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História You Make Me Beautiful - Chapter 24 - Part 2


Escrita por: TheLittleLovato

Notas do Autor


Olha só quem está viva!!
Me desculpem a demora, sei que dessa vez eu demorei demais, mas... eu fiz um capítulo bem grande para compensar yey!
Então, tenho algumas coisas para falar com vocês:
Em primeiro lugar, quero agradecer pela paciência de esperar todo esse tempo. Isso é muito importante para mim, obrigada por serem incríveis assim!
Nesse tempo que fiquei sem postar, comecei a pensar e eu cheguei a conclusão que vou fazer a fic ser mais rápida, já que eu estou ficando sem tempo de postar e escrever todas as histórias; não tem motivo para ficar enrolando, enrolando. Tipo, para vocês não vai fazer tanta diferença, ela vai acabar da mesma forma que eu planejei do inicio, eu só vou tirar algumas histórias paralelas que eu tinha planejado para chegar lá. Só estou avisando porque, talvez essas histórias eu já tinha feito algo ou colocado os personagens parecendo promissores e importantes para o enredo central, então, se chegar no final e o personagem não tiver feito nada importante como pareceu que iria fazer, é por isso. Ele iria fazer quando eu comecei a escrever.
Também queria fazer um pedido... eu comecei uma nova história no wattpad (também não sei como vou arrumar tempo para atualizar todas, mas vou) e ficaria muito feliz se vocês pudessem ler. Essa história é só com a Demi (provavelmente vai ser Dilmer, mas o casal não é o foco) e se passa no futuro, a vida dela com a filha. As duas são as protagonistas da história que vai se passando conforme Destiny, ou Nina, (a filha) vai crescendo e descobrindo coisas sobre sua própria vida e da mãe. Ah, e a Demi é famosa como na vida real e tudo mais. Se vocês estiverem interessados, vou deixar o link nas notas finais!
Acho que falei tudo que tinha que falar... boa leitura, espero que gostem!

Capítulo 26 - Chapter 24 - Part 2


Fanfic / Fanfiction You Make Me Beautiful - Chapter 24 - Part 2

Does he know you're out and I want you so bad? Tonight, you're mine, baby. Does he know that you'll never go back? Does he know?
(Ele sabe que você saiu e eu te quero tanto? Essa noite, você é minha, querida. Ele sabe que você nunca vai voltar? Ele sabe?)
-One Direction, Does he know?


Harry decidiu descer para checar o que ocorrera e logo viu que haviam caído em uma espécie de vala funda o suficiente para fazer as duas rodas da frente afundarem, no entanto, não era larga o suficiente para que o carro se desestabilizasse e caísse. Harry xingou e socou a lataria do veículo e a garota desceu para ver o motivo de tanto alarde.

-Que porra! Não deveria ter uma vala no caminho!

-Isso não é um caminho! Não deveríamos ter saído da estrada, eu sabia!

-Vou ligar para um guincho. – Harry disse voltando a porta do motorista, mas não conseguiu abri-la. Continuou tentando, mas estava trancada. Ele olhou para a ignição e a chave estava lá. – Caralho! Por favor, me diga que seu celular está com você.

-Está na minha mochila. Por que?

-Droga! - Harry xingou novamente vendo as duas mochilas no banco de trás junto a dois sacos gordurosos do Burger King que haviam comprado mais cedo. Ele se amaldiçoou por ter deixado o carro fechado. - Se tiver alguma ideia, agora é uma boa hora para dizer.

Demi resmungou baixo andando de um lado para outro forçando-se a pensar em algo. Tentou visualizar o caminho que percorreram e pensou nos filmes que já vira e que as pessoas ficam, de alguma forma perdidas, e no que elas fizeram que ela poderia fazer também. - Certo... tem um bar, passamos por ele há pouco, não deve estar muito longe. Lá deve ter um telefone... ligamos para um guincho e eles devem ter alguém que abra as portas, quer dizer, as pessoas se trancam do lado de fora dos carros sempre... eles devem ligar para um guincho, certo? Então resolvemos os nossos problemas e vamos para casa antes dessa tempestade começar.

-As pessoas geralmente chamam chaveiros, mas isso pode funcionar. Tem que funcionar. Vamos logo porque essa chuva não vai esperar resolvermos nossos problemas e chegarmos em casa.

Para bem ou mal, a caminhada foi útil para relaxar os dois jovens. Não havia como alimentar a irritação de Harry enquanto ele via a garota murmurando algumas de suas músicas favoritas achando que não estava sendo observada no meio de todo aquele vazio pacifico em que estavam.

