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História You are mine, Angel - Um Pacto com o Diabo


Escrita por: drinkblood_ e drinkblood

Notas do Autor


Olá minhas amoras, tudo bem?
Agradeço aos comentários de apoio, agradeço de coração!
Agradeço às novas leitoras, aos favoritos.. enfim!
Boa leitura, espero que gostem.

Capítulo 24 - Um Pacto com o Diabo


Fanfic / Fanfiction You are mine, Angel - Um Pacto com o Diabo

Eu estava me sentindo traída.

Eu me recusava aceitar que Detetive Basso, aquele que me ajudou, que me deu o melhor presente de todos estava planejando me matar, estava planejando matar Patch e todos os meus amigos. Ele assassinou anjos, arrancou suas asas por ódio. Ele me odeia. É por isso que se recusou a me ajudar, é por isso que ele e Necromancer tiraram os sentimentos e Patch. Ele deu, ele retirou. É por isso que ele disse que não podia me ajudar.

Mas por que ele continuou me ajudando? Mas por que ele salvou a mim e aos meus amigos naquele galpão?

Por que ele me visitou na minha casa? Por que?

Haviam tantas perguntas e todas estavam sem respostas. Ele havia se envolvido com o rapto de Vee, ele ajudou a machucá-la. E agora ele trouxe Scott de volta junto com aquele maníaco. Mas dessa vez não haverá perdão.

Estava na sala, junto com Kurt, Vee e Jett, porém minha mente estava em outro lugar. Eles falavam da marca de ligação.

Mason acompanhou Scott para fora da fraternidade. Por mais que tivessem aceitado o envolvimento dele, não queriam que ele permanecesse na mansão. Podia haver riscos.

Depois da revelação de Scott, todos cegos de raiva e revolta planejaram um ataque. Eu seria a isca. Chamaria Basso, que com certeza atenderia meu pedido e sem avisos o capturaria, matando-o.

Não seria difícil, mas também não seria fácil.

Antes de matá-lo forçaríamos a falar o esconderijo de Necromancer e também lidaríamos com ele.

- Nora? – Jett chamou minha atenção, com o cenho franzido.

- Sim? – Perguntei, afastando os pensamentos ruins.

- Você está decidida? – Ele me perguntou.

- Sim, estou. – Respondi.

Então Jett se levantou e pediu para o seguirmos.

Subimos escadas que eu nunca tinha arriscado subir. Patch segurava minha mão e sua mão estava gelada. Senti que ele estava arrasado com a descoberta. Como eu, se sentia traído.

Chegamos em uma sala pequena, porém carregada de cores. Com uma maca e acessórios de tatuagem.

- É aqui que vocês se tatuam? – Perguntei, passando os dedos sobre um livro de amostras de tatuagens.

- Sim. – Jett respondeu lavando as mãos. – Qual das duas vai fazer primeiro?

- Eu. – Vee falou, com animação na voz. Ela se sentou na maca e olhou ansiosa para Jett. Kurt ficou por perto, segurando sua mão.

Jett olhou para os dois e e riu, balançando a cabeça.

- Ela vai precisar tirar a calça, irmão. – Jett falou.

Kurt franziu o cenho.

- É claro que não. – Falou. – Tatue em outro lugar.

Jett suspirou e revirou os olhos.

- Pode ser no ombro então? – Perguntou.

Vee assentiu e a agulha entrou em ação. De vez em quando Vee fazia uma careta ou outra, mas em poucos minutos o pequeno símbolo estava gravado em sua pele.

- Tire ela da sala, você sabe qual vai ser o efeito disso. – Jett falou e rapidamente Kurt pegou Vee no colo e disparou sala a fora.

Franzi o cenho e lancei um olhar de interrogação para Patch, que apenas me guiou até a maca. Pedi para Jett fazer a tatuagem sobre minha cicatriz.

- Você tem certeza, Anjo? – Patch me perguntou.

- Absoluta. – Eu sabia que estava ferida, com raiva, mas era ali que queria a marca da união. A marca da minha verdadeira família.

A sensação da agulha na minha pele era desagradável, como um aço quente, pontudo e afiado roçando na minha pele de novo e de novo. Mas aquela sensação me trouxe paz. Às vezes a dor física acalmava a dor da alma.

Quando Jett terminou, deu um sinal para Patch que me pegou no colo.

- O que essa marca faz? – Perguntei, olhando para ambos.

