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História All I Needed (SeongJoong) - Capítulo 19


Escrita por: maah_atz

Notas do Autor


Boa Leitura 😉

Capítulo 20 - Capítulo 19


Nós ficamos parados ali, os observando. Eu estava chocado, já Seonghwa parecia que ia explodir de felicidade. Soojin continuava tentando consolar Serim.


— Você...


— QUIETO! — Soojin gritou, mas sem usar a voz de Alfa, meu bebê tinha acabado de usar VOZ DE ALFA!


— O que está acontecendo? — Jongho veio até nós, seguido de outras pessoas.


— Jaehyun foi mal com a gente — Serim falou — Aí a Soojin derrubou ele.


— Eu não fiz nada! — Jaehyun disse se levantando. Ele se levantou como se sentisse dor e até mancou na hora que andou.


— Está tudo bem — tentei acabar com o clima pesado, fui até minha filhote que observava desconfiada os recém chegados — Apenas uma pequena briga de crianças, mas tudo já foi resolvido.


— Ela me machucou — Jaehyun choramingou, indo até a mãe, que parecia tratá-lo como um bebê.


— Você fez o quê? — um Alfa perto de Jongho se adiantou chegando até às crianças. Ele era, claramente, o pai do menino, por isso achei que fosse ir até o filhote dele. Mas não, ele encarava a Minha Filhote! — Escuta aqui, sua pirralha — Soojin se assustou e se escondeu atrás de mim, ela tremia de medo. O pai de Jaehyun lembrava Jiyong — Você...


— Não se atreva a gritar com a minha filhote! — gritei para ele, que se surpreendeu com minha atitude — Ela não tem culpa se o seu filho é um dissimulado e você se deixa manipular por ele! Nunca mais dirija uma palavra a ela, entendeu?


— Ômega atrevido! Sabe com quem está falando? — ele gritou para mim, mas antes que eu pudesse responder, Seonghwa rosnou atrás de nós.


— Com um futuro cadáver se você se atrever a falar com a minha filhote e com meu companheiro assim de novo!


— Seu... — O alfa se virou para Seonghwa e empalideceu na hora. Até sua voz mudou de  tom, ele praticamente sussurrou — P-Park?


— O próprio — ele se desvencilhou de Mingi, que até então segurava seu braço, motivo pelo qual Seonghwa não tỉnha socado ninguém ainda — Eu realmente não sei o seu nome — Seonghwa andou até o alfa, chegando cada vez mais perto — E também não me importo. Você tentou intimidar uma criança, a MINHA CRIANÇA! — o alfa olhou de canto para nós, Soojin não estava mais escondida atrás de mim, mas ainda agarrava minhas roupas — Sabe o que faço com tipinhos como você? — o alfa engoliu seco e Seonghwa sorriu maldoso — Apenas respire perto da minha filhote e essa será a sua última, entendeu? — os dois se encararam. Meu Alfa estava sério, talvez um pouco assustador. O outro alfa parecia que estava a um passo de ter alguma atitude vergonhosa, como chorar ou sair correndo.


— Hey, vamos nos acalmar — Jongho ficou entre eles — Nada de brigas ou ameaças hoje. Estamos aqui para comemorar meu aniversário, uma tarde para nos divertimos, só isso!


— Ah, mas eu estava me divertindo — Minhyuk resmungou.


— Poxa amor — Yeosang reclamou — Custava deixar mais cinco minutos?


— Yeo!! — Jongho praticamente gritou.


— Seonghwa, melhor você se acalmar — Mingi falou.


Mas ao invés de responder a ele, Seonghwa se virou para mim, como se estivesse esperando que EU decidisse o que ia acontecer.


— Alfa mal não vai machucar a gente?— Soojin perguntou, com uma mão ela abraçava minha perna e a outra apertava a mão de Seonghwa.


— Eu te prometi que ninguém ia machucar vocês, não foi? — ele perguntou e ela concordou com a cabeça — Eu sempre cumpro minhas promessas! Nada vai acontecer com vocês — ele a puxou para um abraço apertado e Soojin relaxou, fazendo o medo passar — E se ele se atrever a tentar falar com vocês, vai virar indigente.


— O que é indigente? — ela perguntou confusa.


— É quando a gente pega esses alfas que a gente não sabe o nome e...