À poucos metros de alcançar o bar, começou a cair vários pingos de chuva sobre eles anunciando que esse ritmo só se intensificaria nos próximos minutos. Os dois apostaram uma corrida, sem precisar de palavras, simplesmente correram tentando alcançar o lugar antes do outro e Harry acabou vencendo por pouquíssimos segundos de vantagem.

O local era um típico bar de beira de estrada, com um balcão sujo e alguns bancos ao seu redor. Uma mesa de sinuca, poucas mesas vazias por conta da baixa movimentação do lugar e da chuva, além de um banheiro cujo mal cheiro era possível perceber de longe. Haviam, ao todo, três homens mal-encarados bebendo e jogando além de uma mulher loira de quadril largo por trás do balcão que parecia ter a idade de Dianna e Eddie.

-As crianças estão perdidas? - Perguntou a mesma ao ver os jovens molhados atravessando, de mãos vazias, a porta de entrada.

-De certa forma, estamos. - Respondeu Demi enquanto se aproximavam do balcão.
Aquelas pessoas não pareciam nenhum pouco amigáveis, como se os adolescentes estivessem invadindo seu espaço. Harry sentindo isso, puxou Demetria pela cintura apertando-a contra si em um extinto protetor. Ela não resmungou ou se afastou como faria em qualquer outro momento pois estava assustada com o ambiente e a atitude do mesmo só provava que não era só ela, ele também sentira. Ela não saberia dizer se seu coração disparado e a fraqueza que sentia nas pernas eram causados pelo medo ou pela proximidade com o garoto, ambas as coisas lhe davam esses sintomas.

-Vocês teriam algum telefone que possamos usar?

-Bem ali, fofa. - A mulher indicou um aparelho vermelho pendurado na parede. - 50 Centavos cada minuto.

-Todas as nossas coisas estão trancadas no carro, até a chave, carteira... por isso precisamos fazer a ligação.

-Acho que tenho algo do troco do hambúrguer. - Harry falou procurando em seus bolsos e encontrou um dólar e vinte centavos.

-Vou dar três minutos para vocês. - Disse a mulher mascando seu chiclete tranquilamente como se tivesse acabado de fazer o maior ato de caridade de sua vida.
Harry pegou o telefone e discou um dos números que, felizmente, havia decorado em casos de emergência como o dos bombeiros, polícia, ambulância e da pizzaria perto de sua casa. Ele falou por um tempo no telefone e depois desligou frustrado.

-Eles disseram que estão cheios de chamados e, como estamos muito longe, vai demorar, no mínimo, umas cinco horas para eles chegarem.

-Cinco horas? Harry, não podemos esperar tanto assim! Já é quase noite e amanhã temos aula! - Ela aproximou-se dele para falar: - além disso não quero ficar aqui, esse lugar me apavora.

-Tudo bem, acho que sei o que podemos fazer, mas vamos nos molhar.

-Qualquer coisa que não seja ficar aqui.

-Hey, sabe se estamos perto de Barbtown Gardem? - Harry perguntou para a senhora que começava a pintar as longas e pontudas unhas de vermelho rebu.

-Sim, é umas duas milhas à noroeste.

-Ok, obrigado. - Ele respondeu saindo pela porta de trás que dava para o estacionamento que era umas cinco vezes o lugar em si, mas as vagas ocupadas por caminhões explicavam o motivo. Demi não sabia o que era Barbtown Gardem mas tinha um palpite de que era para lá que Harry a levaria e ela não tinha muitas opções além de aceitar. - Me ajude a encontrar um pé-de-cabra ou algo parecido.

-Um o que? - A garota disse alto tentando sobrepor-se à chuva que havia ficado mais forte enquanto estavam lá dentro. Por sorte, não relampeava, mas os dois ficaram encharcados em pouco tempo.

-Uma barra de ferro ou qualquer coisa do tipo.

-Acho que vou me arrepender por perguntar, mas... por que você precisa disso?

-Para abrir o carro. - Ele deu de ombros mas imaginou que ela não estava entendendo nada e explicou enquanto revistava os cantos do lugar escuro. - funciona nas séries quando as pessoas são estupidas como nós ou querem roubar um carro, elas abrem a porta com isso.

Depois de um tempo vasculhando o local, Harry achou um metal que, segundo ele, serviria.

-Vamos mesmo roubar uma barra de ferro de um bar decadente?

-Não é roubar, eles praticamente jogaram fora e também vamos deixar por ai depois. É melhor irmos logo enquanto ainda temos um pouco de luz.
E não demorou para que eles seguissem de volta pelo mesmo caminho que haviam vindo. Demi abraçava seu próprio corpo com frio, e sua camiseta e shorts molhados não ajudavam em nada, sem contar o barulho de sucção irritante que os ténis de ambos faziam toda vez que pisavam.

