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História Yeolight - Slight


Escrita por: moonhwa

Notas do Autor


Supresa... hehehe.
Como alguns já sabem, tive um pequeno obstáculo de desenvolvimento no caminho e precisei de um tempo pra atualizar de novo. Mas estou de volta finalmente! Mil perdões pras leitoras que estavam acompanhando animadas, talvez tenham que reler alguns capítulos pra lembrar da história. Mas acontece, né? Autores infelizmente não são máquinas de criatividade. Queria muito ser. Sério KKKKKKK

Ah, ACHO que nos próximos dias eu vou atualizar com o extra Kaisoo que comentei antes. É tipo uma atualização dupla junto com essa daqui. Talvez o primeiro beijo, ainda estou pensando. Quem não quiser ler ou não gostar de Kaisoo, não precisa ler. É só um bônus mesmo. Nada de importante vai acontecer nesse extra.

Boa leitura!

Capítulo 16 - Slight


Nunca achou que Jongin seria de tanta ajuda. Não tinham tanta intimidade assim para que ele demonstrasse preocupação, mas o fato era que o bailarino chegou a ajudar Chanyeol a carregar um adormecido Baekhyun até a cama de casal da cobertura do empresário. Não que Baekhyun fosse pesado, Chanyeol poderia carregá-lo sozinho, mas quem iria abrir as portas? Sim, Kim Jongin. Prometeu a si mesmo que devia ao bailarino um jantar delicioso, ou pelo menos algo parecido. Kim Jongin era o tipo de pessoa que possuía uma bondade verdadeira, dava para perceber que ele nem conhecia o que era pretensão.

Demorou para pegar no sono naquela noite. Observou Baekhyun adormecido por quase uma hora, certificando-se de que ele estava realmente bem e que a aparente crise nervosa não se repetiria. Na verdade, nem lembra de ter pegado no sono. Só lembra de ter deitado no travesseiro e observar o rosto pacífico do namorado por um bom tempo.

Na manhã seguinte, como já havia decidido, não iria trabalhar. Alguém precisava ficar de olho em Baekhyun caso algo voltasse a acontecer e sim, ele tinha dinheiro para pagar uma enfermeira ou algo do tipo, mas queria ficar com ele. Sentia que Baekhyun precisava de sua presença mais do que tudo. Uma enfermeira não iria ter o mesmo efeito. Não mesmo.

Apenas temia que, se ocorresse uma nova crise, Baekhyun o enxergasse mais uma vez como Daeho e não o deixasse ajudar. No dia anterior, havia desmaiado e recobrado os sentidos. Mas e agora... e se não desmaiasse? E se não recobrasse os sentidos com facilidade? Teria de chamar uma ambulância? Era péssimo com situações daquele tipo. As doenças que Hyohee teve no passado foram apenas gripes, fáceis de lidar. Aquilo era outro nível. Não tinha experiência alguma.

Apesar de ter decidido ficar em casa naquela sexta-feira, acordou cedo para preparar um café da manhã caprichado e leva na cama para o namorado. Baekhyun não iria ter o mínimo de esforço até o momento da consulta com o psicólogo e até o momento em que fosse diagnosticado. Estava lidando às cegas com a situação e tomaria todas as precauções possíveis.

Enquanto preparava o café, deu um jeito de ligar para a farmácia mais próxima e providenciar os remédios receitados pelo médico da emergência. Remédios que seriam utilizados caso Baekhyun demonstrasse algum tipo de alteração, não tão grave para ir parar na emergência novamente mas preocupante o suficiente para precisar se acalmar com medicação.

A encomenda pronta-entrega não demorou para chegar e ele organizou tudo e cima da bancada da cozinha. Cada uma das três caixas, uma ao lado da outra, e um pequeno papel que ele mesmo escreveu, explicando a si mesmo para que momentos os remédios deveriam ser utilizados. Nada iria dar errado.

Colocou a xícara de café, as torradas e as frutas cortadas em cubos em cima de uma bandeja e a equilibrou até seu quarto. Baekhyun ainda dormia profundamente, os cabelos agora negros espalhados pelo travesseiro de fronha perfeitamente branca. Dormia um tanto encolhido, talvez pelo frio do ar condicionado. Chanyeol, ao perceber isso, largou a bandeja em cima da mesa de centro da pequena sala de estar dentro do quarto e correu para ajeitar a temperatura. Era só o que faltava Baekhyun pegar uma pneumonia por sua culpa.

