História All I Needed (SeongJoong) - Capítulo 14

— Você vai me dizer o que aconteceu? — perguntei, ele ainda não tinha me soltado, eu ainda estava no seu colo, contra a parede.

— Eu vou te proteger, é isso — ele resmungou.

— Seonghwa, você não pode fazer toda essa cena e não falar nada. Me conta o que está te perturbando, podemos resolver isso juntos — falei enquanto segurava seu rosto entre minhas mãos — Confia em mim.

— Eu confio Hong, completamente e cegamente.

— Então por que não me conta o que houve? — ele me colocou no chão a contragosto.

— Seonghwa, talvez o Hong tenha razão, é melhor ele saber — Mingi aconselhou.

— Não! — ele foi categórico, então se virou para mim — Você não precisa saber das merdas que acontece na minha vida. Você não merece estar no meio de tudo isso.

— Seonggie, se você está no "meio de tudo isso" eu quero saber. Você disse que quer me marcar, me fazer seu companheiro, então divida as coisas comigo.

— Você lembra o que aconteceu comigo? — Minhyuk perguntou — Lembra o que aconteceu quando resolveram me proteger e não me contaram toda a verdade? — Seonghwa concordou — Eu tenho certeza que você não quer que aconteça com Hongjoong — Seonghwa me apertou ainda mais em seus braços.

— Eu não sei o que aconteceu, mas eu prometo que posso aguentar. Se nós vamos ser parceiros, eu também quero fazer parte do seu mundo — falei — Apenas conte.

— Certo — Seonghwa se sentou no sofá, me levando com ele e me fazendo sentar no seu colo. Ele estava tão transtornado, que não me importei de Mingi, Yunho e Minhyuk estarem vendo isso. Aliás, eles se sentaram no outro sofá, de frente para nós — Honggie, lembra daquele leilão que o Alfa que te atacou falou que o Jiyong queria fazer? — ele parecia escolher com cuidado cada palavra.

— Sim, por quê?

— Porque — ele respirou fundo — Jiyong realmente o fez.

O choque foi enorme. Eu sabia que Jiyong era um lixo, mas me leiloar? Me tratar como um mero objeto?

— Você tem certeza? — perguntei hesitante.

— Hong — Mingi falou — Aquela caixa que estava escondida no armário de Jiyong, estava repleta de recibos e comprovantes bancários. Você sabia que ele tinha contas em diferentes bancos?

 — O quê? Não — respondi atordoado — A única conta que ele tinha era conjunta comigo. Ele nem gostava de ir no banco.

— Encontrei pelo menos três contas, sendo que duas são em bancos internacionais fora da Coreia — quanto mais Mingi falava, mais eu ficava assombrado — Não somei o exato valor total ainda, mas juntas dão milhões de libras.

— Milhões? — perguntei assustado.

— Alguns milhões, talvez vários — Mingi respondeu.

— Desde quando?

— Eu não consegui acesso a todas as informações, mas sei que isso tem, pelo menos, dois anos.

— DOIS ANOS? — eu não podia acreditar naquilo — Eu quase passei fome para minha filhote ter o que comer! Eu trabalhei sem parar, quase não dormia, comprava roupas em brechós e bazares beneficentes, enquanto aquele desgraçado tinha milhões em contas em banco?

— Honggie, ainda tem mais — Seonghwa disse.

— Mais do que isso? — perguntei assustado.

— Para ter certeza de tudo, só se você, o herdeiro direto, assinar uma procuração para que eu resolva tudo sozinho — Mingi explicava — Mas eu tenho contatos em vários lugares e eles me falaram que a última transição bancária foi um depósito muito alto na conta de Jiyong. O código usado foi vendas, Jiyong vendeu algo muito valioso.

— O que ele tinha de tão valioso assim? — perguntei sem entender.

— Você! — Seonghwa disse sombriamente.

— Hong, eu me arrependo muito de ter matado Jiyong — ele falou baixo — Eu deveria ter o deixado viver para torturá-lo de novo, dia após dia.

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Estávamos em nosso quarto, depois de saber que eu tinha sido vendido e que agora eu precisava de segurança o tempo todo, porque eles não sabiam se meu comprador ia querer vir atrás de mim, Mingi ainda não sabia quem tinha "me comprado", eu precisei dar um tempo.

Seonghwa me levou para o banheiro, ele deu banho em mim, sem malícia, apenas carinho. Agora estávamos deitados na cama, abraçados.

— Como alguém pode ser tão horrível? Ele sempre me tratou como um objeto, mas isso? Eu realmente não valia nada!

