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História You Fit me Better Than My Favorite Sweater - I'm Getting Better


Escrita por: mandimandi

Notas do Autor


OI amoressss! Eu to tão animada com a fic que to pretendendo postar uns 3-4 cap por semana! Enfim, espero que gostem desse cap, ele foi mais compridinho. Bjss

Capítulo 2 - I'm Getting Better


Você já teve aquele sonho em que você está caindo, e acorda assustado, achando que era tudo verdade?

Essa era minha sensação. Era o medo, a adrenalina. A vontade de confirmar, com 100% de certeza, que você não havia morrido.

 

Acordei com um salto, mas logo uma dor aguda correu por todo o meu corpo, e eu soltei gemidos de dor. Levou alguns segundos para o que parecia todos os meus músculos doendo finalmente pararem, e eu pudesse raciocinar sem toda a dor.

Olhei ao meu redor e tudo que vi foi um quarto azul, com uma janela grande, da onde eu podia ver um balcão com pastas e computadores. A parede atras do balcão trazia grandes letras prateadas, onde eu li "Unidade de Tratamento Intensivo - UTI".

Meu ouvido começou a zunir novamente. A porta se abriu e uma figura entrou. Era um homem de jaleco de médico e ele tinha um semblante triste ou cansado, não decifrei direito.

Eu vi sua boca abrir e de mexer, mas não escutei uma palavra. Não compreendia. Porém, uma coisa eu consegui distinguir do zunido que meu ouvido fazia.

- Eu sinto muito pela sua perda, senhorita Amanda.

Eu senti algo molhado escorrendo pelo meu rosto. Por um momento achei que era sangue e levei minhas mãos ao meu rosto. Não, eram só lágrimas. Olhei novamente para o homem.

- O que você está dizendo? - Foi a única coisa que o meu cérebro conseguiu juntar para eu responder naquele momento.

Uma pausa longa. Talvez porque o homem estava pensando em como começar sua fala, ou talvez porque ele havia dormido em pé na minha frente. Finalmente, uma resposta.

- Você esteve em um acidente, Amanda. Infelizmente, os ferimentos de sua mãe eram muito graves, e ela não resistiu. - Ele praticamente atirou as palavras em mim, com a mesma velocidade em que a água de uma represa corre quando sua barreira se rompe. Destruidora, perigosa, mortal, sem controle. - Ela veio a falecer nesta madrugada, as 03h20.

Ele deu um passo para trás, como se pedisse desculpa pelo que acabou de falar. Mas não liguei. Ja não era mais eu. Nem mesmo sabia o que eu era.

Talvez por isso que eu não compreendi o que meu corpo estava fazendo naquele momento. Era como se eu não estivesse no controle. Não era eu que estava se levantando, não era eu que empurrava o médico para o lado e abria a porta do quarto e corria, corria o mais rápido que eu aguentava.

Não, aquela já não era mais eu. Era outra pessoa, uma outra menina.

Quase não senti quando alguém me segurou por trás. Senti uma pequena picada na região do pescoço, e logo em seguida uma tontura e fraqueza, seguidas por uma perda total dos sentidos.

 

Acordei de volta no quarto. Tentei levar minha mão ao meu pescoço, mas não consegui. Olhei para baixo, e percebi que minhas mãos estavam presas na beirada da cama. A do braço esquerdo estava um pouco mais folgada, mas isso era só por causa do gesso que havia no meu braço.

Ao pé da minha cama, mais médicos, enfermeiras, alguns homens de terno, e até um segurança no fundo do quarto.

Ver todas aquelas pessoas só me fez lembrar de como eu havia parado ali, do acidente, e do cheiro do fogo misturado com a sensação dos cacos de vidro sendo pressionados contra a minha pele. Senti náuseas.

- Amanda, esses homens precisam de uma informação valiosa de você. - Um dos médicos falou.

Observei os homens de terno atras dele. Eram altos, com pele bem branca, como se nunca tivessem tomado sol. Foi o que mais me chamou atenção neles. Isso, e o fato de que havia um certo volume no bolso do paletó de um deles  , perto de seu peito. O homem de terno mais ao fundo estava armado. O mais alto e mais branco deu um passo à frente.