E então ouvi os gritos de Vee e um pavor tomou meu corpo. Olhei para Patch de olhos arregalados, mas ele balançou a cabeça.

- Está tudo bem, Anjo.

- Você não vai fazer a sua? – Perguntei.

- Eu já tenho a minha. – Ele respondeu com suavidade.

- Já? Como eu nunca percebi? – Perguntei olhando para ele.

Patch riu com suavidade e beijou minha testa.

- Existem coisas mais interessantes no meu corpo do que minha nuca.

Pensei em responder, mas uma dor excruciante atravessou meu corpo e eu soltei um grito.

- Leve-a para o quarto, irmão. E não saia de perto dela. – Jett falou.

Senti Patch me deslocando para algum lugar daquela mansão tão enorme, mas eu só sentia dor. O ar sumiu dos meus pulmões, como se eu tivesse levado um soco.

Patch me deitou em um lugar macio e continuou segurando minha mão. Parecia que em algum momento eu morreria. Mas senti o mundo escurecer à minha volta e então me perdi na escuridão.

****

Quando despertei, Patch estava sentado na poltrona ao lado da cama, com os dedos entrelaçados aos meus. Estava com a testa encostada no colchão e ressonava baixo. Ele estava dormindo.

Tentei não me mover para não o acordar. Meu corpo todo estava dolorido, inclusive minha cabeça. Devia ser efeito da marca.

Com a mão livre, acariciei os cabelos de Patch. Ele me amava tanto. E eu o amava tanto. Era por isso que eu faria o que tinha planejado fazer.

Me levantei da cama, despertando Patch com um beijo no pescoço.

- Acorde meu amor. – Sussurrei no seu ouvido.

Patch levantou a cabeça e seus olhos sonolentos se encontraram com os meus.

- Você está bem, Anjo? – Ele me perguntou, analisando meu rosto.

- Estou. Estou ótima. Vamos para casa, você está cansado, baby. – Falei.

Patch não argumentou, apenas se levantou e me tomou pela mão. Descemos as escadas e espiei a sala, onde Vee e Kurt estavam abraçados no sofá, dormindo.

Não sabia onde estava todo mundo, mas saímos da mansão.

Desta vez eu dirigi e rapidamente Patch dormiu no banco do passageiro. Ele parecia um anjo dormido. A serenidade em seu rosto, o modo que seus olhos corriam sob as pálpebras... Seus olhos provavelmente estavam abertos em algum sonho na sua cabeça.

Eu o amava e amava meus amigos da fraternidade. E era por isso que eu ia fazer aquilo. Eu sacrificaria parte do plano para a felicidade de todos.

David não merecia morrer e Patch não merecia esse vazio dentro de si.

Quando chegamos em casa, Patch tirou a roupa e ficou somente de cueca. Se jogou na cama sobre os lençóis pretos de seda e dormiu. Ele andava tão cansado, porém não desistia nunca.

Fechei as cortinas do nosso quarto e coloquei um lençol sobre suas pernas. Beijei o topo de sua cabeça e senti um nó na garganta.

- Eu te amo, Patch. E é por esse motivo que vou fazer isso. – Falei em um sussurro.

Peguei as chaves do Jeep e saí de casa.

****

Já estava escuro quando cheguei na boate que a meses atrás encontramos Rixon. Estava lotada. A música era alta e o local estava carregado do cheiro de cigarro, bebida e suor.

Cheguei no balcão e vi a mulher que Jett paquerou. Acenei para ela, que veio ao meu encontro.

- O que deseja? – Perguntou, pegando uma caderneta e um lápis.

- Preciso falar com Necromancer. – Fui direto ao ponto.

A mulher arregalou os olhos e olhou para os lados, só para constar que ninguém estava ouvindo ou nos observando.

- Quem eu sã consciência quem falar com aquele homem? – Ela perguntou em um sussurro que quase foi engolido pelo volume da música que saia dos altos falantes.

- Eu tenho informações que serão úteis para ele. – Disse, olhando-a nos olhos. – É caso de urgência. Fale que Nora Millar quer vê-lo.

A mulher engoliu em seco e pegou o celular. Digitou algumas coisas no aparelho e guardou-o no bolso.

- Desça as escadas. Ele vai chegar em instantes. – Ela disse por fim.

Saí sem agradecer. Sentia meu coração bateu nas orelhas e em todo o corpo. Estava trêmula. Desci as escadas, indo para o subterrâneo e sentia o ar saindo dos meus pulmões.

