História You and I - Chapter 05 - Frank.

- Eu devo acreditar? – Perguntei quase abrindo a porta do carro, segurei firme a porta. – Por que isso seria uma confissão bastante pesada, porém, acho que eu não deveria acreditar. – Soltei aquele sorriso nervoso e Gerard me olhou assentindo. Abri de imediato à porta e levantei-me saindo do carro. – Tudo bem...okay... – Disse andando de um lado para outro, levando as duas mãos sobre meus cabelos. – Me dê um segundo. – Ele saiu do carro e bateu a porta com força, pulei com o susto e me encostei sobre o mesmo.

- Não fique assim, por favor. – Disse Gerard contornando o carro para ficar na minha frente. Levando suas duas mãos aos meus antebraços. – Eu sei, o meu passado sempre estará comigo, mas quem não tem um passado obscuro? – Perguntou ele confortando meus braços.

- Eu, Gerard. – Disse mexendo-se um pouco em uma tentativa de fazer-lo soltar meus braços.

- Vamos, vou te deixar em casa. – Disse ele voltando a sentar no banco do motorista, o segui com o olhar até sentar-se. O observei por breves segundos e abri a porta devagar, sentando-se logo em seguida.

O resto da “viagem” foi um completo silêncio, pensei em algumas vezes quebrar todo esse clima tenso que desceu sobre nós, mas fiquei calado por medo. Ele deve está se arrependendo do que disse, na verdade eu queria saber mais. O porquê ele matou? Como foi isso? E se foi preciso? Quero respostas, mas o medo fala mais alto, então prefiro que ele volte a falar por si só.

Quando chegamos, ele tinha um olhar distante e fixo no volante, o observei por alguns segundos antes de sair do carro e não dizer simplesmente nada. Ele dirigiu e contornou a casa por trás, perto da piscina. Sentei na varanda e fiquei pensando no meu dia. Minha mãe apareceu do nada me assustando, ela sorriu e eu continuei sério. Linda me olhou com uma expressão preocupada.

- Aconteceu alguma coisa? – Perguntou ela limpado as mãos em um pano, sentando-se ao meu lado que olhava para o chão fixamente.

- Acho que não vou me acostumar com Canadá, mãe. – Deixei que uma lágrima descesse no meu rosto, minha mãe percebeu e me puxou para um abraço, retribui envolvendo meus braços em sua cintura, apertando forte.

- Não quer me contar? – Quem eu queria enganar? Eu precisava abri meu coração para alguém e a pessoa mais próxima no momento, era minha mãe.

- Sr. Heinz me contou coisas maravilhosas sobre ele, mas também contou coisas terríveis. – Disse a olhando entristecido. – Ele me disse que já matou pessoas, mãe. – Disse choramingando.

- E por que está chorando? – Perguntou ela curiosamente, virei meu rosto para respondê-la.

- Ah mãe! Sei lá, eu achei que ele seria uma boa pessoa, que não teria matado exatamente ninguém. Eu sentir medo! – Disse em um tom mais alto, ela voltou a me abraçar depois que franziu o cenho.

- Olha querido, isso é terrível! Mas acho que deveria conversar com ele, e esclarecer isso melhor, deixar ele se explicar. Não acha? – Assenti enxugando as lágrimas. A verdade é que eu estava gostando de Gerard e receber uma noticia dessas acabou quebrando esse sentimento.

Levantando-me fui pelo portão que dar na entrada da piscina e Gerard se encontrava da mesma forma que o vi pela primeira vez, só com uma roupa diferente. Ele usava uma calça jeans escura, com uma blusa social branca e um colete preto por cima. Ele tragava um cigarro de uma forma extremamente sexy.

- Entenderei se não quiser mais falar comigo. – Disse ele olhando pra mim assim que fechei o pequeno portão.

- Não, eu quero que me conte melhor sobre o ocorrido, acho que necessito de respostas. – Disse cruzando os braços, Gerard pareceu ficar estranho.

