1. Spirit Fanfics >
  2. You Could Be Mine >
  3. Fuga

História You Could Be Mine - Fuga


Escrita por: SrtaRocketQueen

Notas do Autor


Olá, gente. Desculpe pela demora, não acho legal ficar demorando muito assim pra postar, mas eu estava esperando comentários.
Aliás, muito obrigada por todos que estão favoritando, espero muito que não se tornem leitores fantasmas HEUHE e.e
Por favor, leiam as notas finais.

P.S.: Essa garota do gif é a Alicia Silverstone, e pra quem não reparou e tals, ela é a Débora na fic.

Boa leitura!

Capítulo 4 - Fuga


Fanfic / Fanfiction You Could Be Mine - Fuga

Decidi não ir falar com eles. Algo me dizia que eu deveria apenas entrar em meu quarto e ficar quietinha por lá. Mas isso não impediu que eu escutasse a conversa. Era falta de educação? Sim. Mas uma vez ou outra não faria mal a ninguém. 

— Sabe de uma coisa? — Um cara sem camisa e cabelo grande e preto perguntou, fumando. Ele parecia um poodle. 

— O que? 

— A gente precisa sair hoje. Porra, que saudade que tô de chegar só no outro dia em casa e não ter lembrado de nada. 

— Você é muito putão, Slash. — Um outro loiro alto riu, bebendo direto da garrafa. O que era nojento, porque ele compartilhava com os outros. 

— Como se você fosse um santo. 

— Sabe do que eu lembrei? — Alice mordeu o lábio inferior, segurando o riso. 

— O que? 

— Daquela vez que o Slash confundiu o Duff com a garota que ele tava pegando. — Eles gargalharam alto, e eu arregalei os olhos. — Caralho, eu nunca ri tanto na minha vida! 

— Não começa, eu estava completamente bêbado! Estávamos todos deitados em uma cama só, normal ter confundido. 

— Isso é desculpa, cara. Confessa logo que você é louco pra passar a noite comigo. — Eles voltaram a rir alto e sem parar. 

— Dois idiotas. — Um ruivo de cabelos lisos disse, com um sorriso e uma garrafa em sua mão. Ele era bonito. E eu estava me odiando por ter achado aqueles caras bonitos, porque fala sério, desde quando aquele tipo de gente tinha algum tipo de beleza? 

— É tão legal lembrar as merdas que vocês já fizeram na vida. Rende umas boas risadas. 

— Pimenta nos olhos dos outros é refresco, né Ali? 

— Com certeza. — Ela riu. Um dos caras virou-se para a porta, e eu me distanciei rapidamente. Imagina se algum deles percebessem que eu estava escutando a conversa? 

Respirei fundo, finalmente abrindo a porta do meu quarto. Realmente, eu tinha que confessar que era grande. Não como o meu, mas também não era pequeno. As paredes eram brancas e estavam encardidas. Na cama de casal havia alguns travesseiros verdes totalmente cafonas. Um guarda-roupa relativamente grande — mas que obviamente não cabia todas as minhas roupas —, uma poltrona preta, uma estante cheia de livros e um toca-discos. Acabei de concluir que essas pessoas não tinham o mínimo de bom senso também. Eu precisaria fazer uma bela de uma reforma nesse lugar. A única coisa boa era a enorme janela que tinha uma vista linda. E também havia um banheiro, onde eu preferi não entrar ainda. 

— Débora? Então, gostou? — Era o meu tio, carregando com dificuldade algumas das minhas malas. 

— Precisa de uma bela decoração. 

— Não somos muito chegados nessas coisas… Mas é claro que você pode decorar como preferir! Esse quarto é totalmente seu a partir de agora. — Ele finalizou, sorrindo de orelha a orelha e eu apenas olhei para a cama com desgosto. Passei a mão pelo colchão. 

— Esse colchão é muito duro. Desse jeito prejudicará minha coluna. 

— Você quer outro? — Seu sorriso desapareceu, dando lugar a uma expressão de preocupação. 

— Sim. — Respondi simplesmente. 

— Bom… podemos ver isso depois, e… — Parou de falar, pensativo. — Depois nós vemos isso. Deixe eu te apresentar o resto do pessoal. Estaremos te esperando na sala, só para apresentar, sabe? Depois você pode descansar. — Sorriu, se retirando com rapidez e fechando a porta. Vem cá, ele tinha problema? Porque parecia. 