— Seonghwa! — o interrompi — O importante é que tudo está bem, não é? — perguntei para ela.


— Sim! — ela balançou a cabeça sorrindo.


— Ótimo, então acabou a show, vamos aproveitar o resto da tarde — Jongho disse espantando as pessoas que assistiam a tudo aquilo.


— Papai, por que meus ouvidos doeram quando Soojin falou daquele jeito? — Serim perguntou para Yeosang.


— Porque os papais gastaram um dinheirão atoa com teste de gênero. No fim era só esperar a Soojin chegar em casa e a gente descobria o gênero de vocês duas e de graça! — Yeo respondeu, nos fazendo rir.


— Hã? — Soojin e Serim perguntaram sem entender.


— Meu doce — Jongho falou a filha — Seus ouvidos doeram porque você é uma Ômega e a Soojin é uma Alfa.


Os olhos da Soojin se arregalaram no mesmo instante.


— Eu sou o quê?


— Seong, melhor conversamos a sós com ela — eu falei.

 Imediatamente ele a pegou no colo e nos afastamos dali. Fomos até o jardim e nos sentamos lá. Soojin se sentou no colo de Seonghwa e agarrava sua camiseta com ambas as mãos.


— Eu sou uma Alfa? — ela perguntou em choque.


— Sim, meu amor, você acabou de usar a voz de alfa — eu falei fazendo carinho no seu cabelo — E está tudo bem isso.


— Mas e se eu for mau? Eu não quero ser mau! — ela choramingou.


— Princesa — Seonghwa falou para ela — você nunca será má, porque seu coração é bom. Não precisa se preocupar com isso, nem todo alfa é mau, não é?


— Você é Alfa e é bom — ela disse.


— Mingi também, Yunho e o tio Jongho falei — Eu sei que você conheceu Alfas maus, mas também conhece Alfas maravilhosos, como o papai — Seonghwa sorriu, fazendo seus olhinhos formarem uma linha.


— É verdade ela disse pensativa — Mas o tio Yunho é doido, eu vou ficar doida também? — isso nos fez gargalhar.


— Acho que vai ficar sim — Seonghwa falou e Soojin ficou chocada — Mas ninguém aqui é normal e é por isso que somos tão legais.


— Ser normal é chato! São as pessoas doidas que mudam o mundo — Soojin sorriu abertamente — Acho que eu posso gostar disso — ela respondeu — Mas e se eu ficar com medo?


— Nós sempre vamos estar aqui, com você. Ter medo é normal e tudo bem ter medo de vez em quando. Mas sempre estaremos juntos, independente do que acontecer! — falei enquanto meu Alfa nos envolvia em um abraço — Melhor agora?


— Sim — ela confirmou com a cabeça, freneticamente.


— E eu vou te ensinar tudo sobre como é ser Alfa, você vai aprender o Código de Conduta dos Alfas e vai se sair muito bem — Seonghwa sorriu.


— Eu vou ser uma Alfa como você? — os olhos dela brilharam com isso.


— Melhor do que eu — ele respondeu.






                 ♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡





— Ela aceitou melhor? — Minhyuk perguntou.


— Depois de entender que ser Alfa não quer dizer ser má e descobrir que pode ser como Seonghwa, ela levou numa boa — respondi.


As crianças brincavam, nós dois estávamos em uma das mesas disponíveis. Mingi tinha ido buscar mais comida e Yunho e Seonghwa tinham ido buscar a "surpresa de aniversário" do Jongho. Aliás, quando eu citei que achava loucura comprar um carro zero de presente, não que se caso fosse usado seria normal, Mingi apenas deu de ombros e falou: Não vejo o porquê, o carro nem foi tão caro. Nem chegou a trezentas mil libras.

TREZENTAS MIL LIBRAS!!!

(eu não alterei para wons)


O fato é que agora eles tinham ido buscar o enorme carro esportivo vermelho. Seonghwa disse que só ia nos deixar ali, porque Mingi ficou para nos proteger. Ele estava levando muito a sério o lance de sempre termos segurança conosco. Ele até já tinha montado tabelas com Yunho, Mingi e San para caso ele não pudesse nos levar ou buscar na escola, sempre tinha alguém com Soojin e eu.


— Ela vai ser como Seonghwa? — Minhyuk perguntou — Ela também vai seguir o Código?