- O motivo foi por que eu quis. Antigamente eu fui um cara extremamente impulsivo, eu não era uma pessoa sã do que estava fazendo. Então, boa parte da culpa nisso era da grande companheira “droga”, ela me acompanhava nas melhores partes do dia.... – Disse ele suspirando arrependido e logo prosseguindo. – Não me considero hoje em dia um cara perigoso, aliás, um cara que mataria você. – Aquilo estremeceu até minha espinha. Continuei o meu olhar atento sobre ele.

- E por que você estaria contando isso para mim? – Perguntei curiosamente. Mas que diabos de pergunta é essa, Frank? Você pediu respostas e essas são as repostas, o que mais você quer?

- Eu confio em você, Frank. – Disse ele aproximando-se de mim, colocou suas mãos em meus ombros, ficamos diante um do outro.

- E eu devo confiar em você? Não o conheço muito bem. – A confusão na minha mente começara agora.

- Tem toda razão, você não me conhece. É só me avisar se não quiser mais falar comigo, entenderei completamente. – Ele sorriu fraco e dessa vez eu que me aproximei dele levando minha mão para seu rosto, lá depositei apertos na bochecha e levantei um pouco meus pés, conseguindo então ficar a sua altura. Ficamos conectados entre os olhares, ele parou de olhar meus olhos e fitou minha boca, de imediato também fiz o mesmo. Chegando a conclusão que: Aproximamos nossos lábios beijando maravilhosamente. – Oh, eu não esperava por isso. – Disse ele todo desconcertado, me afastei e minhas bochechas provavelmente ficaram vermelhas.

- Desculpa, minha nossa que vergonha! – Disse rindo descontroladamente. Uma das minhas manias de costume é que quando fico nervoso eu tenho que ri. Ele colocou seu indicador da minha boca e eu parei imediatamente de ri, ficando sério.

- Shi... Não precisa se desculpar, acontece. – Disse ele sorrindo. – Podemos tomar banho de piscina, ou melhor, beber alguma coisa, o que acha? – Perguntou Gerard animado. Neguei com a cabeça respondendo em seguida.

- Na verdade eu preciso ir, quem sabe outro dia. – Disse piscando o olho.

- Tudo bem então. – Sorrindo acenei para ele. – Frankie! – Escutei Gerard chamar meu nome de uma forma carinhosa, olhei para trás rapidamente. - Amanha te apresentarei à senhorita Ema, tenho certeza de que se darão muito bem. – Ele estava mesmo me empurrando uma mulher? E se eu não quisesse? Quem realmente é essa mulher? O meu auge de curiosidade começa a subi descontraladamente.

- Esta bem, estou ansioso por isso. – Disse sorrindo, na verdade eu não estava. Apenas em vê-la de longe era o melhor a se fazer, eu não queria conhece-la. Ele acenou e continue o observar ate sai do meu campo de visão. O que mais me chamava atenção em Gerard era que o seu nome era realmente bonito e ele não consegue ser feio. De jeito nenhum!

Toda a beleza do mundo está centralizada em Gerard, impressionante! Gerard é gracioso, desde que soube do seu nome não paro de repeti. O que seria de mim com um Gerard que já matou pessoas? E esse Gerard atencioso e prestativo? Agradeceria não ter escutado isso e muito menos saber de toda sua vida. E sobre mim? Eu não disse exatamente nada, só o deixei falar.

Entrando na sala da minha casa, deitei no sofá e liguei a TV, na mesma estava tocando a banda que normalmente em New Jersey eles me deixavam tocar suas guitarras. Sinto falta do meu trabalho. Por aqui, ainda não encontrei nada.

Foi então que uma ideia surgiu enquanto assistia aquela banda, corri no meu quarto para pegar um caderno de anotações, comecei a escrever palavras que fluíam da minha mente para o caderno. Seria mesmo que eu estaria escrevendo uma canção inspirada em Gerard? Todas aquelas palavras se encaixam perfeitamente. Agora o que eu preciso é...de um violão para completa-las.