Entrei no banheiro. Era branco, com uma banheira e um espelho grande e limpo. Pelo menos ali parecia ser legal. Olhei meu reflexo e bufei, eu estava horrível. Uma expressão acabada tomava conta do meu rosto, e na verdade, era exatamente assim que eu me sentia. Decidi ir logo conhecer essas pessoas que agora morariam comigo, apesar que, eu já tinha conhecido meu tio e a filha dele… Era só os dois que moravam aqui, certo? Por que queriam me apresentar pra aquele bando de drogados que eu vi? Fiquei me questionando enquanto descia as escadas. 

— Débora, minha sobrinha linda! — Nicholas praticamente gritou assim que cheguei na sala. Aqueles caras e minha prima, estavam sentados no sofá, rindo e conversando. — Vou te apresentar um por um. 

— Aham. — Cruzei os braços, mostrando pouco interesse. 

— Bom, aquela ali como você já viu, é Alice, minha filha. Ela é apenas alguns meses mais velha que você! Espero que vocês se deem bem. Alice, essa é Débora, sua prima que irá morar conosco. 

— E ai, patricinha… Quero dizer, Débora. — Ela começou a gargalhar do nada. Só podia estar bêbada. — Tranquila? 

— Estou bem. — Respondi séria, e ela revirou os olhos, rindo mais uma vez. Garota maluca. 

— Bom, esses daqui não são meus filhos, imagina se eu tivesse mais cinco filhos homens? Estava fodido. — Nicholas riu, assim como os outros. — Mas enfim, eles não são meus filhos, mas moram aqui. 

— O QUE? — Eu gritei, olhando-o horrorizada. Como eu ia conseguir viver todos os dias com tanta fumaça de cigarro e bebida alcoólica? 

— Está incomodada, Débora? — Aquele ruivo disse, frisando bem o meu nome. Sustentava um sorriso até mesmo irônico em seus lábios. — Quanta falta de consideração com a gente… — Aquilo era sarcasmo. E eu odiava isso. 

— Como assim eles moram aqui e eu não fiquei sabendo? — Resolvi ignorá-lo e virei-me para o meu tio. 

— Eles não tinham na onde morar. Ninguém é daqui, mas como são muito amigos de Alice, resolvi deixá-los aqui até alcançar seus objetivos. 

— Que… objetivos? 

— Formar uma banda. — Um loiro de olhos azuis respondeu, sorrindo para mim. Eu fiquei encarando-o, com a testa franzida. — Temos a paixão pela música em comum e estamos tentando algo aqui em Los Angeles. É um ótimo lugar para tentar. 

— Eu adorei a ideia! — Nicholas exclamou ao meu lado e eu encarei-o, horrorizada com sua empolgação desnecessária. — Já ouviu esses caras tocando? É incrível! Eu tenho certeza que eles darão certo e terão um ótimo futuro. 

— Não sei se eles terão um futuro se continuarem se autodestruindo com bebidas e cigarros. — Não pude deixar de comentar. Os cinco apenas riram e pareceram não se importar, o que me deixou meio surpresa. 

— Continuando, Débora. Vou lhe apresentar cada um. — Meu tio sorriu, se aproximando deles. Alice assistia tudo jogada no sofá. — Esse é Steven Adler, o baterista da banda. Mais conhecido como popcorn, se preferir chamá-lo assim. — Eu vou preferir nunca chamá-lo, quis responder, mas optei por ficar quieta. 

— Pode me chamar de Ste também, se quiser. — O loiro de olhos azuis e estatura média sorriu, se aproximando de mim e estendendo sua mão para um cumprimento. Eu apenas fingi um sorriso e assenti, respirando fundo. Ele parece ser simpático demais, o que era estranho. 

— Bom… Esse é Duff McKagan, o baixista. — Ele apontou para um loiro alto com uma camisa do Ramones, que sorria maliciosamente para mim. Revirei os olhos. Tirou o cigarro da boca e me olhou de cima em baixo. 

— Olá, Deb. É realmente um prazer acomodá-la em nossa humilde residência. — Que idiota. Eu apenas fiz cara de poucos amigos para aquele convencido e cruzei os braços, encarando meu tio em seguida. 

— Não ligue, Duff é assim mesmo. — Nicholas riu, abraçando um cara alto e magro de lado. — Esse daqui é o Izzy Stradlin, o guitarrista base. — Izzy sorriu fraco para mim, tímido. Ele parecia o tipo de pessoa quieta e tímida, ou seja, o tipo de pessoa que eu nunca me relacionaria. Assenti e esperei meu tio acabar logo com aquilo, porque sinceramente estava um tédio. — Quem eu apresento agora? 

