais. Apenas venha.

Ignorando seus avisos ele a puxa pelo pulso, a arrastando em direção ao centro. Não demoraram muito para vocês avistarem a lanchonete que Osomatsu tanto falava.

Vocês já entravam no estabelecimento quando você avistou Karamatsu, que aparentemente apenas fazia uma caminhada por ali. Você pára em frente a porta, fazendo Osomatsu olha-lá confuso.

— Karamatsu-kun!

Com um sorriso você acena para o garoto que apenas a percebe naquele momento.

— Karamatsu?

Osomatsu repete confuso, olhando ao redor ele faz uma carranca ao avistar o irmão que se aproximava de vocês.

— O que estão fazendo aqui?

Pergunta Karamatsu com o sorriso costumeiro nos lábios.

— Nada do que te interesse. - Antes mesmo que você pudesse falar algo, Osomatsu o responde de maneira rude. - Agora já pode ir embora.

Como se espantasse um animal, o garoto fez sons com a boca enquanto o despachava com a mão.

— Osomatsu! - Você o repreende. O rapaz apenas fica emburrado, o que a faz ignorar aquela atitude infantil do rapaz. - Se você quiser pode vir com a gente, Karamatsu-kun.

Osomatsu pareceu ficar indignado com seu convite, enquanto que Karamatsu colocou um sorriso bobo nos lábios.

— Eu adoraria!

— Nem vem! Você não pode vir com a gente!

Irritado Osomatsu se intromete novamente, deixando o irmão irritado por estar sendo tratado daquela maneira.

— E por que não? Se você não ouviu bem foi ela quem me convidou. Não é minha culpa se ela não gosta de ficar sozinha com um cara como você!

— O quê?!

Uma discussão repentina começa entre os dois, o que a irrita. Afinal havia ido ali apenas por causa de Osomatsu, ou então estaria em casa agora.

— já chega! — Você grita, fazendo os dois se calarem imediatamente. — Eu não vim aqui para aguentar briga de irmãos, estou indo para casa!

Você dá as costas para os dois, que desesperados a param.

— Espere!

Os irmãos gritam juntos, fazendo automaticamente os dois se fuzilarem novamente.

— O que ainda está fazendo aqui?! - Grita Osomatsu irritado, - Já disse para você ir embora!

— O único que tem que ir embora aqui é você!

Mais uma vez começaram a discutir, o que a deixou ainda mais irritada.

— Se vocês continuarem com isto eu absolutamente irei para casa!

Você novamente os ameaça, fazendo os dois ficarem quietos rapidamente.

— Ótimo! Karamatsu, venha com a gente. E Osomatsu, pare de tratar seu irmão desta maneira!

Assim como uma criança Osomatsu faz cara feia, porém não fala nada. Satisfeita com isso você puxa os dois rapazes para dentro da lanchonete, onde vocês se sentaram em uma das mesas vagas e fizeram seus pedidos.

O clima não estava nada bom na mesa de vocês, porém você sempre tentava descontrair ao puxar assunto com os irmãos. Apenas Karamatsu tentava participar da conversa, pois Osomatsu apenas observava tudo com uma carranca. Como uma criança imatura ele se mantinha de braços cruzados e com um enorme beiço de irritação, enquanto que observava com ódio o irmão que tentava a todo custo parecer legal na sua frente.

Quando os seus Hambúrgueres chegaram à mesa, Osomatsu devorou toda a comida com rapidez, a fazendo se perguntar se ele ao menos havia mastigado antes de engolir.

— Vocês demoram demais! — Reclamou Osomatsu, que olhava impaciente você e Karamatsu comerem.

Você começava a perder a paciência com Osomatsu. Ele estava parecendo um velho resmungão. Ele havia sido o único a convidá-la para ir ali, poderia ao menos não agir como uma criança mimada.

— É você que come muito rápido! - Você o retruca, começando uma discussão muito infantil entre você dois.

— Eu não como rápido de mais, são vocês que ficam conversando ao invés de comerem logo!

— Se estamos entre amigos é exatamente para interagirmos!

— Você devia estar falando comigo e não com ele!

— Você é o único que fica ai com cara feia ao invés de se divertir!

— Se você não tivesse convidado ele eu estaria com certeza me divertindo!