— Acredito que sim. É ruim isso?


— Você conhece o Código? — eu neguei com a cabeça, já preocupado — Peça pro teu Alfa te explicar, até porque tem umas partes bem complicadas. Mas tem coisas como treinamento, direitos, deveres e até batizado, só que com sangue.


— Batizado com sangue? — ok, eu estava muito preocupado!


— Calma, não é com o sangue da criança, é do padrinho. E um juramento que o padrinho faz onde jura proteger o afilhado com a própria vida. Por isso ele faz a sua marca com ela próprio sangue no ombro esquerdo do afilhado.


— Marca? Eu não estou entendendo nada!


— Eu falei que era complicado — Minhyuk riu — Toda família de Alfas Puros, principalmente os Lúpus, tem uma espécie de brasão. É a primeira letra do sobrenome, porque o sobrenome é importante para eles, mais que o próprio nome, é tipo legado deles. Eles tatuam essa marca assim que completam 16 anos.


— Dezesseis anos? Isso não é crime?


— Hong, quem segue o Código de Conduta dos Alfas não segue as outras leis — Minhyuk explicou — Tem coisas que são crimes para nós, que para os outros são comuns. Tem coisa que para eles é crime, que nós consideramos normal.


— Nós?


— É — ele me olhou confuso — Você sabe que quando você se torna companheiro de um Alfa que segue o Código, você também tem que seguir, né?


— Não, eu não sabia, acho que não foi só Soojin que teve surpresas hoje!


— Então, acho que você deveria conversar com o Seonghwa, uma longa conversa...


— Longa conversa sobre o quê? — Mingi perguntou se sentando conosco.


— Seonghwa ainda não explicou para o Hong sobre o Código de Conduta — Minhyuk respondeu já enchendo a boca de comida.


— Ah, isso. Achei que o ele já tinha te falado — Mingi deu de ombros — Você age como se já seguisse.


— Você acha?


— Sim. Lembra quando você disse para Seonghwa ele que poderia matar o tal do amigo do Jiyong? — Mingi perguntou e eu confirmei com a cabeça. E como eu poderia esquecer daquilo? — Pelas leis humanas o certo seria entregá-lo para a justiça e ele cumprir pena. Pelas nossas leis, Seonghwa tinha o direito de matá-lo. Como você preferiu que seu Alfa resolvesse isso, acreditei que você já sabia do código.


— Não, eu não sabia. E eu estava com tanta raiva e medo que nem passou pela cabeça chamar a polícia, eu só queria que tudo aquilo acabasse.


— Viu, é natural para você — Mingi falou — Para Minhyuk também foi natural, tanto que quando ele aprendeu as regras que seguimos, começou a usar isso a seu favor.


— Uso mesmo! — o loiro afirmou — O filho do dono do prédio que eu morava era um alfa mesquinho e nojento. Ele vivia assediando os ômegas e fazendo coisas para tentar nos forçar a sair com ele. Eu jurava que ia me vingar dele um dia, aí chegou o meu momento. Mingi e Yunho estavam indo me buscar, fiz questão de passar na frente desse alfa, ele mexeu comigo, xinguei ele e ele veio para cima de mim — Minhyuk sorria como uma criança travessa — Resultado: fui expulso do prédio, tive que ir morar com eles — ele apontou para Mingi — E aquele alfa está mancando até hoje.


— Mas não aconteceu nada com vocês? — perguntei.


— E o que aconteceria? — Mingi deu de ombros — Nós seguimos o Código e todos a nossa volta sabem, Minhyuk já tinha o nosso cheiro, o que para nós já é suficiente para que saibamos que o Ômega já tem seus alfas e por isso nunca se deve fazer qualquer tentativa de "flertar" com ele. Então esse Alfa que o Min falou que mexeu com ele, temos o direito de resolver isso do nosso jeito.


— Esperem, acho que estou ficando cada vez mais confuso — falei — Cheiro? Como assim ele já tinha o cheiro de vocês? Isso só não muda definitivamente quando o Ômega é marcado?


— Para nós não, assim que há envolvimento de ambas as partes, começamos a marcar o Ômega com o nosso cheiro, mas só é perceptível para Alfas. Os Lúpus sentem esse cheiro de longe, por isso para nós é inconcebível a ideia de tentar algo com um Ômega que já tem alguém — Mingi explicava.