Quando voltou para dentro do quarto, Baekhyun estava sentado na cama, encarando um ponto fixo nas cobertas. Os cabelos bagunçados e os olhos espremidos pela leve claridade das cortinas entreabertas.

- Bom dia, amor – Chanyeol murmurou, abrindo um sorriso carinhoso e sentando em frente ao namorado, na borda da cama. – Como está?

- Olá... – A voz fraca respondeu, sorrindo brevemente para então apertar um lábio contra o outro. – Bem, eu acho. Eu... espera... o que está fazendo em casa? Precisa trabalhar... falei ontem que não...

- Não vamos mais discutir sobre isso. Já falei com meus colegas de trabalho, ambos compreenderam a situação. Relaxe um pouco, tudo bem?

Baekhyun concordou com a cabeça, abraçando o próprio tronco. Chanyeol levantou da cama e trouxe a bandeja para perto, a posicionando na frente do namorado.

- Não acredito, Chanyeol... eu não estou doente, não precisa...

- Quer parar de resmungar, professor? – Ele o interrompeu, suspirando. Apenas descanse, pelo amor de Deus. Vamos, precisa se alimentar. Com a confusão, nem jantou ontem. Tome um gole do café.

O professor acatou, balançando a cabeça, e segurou a xícara com as duas mãos. A manteve por um momento esquentando as palmas e então levou o café até a boca. Pareceu pensativo enquanto tomava o gole.

- Estou lembrando aos poucos do que fiz ontem. Chamei você de Daeho. Eu não sei o que me deu, Chanyeol. Eu sinto muito. – Chanyeol observava o namorado falar com atenção, analisando seu rosto preocupado. – É que às vezes... fico muito... eu não sei... começou de repente...

- Amanhã vai conversar com o psicólogo sobre isso. Não tem problema nenhum. O médico me falou que você teve uma crise nervosa, mas o psicólogo vai diagnosticar com mais precisão. Por agora, apenas coma e tente descansar.

- E Hyohee? Vai buscar ela hoje, não vai?

- Já falei com Sooyeon, expliquei o que aconteceu. Ela vai trazer a Hyohee aqui e quer ver como você está. Convidei ela pra jantar com a gente. A mulher gosta de você, Baekhyun. Diz que é o padrasto perfeito pra nossa filha.

- Não chame ela de “mulher”. – Baekhyun o repreendeu, fazendo uma careta. - E vai ser ótimo conversar com ela, ainda não tivemos um diálogo de verdade depois que ela ficou sabendo da gente. E saber que ela nos apoia e não se sente desconfortável com a situação é muito mais do que eu poderia desejar.

- Está defendendo Sooyeon? Sério? – Chanyeol perguntou, estreitando os olhos na direção do namorado.

- Claro que estou. Hyohee é um anjo e vocês dois são ótimos pais. Ambos são boas pessoas. Não tenho nada a ver com suas desavenças.

- Não posso acreditar que estou prevendo um futuro no qual você e minha ex-mulher se juntam pra falar mal de mim. – O mais alto comentou, meio paralisado e pensativo.

- É bem possível.

Chanyeol suspirou, lhe lançando um olhar repreendedor.

- Coma a banana cortada e pare de falar.

Baekhyun bufou e pegou um pedaço com a mão, enfiando na boca e mastigando sério. Chanyeol riu e se inclinou para lhe dar um beijo na testa.

- Odeio quando você me dá ordens.

- Desculpa, é pro seu bem. Sabe que quem manda na relação é você. Só dou ordens relacionadas à sua saúde.

- Você me confunde com Hyohee de vez em quando. Sou um adulto, sei me cuidar. Pode ir trabalhar. Odeio o fato de estar interferindo na sua rotina. É patético.

- Você é muito teimoso, caramba... eu vou ficar com você até seu caso ser diagnosticado. Já está decidido. Por favor, não vamos mais falar sobre isso.