-Ah... não! - Demetria exclamou de repente ao se lembrar de algo.

-Que houve? - Perguntou Harry que estava pouco a frente, mas se virou para verificar se ela não havia se machucado, ou coisa do tipo.

- Meus pais. Eles devem estar mortos de preocupação! Eu nem avisei que ia sair... eles devem estar preocupados por eu estar tanto tempo sem dar notícias... eles devem estar pirando! E ainda tem a Rose que...

Ela não parava de falar então Harry fez a única coisa que consegui pensar para cala-la: a beijou. Aliás, era a única coisa que ele pensava há muito tempo.
A garota ficou surpresa, mas se entregou ao beijo sem qualquer tipo de resistência permitindo que ele lhe puxasse pela cintura trazendo-a para perto de si, pela segunda vez naquele dia. Eles se permitiam mostrar naquele beijo, e outros depois, o desejo que sentiam e mascaravam há tanto tempo.

Harry não queria parar de beija-la pois sabia que assim que o fizesse, ela voltaria a odiá-lo, como sempre. E ele realmente não queria deixa-la escapar por entre seus dedos e odiava a ideia de poder perde-la. Talvez ele não devesse ter feito isso... se não tivesse feito, talvez eles até pudessem passar mais tempo juntos, sem brigar.

Mas e se ela quisesse que isso acontecesse? Afinal, havia um motivo para que ela ficasse constantemente irritada com o garoto e ele sabia disso... pelo menos achava que sabia.
Ele sabia que não deveria ficar com ela, ela merecia alguém que lhe desse o que ela precisa: amor, compromisso, casamentos, filhos... enfim, um futuro normal, clichê e feliz. E o que ele poderia oferecer? No máximo, algumas noites de sexo e uma relação conturbada.

-Se você quiser que isso acabe, precisa dizer. - Ele disse lutando contra todos os seus instintos que lhe mandavam calar a boca e voltar a beija-la.

-Como assim?

-Eu quero você. Meu Deus, como eu desejo você! Só que eu sei que você não é esse tipo de garota e, Deus, - ele suspirou puxando seus cabelos levemente em busca de controle.

- Isso só faz com que eu deseje você ainda mais. Eu não costumo me importar com as pessoas, geralmente eu me ponho acima de todos, mas, agora, estou pondo você, porque por algum motivo eu me importo com você... então, se isso não for o que você quer, apenas fale. Tudo isso... seja lá o que for, acaba aqui e eu juro não me intrometer na sua vida mais.

Ela olhava dentro dos olhos esmeraldas e, a cada palavra pronunciada, eles pareciam ficar ainda mais bonitos e brilhantes sob seu rosto molhado.
Aquilo não havia sido uma declaração de amor ou um pedido de casamento, mas ela sabia que, com certeza, havia sido a coisa mais sincera e bonita que já haviam lhe dito e duvidava que outras palavras pudessem lhe encantar tanto quanto essas. Só em pensar na possibilidade de não ter Harry em sua vida fazia seu estômago revirar e um pânico tomar conta de seu corpo.

Então ela se inclinou para cima, fazendo com que seus lábios tocassem os do garoto algumas vezes antes de responder: -Parece que quero que você pare?

Harry ficou surpreso, mas nem um pouco desapontado com a resposta. Não sabia explicar o porquê aquela garota o deixava tão... assim. Ele a ergueu no ar e a girou enquanto ela soltava gargalhadas altas e tentava se segurar nele atrapalhadamente. Ele a pôs no chão de costas para si e a abraçou por trás, envolvendo seus braços em sua cintura sobre os dela.

Ele notava o quanto a respiração dela estava descompassada enquanto ela inclinava a cabeça para trás e ele tomou aquilo como um convite para beijar seu pescoço e, imediatamente, sentiu os arrepios da garota em seus braços.

Foi quando um farol de carro os iluminou por alguns segundos antes de seguir seu trajeto pela estrada. E isso fez com que os dois se lembrassem do motivo de estarem ali.

-O carro. - Disse Demi pondo as mãos sobre suas bochechas que coraram levemente quando o menino a soltou. - Precisamos ir.

Ela começou a caminhar na frente, mas ele a impediu envolvendo seu braço sobre os ombros dela. Só então ela percebeu que não sentia mais tanto frio e que a chuva havia diminuído significativamente.