- Senhorita, precisamos saber se você possui algum parente, mesmo que seja um distante. - Ele falou, mas não foi em português, e sim em inglês, um inglês carregado de sotaque londrino. - Desculpe falar em inglês, mas não falamos sua língua e nos contaram que você é fluente.

- Parente? - Eu repeti, devagar, como se a palavra fosse completamente nova para mim. Não havia mais ninguém na minha vida, a não ser mamãe.

- Sim, qualquer nome já é suficiente. - O primeiro homem, o sem arma, falou.

Ao falar isso, uma palavra surgiu na minha mente: pai.

- Eu não tenho um nome. - Engoli em seco só de pensar no assunto. - Mas tenho um lugar. Londres, Inglaterra.

Percebi os homens dando um pequeno passo à frente, como se não quisessem perder uma palavra do que eu falava. O segundo homem escrevia rapidamente em um bloco de anotações. Percebi que o primeiro queria falar.

- Sim, Londres. Continue.

- Pai. - Eu disse, com grande dificuldade. - Meu pai mora em Londres, mas eu nunca o vi.

Os homens se olharam e confirmaram com um gesto de cabeça. Parecia que eles haviam chegado a mesma conclusão. Qual era, eu não tinha a menor ideia. Então, o primeiro pegou o celular e rapidamente discou.

- Nós a encontramos.

O primeiro homem falou. O segundo homem deu um passo à frente e tocou no meu ombro, como se quisesse me passar um sentimento de força e confiança.

- Nós vamos te levar para o seu pai.

Aquelas palavras me

atingiram como um tijolo.

- Como assim? Meu pai? Meu pai não me conhece, nós nunca nos vimos. Entendeu? Eu nem sei se ele está vivo. Na verdade, eu nem sei se ele sabe da minha existência.  - Eu soltei, tudo rápido demais.

- Pelo contrário, senhorita. Ele sabe muito bem de você.

Senti uma náusea, e logo depois um vazio, como se alguém tivesse arrancado meu estômago fora.

O que estava acontecendo? Eu estava tendo o pior dia da minha vida e ninguém me dava tempo ou espaço para processar tudo. Eu não acreditava, me recusava a acreditar, que minha mãe estava morta. Morta... Eu nunca mais iria ver minha mãe...

Foi então que eu desabei. Tudo que estava dentro de mim, eu não conseguia mais controlar. Comecei a chorar, e não parei mais. Não parei nem quando os médicos saíram e as enfermeiras falaram que iam me dar algo que ia me tranquilizar.

Um gesto, e só ele, me fez parar. O primeiro homem de terno, quando me viu chorar, se aproximou. Não sei se ele fez o que fez por impulso ou porque eu devia estar com uma cara muito ruim. Mas ele simplesmente me abraçou. Não, ele me segurou em seus braços. Ele era forte, seus braços me traziam para perto dele e, de algum modo, me esquentavam.

Fui parando de soluçar aos poucos, até que finalmente parei de chorar. Ele foi se afastando, passou a mão pelos meus cabelos e disse:

- Meu nome é Tom. Tom Hiddleston. Se você precisar de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, aqui está meu número. - Ele rabiscou um número em um papel e colocou na mesa ao lado da minha cama. - Vamos ficar no hotel do outro lado da rua até você ter alta do hospital. Então, qualquer coisa, é só me ligar e eu estarei aqui.

Eu fiquei sem reação. Aquele homem, que eu nunca havia visto na vida, com aquele sotaque inglês, estava se preocupando comigo do mesmo jeito que minha mãe se preocupava. Era como se ele já me conhecesse.

- O-ok. - Foi só o que consegui falar.

Ele se afastou, e, junto com o outro homem e todo o resto das pessoas que estavam no quarto, foi embora. As enfermeiras me medicaram, e como prometido, o remédio já estava fazendo efeito. Fui me acalmando, minha respiração foi diminuindo, até que acabei adormecendo.

