- Então quer dizer que finalmente se entenderam? - Tae questiona.
Combinei com Yedam de nos encontrarmos de manhã para irmos a escola juntos. Coisa que o mesmo não negou, mas obviamente, se sentiu incomodado ao receber os olhares das pessoas que não eram acostumadas a me ver segurando a mão de outro garoto que não seja Jisung.
Estávamos em nosso local de costume. Sentados no gramado, em baixo da árvore.
- É... Acho que "se entender" é uma boa definição. - Respondo a Taehyung.
- Como assim?
- Você já foi menos lerdo, sabia? - Ming questiona o amigo, que faz careta. - É óbvio que esses dois estão se pegando. Se duvidar, já fizeram até mais que isso. - Suspiro. De novo isso?
Yedam me encara com um bico formado nos lábios, demostrando incômodo assim como eu.
- Jeonginie. - Tae se aproxima do menor, buscando alguma informação. - Me conta, eles já...
- Yah! - Brigo com o mesmo. - Não termine essa frase perto de meu irmão! - Jeongin ri.
- Eu não sei, Hyung! Ela não me contou.
- Ah há! - Ming aponta para nós dois. - Quando você não conta nem para Jeongin, é porque aconteceu!
- Jeonginie e eu temos um acordo, não é maninho?
- Que tipo de a acordo? - Hyunjin pergunta.
- Se vocês...
- N-Nada! Não é nada! - O menor tampa minha boca com as mãos, me impedido de continuar minha fala. Riu de seu pavor momentâneo.
- Vai! Faz! - Ming me olha com empolgação. A olho sem entender.
- Fazer o quê?
- Isso! - Ela faz formato de bico com as mãos, juntando-as, referindo-se à um selinho. Yedam cora.
- Yah! Seus pervertidos!
- É só um selinho! - A chinesa faz um bico.
- É! Queremos ver!
- Que eu me lembre, vocês já viram! Então, não há necessidade de verem de novo!
- Eu não vi ainda! - Jeongin comenta, com um sorriso sapeca.
- Você, não se intrometa! Ou quer que Hyunjin saiba do que se trata o acordo?
- Yah! Noona!
- Mas de que diabos de acordo vocês estão falando?
- Nada de grande importância. - O mais novo tenta se explicar, com a melhor cara de sonso que já dera.
- Que acordo é esse? - Yedam pergunta, me olhando. Me aproximo do mesmo, cochichando para si, do que se tratava a conversa. Ao terminar de explicar, ele apenas ri.
Desvio o olhar para dois seres humanos que nos encaravam com brilho nos olhos.
- Vocês formam um casal tão bonito! Acho que vou chorar! - Tae começa seu clássico drama.
- Eu que ajudei a formar! - Ming continua sua performance.
Reviro os olhos.
- Eu mereço!
Os dois se abraçavam, fingindo uma crise de choro.
- Yedamie. - Sussurro para o garoto, que me encara. Roubo um selar do mesmo. Tão rapidamente, que quando os dramáticos perceberam, já era tarde demais.
- Yah! Não vale! Nós não vimos! - Tae finge outro choro.
- Eu vi! - Jeongin sorri vitorioso.
- Oh vida cruel! - Ele se joga nos braços da chinesa, que faz careta para o exagero do amigo.
O sinal toca, indicando o início das aulas.
- É nossa deixa. - Digo.
- Mas eu ainda nem vi o beijo! - Tae reclama.
É a vez de Yedam soltar um suspiro. Ele me encara, como se me pedisse autorização de algo. Apenas assenti, já sabendo do que se tratava.
Por fim, o acastanhado me puxa para um selinho demorado. Ao nos separarmos, vi Taehyung quase chorar de emoção, literalmente.
- Felizes? - Questiono.
- Muito! - Ambos respondem.
- Agora vamos!
Arrastei Yedam junto comigo, adentrando nos corredores.
Sinto um arrepio cruzar meu corpo, ao sentir um olhar sobre mim. Mais especificamente, o olhar dele sobre mim. Cujo não demorei para encontrar, já que ele caminhava à nossa frente, vindo em nossa direção junto a Mark e ChenLe.
Abaixo a cabeça, na tentativa de ignorá-lo, o que foi inútil, pois senti o pavor de Yedam, quando o mesmo apertou minha mão, que ainda se mantinha entrelaçada a sua. Paramos de caminhar. Respirei fundo, para tentar evitar qualquer desentendimento ocorrente.
Ergui minha visão, por fim, encontrando o garoto parado, a uma curta distância de nós. Os outros alí presente, ficam sem saber como reagir, então, apenas param junto conosco.
Puxei o garoto para mais perto, deixando-o por trás de mim, como forma de lhe proteger.
- Vai me dizer que também virou guarda costas desse aí? Esses outros já não eram suficiente? - Ele pergunta em tom irônico.
- Não exagere! - Mark reclama com o mesmo. - Vamos? - Ele pergunta para Ming, que apenas assente e o acompanha. Os outros ao meu redor também fazem o mesmo, deixando apenas três alí.
