You are my drug, my medicine
...
O céu estava iluminado por estrelas e parecia acolhedor, eu assoprava a xicara quente de achocolatado em minhas mãos e fungava baixinho.
Meu irmão se tornou humano e eu não posso mais vê-lo.
Ele desistiu de mim para ficar com aquele humano.
Eu pensava que Dipper antes seria algo bom para ele, mas eu estava enganado, Bill foi torturado no conselho e eu estava presente, vendo meu irmão levar cargas pesadas de choques místicos no corpo todo, se não deixasse alguma cicatriz física, deixaria alguma psicológica.
-Will, vamos deitar, está frio demais para você ficar na varanda – Ouvi a voz de meu senhor em meu ouvido, causando-me um arrepio. – Está pensando nele? – Assenti com a cabeça de leve e senti seus braços rodearem a minha cintura, seu rosto estava afundado em meu pescoço.
Dipper mudou drasticamente, estava carinhoso e amoroso, gostava de ficar agarrado em mim e era bonzinho com todo mundo; diferente de sua irmã que continuava metida e irritante.
-Por que você não o faz uma visita de longe, o observe apenas – Sugeriu, me dando um beijo na bochecha e roubando o conteúdo de minha xicara.
-Por que não? – Falei e lhe dei um selar nos lábios, depois corri para dentro de casa para pegar algum agasalho.
Me vesti e fui correndo até algum lugar vazio da floresta, me concentrei e abri um portal para dimensão de Bill.
...
O clima estava frio e ventava muito, sorte minha ter lembrado de trazer algum agasalho.
Escutei o barulho de um machado se chocando com uma árvore, logo em seguida um pinheiro perto de mim caiu. Vi uma cabeleira loira familiar, Bill estava usando uma jaqueta grossa e calças jeans, havia um cachecol fino e vermelho em seu pescoço. Ele usou o machado novamente para cortar um pedaço do tronco e o cortou em pequenos pedaços, depois os pegou no colo e foi andando pela floresta, eu o segui flutuando para que não percebesse minha presença.
Chegamos em uma casinha de madeira recém reformada, saia uma fumaça limpa da chaminé e o lugar estava iluminado.
-Eu sei que está aqui Will – Escutei a voz dele, entrei correndo na casa e me joguei em seus braços – Você sabe que não podemos mais nos ver.
-Eu sei, mas eu precisava te ver – Falei baixinho – Me conte o que aconteceu.
Bill suspirou e me abraçou de volta, tive a impressão que ele estava chorando.
-Depois do processo de limpeza mágica eu perdi a memória, aos poucos fui perdendo Dipper e ele acabou indo para casa, depois de um mês recuperei minhas lembranças e fui vê-lo – Ele deu uma breve pausa – Tivemos uma tarde e tanto, porém, ele se foi.
-Ele deixou você aqui?! Eu falei para você que humanos são egoístas! – Gritei irritado, empurrando meu irmão de leve.
-Humanos não são egoístas, eles apenas sentem uma dor que nós não entendemos.
-E o que será de você agora? – Perguntei num tom de irritação claro.
-Estou trabalhando em uma biblioteca aqui na cidade, moro nessa cabana e de vez em quando ajudo Stanford com suas pesquisas. – Um suspiro saiu de seus lábios – Você precisa ir, é a última vez que nos vemos – Bill me puxou para um abraço e me deu um selar na testa – eu amo você, independente das minhas escolhas, cuide bem do seu humano.
-Eu também amo você – Falei, chorando desta.
Abri um portal na frente da casa de Bill, sorri para ele uma última vez e vi seu sorriso por uma última vez, entrei no portal e fui embora.
Maldito seja você, Dipper Pines.
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