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História You Are Protected - Salve-me


Escrita por: Litalea_Draak

Capítulo 12 - Salve-me


† PoV. Kris †

Abri lentamente os olhos e vi Mama do lado de fora do carro, fez sinal para eu sair. Fiz o que foi pedido.

— O que foi? — Perguntei caminhando com ela até Castiel, Nathaniel e Lay.

— Ali! — Nath apontou para uma floresta.

— A pequena disse que foi por aquela trilha que viu o Tao. — Castiel explicou.

— Não podemos perder tempo. — Disse e fui até Nini, que conversava alegremente com Lay. — Nini, você fica com o Tio Nathaniel, Certo? Nós vamos salvar o gatinho.

— Certo! Tio Lay, você também vai?

— Vou, tenho que ajudar eles. Vai lá com o Tio Nathaniel.

— Nath! — Chamei e o loiro veio até nós. — Toma! — Joguei a chave de meu carro. — Fique por aqui com a Nini, você é o mais controlado daqui.

— Cuidado Kris. — Jogou a chave de seu carro, a peguei no ar. — Qualquer coisa eu entro em ação.

— Obrigado.

— YiFan! — Nini correu até mim. — Toma cuidado! Tem gente forte lá e o gatinho está preso! Salva ele direitinho!

— Fique tranquila Nini.

Fui com Mama em um carro e Castiel com Lay no outro. Adentramos a floresta. Por sorte o caminho era um pouco largo, não tivemos dificuldade em passar em alta velocidade por lá. Paramos a poucos metros de uma grande placa de metal presa ao chão, saímos do carro e caminhamos silenciosamente até a placa, por sorte Castiel tinha umas lanternas no porta malas e nos emprestou.

A cada passo meu coração batia mais rápido, ouvi uma baixa voz, seguida de um grito de dor. Ouvi passos na mata, não pensei e corri até o local de origem do som. Vi um carro preto, dois homens segurando um corpo, o arrastando para dentro do veículo.

— Me solta! — O que era carregado gritou, reconheci a fraca voz.

 

Tao...

 

Não esperei, desliguei a lanterna e a guardei no bolso traseiro da calça. Caminhei sem fazer barulho até mais perto dos homens. Tao foi jogado para dentro do carro, um baixo e gordo homem veio atrás, entrou e se sentou ao lado de Tao, que não mexia um músculo sequer. Mama e Castiel estavam logo atrás, fiz um sinal para Casth os seguir. Voltei correndo até os carros, liguei o motor com desespero e me permitir correr como se não houvesse amanhã. Sai da mata, dei a volta. Logo vi o mesmo carro, em direção a uma antiga estrada de terra, o segui. Pude ver o corpo de Tao em minha mente, apertei o volante com força, pisei brutalmente no acelerador. É um carro personalizado para corrida, procurei um certo botão no painel, assim que o encontrei, apertei com força, fazendo o carro ir em uma velocidade absurda.

 

† PoV. Tao †

 

Em um carro, com aquele maldito ao meu lado.

 

Olhei para trás, vi um carro nos seguindo, está muito rápido. Com o reflexo do farol pude ver quem dirigia.

 

Kris...

 

Olhei para estrada. O caminho um pouco estreito, um grande barranco a direta.

 

Eu vou fazer isso!

 

Reuni a pouca força e coragem que me restava, impulsionei meu corpo para frente e agarrei no volante, o motorista tentou me afastar, mas me mantive firme ali. O carro bateu no morro a esquerda e foi com força para a direita. A barra de segurança se partiu, deixando o carro rolar livremente pelo enorme barranco de pedras.

 

† PoV. Kris †

 

O que ele está fazendo?

 

Quando vi o carro bater e em seguida cair, senti meu mundo desabar. Ouvi um freio forçado, Castiel parou próximo a mim. Forcei o freio, desci rapidamente do veículo e corri pedras a baixo.

 

O carro está completamente destruído.

 

É possível ver um pouco de sangue escorrendo do banco frontal. Castiel me ajudou a abrir a destruída porta do passageiro.

— Tao? Tao! — Vi seu corpo jogado sobre alguns destroços e pedaços de vidro, o puxei para fora. — Tao!

— Leva ele para o hospital.

Fiz o que foi mandado, deixei Tao deitado no banco de trás.

 

Está muito pálido, sangrando, os lábios arroxeados, com várias marcas.

 

— Os dois estão mortos. Vamos rápido.

Voltamos aos carros, corri em direção a cidade. Casth foi de encontro com os outros. Tao não se movia, respirava com dificuldade.

 

† PoV. Mama †

Vi o carro de Castiel, fiz sinal para que parasse perto.

— Cadê o Kris? — Perguntei preocupada.

— Foi levar o Tao ao hospital.

— Vamos logo!

Seguimos para o carro, voltamos para onde Nath havia ficado, demos a rápida notícia e seguimos para a cidade.

— Tia, o gatinho está bem? — Nini perguntou ao pararmos em frente ao hospital da cidade.

— Não sei Nini. — A peguei no colo. — Mas ele é forte, vai ficar bem.