 

Os dias foram se passando rapidamente. Toda manhã, Tom me visitava no hospital. É claro que a morte da minha mãe ainda me abalava, e muito, mas a cada dia que passava eu melhorava um pouquinho. Era como se Tom fosse preenchendo o vazio que ela havia deixado.

Nós nos tornamos amigos rapidamente. Primeiro, ele não fazia muitas perguntas, só conversávamos sobre coisas neutras. Acho que ele estava tentando, de algum jeito, me ajudar a passar por aquilo.

Amanhã seria o dia de minha alta no hospital. Eu já estava me recuperando bem fisicamente: já andava, fazia coisas sozinha, até as vezes almoçava no restaurante do hospital. Mentalmente, eu ainda tinha um longo caminho...

Estava no meu quarto assistindo TV quando Tom entrou.

- Oi, Amanda. – Ele falou, enquanto se sentava no sofá ao lado da minha cama e olhava para a Tv. – Sabe, o português deve ser a língua mais complicada do mundo. Olha só esse cara falando, eu não entendo nada!

Isso me fez rir um pouco. Tom sempre ficava pouco, uns 15 minutos no máximo. Não sabia se era porque ele não queria ficar mais tempo comigo ou porque ele tinha outras coisas para fazer. A verdade é que eu me sentia solitária ali, sentia saudades de mamãe, e qualquer companhia, mesmo a das enfermeiras, já me ajudava.

- Eu acho uma língua muito bonita. –Falei sorrindo e ele concordou com um gesto de cabeça. Nesse momento, o meu médico entrou no quarto.

- Bom dia, Amanda. Como estamos esta manhã? – Ele perguntou enquanto olhava o meu monitor acima da minha cabeça.

- Bem, acho. Não sinto muitas dores, e hoje eu até dei uma volta pelos corredores depois do café da manha.

- Isso é ótimo. Vamos monitora-la só mais um dia, e amanhã você terá alta. –Ele disse. – Por enquanto é só, me chame se precisar de qualquer coisa.

Ouvir a confirmação da minha alta do hospital me fez parar e lembrar de novo da minha situação. Eu havia perdido minha mãe, estava arrasada, destruída. O pensamento de uma vida sem mamãe me fez começar a chorar baixinho.

Tom logo percebeu minhas lágrimas e se aproximou.

-Hey, olha para mim. – Ele falou, me fazendo olhar para o rosto dele. – Não chore, ok? Eu tive uma ideia. Porque nós não almoçamos juntos no restaurante? Podíamos conversar lá.

Enxuguei minhas lágrimas e concordei com a cabeça.

- Ótimo. Agora, eu tenho que dar uma saída para resolver alguns assuntos, mas eu volto na hora do almoço para comermos, ok? – Ele passou a mão pelos meus cabelos. – Até mais, Amanda.

- Tchau. – Eu falei em português mesmo, um pouco distraída, e ele sorriu de leve.

- Tchau. – Ele respondeu em português também, meio desajeitado e com sotaque. Logo depois, foi embora, e lá estava eu de novo, sozinha.

Quando se fica sozinha se tem muito tempo para pensar. E eu não aguentava mais pensar em tristeza, em morte, já não bastava essas ultimas semanas que fiquei aqui chorando pela minha mãe. Todos do hospital pareciam querer me ajudar e me tratavam muito bem. Eu recebia “visitas” das enfermeiras, que as vezes vinham no meu quarto me distrair contando fofocas sobre o hospital.

Escutei alguém batendo na porta e falei para entrarem. Eram duas enfermeiras, moças de uns 30 e poucos anos, que haviam chegado.

- Oi, Mandi. Tudo bom? – A primeira perguntou

- Tudo sim, Maria. Veio me dar meus remédios da manhã? – Eu falei, educadamente. Mamãe me ensinou, desde pequena, que se deve tratar todos com educação, independentemente do que você estava sentindo no momento. Era uma questão de respeito

- Viemos sim, mas não só para isso. – A segunda enfermeira, Sofia, disse e tentou conter um sorriso, mas falhou.

