História You are my light. - Prólogo: Para aonde você foi, Gon?

“Para onde você foi existem estrelas?

Para onde você foi existe felicidade?

Porque meu mundo sem você não tem luz e não tem felicidade”

Killua...

Ah, como a vida era imunda, como era, quanto mais se apegava mais se perdia, nada se pode lutar contra o destino exposto a sua frente, não, ninguém, nem mesmo ele.

“- Você voltará?”

Está fora sua última mensagem, há um ano, e tanta coisa havia mudado. Alluka agora sabia se defender, não vivia mais grudada ao irmão como era antes.

Mas já não importava... Tudo que conquistará havia se perdido.

Tudo.

- Você vem, Killua? – A voz de Hisoka soou no quarto escuro, onde apenas a luz da lua iluminava o rosto branco, além do cabelo albino. Os olhos azuis sem luz, sem esperança emitiam sentimento algum. 

- Sim, já vou, Hisoka... – Killua suspirou. Estava há um ano na torre Celestial, havia se tornado mestre de andar junto de Hisoka, mesmo contra gosto.

O joker deixou o quarto, sem fechar a porta. Killua se levantou olhando o nada, sua mente passava os momentos mais... Felizes... Daqueles tempos. 

Mas agora haviam se tornado tristes, uma tortura psicológica que o ex-assassino não podia lidar. 

Killua deixou o cômodo mesmo contra sua vontade e se dirigiu a seu ”trono” ao lado dos outros mestres dos andares. Sentou cruzando as pernas e apoiou o queixo sobre a palma da mão, tedioso.

- Estás de mau-humor, Killua-kun? – A voz irritante de um dos mestres soou em sua cabeça, causando-lhe arrepios.

- Não é do seu interesse, velhote. – Grunhiu de forma fria, como sempre.

- Onii-chan! – Alluka o repreendeu enquanto ia a sua direção.

- Alluka... Vai desafiar alguém? – Killua olhou-lhe de forma menos fria, mas sem esboçar qualquer sorriso.

- Não, apenas vim lhe avisar que Kurapika-san lhe espera. – Respondeu sorrindo de forma infantil. Killua lhe bagunçou os cabelos e saiu com as mãos no bolso em direção ao loiro.

- Yo, Killua. – Este sorriu cumprimentando o albino que acenou com a cabeça.

- Yo, Kurapika, algo a me dizer? As batalhas irão começar.

Kurapika havia se tornado um amigo muito especial a Killua, sempre lhe ajudava, não o forçava a falar o que não queria. Cuidava de Killua como um irmão.

- Na verdade sim. – Este olhou o céu estrelado, com o olhar perdido. Killua o olhou com expressão tediante, mas preocupação no olhar. – Encontrei Kuroro.

Os olhos azuis do albino se arregalaram em surpresa e se aproximou mais do amigo.

- Não me diga que... - Killua tombou para o lado, quase perdendo o equilíbrio. 

- Não, não fiz nenhuma loucura, acalme-se Killua! – Kurapika foi rapidamente até o albino o segurando. – Não abuse, ainda não estás curado!

- Não se preocupe com isso, Kurapika! – Debateu.

- Certo... – Suspirou ainda não convencido, mas decidiu não discutir naquele momento. – Ele... Disse que ainda não estava na hora de saber a verdade...

- Verdade? Que verdade? – Killua já ficava irritado.

- Não sei. – O loiro deu de ombros, respirando fundo. – Não acha melhor ir? Logo as lutas começarão...

- As lutas! – O albino beijou a testa do loiro e saiu correndo.

“Tão bipolar...” Riu Kurapika indo sentar em uma cadeira para assistir.

Killua correu até seu assento e se sentou, respirando fundo logo depois.

- Podes lutar? – Hisoka lhe perguntou enquanto olhava suas cartas, desviando o olhar ao albino por apenas alguns segundos.

- Claro que posso. – Rosnou irritado. – Não vou morrer por causa de uma doença qualquer. Já enfrentei coisa bem pior.

Hisoka riu baixo, enquanto mostrava uma carta de “10 euros” à Killua que o olhou confuso.

- Tá prevendo o que? – Falou simplista, mas no fundo sentia seu coração apertar.

“Droga... Não to com uma boa sensação...”.

- Amanhã. – Hisoka falou se retirando. – Esteja preparado.

Killua franziu o cenho. “Esse ai é doido”.

- Killua-sama, seu oponente lhe espera. – Anunciou uma das moças recepcionistas. Killua deu de ombros e foi até lá com as mãos no bolso.

- Olá, Killua-san. – Seu oponente era o dobro de seu tamanho, cabelos arroxeados e olhar calmo, os instintos de Killua se acalmaram.

“Esse cara sabe usar Nen...? Se sabe, ele escondeu muito bem” Pensou tirando as mãos do bolso.

- Não vim lutar. – Este levantou as mãos, Killua suspirou irritado.

- Quer o que então?!

- Tenho uma mensagem. – O maior ficou sério. – De Gon Freccs.

Seu coração acelerou e sua respiração vacilou, só de ouvir a voz do moreno sentiu-se tonto e enjoado, Killua se apoiou na parede.

- V... Você está bem?! – O maior tentou se aproximar.

- Não... Se aproxime... – Falou frio, seu olhar era assustador. – Mande Gon ao inferno!

Lágrimas queriam cair, dizer aquelas palavras doía, doía muito.

- Killua-san...

- Não fale comigo! Não quero saber de Gon, nunca mais! – Gritou o ex-assassino com o coração apertado, corpo pesado, sua cabeça doía. – Saia daqui!

O arroxeado o olhou com pena e assustado, mas resolveu não debater, saindo do andar com calma.

Killua sentia-se ofegante, sua cabeça girava e doía, seu estomago se revirava. Como o moreno ainda conseguia efeitos sobre si?

- Sou patético... – Agarrou-se a parede, caindo sem forças logo depois.

- Killua! – Uma voz foi ouvida antes de o albino apagar totalmente.

Kurapika...

“Senti que algo estava errado então fiquei por perto do andar de Killua, até que vejo o oponente dele sair me olhando.”

- Melhor ajudá-lo...

- Como assim?! O que você fez?! – Os olhos do loiro ficaram vermelhos, havia perdido a calma.

- Eu? Nada. – Recuou um passo. – Fiz o que Gon-san me mandou..

- Gon?! Você está louco! Saia daqui agora e nunca mais apareça na minha frente! – O loiro correu desesperado até onde estava o albino e segurou-lhe, encostando a mão à testa do mesmo. – Febre... Droga!

Kurapika agarrou seu celular procurando o contato de Leorio.

- Alô? – A voz calma do moreno soou.

- Leorio! Venha para a torre Celestial, agora!

- O que houve com Killua?!

- Te conto quando chegar aqui

- Certo! Estou indo.

Kurapika olhou o amigo, sua respiração mal era ouvida, o que preocupava ainda mais o loiro.

- Como você sofreu, né Killua... – Passou a mão pelos cabelos brancos do mesmo, botando-lhe nas costas logo depois.

“Gon... Por que fez isto...”.

Killua...

O albino abriu lentamente os olhos, estava em sua cama, com um pano úmido na testa. Ainda era noite, olhou pro lado, Leorio e Kurapika dormiam encostados na parede, cobertos por um cobertor, a cabeça de Kurapika encostada no ombro de Leorio.

Killua abriu um pequeno sorriso, mas logo se sentiu tonto e voltou a olhar o teto.

“Gon... Você... Vai voltar?...”

Continua...