— Kris já chegou. — Nath disse apontando para seu carro. — Vou com Casth a delegacia, precisamos de reforços para voltar lá.

— Certo, eu vou ver os meninos.

— Tudo vai ficar bem... — Lay disse baixo.

— Assim espero.

Entramos no hospital. A típica cor branca cobria completamente o local, alguns bancos para espera, o balcão com a atendente, o grande corredor... Nini saiu de meus braços e correu até um dos assentos, na entrada do corredor. Fui atrás dela.

— YiFan! — Disse alto. — Cadê o gatinho?

— Estão cuidando dele Nini. — Respondeu baixo.

— Eu posso ver ele?

— Ainda não, o médico vem avisar quando puder ver ele.

— Não saio daqui até ver o gatinho! — Sentou ao lado de Kris, com os braços cruzados e um bico fofo.

— Quer comer alguma coisa Nini? — Perguntei parando em sua frente. — Não pode mentir! Vamos comer rapidinho e já voltamos para ver o gatinho.

— Certo! — Deu um beijo na bochecha de Kris. — Não vou demorar, YiFan!

— Vai lá. — Disse baixo, quase inaudível.

Nini veio até mim, a peguei no colo e fomos à procura de algum estabelecimento aberto, afinal, são quase três da manhã.

 

† PoV. Kris †

Poucos segundos depois de Mama sair, Lay venho até mim e se sentou ao meu lado.

— Como ele está? — Perguntou baixo.

— Péssimo.... Pensava que nunca o veria nesse estado.

— Em que quarto?

— Treze.

— Vamos dar uma olhada.

— Pode ir, me sinto meio sem forças.

Lay seguiu pelo corredor, parou em frente ao quarto em que o Tao está e deu uma espiada pelo vidro superior da porta.

 

Por que ele fez aquilo?

Eu não entendo...

O que aconteceu nestes cinco dias?

 

Confesso que sinto certo medo da resposta.

 

† PoV. Mama †

Fui com Nini até uma lojinha de conveniência, compramos algumas besteiras e comemos no caminho de volta para o hospital. Assim que chegamos, Nini foi direto até Kris, que permanecia do mesmo jeito. Cabisbaixo e pensativo, se corroendo em preocupação.

— Alguma notícia? — Perguntei me aproximando.

— Ainda não, Lay está conversando com um dos médicos.

— Não fica triste! — Nini disse subindo no banco ao seu lado e o abraçando. — Eles vão cuidar do gatinho.

 

† PoV. Kris †

Alguns minutos depois Lay aparece junto de um médico. Sua expressão não é uma das melhores.

— O caso é sério. Se quiserem, já podem vê-lo. — O médico disse, calmo, mas ao mesmo tempo preocupado. — Já expliquei a situação do garoto para ele... — Continuou, se referindo a Lay. — Acho que ele pode explicar melhor para vocês.

— Posso ver o gatinho? — Nini perguntou.

— Pode, vamos Nini. Obrigado doutor. — Mama disse e seguiu até a sala indicada, junto de Nini.

— Vou resumir um pouco, Kris. — Lay disse assim que a médico se afastou.

— Por favor...

— Bem.... Tao perdeu muito sangue, não se alimentava a dias, encontraram marcas de abuso sexual... além de vários hematomas pelo corpo.... Corre o risco de entrar em coma.... Tem certeza que quer vê-lo?

Não respondi, levantei e fui até o quarto. Abri a porta com certo medo... congelei. Nini está do lado da cama, segurando sua mão, Mama permanecia em pé, em frente a cama, com uma mão no rosto.

 

Tao...

 

Não parece o mesmo.... Cheio de faixas pelo corpo, aparelhos ligados a si, uma máscara para respirar, a pele no tom branco das paredes, os olhos e a boca em um tom pouco roxo, uma cicatriz no pescoço, junto de mais curativos.

 

Meu coração foi esmagado.

 

Me deixei cair, não tenho mais forças. Senti uma lágrima cair, a primeira.

Nunca havia chorado, quando quebrei o braço, quando um familiar morreu... nunca chorei.... Mas agora.... Deixei que as lágrimas tomassem conta de mim.

 

Nunca me senti assim...

É horrível.

 

Totalmente sem vida, com apenas o som do baixo choro de Nini e de seus batimentos, emitidos por um aparelho, anunciando que estão baixos, quase inexistentes.

 

As imagens, as memórias dele sorrindo vieram como um soco em meu peito.

 

Correndo pela casa, brincando em frente à TV, cantando enquanto cozinha, rindo, sorrindo... cheio de vida. Descendo as escadas como louco, pulando na cama para acordar a Mama, reclamando de um personagem, gritando a abertura de desenhos animados, correndo de meia para escorregar depois.... Me dando bronca por cortar a mão, tentando me bater por culpa de um apelido bobo.... Sorrindo como um idiota apaixonado depois de um beijo na bochecha, com medo de dormir sozinho.... Se assustando facilmente com minha presença, agindo como uma criança, com medo da chuva...

 

Não quero acreditar, mas é a atual realidade..



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