— Hong, eu entendo como você deve estar se sentindo — ele disse com cuidado — Mas o que Jiyong fez diz apenas sobre ele. Diz que ele era um verme sem respeito por nada. Ele tinha você do lado, ele tinha uma família e poderia ter sido feliz, mas ele escolheu ser um filha da puta e não valorizar isso — ele respirou fundo — Você é e continua sendo alguém maravilhoso, eu sou muito sortudo de ter você — eu tinha lágrimas nos olhos.

— Mas eu estou tão cansado das pessoas me machucarem, me tratarem como lixo — falei baixo.

— Pessoas que machucam as outras, principalmente por egoísmo, são pessoas medíocres — Seonghwa me abraçou — Ninguém mais vai te machucar.

— Eu queria entender o que tem de errado comigo. Meu pai, Jiyong... Eles tinham vergonha de mim, por eu ser um Ômega, por eu ser um pouco feminino, por eu não ser bonito... Eu nunca era apresentado a alguém, eu nunca ia a lugar nenhum — desabafei entre lágrimas, que agora rolavam sem parar.

— Hongjoong, eu vou falar algo bem sério — ele disse olhando nos meus olhos — Nunca diga coisas terríveis sobre si mesmo. Se esses "Alfas" não tiveram a capacidade de ver o quanto você é especial, merecem ir se foder! — sua voz era séria — Você é perfeito do jeito que é, cada detalhe seu é maravilhoso. E se alguém disser o contrário, me avise que eu faço a pessoa voltar a razão no soco.

Eu ri, em meio as lágrimas. Seonghwa era alguém muito especial, eu tinha sorte por tê-lo.

 — Agora vai se arrumar, nós vamos sair — ele disse decidido — Minhyuk foi buscar Soojin na escola, vou ligar para eles nos encontrarem no restaurante!

— Do que você está falando? — eu ri de toda a animação dele.

— Você disse que eles nunca te apresentavam a ninguém e nunca te levaram a lugar nenhum, não é? Hoje nós vamos jantar em um ótimo restaurante de Seul e depois eu vou te levar para conhecer um dos meus negócios. Quero que todos te conheçam e saibam que estamos juntos.

— Por que você está fazendo isso? — perguntei sorrindo.

— Eu tenho orgulho de ter você do meu lado e quero que todos vejam isso — ele disse e me beijou — E também todo mundo irá ver você comigo e vão saber que se mexerem com você, eu os mato — Seonghwa sorriu, como se aquilo fosse uma grande idéia. Eu apenas ri, já tinha aprendido que quando ele tem uma idéia, não adianta tentar convencer do contrário.

 Quando ele falou que íamos em um ótimo restaurante, eu não achei que nós fossemos ir no "Jihwaja", que é um dos restaurantes mais famosos da Ásia!

— Seonghwa, tem certeza? Olha como eu estou vestido! — eu usava uma bermuda jeans e uma camisa cinza. Eu estava pronto para ir numa rede de fast food, não a um restaurante internacional.

— Hong, aqui não tem código de vestimenta — ele falou, e assim que descemos do carro, ele pegou na minha mão e foi nos conduzindo para dentro.

— Claro, fácil falar, olha como você está vestido! — Seonghwa usava uma camisa branca, jeans escuros e botas — Você parece um modelo que acabou de sair de um desfile! — ele riu alto.

— Você está lindo, não se preocupe — ele beijou minha cabeça — Pense pelo lado bom, a tala do seu braço é cinza, combina com sua camiseta — ele escapou rindo do tapa que eu tentei dar nele.

— Reservas? — a beta que estava na recepção nos perguntou. Ela usava um vestido preto e seu cabelo estava perfeito. Ela olhou Seonghwa de cima a baixo, passeando seus olhos pelo corpo dele, mas fez uma nítida expressão de desgosto quando seu olhar caiu sobre mim.

— Eu não fiz reservas — ele respondeu despreocupadamente. Na hora em que ele pegou na minha mão, a beta ficou chocada e me fuzilou com os olhos.

— Sinto muito senhor — ela disse — Mas estamos lotados, precisavam ter feito reservas. Mas há algo mais que eu possa fazer pelo senhor? — o tom dela foi nojento, ela deixou bem claro que tipo de coisa ela podia fazer por ele. Eu confesso que fiquei com raiva, muita raiva! Óbvio que não era ciúmes, não, claro que não! Só fiquei um pouco irritado pela falta de respeito da garota, só isso! Já Seonghwa parece ter achado graça e sorriu divertido.

Que bom que alguém estava se divertindo, não é?

— Me perdoe — ele falou calmamente — mas você não entendeu, eu nunca faço reservas. Meu nome é Park Seonghwa — a garota empalideceu na hora — Então, por favor, nos leve até a nossa mesa agora, pois eu e MEU ÔMEGA não gostamos de ficar esperando.

