História You And I - Soluções De Problemas

POV Fubuki:

Quando notei que se passava das onze da noite surtei e pedi para o Kudo me levar pra casa, me despedi da Fuyuka que foi super legal comigo e sai.

— Gostei muito dela — falei e Kudo riu

— Que bom — disse entrando no elevador

— Não entendo por que não me falou antes dela — falei

— Não havia necessidade — respondeu

— Como não? — perguntei brabo — me fez pensar que era tão solitário que a noite na sua casa dava para ouvir o vento sussurrando por entre os móveis!

— Nossa — disse surpreso — bem solitário

— Exatamente — falei indignado

— Tudo que te falei sobre como sinto é verdade, minha solidão e insatisfação... Minha filha vive com meus pais, seus avós — disse sério — algumas vezes recebo sua visita, mas nunca muito longa, e assim que ela se vai, me torno um lobo solitário novamente

— Ela veio pra ficar desta vez? — perguntei curioso — por que ela não estuda no colégio?

— Isso vem sendo discutido desde o começo do ano, e por fim chegamos a um consenso de que no próximo ano ela vem morar comigo definitivamente e estudará no colégio Raimon... Este ano não dá mais, já que estamos no seu final — disse e assenti

— Sua vida parece estar começando a tomar um rumo ótimo — comentei e ele riu

— Acho que sim — concluiu

Chegamos ao térreo e fomos para o estacionamento, estava mais frio do que eu esperava e senti até meus ossos gelarem, encolhi na vã tentativa de amenizar o frio, observei o céu e não consegui ver nenhuma estrela, apenas nuvens escuras, mas não tão negras quanto o céu. Seguimos até o carro, Kudo ligou o aquecedor o que foi um alivio e deu partida... Novamente o trajeto foi em silêncio, mas não daqueles ruins, mas era algo como se a companhia fosse tão agradável que o silêncio era a melhor maneira de transmitir isso.

Infelizmente chegamos na minha casa, Kudo desceu e me acompanhou até a porta.

— Obrigado pela noite e desculpe por te incomodar — falei sem graça

— Sem problemas — disse — até amanhã

Por um momento achei que seria um daquelas cenas que o cavaleiro acompanha até aporta e da um beijo de boa noite, mas ele apenas se virou e foi embora, não teve como eu não rir de mim mesmo por tamanha criatividade, obvio que isso não aconteceria.

Entrei em casa pisando leve, com o maior cuidado para não acordar ninguém, senti que estava sendo observado e quando olhei para o topo da escada tomei um susto ao ver Goenji encostado na parede me encarando sério, senti um calafrio passando pelo meu corpo e meu coração acelerar, comecei a andar fingido não me importar, mas por pouco não perdi o equilíbrio de tanto medo... Aquele olhar duro sobre mim, era amedrontador... Subi as escadas e quando cheguei do seu lado ele segurou firmemente meu braço.

— Então era na casa dele que você estava — disse frio

— Não é da sua conta — falei irritado

— É da minha conta sim com quem você transa — disse ríspido

— Na verdade não é — falei sério e ele apertou meu braço — ai — reclamei

— Então é verdade, está dando para aquele velho pedófilo — disse brabo e o encarei sério

— Bom se é pra comparar quem tem o parceiro pior, fica difícil saber se é a sua puta ou o meu pedófilo — falei irônico

Goenji me jogou violentamente na parede me fazendo gemer de dor, ele bufava de raiva e no fundo eu queria rir, afinal ele estava tendo uma grave crise de ciúmes... Sem dizer mais nada me puxou para o seu quarto e fechou a porta na chave o que me deixou nervoso.

— O que está fazendo? — perguntei assustado

Ele nada respondeu, apenas me empurrou na parede e começou a me beijar desesperadamente fazendo meu coração acelerar, o calor do seu corpo junto ao meu, seu cheiro doce, um beijo apaixonado, naquele momento não consegui pensar muito, meu cérebro não estava processando bem.

Quando nos faltou ar ele começou a beijar meu pescoço e mordiscar me fazendo gemer baixinho, então voltei a si e notei onde ele queria chegar, mas era difícil negar, quando a consciência é a minoria entre meu corpo e eu que queria seguir adiante com tudo aquilo.

Goenji passou uma mão envolta de minha cintura e me puxou pra perto fazendo seu membro semi acordado roçar no meu fazendo meu sangue ferver.

Consegui me concentrar em todas coisas de ruim que eu recebi do Goenji desde que ele decidiu que não curtia garotos e me traiu, disso tudo criei a força necessária para empurrar ele, então aproveitei e corri pra porta e tentei abrir, mas ele foi mais rápido e me agarrou por trás me fazendo soltar um gemido um pouco mais alto.