— Não se esqueça de mim, cara. — Um cabeludo disse, aparecendo no meio dos outros três que haviam me sido apresentados. Ele deixou sua guitarra com Alice e sorriu amigavelmente para mim. 

— Ah, esse daqui é o Slash. Na verdade é o apelido dele, mas enfim… Assim que todos o chama. É o guitarrista principal, e cá entre nós sobrinha, ele é foda. — Cruzei os braços enquanto fitava aquele cara com curiosidade. Como uma pessoa consegue tocar qualquer tipo de instrumento com um cabelo daquele? Devia atrapalhar bastante. 

— Oi, bem-vinda. — Sorriu torto, se aproximando de mim e eu balancei a cabeça. Ele era meio diferente. 

— E por último, mas definitivamente não menos importante… — Nich riu, procurando por alguém. — Axl? Cadê você? — Gritou e o ruivo saiu da cozinha com uma cerveja na mão, encarando meu tio com tédio. — Você não estava aqui? 

— Bom, eu sabia que ia demorar minha vez de ser apresentado. — Ele sorriu para mim. 

— Bom, você é o frotman da banda. — Virou-se para mim, ao lado do ruivo. — Bom Deb, esse é Axl Rose, o vocalista. Com ele você tem que ter um cuidado especial, porque… 

— Não precisa disso. Eu não mordo. — Disse, olhando fixamente nos meus olhos com um sorriso de canto. Cara chato e implicante. 

— Eu juro que não vou comentar nada sobre isso... — Alice gargalhou, se intrometendo. 

— Bom, enfim, todos já foram devidamente apresentados, correto? Débora, pode ficar à vontade, a casa a partir de agora também é sua. Com certeza você vai se interagir com os outros aos poucos. 

— Eu creio que não. — Respondi baixo, para mim mesma. — Eu tô morrendo de sono, vou subir para o meu quarto. — Anunciei mais alto, suspirando. Subi as escadas lentamente, e quando já estava quase na frente do meu quarto, escutei passos calmos atrás de mim. 

— Desculpe, eu tinha que vim falar o quão desapontado estou com você, Campbell. — Era aquele idiota de novo. Virei-me para ele, bufando. — Não me dirigiu nenhuma palavra desde quando chegou. 

— Eu não tenho nada para falar com você, Axl. 

— Olha só, lembrou o meu nome? — Ele riu. — Já é uma evolução. 

— Não se acostume com evoluções. Agora poderia, por favor, me deixar em paz? 

— Não lembro de ter te obrigado a ficar aqui conversando comigo, loira. — Seus lábios sustentavam todo o sarcasmo que ele expressou naquela frase patética. Eu rolei os olhos e dei meia volta, entrando em meu quarto e batendo a porta com força. 

Se antes eu já achava que isso tudo seria horrível, agora eu acho muito mais. Estou em Los Angeles, morando com pessoas que é a primeira vez que vejo na vida. Tem cinco caras completamente estranhos morando junto, e eles são todos um bando de drogados e viciados. A minha prima é uma insuportável que parece não ser muito diferente deles. E meu tio… Eu odeio simpatia forçada. Na verdade, eu odeio qualquer coisa que venha desse lugar. Mas agora, infelizmente, a minha única opção é contar os dias para completar 18 anos e ir embora daqui para nunca mais ver essas pessoas novamente. Só espero que não demore. 

Decidi ir tomar um banho quente. Enchi a banheira e me sentei lá, tentando relaxar cada músculo do meu corpo. Precisava urgentemente de um massagista. Minhas costas doíam, meus olhos estavam pesados, de sono e das lágrimas que ameaçavam cair. Eu só queria agora algo que me fizesse feliz nesse lugar lotado de coisas que me deixavam para baixo. 

Depois de cerca de meia-hora, saí da banheira, me enxuguei e coloquei uma camisola de seda preta. Era de tarde ainda, mas eu não sairia de jeito nenhum daquele quarto. Só queria descansar, ligar para as pessoas que me importo, planejar um suicídio. 

— Senhorita Campbell, preciso falar com você um minutinho. — Rick disse do outro lado da porta. Bufei, abrindo a porta para ele, que me olhou meio confuso mas logo normalizou sua expressão. — Preciso ir embora. Só quero lhe dizer, senhorita, que na vida as vezes temos que fazer coisas que não concordamos. Temos que tomar atitudes que nunca pensaríamos que iríamos tomar um dia. Mas, o bom disso, é que com tudo vem as experiências, e vamos combinar? É sempre bom mudar de vida. 