— Você entendeu isso? Passei semanas sofrendo por estar apaixonado por eles e achando que eu não teria espaço na vida deles, e no final, eles já estavam me marcando desde da primeira noite e ninguém me avisou! — Minhyuk falou revoltado, o que nos fez rir.


— Isso vale para os Alfas também, nós misturamos nosso cheiro com o do Ômega — Mingi falou — Quando conhecemos Min, Yunho e eu já tínhamos misturado nossos cheiros, mas misturamos com o dele depois.


— Sem eu saber — Minhyuk completou.


— Eu realmente não sabia disso — falei — Meu olfato não é tão bom quanto o de vocês, mas para mim vocês sempre tiveram o mesmo cheiro. Acho que também nunca tinha parado para pensar nisso.


— Mas em geral, seguir o Código não tem problema nenhum. Você vai ter a marca do Código, mas se bem que só de ter a marca de Seonghwa já te faz parte do Código.


— Vocês estão me deixando mais confuso! — reclamei — Podem me explicar melhor? Por que só a marca do meu Alfa me faria parte do código? É por ele ser tão forte?


— Também — Mingi respondeu já que Minhyuk estava comendo alegremente — Seonghwa é um dos Alfas mais fortes que conheço, acima de tudo ele é um Park. Você já ouviu falar do Conselho Lúpus?


— Sim, todo mundo já ouviu a história sobre os Alfas mais fortes e poderosos, foram eles que criaram o Código, mas eles vivem isolados, não é?


— Sim, em um vilarejo no norte da Coreia — Minhyuk respondeu com a boca cheia.


— Você sabe quem é o líder do Código, o Alfa mais forte de todos? — Mingi perguntou e eu neguei com a cabeça — Park Jihoon, o pai do Seonghwa.


— Isso faz o Seonghwa ser o próximo líder? — perguntei em choque.


— Sim, quando Jihoon abdicar do Concelho, ou caso morra, Seong assume — Mingi falou — Mas ele nunca quis ficar na sombra do pai, por isso viviam brigando. Então ele quis vir para Seul e viver a sua vida, acabou criando seu próprio império. Mas quando chegar a hora, ele terá que se tornar o Líder do Concelho.


— Isso não faria dele um tipo de Rei ou algo assim?


— Sim, vossa majestade — Minhyuk riu — Se o Seonghwa é o futuro rei, adivinha quem vai ser a rainha? — antes que eu pudesse responder, ou me recuperar do choque, ouvimos a buzina de um carro sendo apertada freneticamente, vinda da frente da casa.


— O papai voltou! — Soojin gritou passando correndo por nós, indo para entrada da casa.


— O que é isso? — Yeosang perguntou rindo.


Seonghwa e Yunho estavam encostados no enorme carro vermelho que estava decorado com um gigante laço dourado.


— O nosso presente de aniversário para Jongho — meu Alfa falou tranquilamente, já com Soojin no seu colo.


— Isso é brincadeira? — Jongho perguntou chocado.


— Claro que não, ele é todo seu — Seonghwa entregou as chaves para ele e ele quase chorou.


— Oh Meu Deus! — Jongho abraçou o carro. 


— Seu namorado acabou de nos dar um carro zero, último modelo? — Yeosang perguntou chocado.


— Sim — respondi rindo da cara dele.


— O Hong e eu que demos! — Seonghwa gritou.


— Só para lembrar, meu aniversário é em julho. Eu gosto de cruzeiros e diamantes!


— Isso aí, vamos comemorar! — Minhyuk gritou com o copo de bebida na mão.


Depois da festa, onde a maioria dos amigos alfas de Jongho não chegavam perto de nós e os ômegas ficavam encarando Seonghwa, Minhyuk deu a ideia de estendermos a noite e irmos para a No Control. Yeosang aceitou na hora, então levamos Soojin e Serim para a casa da Irene. Minha filhote não se importou nem um pouco, principalmente agora que ela é uma "Alfa forte e poderosa em treinamento", de acordo com ela mesma. Então ela falou que ia ficar lá para proteger as outras crianças, o que incluía Serim.