- Engraçado. Ele era o pior de nós três. - Jisung fala consigo mesmo.
- O palhaço terminou a piada? - Questiono em tom irônico. - Se nos der licença, temos aula. - Tento me esquivar de si, mas ele ainda se põe a minha frente. Dou um suspiro de impaciência. Yedam se coloca lentamente ao meu lado, talvez por peso na consciência do comentário maldoso de Jisung. O garoto a nossa frente limpa a garganta e passa a encarar o chão.
- Nós... - Ele finge uma tosse. - Nós podemos conversar? - Sorriu, mas de injúria.
- Você é surdo ou o quê? Deixei bem claro que não tínhamos mais nada para...
- Não gaste saliva atoa, ok? - Ele me olha indiferente. - Não é com você que quero conversar. - O vejo engolir em seco.
Percebo que ele se tratava de Yedam. O mesmo o olhava com espanto, sem entender o que acontecera.
- Podemos conversar? - Por fim, os dois se encaram. - De homem para homem? A sós? - Ele desvia olhar para mim, indicando que eu seja a pessoa sobrando alí na conversa.
- Não estou ficando nem maluca de deixar vocês dois a sós! - Ele suspira.
- Ok, então. Talvez realmente seja perigoso conversarmos a sós. - Seu olhar vai para Yedam, que engole em seco. - Sobre... Aquilo... O soco que lhe dei. Eu... Sinto muito. - Me espanto com sua declaração. Yedam não estava diferente. - Eu agi por ciúmes. Não sabia que o beijo que ela se referia foi apenas por um jogo. É por isso... Que sinto muito. E se pensar bem, eu também levei um soco naquele dia, então digamos que estejamos quites.
- A diferença... - Tento intervir, mas ele corta minha frase.
- A diferença é que eu mereci. Sei que vai dizer isso, e concordo. Eu mereço o soco que recebi, Yedam não. E pode não se intrometer? - Reviro os olhos diante de sua injúria. Apenas dou um passo para trás, deixando que os dois conversem.
- Bem... - Yedam parece buscar as palavras certas. - Sendo bem sincero, não quero e nem gosto da ideia de tentar aceitar seu pedido de desculpas. - Dou um sorriso de lado. - Mas creio que seja melhor fazer isso. Não só por educação, mas também porque não é bom guardar tanto rancor no coração. Então... Tudo bem. Aceito suas desculpas.
- Tsc... - Jisung sorri de leve. - Você não costuma falar muito, mas quando fala, parece uma velha gagá que conheço. - Cerro os olhos para o mesmo, já imaginando que a "velha" que o garoto se referia era a sacerdotisa. - Bem... Era só isso mesmo. Achei que seria mais correto falar sobre isso formalmente e pessoalmente. - Yedam assente.
Antes que pudéssemos voltar a nossa trajetória, Jisung chama novamente.
- Ah, sim! Antes que eu esqueça... Um papo reto, dessa vez de ex para atual. - O acastanhado volta a apertar minha mão. - Apenas pedi desculpas pelo soco sem motivos que dei, mas não significa que tenha me arrependido de meu ato. - Jisung se aproxima se aproxima de Yedam. Que engole em seco, mas não recua. - Se ousar machucá-la, seja fisicamente ou emocionante, juro que lhe darei um soco com todas as minhas forças. E com certeza não vai querer ver isso. - Yedam o olha, como se o garoto a sua frente estivesse falando o maior absurdo que escutara em toda sua vida.
- Não sou você, Park Jisung. Por que diabos eu a machucaria?
- Não sei. Me diga você, Bang Yedam? - Eles estavam tão próximos, que se chegassem um pouco mais perto, provavelmente viraria corna, e pelo Jisung.
- Ok! Chega! - Me coloco no meio entre os dois, evitando que algo, que Yedam nem fazia ideia do perigo, pudesse acontecer. - Já se desculpou e já teve suas desculpas aceitas. Agora, será que pode se retirar?
Seu olhar se reveza entre mim e Yedam. Por fim, ele apenas solta um suspiro e segue seu caminho.
O acastanhado parecia ter soltado todo o ar que estava prendendo desde o início daquela conversa. Apesar de ainda parecer atordoado. Toco seu peitoral, sentindo seus batimentos completamente desregulados.
Acaricio entre sua nuca e seus cabelos, em seguida, o puxando para um beijo calmo e delicado, na tentativa de acalmá-lo, ao menos um pouco. Ao nos separarmos, ele apenas junta nossas testas.
- Melhor? - Pergunto, quase como um sussurro.
- Melhor.
- Vamos? O professor já deve ter entrado na sala. - Ele assente, mas então, volta a sua expressão de espanto. - O que houve?
- Agora é a aula de meu irmão!
- Ai, droga! Ele vai me matar!
Por sorte, quando chegamos na sala de aula, professor Bang Chan mal acabara de adentrar, mas mesmo assim, não o impediu de espreitar o olhar sobre nós.
É, HaNa. Agora você deve ser um bom exemplo para seu (Não) namorado.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.