Cheguei em uma sala que parecia uma biblioteca. Nas prateleiras haviam vários vidros com coisas que eu nem ousava em tocar.

“Ainda dá tempo de desistir. “ Uma voz falou no meu interior. Eu tinha prometido para Vee que não faria nenhuma idiotice, mas eu estava cansada de ver todos sofrerem por minha culpa. Se fosse para alguém pagar, esse alguém seria eu.

David não tinha culpa, Patch não tinha culpa. Mas eu sim.

Porém o desespero me abateu. Eu queria sair dali. O ar estava escapando dos meus pulmões. Eu precisava sair dali. Me virei, com o propósito de sair daquele lugar, mas meus pés não saíram do chão.

- Mas já está indo? – Necromancer perguntou, olhando para mim.

Engoli em seco, tentando controlar meu desespero.

- Necromancer. – Foi a única coisa que saiu dos meus lábios.

- O que me traz a honra dessa visita? – Ele perguntou, fazendo uma reverência exagerada.

- Preciso que faça algo por mim. – Falei, tentando controlar o medo em minha voz e falhando miseravelmente.

Necromancer soltou uma gargalhada.

- Um favor? Meu? – Necromancer balançou a cabeça. – O que você acha que eu sou, garotinha? Seu empregado?

- Eu quero de volta o que você tirou de mim. – Falei, colocando mais autoridade em minha voz.

- E o que exatamente eu tirei de você? – Ele perguntou, arqueando as sobrancelhas deixando destacadas a veias azuis sob sua pele branca.

- Meu amigo David, ele está morrendo. – Falei e Necromancer riu mais uma vez.

- Eu sei. Ele tem aproximadamente cinco dias de vida, então ele ficará totalmente intoxicado pelo soro da morte que inalou e morrerá. – Necromancer falou com um orgulho na voz. Ele era um maníaco.

- Eu quero que você tire esse soro do sistema dele. – Falei.

- Não. – Necromancer respondeu, examinando as unhas.

- Seu desgraçado, você não cansa de fazer tantos joguinhos? – Perguntei, sentindo a raiva subir pelo meu corpo.

E então senti meu corpo todo se congelar e ondar frias atravessar meu corpo, bloqueando minhas vias respiratórias. Minhas mãos voaram para meu pescoço, tentando em vão soltar as mãos invisíveis que me sufocavam.

- Você acha que tem o poder e o direito de chegar no lugar que me pertence e exigir coisas, garotinha? Você não tem o direito de nada. Você é tão burra que vem até aqui sozinha. Com um estalar de dedos eu poderia quebrar seu lindo pescoço, com um movimento da minha mão eu poderia arrancar o seu coração de dentro do peito. Você tem ideia do quão poderoso eu sou? – Necromancer falou, sibilando.

Necromancer apertou mais as mãos invisíveis e vi pontos pretos na minha visão. E então esse seria meu fim. Eu morreria naquele lugar e naquele momento.

Mas então ele me soltou. E eu caí no chão, meus pulmões ansiando por oxigênio e tive uma crise de tosse. Arfando, buscando o ar.

Necromancer se deliciava com minha dor e então se agachou na minha frente, prendendo meu queixo com seus dedos frios.

- E mesmo que eu trouxesse seu amiguinho de volta, o que você me daria em troca? – Ele me perguntou e eu engoli em seco.

Pedi perdão mentalmente para Patch, para Kurt, Jett e todos que colaboraram com o plano. Mas eu considerava a vida de David mais importante.

- Meus amigos descobriram a identidade do Anjo Gelado. – Falei e vi que coloquei Necromancer na corda bamba.

- Mentirosa. – Ele falou.

- É verdade e eles vão atrás dele. E vão matá-lo. Vão matar o Anjo Gelado. E então você estará sozinho nessa e virão atrás de você. E nem você e seu poderes serão capaz de deter o ódio dos anjos caídos. – Falei, enfatizando cada palavra. – Vocês não têm seus livros, não possuem nenhuma vantagem. Você pode avisar o Anjo e ganharem alguma vantagem. Mas para isso, você tem que libertar meu amigo.

Necromancer se levantou e percebi a luta interna que passava em sua mente. Então fechou os olhos e respirou bem fundo, sibilando algumas palavras.

- Pronto. – Ele falou, me olhando.