Nos encontramos na frente da casa noturna, Jongho fez questão de ir dirigindo o seu carro novo. O lugar era um grande prédio preto, não se escutava nada vindo de dentro dele, se não fosse a enorme fila na frente, talvez eu passasse batido por ele. Seonghwa parou o carro bem na frente, sem se importar com mais nada. Ele desceu do carro e deu a volta pelo mesmo rapidamente, alheio a todos os olhares que recebia. Principalmente dos que estavam na fila e o encaravam como se estivesse no deserto e meu Alfa fosse o último copo de água.


Só para registrar: eu não tenho ciúmes, obviamente.


— Vamos? — Seonghwa me perguntou quando abriu a porta para mim e me ajudou a descer do carro.


— Sim — respondi sorrindo.


Ele enlaçou a minha cintura e me levou com ele, ele olhava e falava comigo, ignorando qualquer um a nossa volta. O que incluía os vários desesperados pela sua atenção. Um rapaz correu até nós, Seonghwa jogou a chave do carro sem ao menos parar de andar ou para olhar para ele. Então o rapaz correu para estacionar o carro no lugar correto. O único detalhe é que a No Control não tem serviço de manobrista, mas era o Seonghwa e fariam qualquer coisa para ele.


— Hong, estou muito animado de te trazer aqui. Acho que de todos os meus negócios, esse é o meu favorito.


— Eu também, já estava curioso sobre esse lugar!


— Você vai adorar! — ele nos parou e ficou a minha frente, ainda me mantendo em seus braços — Estou muito feliz que você esteja aqui, mas se não gostar podemos ir embora. Eu não me importo, podemos ir comer uma pizza e passear, aproveitar que a Soojin vai dormir fora — ele sorria.


— Certo, mas eu acho que vou gostar, você e os outros não pararam de falar desse lugar — talvez eu tenha o abraçado e o beijado, não que isso tenha a ver com todos os olhares que recebíamos.


— Ciumento — ele sussurrou no meu ouvido rindo.


— Olha quem fala — respondi e ele riu mais.


— Nunca neguei! — um som alto de um carro vindo em alta velocidade veio do começo da rua — Yunho chegou.


O enorme carro preto parou no mesmo lugar que antes estava o carro de Seong. Outro rapaz correu até eles no momento em que os três, Yunho, Mingi e Minhyuk desceram.


 — Cuidado com meu carro, arranhe ele e destruo a sua cara — Yunho falou para o rapaz que arregalou os olhos assustado.


— Ele está brincando — Mingi falou puxando o marido.


— Ele está assim porque eu perguntei quem estava aqui hoje e San falou que é o Jooheon — Minhyuk falou rindo.


— Se comporte — Mingi falou para o loiro.


— Eu sou inocente, só dancei com o Jooheon porque Yunho ficou de papinho com a Gigi — Minhyuk falou.


— Eu juro, nunca mais deixo vocês saírem sozinhos! — Mingi murmurou, o que fez meu Alfa e eu rirmos — Isso Seong, ria — Espera até encontrar com algum ex do Honggie.


— HONGJOONG! — Seonghwa corrigiu — E, caso você não lembre, eu já matei o ex do Hong.


— Você matou um, teve um Alfa antes desse — Minhyuk cantarolou e Seong estreitou os olhos pensando naquilo.


— Heat não conta. Bangchan era meu amigo e nunca nos envolvemos de qualquer forma, fora o Heat — falei — E você e o Jooheon? — Seonghwa começou a rir e beijou meu rosto.


— Meu garoto! E por isso que Te amo! — ele riu me beijando. Meu coração disparou tanto, que achei, que fosse pular fora. Ele falou o quê?


— Chegamos! — Jongho falou chegando perto de nós, nos fazendo separar um pouco. Mas não suficiente para Seonghwa me soltar do seu abraço.


— Eu não sabia que tinha um manobrista — Yeosang disse apontando para o rapaz que estacionava o carro deles ao lado dos outros dois carros. 


— Não tem, pelo menos não para os outros — Seonghwa deu de ombros e pegou na minha mão — Vamos?




A energia era pulsante, a pista de dança lotada parecia viva. A música agitada se conectava com os corpos, fazendo todos dançarem, eu mesmo sentia essa energia, ainda que estivesse apenas observando da entrada.


— O que achou? — Seonghwa me perguntou, sua mão nunca abandonando a minha cintura.