Baekhyun bufou mais uma vez e deitou para trás, nos travesseiros. O ato foi extremamente infantil e fez Chanyeol ter vontade de rir. Ajudou o namorado a comer a quantidade um tanto exagerada de comida na bandeja e, depois disso, lhe sugeriu que fosse tomar banho.

- Precisa de ajuda? Para se esfregar, talvez? – Ele perguntou, levantando da cama e o encarando com preocupação.

- Chanyeol... – Baekhyun murmurou, cansado. – Não estou doente... quer parar...

- Tudo bem, tudo bem... me desculpe. Vou colocar essas louças para lavar e trabalhar um pouco no escritório. Sabe onde está tudo. Grite se precisar de algo.

Baekhyun agradeceu com um aceno de cabeça e levantou da cama, indo para o banheiro e se fechando lá dentro. Sabia que estava sendo um pouco irritante por se preocupar tanto com o namorado, mas era realmente uma situação delicada. Só queria deixar o professor o mais confortável possível. E também sabia que Baekhyun não gostava de ser tratado como doente, porque, de fato, não era um doente. Era um tanto orgulhoso, mas teria de aturar Chanyeol mais um pouco.

Almoçaram juntos, algumas horas depois. Chanyeol decidiu pedir tele-entrega, porque iria cozinhar de noite para os dois, Sooyeon e Hyohee. Por um toque conveniente do destino, possuía todos os ingredientes em casa e não precisou dar um jeito de comprá-los.

Durante a tarde, para passar o tempo, Baekhyun ofereceu-se para organizar o escritório um tanto bagunçado do namorado, cheio de folhar soltas pela mesa e pastas espalhadas pelo sofá e estantes. Chanyeol agradeceu e até o ajudou no início, mas depois precisou ir começar a preparar a janta. Também foi auxiliado por Baekhyun, mas logo o namorado o deixou sozinho para poder se arrumar, já que iriam receber Sooyeon.

Vestiu uma calça social escura, que Chanyeol o havia dado de presente, uma camisa branca e um cardigã vermelho. Agora, encarava a imagem de cabelos castanhos no espelho do banheiro.

Sabia muito bem o que estava acontecendo consigo mesmo. Não precisava de diagnóstico nenhum. Sim, era importante, mas já sabia de tudo. Estava tendo as crises por conta dos seus traumas do passado. Não as conseguia controlar e não fazia ideia de quando iriam surgir, e sentia-se muito mal por estar trazendo aquele tipo de problema para a vida de Chanyeol.

O namorado já havia falado que ele não era um problema e que estava disposto a ajudá-lo, mas era difícil fazer seu inconsciente entender isso. Seu inconsciente sempre trazia de volta as lembranças do quão inconveniente se sentia na vida de seus namorados antigos. Lembranças daqueles homens irritados, sem paciência para suas necessidades de “mulherzinha”. Usavam aquele termo com bastante frequência. Baekhyun era tratado como uma mulherzinha sensível e inconveniente, apenas por querer um pouco mais de carinho e atenção. Apenas por demonstrar sofrimento ao apanhar.

Odiava aquele termo que usavam. O que era ser uma “mulherzinha”, afinal de contas? Desde quando apenas mulheres eram sensíveis? Existiam mulheres que nem eram sensíveis. Repudiava o machismo ao extremo, nem conseguia assimilar como havia parado nas mãos daqueles homens machistas. Era uma pessoa carente e insegura, ainda era. Só que agora era bem tratado.

Então por que, meu Deus, por que aqueles traumas tinham que voltar a atormentá-lo, magoando Chanyeol, o homem pelo qual Baekhyun devia tudo? Ele não merecia ouvir o que Baekhyun havia dito na noite anterior, nada fazia sentido.

Por que sua mente tinha que ser tão complicada e complicar a vida de quem ele mais amava? Viu-se deixando algumas lágrimas escorrerem, ainda encarando o reflexo no espelho. Não se amava, não conseguia se amar. Não entendia como Chanyeol o amava. Ele não merecia aquele amor. Não agindo daquele jeito, arruinando um relacionamento que era pra ser perfeito. Se dependesse só de Chanyeol, seria tudo magnífico.

Era Baekhyun quem arruinava tudo.