— Você está sendo imaturo!

Karamatsu que apenas observava tudo tenta falar algo, porém é parado quando recebe gritos raivosos de vocês dois.

— Com licença...

Um dos funcionários se aproxima da mesa de vocês. Como se estivesse com medo de falar ele pede em um tom baixo e educado que vocês saíssem do estabelecimento, pois estavam incomodando os clientes.

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— Eu não posso acreditar nisso...

Vocês estavam no caminho para casa, e para completar você não conseguia parar de resmungar demonstrando toda a indignação que sentia naquele momento.

— Se o Karamatsu não estivesse lá nada disso teria acontecido...

Você ouve Osomatsu resmungar, a deixando ainda mais irritada.

— Eu?! - Indaga Karamatsu irritado.

— Você é o único culpado aqui! - Você aponta irritada para Osomatsu, que fica chocado com sua acusação. - Se deixasse de ser tão infantil isso não teria acontecido!

— E se você tivesse feito o que eu queria eu não teria sido tão infantil!

— Eu apenas convidei seu irmão para se juntar a nós, qual o problema nisso?!

— Claro que tem problema! Eu apenas queria-

Ele repentinamente se cala, deixando você curiosa com o que ele iria falar. Ele apenas abaixa a cabeça, deixando a franja cobrir os olhos. Você não conseguia ver o rosto dele, pois além dos fios castanhos que a impedia de vê-lo, os postes que faziam uma forte sombra o deixava sombrio.

— Osomatsu...? - Você o chama com estranheza.

— Você tem razão. - Ele repentinamente fala, deixando você e Karamatsu surpresos. - A culpa foi toda minha, então me desculpe.

Ele parecia realmente triste com aquilo, o que a deixou sem palavras.

— A-Ah... Tu-Tudo bem...

— Você não está com raiva de mim, né? — Ele finalmente a olhá, tendo olhos triste de um cão abandonado.

O que era aquilo? Agora você se sentia a culpada por toda aquela história.

— Claro que não. Apenas estava irritada com todas aquelas discussões...

A sua explicação deixa um sorriso de dentes no rapaz que parecia alegre novamente.

— Ainda bem! Eu não sei o que eu faria se você pensasse em se afastar de mim. - Ele repentinamente se aproxima de você, enlaçando seus ombros com um dos braços. - Eu provavelmente enlouqueceria!

— Não é para tanto, né? - Você ri de maneira nervosa do comentário do garoto.

— É claro que é! Afinal eu gosto muito de você, sabia?

Você fica surpresa com o que o garoto havia dito. Você sabia que ele não havia falado da maneira que você imaginava, mas ainda assim a deixou constrangida e sem palavras.

— Yes~ - Karamatsu que apenas observava tudo finalmente decidiu se meter entre vocês dois, enlaçando tanto você, como Osomatsu pelos ombros. - Todos nós gostamos muito de você, my girl!

Com um sorriso de galã ele pisca para você. Estranhamente o constrangimento de antes havia sumido, fazendo você sorrir com o jeito legal do rapaz.

— Ei Karamatsu! Não me atrapalhe! - Osomatsu grita novamente irritado com o irmão.

— O que?! Eu achei que fosse um abraço de amigos. Todos nós nos gostamos bastante aqui, não é?

Karamatsu aperta ainda mais o abraço entre vocês três.

— Sai pra lá! - Osomatsu tenta empurrar o irmão, que não mexe um centímetro. - Eu não gosto nenhum pouco de você!

— Vamos, não seja assim com seu irmão. Aqui, dê um beijo no seu irmãozinho.

Karamatsu ainda abraçado a vocês dois se aproximou ainda mais de Osomatsu, tentando dar um beijo na bochecha do rapaz que tentava escapar do abraço do irmão.

— AAAAA!!! SAI DAQUI SEU VELHO NOJENTO!!!

— O quê?! Você esqueceu que o único mais velho aqui é você! - Indaga Karamatsu indignado, fazendo uma nova discussão surgir entre os dois.

Desta vez você não se incomodou com a briga dos dois, na verdade você apenas conseguia rir naquela situação. Você sabia que Karamatsu estava fazendo aquilo apenas para descontrair o ambiente, o que fez você o agradecer mentalmente.

No fim eles realmente se davam bem, pensou você.