— É muito legal... Eu não sei descrever respondi maravilhado com o lugar.

Mesmo que fosse todo preto, as cores briihavam por causa das luzes e das próprias pessoas que dançavam.


— Eu me senti assim quando vim aqui pela primeira vez. O lugar estava abandonado, eu tive essa idéia louca e tive que reformar tudo eu mesmo, eu fiz toda essa parte sozinho ele apontava para pista de dança — Depois Mingi e Yunho vieram me ajudar, logo eu contratei uns garotos que dormiam nas construções abandonadas em volta e conseguimos terminar isso. Ficou do jeito que eu imaginava — ele disse orgulhoso — Já são dez anos.


— Dez anos? — eu perguntei e percebi que eu não fazia a menor ideia de qual era a idade dele — Quantos anos você tem?


— Tenho vinte e oito — ele respondeu rindo — Eu vim para Seul um pouco antes de completar dezoito anos, trabalhei em alguns lugares, lavando pratos e coisas assim, então abri esse lugar. Foi aí que eu comecei a reunir o pessoal que trabalha para mim e fui abrindo outros negócios.


— Uau! — exclamei admirado.


Quando eu completei dezoito anos, Soojin tinha um mês de vida e eu já morava com Jiyong aqui em Seul. Seonghwa com dezoito anos já tinha o próprio negócio e estava montando o próprio império.


— Eu não sei o que eu mais amo aqui, o lugar ou não precisar pegar filas — Yeosang falou animado.


Quando entramos, foi como da vez na Spell, apenas fomos caminhando e as pessoas abriram as portas para que passássemos. Apenas um segurança cumprimentou meu Alfa, o resto parecia apreensivo na presença dele. Mingi ficou pra trás com os outros, ele falava algo com uma das recepcionistas e apontava para Yeosang e Jongho, meu amigo sorria enquanto a atendente anotava tudo.


— Espere até ver as festas de fim de ano! — Minhyuk falou alto, para ouvimos por cima da música — Moonbyul organiza as melhores festas!


— A Festa a Fantasia foi foda, acordei vestido de galinha e eu vim para cá fantasiado de Kiss — Yunho disse coçando a cabeça.


— Viram o que eu passo com esses dois? — Mingi bufou — Vamos para o camarote, tem gente que só falta quebrar o pescoço para enxergar o Hongjoong. E do jeito que eu conheço o Seonghwa, ele que vai quebrar esses pescoços.


Na hora Seonghwa olhou em volta e as pessoas tentaram disfarçar. Realmente tinha muita gente nos olhando, mas acho que era porque queriam saber quem estava nos braços de Seong e não por mim mesmo.


— Melhor subirmos — Seonghwa resmungou, mas não soltou de mim em momento nenhum.


— Até que enfim — Jooheon nos recebeu quando chegamos no camarote. Yunho estreitou os olhos e Mingi fez um sinal claro que estava de olho no Minhyuk, que apenas riu.


— Vamos — meu Alfa me conduziu para o camarote. Era um espaço grande, com sofás e poltronas, tinha o próprio frigobar, uma mesa com várias coisas para comer, desde lanches até doces, e tinha a visão da No Control inteira. E que visão! — Quer alguma coisa, Hong?


— Só um refrigerante, por favor — respondi.


— Eu vou te mostrar a No Control inteira! — Min disse animado, mas recebeu um olhar gélido de Seonghwa.


 — Eu vou mostrar daqui, seu Alfa mau humorado! Hong, seu namorado tem um péssimo senso de humor — eu ri da cara dos dois — Então, ali é o bar, óbvio. Lembra um pouco o da Spell, mas esse e bem maior mais cheio e, dependendo da noite, dá pra subir nele e dançar.


— Dependendo da noite e se for tão atrevido quanto Minhyuk — Mingi o corrigiu, fazendo o Ômega mostrar a língua para o marido.


— A pista de dança você já viu, ali é o palco onde tem apresentações, ali é a parte dos DJs — ele apontava para todos os lugares. Yeosang também estava conosco e prestava atenção — Esses palcos pequenos são para as pessoas subirem e dançarem mesmo — ele falava de pequenos palcos ao redor da pista de dança, que estavam cheios de gente dançando — Já aquele lugar escuro, é o que a gente chama de "Corredor Negro", Hong você não pode ir lá, ok? — era um corredor separado da pista de dança por uma grade preta. O lugar era escuro e não dava para ver nada ali, eu só sabia que tinham várias pessoas, casais eu acho.