Não conseguia mais nem se imaginar como ativo. Se repetisse a dose mais uma vez, saberia que explodiria. Aquela realidade o fez chorar mais ainda. Não sabia quando estaria pronto para fazer sexo de novo sem se sentir inseguro com sua mente. Não queria mais ter nenhuma crise, e sabia que suas crises estavam ligadas ao sexo.

Era tão maravilhoso proporcionar prazer a Chanyeol. Alguém que cuidava dele com todo o amor do mundo. Quando podia retribuir, aquilo acontecia. Chanyeol estava amando ser passivo e agora ele não poderia mais lhe proporcionar aquela experiência. Sentiu raiva de si mesmo, muita raiva. Suas mãos chegaram a tremer enquanto chorava. O amava tanto, era tão injusto estar naquele estado que o obrigava a se afastar. Não queria se afastar, era tudo perfeito quando estavam juntos. Só que sabia o que aconteceria. Outra crise. Lembraria de Daeho, de como o ex o tratava como um escravo sem valor algum, e tudo desmoronaria.

Deu um jeito de lavar o rosto e limpar as lágrimas o máximo que conseguiu. Não queria que Hyohee notasse que estivera chorando, e muito menos Chanyeol. O namorado já estava lidando com problemas suficientes.

A campainha tocou e ele suspirou, saindo do banheiro e apagando as luzes. Já podia ouvir a voz alegre de Hyohee, rindo alto provavelmente no colo do pai. Quando chegou na sala, era exatamente o que estava acontecendo. Sooyeon sorriu para ele e se aproximou.

- Olá, Baekhyun – Ela murmurou, fazendo uma reverência educada. Baekhyun sorriu e se aproximou, querendo tornar o cumprimento mais carinhoso. Encostou em suas costas e lhe deu dois beijos no rosto.

- Obrigado por vir – Baekhyun finalmente falou, e num lapso estranho e natural, a mãe de Hyohee esticou a mão e segurou a mão do professor, a apertando carinhosamente.

- Estou aqui para o que precisar. Pode conversar comigo quando quiser. Antes de ir embora vou lhe dar meu número, mas não comente com Chanyeol. Ele vai resmungar muito. - Baekhyun concordou com a cabeça e apertou a mão dela de volta antes de soltar. Pelo jeito, ela já estava ciente de quase tudo o que estava acontecendo. Era melhor assim. – E esqueci de comentar essa semana como ficou bem com essa cor de cabelo.

- Ah, imagine. Bondade sua. – Ele murmurou, corando. Sooyeon sorriu e os dois encararam Hyohee e Chanyeol distraídos em uma conversa de pai e filha. O silêncio chamou a atenção dos dois, que pararam e devolveram os olhares.

- Tio Baek! Tio Baaaaeeeeek! O Tio Soo disse que você tava doente hoje! Senti tanta saudade! – Hyohee se esticou toda, abrindo os braços e obrigando o pai a aproximá-la de Baekhyun. Precisavam manter o teatro da gripe na frente da filha, então ele parou no caminho.

- Tio Baek tá gripado, filha. Não pode pegar você no colo hoje, tudo bem? – Chanyeol perguntou e a menina fez cara de choro.

- Logo, logo ele vai estar melhor e vão poder brincar. Semana que vem ele já vai estar de volta na escola. – Foi a vez de Sooyeon tentar tranquilizar a menina, mas a cara de choro não deu trégua.

- Hyo, não fica triste. Vai passar rápido, eu prometo. – Baekhyun murmurou, na sua voz mais doce e encantadora, e a menina pareceu relaxar um pouco.

- Você não vai morrer, né tio Baek? – Ela perguntou, fazendo os adultos rirem baixo. Mas Chanyeol lançou um olhar curiosamente preocupado para Baekhyun.

- Claro que não, meu amor. É só uma gripe. Vou sarar logo.

A voz carinhosa pareceu acalmá-la e em poucos segundos ela voltou a sorrir, abraçando o pescoço do pai.

- Vou ajudar você a botar a mesa – Sooyeon murmurou para Chanyeol, que concordou agradecido. Baekhyun fez menção de acompanhá-la, mas o empresário os interrompeu.

- Senta na sala, Baek. Não quero que se esforce. Descansa hoje. – pediu, e os dois lhe lançaram um olhar confuso. Baekhyun estava um pouco incomodado e Sooyeon parecendo interpretar o ex-marido.