— Cla... Claro... Eu vou... Chamar alguém! — ela se virou para chamar pelo garçom na mesma hora.

— Precisava de tudo isso? — perguntei para ele que riu.

— Ah qual é? Foi divertido! — ele se defendeu, então me abraçou — E não é como se você não quisesse voar no pescoço dela.

— Não tenho a menor idéia do que está falando — respondi.

— Não mesmo? — ele provocou mordendo meu pescoço.

— Sr. Park — um garçom nos chamou, me salvando — Por aqui, por favor.

Nós seguimos pelo salão do restaurante, a maioria das mesas estavam ocupadas, muitas cabeças se viraram para nós, nos encarando. Eu sei que na verdade estavam olhando para Seonghwa, não tinha como um homem daqueles passar despercebido. Ainda mais um Alfa Lúpus Puro!

— Já vão pedir? — o garçom perguntou.

— Apenas nos traga a entrada —Seonghwa respondeu — estamos esperando convidados, quando os Songs chegarem, os traga direto aqui, por favor.

— Certo — o garçom se retirou.

— O que está achando Hong? — ele perguntou passando a mão no meu cabelo.

— Ainda é estranho, eu nunca estive em um restaurante antes — respondi — E as pessoas não param de olhar para cá.

— Normal — Seonghwa se aproximou ainda mais de mim, pegando a minha mão e entrelaçando nossos dedos — Eles sempre olham, espere até Mingi e os outros chegarem, aí piora.

— Esqueci que estou acompanhado de um famoso Alfa Lúpus — eu o provoquei e ele riu.

— Resolveu dar as caras — uma voz nos interrompeu. Era um homem mais velho, parecia ter mais de 40 anos, um Alfa com cabelos castanhos — Tanto tempo sem aparecer, até tive esperanças que finalmente tivesse morrido.

Eu fiquei chocado com tais palavras daquele homem, mas Seonghwa pareceu se divertir.

— Olá inspetor Kang, quanto tempo não nos vemos? Ainda está obcecado por tentar me prender ou resolveu viver sua vida e deixar a minha em paz? — ele perguntou sorrindo, o homem não achou graça.

— Depois de tanto tempo, te encontro jantando em um restaurante conhecido. Não sei se você é muito corajoso ou muito estúpido.

— Estou apenas jantando com meu companheiro, inspetor. E se o senhor for nos incomodar, receio que terei que chamar o segurança.

— Companheiro? — o homem me olhou, me medindo de cima a baixo — Encontrou um Ômega para destruir a vida dele? — Seonghwa ficou sério — Também vai larga-lo quando ele não te servir mais? Vai o impedir de fazer o quê?

— A única pessoa que está me impedindo de fazer alguma coisa é você, que está nos impedindo de continuar o nosso jantar — eu falei. O tal inspetor se surpreendeu com minhas palavras, já Seonghwa sorriu.

— Ômega atrevido! Como ousa a...

— Kang — Seonghwa falou sério — Saia daqui agora e não se atreva a incomodar meu companheiro de novo. Se você acha que fiquei bravo quando ameaçou Minhyuk, você não vai me querer na sua frente se importunar o meu Hongjoong, entendeu? — Kang nos olhou feio e apenas saiu, voltando para sua mesa que era longe da nossa.

— Me desculpe por isso — Seonghwa me falou — O inspetor Kang é só um oficial que subiu na polícia puxando sacos e tem uma certa obsessāo comigo.

— Você fez algo para ele te odiar tanto?

— Eu não fiz nada — ele falou tão maliciosamente, que eu tive certeza que ele pode não ter feito nada, mas foi culpado pelo o que aconteceu.

— Papais — Soojin veio correndo até nós, ela me abraçou e me beijou, depois foi a vez do Seonghwa, que a pegou no colo.

— E aí? — Yunho perguntou enquanto se sentava. Minhyuk e Mingi se sentaram também. Mingi parecia sério — Impressão minha ou eu acabei de ver o Kang? — Mingi perguntou e Yunho começou a procurar em volta, também parecia tão bravo quanto Mingi.

— Sim, ele veio nos encher a paciência — Seonghwa respondeu enquanto ajudava Soojin com o cardápio — Mas Honggie o colocou no lugar dele.

— Hongjoong? — Yunho sorriu — Esse é o meu garoto!

— Seu o quê? — meu Alfa perguntou na mesma hora.

— Isso vai ser divertido — Minhyuk riu.

— Tio Yunie — Soojin o repreendeu — Papai Honggie é do papai Seong. Você já tem o tio Minie e o tio Min, não seja egoísta.