—Quero você — sussurrou rouco me fazendo arrepiar

Me forcei a resistir e pisei forte no pé dele fazendo-o gritar com a dor e me soltar, abri a porta e corri para o meu quarto ofegante e excitado. Olhei para meu membro e ele estava ereto, pensei no que tinha quase acontecido, meu corpo tremeu de excitação, meu membro latejou, corri para o banheiro e tirei a roupa ligando o chuveiro e me joguei de baixo para ver se meu corpo esfriava, mas a todo instante minha mente era bombardeada com pensamentos impuros com o Goenji, por mais que eu quisesse ficar com ele não poderia me entregar tão facilmente depois de tudo que ele me fez passar e ainda faz, me ter não será fácil.

Fechei os olhos e pus a mão no meu membro e comecei a me masturbar pensando nele, era tudo o que eu poderia fazer naquela situação.

POV Kido:

Era uma manhã fria, daquelas que deixam bem claro que o inverno está chegando. Tomei um banho quente e desci para tomar café com meu pai. Ele já me aguardava, sentei-me a mesa e a empregada me serviu chá, quando voltei minha atenção para meu pai fiquei nervoso ao ver ele me encarando.

— Como estão suas notas? — perguntou

— Boas... E falando em escola queria te contar uma coisa — respondi tentando não gaguejar

— Diga

— Okay — prossegui —estou namorando — falei sério e respirei fundo

— Que ótimo! Quando a conhecerei?

—Não pai, não é uma garota — respondi receoso

— Não acredito no que diz — disse sério

— Pode acreditar, pois é a verdade — falei e ele bateu na mesa irritado

— Não quero saber! Você vai namorar e casar com uma garota, agora o que fará fora do casamento será problema seu! — disse ríspido e me alevantei irritado

— Não mesmo! — gritei

Não fiquei ali para ouvir mais criticas e opiniões, peguei meu casaco e mochila e sai na direção da casa do Fudo.

Ontem quando deixei a casa dele combinamos de falar com nossos pais para assumir nossa sexualidade e namorar abertamente com o consentimento de todos. Mas comigo esse plano não deu muito certo.

Assim que virei na rua do Fudo avistei ele sentado nos pequenos degraus de sua casa, mesmo de casaco ele se encolheu um pouco, pensei logo o pior quando o vi ali, uma angústia começou a se formar no meu peito e quase parei ali mesmo ,mas então ele me viu e seu rosto se iluminou, abriu um largo sorriso e correu ao meu encontro, me abraçou forte e não pude deixar de rir.

— Parece que seu dia começou bem — falei e ele sorriu

— O melhor — disse alegre e desfizemos o abraço — falei com meus pais e eles disseram que só estavam esperando eu dizer, pois era notável que eu não curtia garotas

— Você é bem previsível — falei e ele me bateu

— Só sou um garoto muito extrovertido — disse metido

— Mas então, o que fazia nesse frio sentado aqui fora? — perguntei curioso

— Estava tão feliz que quis te esperar aqui fora mesmo — respondeu animado —venha, eles querem te conhecer — disse me puxando

— Meu pai não aceitou — falei e ele parou

— Não tem importância — disse

— Sabe o que ele disse?...

— Não tem importância Kido — disse sério — eu te amo, e nada vai mudar isso, estou feliz, vamos viver um dia de cada vez e depois quando essa questão for de fator discutível nos sentamos e pensamos no que fazer... Por hora vamos apreciar essa manhã maravilhosa — disse e assenti

Podemos deixar isso para outra hora, não quero acabar com a alegria dele com assuntos tão irritantes, vou tentar viver desse jeito até achar que está na hora de discutir.

POV Endo:

Passei a noite em claro pensando no que tinha falado para o Kazemaru. Na minha cabeça era o certo, mas ao ver a reação dele quando falei me senti triste. Era tão estranho pensar nele daquela forma, mas as vezes era inevitável não pensar naquela festa e eu me repreendia sempre por isso.

Quando tirei o lençol uma onda fria entrou e voltei a me cobrir, esperei um pouco e corri para o banheiro, tirei a roupa e tomei um banho quentinho, em seguida em arrumei para escola e sai.

Eu estava muito cansado e irritado, como pude me precipitar numa decisão tão seria deste modo, se ainda não sei ao certo o que eu quero de verdade. A caminho do colégio encontrei o Fubuki, ele parecia tão mal quanto eu, suas olheiras eram apenas mais visíveis que as minhas por ter a pele mais branca.

— Olá Fubuki — falei desanimado

— Oi — se forçou a dizer

Continuamos a caminhar como se fossemos dois zumbis, de vez em quando eu tropeçava e murmurava, outras vezes o Fubuki que fazia isso.

— Falei com o Kazemaru e disse em poucas palavras que queria só amizade — falei suspirando

— Ele sai decepcionado e provavelmente não vai querer te ver mais? — perguntou Fubuki e assenti — era realmente isso que você queria? Amizade?