- Ah, o que foi agora? Outro caso de amor entre os médicos do hospital? – Eu perguntei, sorrindo também. Aquelas banalidades e fofocas me distraiam e até me faziam rir.

- Caso de amor sim, mas não dos médicos. – Maria disse. – Da paciente e seu visitante gringo misterioso. Vai, Amanda, quando você vai nos contar quem ele é?

Não pude conter uma risada. Caso de amor? Como eu, a menina mais fechada e introvertida do mundo, poderia amar um completo desconhecido como o Tom? Sim, desconhecido. Eu sabia sobre a vida dele o mesmo tanto que aquelas duas sabiam, e, no momento, esse tanto era zero.

- Meninas, eu já falei para vocês. Nós geralmente só conversamos sobre um filme que esta passando na TV, ou o que eu comi no café da manhã.  Ele só passa aqui por uns 15 minutos e logo depois vai embora. Na verdade, eu acho que ele só quer se certificar que vocês malucas não me mataram com dosagens erradas. – Eu falei a última parte rindo junto com elas.

- Mas você não sabe o que ele esta fazendo aqui, quem ele realmente é, nada? – Sofia perguntou, meio indignada.

Eu refleti por um momento. Era verdade, eu não sabia nada dele, mas não me preocupava com isso. Era apenas bom ter alguém com quem conversar, mesmo que por pouco tempo.

- Não, eu não sei nada e nem quero saber, só vocês mesmo para ficarem obcecadas por um desconhecido qualquer.  – Falei de brincadeira, mas um pensamento me veio a cabeça e eu engoli em seco. – Eu nem sei quem é meu pai, vocês esperam que eu saiba quem é esse tal de Tom...

Novamente, voltei a pensar no meu pai. Eu já havia tentado perguntar para Tom porque ele e o outro cara queriam saber sobre o meu pai, mas ele conseguiu inventar uma desculpa de que estava atrasado e saiu do quarto, me deixando sem respostas, de novo. Eu devo ter ficado visivelmente triste, porque as duas mudaram o assunto rapidamente.

- Bom, ouvimos que ele te convidou para almoçar com ele hoje. – Maria falou.

- Sim, imagina almoçar com um gato daqueles! Eu nem ia pensar na comida, só ia olhar para ele o tempo inteiro. – Sofia disse, fazendo cara de garotinha de colegial apaixonada.

- Só ia olhar mesmo, porque falar que é bom nada. – Maria disse e logo depois sussurrou para mim: - Porque de inglês essa ai não sabe nem dizer qual é o nome dela.

- Não é verdade! Eu sei, olha. – Sofia fez um gesto como se estivesse em um palco e as cortinas tinham acabado de abrir. – Hello gatinho, you are the azeitona of my empadinha.

Eu e Maria não aguentamos e começamos a chorar de rir na hora. Ai, ai, como aquelas duas me faziam rir e esquecer de todos os problemas.

Depois de um tempo elas finalmente fizeram o que elas eram pagas para fazer, que era me medicar. Enquanto Maria checava meu monitor e Sofia escrevia algo em meu prontuário, um pensamento me veio a cabeça.

- Sabe, esse almoço pode ser uma boa coisa. Eu posso exigir dele respostas, ou pelo menos saber mais do assunto “pai”. – Eu disse e elas me olharam. – Mal não pode fazer não é mesmo?

Eu estava morrendo para ter as respostas das milhares de perguntas que tinha para fazer, e estava decidida a consegui-las.

- Então é isso, eu vou conversar sério com ele hoje, e se ele não me der respostas aceitáveis eu vou falar que então não é preciso ele nunca mais me ver. – Disse, decidida. – Ai, seja qual o motivo que o trouxe aqui, será tudo pra nada, porque eu só vou me mexer quando eu tiver respostas.

As meninas ficaram surpresas, mas logo concordaram que eu estava certa. Não dava mais para simplesmente aceitar as coisas, eu queria explicações, e só ia ficar satisfeita quando as conseguisse. Tava na hora de ser forte, Amanda. Esse almoço prometia muitas coisas.


Notas Finais


E então, o que sera que vai ter nesse almoço? Até o proximo cap!


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