- Só isso? – Perguntei desconfiada.

Necromancer semicerrou os olhos.

- Se não estiver satisfeita, posso reverter e deixa-lo morrer.

Então ele sacou o celular do bolso e discou um número.

- Eles te descobriram. – E desligou.

- Está feito, agora caia fora daqui. – Necromancer falou.

- Mais uma coisa. – Falei e ele me fulminou com o olhar.

- O que você quer, garotinha? – Ele perguntou.

- Devolva os sentimentos de Patch. – Falei e ele soltou mais uma gargalhada.

- Você está de brincadeira. – Falou.

- Você tirou isso de Patch, por minha culpa. Ele não merece isso. Não estou pedindo sua compaixão, Necromancer. Só devolva isso a ele. – Falei, sentindo um nó na garganta em pensando nele, dormindo no nosso apartamento.

- O que você vai me dar em troca? – Ele me perguntou, sério.

- Devolva os sentimentos de Patch e então dou uma pequena parte da minha alma a você. – Falei, com a voz trêmula.

Necromancer balançou a cabeça, incrédulo.

- Eu jurava que você era mais inteligente que isso. Mas quem sou eu para recusar? – Necromancer falou sorrindo, exibindo os dentes afiados como dentes de tubarão. – Almas são meu alimento.

Rápido como um flash ele me agarrou pelo pescoço, sibilando palavras em um idioma desconhecido. E então a dor me atravessou e gritei a todos pulmões. Meu corpo todo tremia e senti meus pulmões se esvaziarem novamente. As unhas de suas mãos fincaram em meu pescoço e senti o meu sangue escorrer.

Tentei gritar, porém nenhuma voz saiu. Me senti fraca. E então ele me soltou no chão, fazendo minha cabeça bater contra o chão de concreto.

Estava feito, uma parte da minha alma estava com ele. Eu tinha feito literalmente um pacto com o diabo.

Reuni minhas forças para olhar para Necromancer que estava com os dedos das mãos encurvados e os olhos revirados, como num transe. E então ele voltou ao normal, lambendo os lábios como se tivesse comido uma sobremesa deliciosa.

- Está feito, garotinha. Seu querido anjinho caído pode te sentir novamente. – Ele disse, com um sorriso maquiavélico nos lábios.

Eu me sentia fraca e suja.

- Não vai me matar? – Perguntei, com a voz falha.

Necromancer me olhou e riu.

- Por incrível que pareça, garotinha. Essa guerra não é minha. Eu estou fazendo o meu trabalho. Não recebi as ordens de te matar. Quando a ordem chegar, assim o farei. – Ele disse.

- Não espere agradecimentos. – Falei, me levantando cambaleante.

- Caia fora daqui garotinha. – Ele falou, me dispensando com um gesto. – Esteja ciente do que você fez.

- Estou ciente. – Murmurei, virando as costas e me retirando do local.

****

Quando cheguei em casa, coloquei as chaves sobre a mesa silenciosamente. Entrei no quarto e vi Patch dormindo. Ele já tinha jogado o lençol no chão.

Peguei minha toalha e segui para o banheiro. Embaixo do chuveiro esfreguei minha pele até deixá-la vermelha. Eu me sentia suja, vendida. Uma parte de mim achava que tinha feito a coisa certa, mas outra estava começando a criar um arrependimento.

Tomei o banho, me vesti e deslizei sob os lençóis, evitando contato com Patch.

“Amanhã de manhã eu saberei se Necromancer cumpriu a parte dele do acordo. ” – Pensei.

Tentei dormir, mas não consegui. O que Patch pensaria se descobrisse que entreguei nossos planos? Que entreguei parte da minha alma?

Eu teria que mentir para Patch e eu odiava mentir para ele.

Virei de lado, observando-o dormir. Ele me sentiria novamente e eu estava ansiosa para ver aquele sorriso em seus lábios novamente.

Estava ansiosa para ver a fraternidade em delírio quando David acordasse.

Eu tinha feito a coisa certa. Virei de barriga para cima, encarando o teto e então a torrente de lágrimas quentes vieram a transbordaram pelo meu rosto.

“O que foi que eu fiz? “.


Notas Finais


Espero que vocês tenham gostado!
Já estou escrevendo o próximo capítulo e como amanhã é feriado e eu ficarei uns dias sem aula escreverei outros também.
Beijos e até o próximo capítulo <3


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