—Não sei — choraminguei

— Eu lhe falei para ser sincero — disse ele

— Eu sei, mas...

— Sem desculpas, fale novamente com ele e seja o mais sincero possível desta vez — ordenou

— Eu não sei qual o melhor momento para isso — falei triste

— Não existe momento para isso... Mas se quiser um lugar mais agradável, espere até amanhã — disse

— O que tem amanhã? — perguntei curioso

—O treinador vai falar — respondeu e assenti

Por fim chegamos no colégio e fomos até a nossa sala, chegando no corredor esbarrei com o treinador.

— Endo! Estava te procurando — disse sério

— Me procurando? — perguntei curioso

— Sim

—Eu vou para a sala — disse Fubuki desanimado

Observamos enquanto Fubuki sumia desanimadamente entre os alunos nos corredor, e por um momento achei que o treinador queria o seguir.

— Avise a todos do time para irem ao ginásio no intervalo, tenho algo a dizer a todos — disse e saiu

Sem muita opção fui para sala, ao entrar vi Fubuki dormindo na mesa e Hiroto o observando, na mesa vizinha Goenji parecia irritado e Natsume mexia no celular, na mesa de Mido e Haruna tinha um clima tenso, parecia que só Kido e Fudo estavam em harmonia... Já na minha mesa meu colega não havia chegado... Até que ele surgir do nada do meu lado e sentou na sua cadeira emburrado, nervoso fui até lá e me sentei ao seu lado.

— Oi Kaze — falei sem jeito e ele me ignorou

Suspirei pesadamente e antes que pudesse dizer qualquer coisa o professor entrou na sala.

— Fubuki! — chamou o professor — aqui não é lugar para dormir

POV Fubuki:

Acordei no susto com alguém me cutucando, dei uma rápida olhada na sala e não tinha ninguém além do Hiroto rindo da minha cara.

— Parece que não dormiu bem — disse Hiro

— A verdade é que nem dormi — reclamei e ele riu

— Anda, temos uma reunião no ginásio — disse e saiu

Demorei alguns segundos para raciocinar o que estava acontecendo, a ficha caiu quando o Hiroto apareceu na porta parecendo irritado.

— Vem ou não? — perguntou

Me forcei para levantar e sai aos tropeços para o ginásio, todos já estavam lá, inclusive Goenji que me encarou sério ao me ver com o Hiroto e ele não foi o único, o Mido e o Kudo também, mas apenas ignorei e sentei o mais longe possível de todos para dormir um pouco mais.

***

— O que esta fazendo? — ouvi alguém irritado perguntar

Abri vagarosamente os olhos e vi Kudo na minha frente.

— Estava tentando dormir — respondi me sentando

— Desde quando tem esses tipos de atitude em público? — perguntou sério e olhei ao redor

— Não tem mais público aqui — respondi coçando os olhos

— O que houve ontem a noite? — perguntou preocupado/sério — desde hoje cedo não parece bem

— E não estou — falei irritado — eu quero fugir de casa e nunca mais ter que me preocupar com essas pessoas que ficam na minha vida só para decepcionar e magoar

— Tudo bem em chorar — disse Kudo e foi o que fiz — me conte exatamente o que aconteceu

— Antes de ir para sua casa a porta do quarto do Goenji estava aberta e o vi com a Natsume transando... Cheguei em casa  ele me atacou e quase me levou pra cama

— Complicado — disse Kudo — ignore ele, dê outras prioridade na sua vida além de se martirizar por ele... Sempre que o vir fazendo algo que o magoe, pense nele como alguém que não tem importância na sua vida e se não consegue tirar ele da cabeça, vá se envolver com os amigos, sair um pouco, se divertir

— É engraçado ouvir você falando de diversão com esse seu jeito sério — falei e comecei a rir — obrigado — disse por fim

— Disponha — disse Kudo — falei com o time sobre a viagem de dois dias começando amanhã

—O que disseram? — perguntei curioso

— Alguns se animaram, outros nem tanto, por isso disse que era obrigado para o bem do time, mandei as autorização para os pais para que assinem, espero que entenda que quando digo todos, inclui o Goenji e a Natsume — respondeu

—O que? — perguntei incrédulo

— Fubuki, já é bem difícil agir como se você fosse somente mais um aluno na frente de todos... Impedir o Goenji e a Natsume de ir seria estranho de mais, já que para as outras pessoas não há motivos para isso — respondeu e assenti relutante

— Não sou somente mais um aluno? — perguntei rindo e ele me encarou sério

— Deus! Vou para minha sala — respondeu e saiu

Parece que a viagem vai ser mais tensa do que imaginei, Não sei o que esperar dela. Espero que ao menos todos nos começemos a agir como um time de novo.