- Não estou... – Baekhyun começou, mas lembrou de Hyohee os observando, e pigarreou. – Tudo bem. – corrigiu. Sooyeon continuava encarando Chanyeol como que estivesse lendo-o e seguiu sozinha para a cozinha.

- Posso ir lá sentar com o tio Baek? Prometo que sento longe – Hyohee pediu, se balançando no colo do pai. Chanyeol atuou por um momento, pensando se deveria, e então concordou com a cabeça. Lhe largou no chão e a menina saltitou para onde Baekhyun estava sentado.

Resolveu ir até a cozinha para ajudar Sooyeon. A ex-mulher encarava os remédios organizados em cima da bancada enquanto pegava os hashis na gaveta.

- Chanyeol... podemos conversar rapidinho? – Ela pediu e o empresário concordou, se encostando na bancada e cruzando os braços. – Não está sufocando ele, está?

Ele franziu o cenho, sem entender. Sooyeon lançou um olhar para os remédio impecáveis, cada um com seu bilhetinho colorido com os textos para o próprio Chanyeol saber quando usá-los.

- Sei que o ama e está preocupado, mas não ajuda em nada ficar em cima dele... eu te conheço, Chanyeol. Você é super-protetor num nível um pouco preocupante. Esse foi um dos motivos pelos quais eu não estava mais conseguindo viver com você. Não repita os mesmos erros.

- Eu não acredito que está analisando meu namoro com Baekhyun. Isso não está acontecendo. - Chanyeol comentou, incrédulo, depois de alguns segundos processando a conversa que havia se iniciado.

- Quer deixar de ser infantil? Estou conversando com você com maturidade, pare de agir como um adolescente. Baekhyun está passando por um momento delicado e sei que você está preocupado, mas ele precisa respirar. Precisa viver como uma pessoa normal. Não o trate como um bebê doente, não faz bem.

- Não estou... porra, Sooyeon. Já notou que a gente não consegue viver em paz? E é sempre você quem estraga tudo?

- Chanyeol! Ele estava claramente desconfortável quando você o mandou para a sala! Abre os olhos, sai de cima do seu cavalo e escuta os outros. Estou tentando ajudar, Baekhyun é o padrasto da Hyohee e eu só quero o bem dele.

- Querer o bem é uma coisa, agora me criticar e criticar o jeito que estou cuidando do meu namorado é passar de todos os limites...

- Park Chanyeol. – Ela o interrompeu, irritada. - Pelo amor de Deus. Só estou... caramba. Eu conheço você mais do que ninguém e não quero que o namoro de vocês dê errado como nosso casamento deu. De jeito nenhum. Isso não pode acontecer. Então escuta quem gosta de você.

- Seu namoro está monótono demais pra você vir dar pitaco no meu, Sooyeon?

- Meu Deus. Você é a pessoa mais convencida e impossível de lidar. Tudo bem, Chanyeol. Oh, Park Chanyeol, o homem perfeito e cuidadoso que nunca comete erros. Me perdoe. Continue tratando Baekhyun como um bebê e fazendo-o se sentir impotente e doente, vai ajudar na recuperação.

Ela fechou a gaveta e o deixou sozinho na cozinha, indo para a sala de jantar organizar a mesa. Chanyeol bufou e continuou de braços cruzados. Fingia que não a ouvia, mas agora estava pensativo. Não estava sendo protetor demais, estava? Claro que não... só estava dando todo o amor que podia para que Baekhyun se sentisse confortável.

Quando se desencostou da bancada e abriu a prateleira para pegar os copos, a campainha tocou e ele franziu o cenho. Não estava esperando ninguém. Deixou os copos em cima da mesa e correu para atender. Olhou pelo olho mágico e franziu o cenho, ficando preocupado no mesmo instante.

- Jongin? – murmurou, abrindo a porta. O bailarino sorriu de canto, segurava algo nas mãos. Parecia uma travessa com algum tipo de comida dentro.

- Boa noite, Chanyeol. – Jongin fez a reverência para o mais velho. - Sei que Baekhyun está de repouso por conta do que aconteceu ontem, e como as empregadas fizeram bolo de chocolate hoje, achei que um pedaço iria animar vocês dois.