—Por quê? — perguntei.


— O que você acha que um bando de gente cheia de álcool na cabeça vai fazer num lugar escuro em pares ou mais? — ele perguntou e Yeo começou a rir.


— Uau — falei quando finalmente entendi.


— Nunca vá para lá ou vão achar que você está disponível a participar.


— Participar do quê? — Seonghwa perguntou chegando até nós e me entregando o refrigerante.


— Do Corredor Negro — Minhyuk disse malicioso e meu Alfa arregalou os olhos na hora.


— Nem em sonho! — Seonghwa me envolveu nos seus braços e foi me tirando de perto do Minhyuk — Hoje vamos ficar longe dessa gazela maluca!


— Hey! Eu estava dizendo para ele não ir lá! — Minhyuk ria tanto que era difícil acreditar nele.


— Song, cuide do seu Ômega — Seonghwa gritou — Ele está tentando corromper o meu!


— Eu não fiz nada! Me sinto ultrajado por pensarem que eu fiz algo de errado! Mas isso me deu uma ótima idéia.


— Minhyuk — Mingi disse em tom de aviso.


— Venha, vamos ficar longe deles — Seonghwa falou. 


Ele nos levou mais para o lado, ficando encostado no balcão do camarote, observando as pessoas lá embaixo. Ele me abraçava por trás, seus braços envolvendo a minha cintura. Era engraçado como a gente se encaixava um no outro. Uma vez eu ouvi que nós não passamos de peças de quebra-cabeça, procurando outras peças que nos ajudem a nos completar. As vezes insistimos em peças erradas, o que pode nos quebrar. Mas temos que continuar, porque quando encontramos a peça certa, faz tudo valer a pena.


— Está tudo bem? — Seonghwa perguntou — Você ficou perdido pensando.


— Eu só estava pensando que você é a peça perfeita do meu quebra-cabeça — eu ri da cara de confuso dele.


— Isso é bom, não é?


— Muito — eu o puxei e o beijei.


Sabe eu até entendo o desespero que outros Ômegas e Betas sentem pelo meu namorado. Ele é gostoso, sejamos sinceros, ele é muito gostoso! Corpo perfeito, o rosto dele, seus olhos, o jeito que ele anda, a voz rouca... Tudo em Seonghwa é um convite para ter pensamentos nada puros. Até eu, que nunca imaginei que fosse sentir atração por alguém, principalmente um Alfa Lúpus, e agora sinto a minha pele queimar a cada toque dele.


Nós estávamos na pista de dança, Minhyuk tinha me convencido que eu não podia vir na melhor balada da Coreia e não dançar. Mas, devido as últimas descobertas, meu Alfa se negou a me deixar ir sem ele.


Seonghwa, Yunho e Mingi e Jongho estavam a nossa volta, para nos deixar dançar a vontade. E eu sei que Jooheon e os outros do "bando" estavam por perto.


— Na verdade, Hong — Seonghwa me disse quando chegamos na pista de dança — A No Control é totalmente segura, mas eu prefiro ser previnido do que perder o resto da noite caçando algumas pessoas e rasgando suas gargantas.


— Claro, prevenção sempre é o melhor.


— Sim — ele riu da minha cara.


Nós, Ômegas, dançávamos livremente. Por mais que a casa estivesse lotada, poucas pessoas seriam loucas de chegar tão perto de nós, sendo que tinha quatro alfas de olho e dois deles eram Lúpus. No começo eu não sabia muito bem como dançar, eu quase nunca tinha ido em festas e antes de ir na Spell, faziam uns seis anos que eu não saia para me divertir desse jeito. Mas olhei em volta e percebi que não tinha jeito certo, as pessoas apenas dançavam do jeito que queriam.


— Hong — Minhyuk disse — Aqui é para você ser livre. Enquanto você estiver aqui dentro, você pode ser o que quiser ser, ser quem você realmente é e ninguém vai te julgar por isso. Foi por isso que Seonghwa criou esse lugar.


E então eu entendi porque meu Alfa ama tanto esse lugar. A partir daquele momento, eu passei a amar também.



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