— Mas nesse caso eu mudei para pior. — Rebati, achando aquele discurso muito escroto. 

— Não pense assim. Essa pode ser a melhor época da sua vida, basta você querer. 

— Eu querer? — Apontei para mim mesma, indignada. — Olha só o lugar que eu estou! Você não faz nem ideia do que estou passando, então eu recomendo que não se intrometa em situações que você não faz parte. E nem tente me convencer de ficar feliz por tudo isso, porque eu não vou ficar! — Rebati, respirando com dificuldade. O advogado ficou me encarando por um tempo, surpreso. 

— Bom, é… Então… — Gaguejava, engolindo em seco. Quis fechar a porta e mandar ele me deixar em paz de uma vez. — Eu realmente preciso ir, o carro já está me esperando para levar-me até o aeroporto. Boa sorte, senhorita, e mesmo com tudo que está acontecendo, não se esqueça do que eu te disse. — Ele sorriu sem jeito e me encarou por um tempo antes de dar meia volta e ir embora. Eu fechei os olhos, tentando me acalmar e fechei a porta, jogando-me naquela cama que, mais uma vez, precisava de um colchão novo. 

Senti algumas lágrimas quererem escapar pelo meu olho, e não hesitei, estava me sentindo horrivelmente mal. Queria minha vida de volta, a minha cama, as minhas amigas… Até mesmo os meus pais. As coisas eram um pouco melhores quando eles estavam vivos. Pensei em ligar para alguém para desabafar, mas provavelmente ninguém gostaria de ficar escutando minhas lamentações naquela hora. 

 

ALGUMAS HORAS DEPOIS 

O travesseiro estava molhado com as inúmeras lágrimas que escorriam sem parar do meu rosto. Chorei de raiva e de nojo por estar naquele lugar. Qual o problema de ter permanecido na minha casa em Nova York? Os meus pais me odiavam muito mesmo. 

Já estava escurecendo, e eu devia pensar em alguma coisa. Devia bolar algum plano, porque as coisas não podiam continuar do jeito que estavam. Eu tinha que fugir. Ir embora daquele lugar por mal, já que não poderia ir por bem. Eles nem notariam a minha ausência e, com certeza, eu não sentiria nem um pingo de saudades ou arrependimento. Não sou como aquelas pessoas, não quero ficar nessa casa. 

Coloquei em uma das minhas malas, as pouquíssimas coisas que havia retirado. Fugiria daqui algumas horas, quando já estivesse tarde e eles estivessem dormindo. 

— Débora? — Era Nicholas, que abriu a porta do quarto com lentidão. 

— Você podia bater na porta antes de entrar. — Falei, bufando. 

— Mas eu bati um milhão de vezes, você não atendeu! — Ele riu, como se tivesse acabado de contar uma piada. — Pensei que tinha acontecido alguma coisa né, vai que você tava desmaiada ou… 

— Tá bom, o que foi? 

— Bom, queria perguntar o que você vai querer na janta. Como acabou de chegar, achei justo que escolha o que vamos comer hoje. 

— Não quero nada. — Rebati, me levantando da cama. 

— Como assim? 

— Eu não vou jantar, Nicholas. — Ainda não estava acostumada com a ideia de que ele era meu tio. 

— Por que não? Deve estar morrendo de fome, Deb. 

— Não estou. Quero só dormir. 

— Bom, então tá… Mas se quiser algo, pode descer lá embaixo, estão todos lá… Estamos escolhendo o que vamos comer na jantar… Acho que vou fazer lasanha. O que acha? 

— Eu não sei de nada, Nicholas, eu quero dormir. — Respondi, sem olhá-lo. Me deitei na cama e fingi que estava morrendo de sono, o que na verdade não era um completo fingimento. Mas não conseguiria dormir ali. 

—Tudo bem, vou te deixar em paz. — Ouvi o barulho da porta se fechando e respirei fundo. As horas não poderiam demorar passar, eu queria ir embora logo dali. E iria. 


Notas Finais


SPOILER SOBRE A FUGA DA DEB: Vai dar merda.
E aí, gostaram? Eu espero muito que esse capítulo não tenha ficado tão estúpido, porque é essa a impressão que estou tendo dele. Queria saber a opinião de vocês, o que estão achando da fic que está começando agora. POR FAVOR, COMENTEM! xD

Até a próxima.

Xx


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...