Ele era um garoto incrível. Não tinha palavras para descrever como gostava daquele garoto. Sentiu o coração se encher de alegria e abriu mais a porta.

- Tenho uma ideia melhor. Minha ex-mulher e minha filha estão aqui hoje, vamos jantar juntos. Jante com a gente, depois todo mundo pode comer o bolo. - Jongin separou os lábios, pensativo. Deu uma olhada para baixo, nas roupas que usava. Uma jeans simples e um moletom. – Não se preocupe com as roupas, de verdade. Estamos em família.

O bailarino pensou mais um pouco e então concordou com a cabeça.

- Obrigado. Vou aceitar, então.

Chanyeol sorriu largo e deu espaço para ele passar. Jongin tirou os sapatos e o acompanhou até a sala de jantar, já organizada. Sooyeon arregalou os olhos, assim como Baekhyun, no sofá.

- Esse daqui é Kim Jongin. Acho que você lembra dele, Yeon. É meu vizinho bailarino. Ele ajudou a gente ontem e chamei ele pra jantar. Trouxe bolo pra todo mundo.

Sooyeon concordou, sorrindo, e se aproximou do garoto para lhe apertar a mão. Baekhyun levantou do sofá e se aproximou, sendo seguido de perto por Hyohee.

- Olá, Baekhyun. Como está? – Jongin perguntou, entregando a travessa para que Sooyeon levasse para a cozinha.

- Bem, muito obrigado, Jongin – Ele sorriu genuinamente agradecido, fazendo uma reverência discreta. – E obrigado pelo bolo. Deve estar ótimo.

- Está mesmo, já provei. – O bailarino olhou para baixo e sorriu para Hyohee, que se escondeu atrás do corpo de Baekhyun. – Hyohee, não lembra de mim? Moro aqui na frente.

A menina concordou com a cabeça e se aproximou um pouco.

- Você dança balé? – perguntou, os olhos brilhando de empolgação.

- Danço – Ele concordou, sorrindo simpático. Abaixou-se um pouco para conversar com ela. Baekhyun observava a cena com curiosidade. – Gosta de balé?

- Muito. Mamãe disse que posso começar as aulas em breve. Quero ser bailarina que nem você. – Jongin lançou um olhar admirado para Sooyeon, que rolou os olhos enquanto sorria de volta.

- Ficarão felizes em saber que minha companhia de dança oferece aulas pra todas as idades. O estúdio é no centro, é um prédio bem grande. Acho que já devem ter visto. – Jongin comentou, dirigindo a atenção para os adultos.

- Verdade? – Chanyeol perguntou, interessado. Lançou um olhar de canto para Sooyeon.

- Verdade. Se quiserem levo um dia vocês lá para conhecerem. Hyohee pode fazer uma aula experimental e tudo. Conheço todos os professores, posso indicar o que mais gosto.

- Seria incrível, Jongin. Obrigada. – Sooyeon murmurou, notando o olhar da filha brilhar cada vez mais e ela começar a pular no lugar, ignorando a aparente doença de Baekhyun e lhe segurando a mão. Baekhyun pareceu esquecer que estava aparentemente gripado e apertou a mãozinha com carinho. – Se você se comportar, pode começar as aulas de balé. Se arrumar seu quarto todos os dias e tomar banho sem fazer birra.

- Prometo, mamãe. Por favor, prometo muito! Vou limpar a casa todinha!

- Não precisa limpar a casa toda. Só arrume seus brinquedos. Aqui e lá em casa. – Sooyeon falou, fazendo Baekhyun rir. Chanyeol já estava colocando mais um lugar na mesa quando a campainha tocou de novo.

- Está esperando mais alguém? – Baekhyun perguntou, curioso. O empresário negou, franzindo o cenho confuso. Correu para atendar a porta mais uma vez.

Kyungsoo estava parado no corredor, um tanto descabelado, parecendo que atravessou uma selva para chegar ali.

- Desculpe chegar sem avisar. Só quis checar como Baekhyun está, já que ele não me responde no celular e você também está me ignorando. Não trabalho amanhã então pude passar aqui rapidinho, se não se importa.

- Claro que não, Soo. Pode entrar. E desculpe não respondermos, estamos com visita. Sooyeon está aqui com Hyohee. E Kim Jongin. – Chanyeol completou, abrindo um sorriso com segundas intenções.

- K-Kim Jongin está aqui? – Kyungsoo perguntou, engolindo em seco.

- Sim, veio trazer bolo de chocolate pro Baek então convidei pra jantar com a gente. Quer jantar também? – Chanyeol ainda mantinha o sorriso no rosto.

- Quer parar de me encarar como se eu fosse um caçador de homens solteiros?

- Deixa de ser bobo. Entra logo. – Chanyeol o puxou pela manga do cardigã marrom que usava e fechou a porta. – Baekhyun vai ficar feliz de ver você aqui.

- Conhece pouco seu namorado, Chanyeol. Baekhyun mal me atura no apartamento. Nossa amizade apenas sobrevive. – Ele falava irônico enquanto tirava os sapatos. – Acha que ele é fofo comigo que nem é com você?

- Para de drama. Vocês dois são uns bobos. Vem. – Chanyeol o puxou novamente pela manga da blusa e o conduziu até a sala. Jongin estava conversando sobre balé com Hyohee, abaixado no chão para ficar da sua altura, e seu rosto se iluminou quando virou para encarar quem havia chegado.

- Baekhyun, seu melhor amigo que você ama demais vai jantar com a gente também – Chanyeol anunciou, notando Baekhyun lançar um olhar confuso para Kyungsoo.

- O que está fazendo aqui? – O professor perguntou, com mais intimidade por serem muito próximos.

- Obrigado por me receber tão bem – Kyungsoo murmurou, sorrindo irônico.

- Tio Soo! – Hyohee exclamou, deixando Jongin para trás e abraçando Kyungsoo pelas pernas. – Foi muito legal a aula de hoje!

Kyungsoo se abaixou para conversar com a menina, não percebendo Jongin se aproximar também. Baekhyun encarou Chanyeol e eles trocaram um sorriso cúmplice. Sooyeon observava tudo com curiosidade.

- Pena que não vai ser sempre assim, né? Tio Baek vai voltar logo, logo. Mas ainda podemos tocar piano nas aulas de música. – Kyungsoo explicou, lançando um olhar rápido e tímido para Jongin.

- Olá, Jongin. Como vai? – perguntou, levantando do chão e sentindo Hyohee segurar sua mão. A menina ficava muito confortável entre os adultos que gostava.

- Bem. Nada de novo desde ontem de noite. – comentou, fazendo o outro rir.

- Ouvi falar sobre bolo de chocolate? Vou ganhar um pedaço?

- Quantos quiser – Jongin respondeu, cruzando os braços e sorrindo para o mais baixo. Hyohee puxou a mão do professor com força.

- E eu? Posso comer também? Vai ter pra mim?

- Vai ser a primeira a comer, Hyohee – Jongin falou, mudando a expressão antes mais adulta e com uma pitada quase invisível de flerte para uma mais doce e infantil, para falar com a menina.

A garotinha deu um gritinho alegre e soltou-se de Kyungsoo, correndo para a sala de jantar e pedindo para servirem a janta logo, para que pudesse comer e chegar na sobremesa. Os adultos concordaram e todos se ajeitaram na grande mesa comprida, mais um novo lugar colocado para Kyungsoo, que sentou de frente para Jongin.

Foi um dos momentos mais marcantes dos últimos tempos para Baekhyun. Até esqueceu, por um momento, pelo que estava passando. As conversas variaram, assuntos interessantes partindo de todos da mesa surgiram, e o professor percebeu que aquilo era o exato sinônimo de felicidade. Chanyeol e Sooyeon poderiam ter suas desavenças, mas conseguiam ficar em paz por algumas horas. Se conseguissem ficar assim nas reuniões de família, seria perfeito.

Baekhyun lançou um olhar satisfeito para o melhor amigo e Jongin, agora conversando entre eles enquanto Sooyeon e Chanyeol falavam um assunto pessoal com a filha. Ver o melhor amigo corar daquele jeito mereceria algumas piadas futuras, mas de uma coisa podia ter certeza: Do Kyungsoo estava caidinho pelo bailarino encantador da porta da frente.


Notas Finais


Foi um capítulo bem leve, mas com algumas intervenções importantes. Principalmente da Sooyeon.
Até breve!


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