Eles caminharam em silencio até o carro que estava exatamente do jeito que deixaram, Harry usou a ferramenta improvisada para abrir a porta do veículo que saiu quase ileso... mas nada que uma pintura não resolvesse depois. Ele abriu a porta do passageiro para que Demi entrasse e a primeira coisa que a garota fez foi pegar seu celular em sua mochila. Ao ver que o mesmo estava sem sinal, resmungou baixo.

-O que vamos fazer? Esperar o guincho? Mesmo que ainda sejam cinco horas, vai demorar muito para eles chegarem e mais ainda para a gente chegar em casa.

-Ainda são cinco horas? Deve ter escurecido cedo por causa da chuva... bom, conheço um lugar que podemos ir nos trocar e você pode falar com seus pais.

-Seria o tal Barbtown Gardem?

-Sim.

-O que é isso?

-Você vai ver. - ele disse pisando no acelerador, o carro fez um barulho alto e espirrava lama em tudo ao seu redor, mas mesmo assim não saiu do lugar. - Não custava tentar.

-Tenta dar a ré.

Já que não tinha nada a perder, o jovem fez o que a garota sugeriu. De início, não parecia ter mudanças, mas logo o veículo se mexeu e pouco depois haviam saído da vala.

-Cara, você é um gênio! - Ele disse olhando para ela admirado.

-É o que dizem por aí. - Ela brincou e ele aproximou seus lábios dos dela depositando um beijo. - Nossa, você está gelada. Acho que tenho um casaco na mochila... 

-Não precisa, Harry, vai ficar molhado.

-Eu insisto. - ele disse pondo o casaco sobre os ombros dela.

-Obrigada. - Ela disse lembrando de cenas de filmes românticos quando o mocinho geralmente põe a jaqueta nos ombros da menina... 

Ela não devia estar pensando nisso. Eles não estavam apaixonados... era só um momento. Certo? Eles não seriam um casal como de filmes clichês. Afinal eles eram Harry e Demi, e a probabilidade deles ficarem juntas é tanta quanto de dois mais dois ser três.

-Não tem de que.

Demi ficou calada e pensativa enquanto Harry dirigia. O rádio não estava sintonizado e fazia um barulho irritante obrigando o motorista a desliga-lo. Não demorou muito para que a placa de Barbtown Gardem fosse vista.

Parecia ser um condômino com várias casas iguais, parecia desabitado embora nenhuma das casas parecesse abandonada. Harry dirigiu entre elas e acabaram passando por um grande lago.

-Esse é o Lago Barbtown, e isso tudo costumava ser um jardim. - Ele explicou. - Agora são várias casas de verão onde seus donos vem uma vez por ano para obrigar as famílias a participarem da exclusão do mundo.

-Como assim?

-Aqui não tem sinal de telefone, TV a cabo muito menos internet. A coisa mais eletrônica que costumam ter é a geladeira.

-Hm. - ela mal disse enquanto Harry parava em uma das garagens. A chuva havia voltado com intensidade, mas, pelo menos, eles já tinham um lugar para se abrigar.

-Harry, você tem as chaves? - Demi perguntou ao perceber que o garoto parara na frente na porta e nem mexera na mochila.

-Não... mas nós sempre deixamos... - ele dizia enquanto andava até uma luminária apagada perto de uma janela, então ele abriu-a e tirou, de trás da lâmpada, uma chave a qual mostrou vitorioso. - ... uma cópia aqui.

A casa estava completamente escura. Os jovens acenderam as lanternas de seus celulares e Harry deixou a garota na sala enquanto descia para o porão para ligar a energia de toda casa.

Demi usava a luz de seu celular para olhar a decoração. Era um ambiente rustico muito bem decorado, o chão e as paredes eram de madeira e os moveis escuros. Apesar de ser uma casa de verão, possuía uma bela lareira e sobre ela, alguns porta-retratos.

Em um deles, havia um garotinho loiro de olhos azuis com um sorriso bem familiar, ela poderia jurar que já havia visto aquela foto antes e provavelmente fora na casa da amiga, cuja foto de bebê estava bem ao lado.

As luzes de toda a casa se ascenderam e Demetria continuou a olhar as fotos sem depender agora de seu celular. Em outra fotografia, eles estavam maiores, Harry parecia ter uns sete anos e Camila cinco, eles estavam fazendo uma pose que certamente Anne os obrigara a ficar, mas a pequena Camila tinha a cara emburrada olhando para o irmão que sorria como se tivesse aprontado algo.

No porta-retratos do lado, parecia que a foto tinha sido tirada instantes depois da anterior, Harry segurava Camila em um abraço apertado enquanto dava um beijo na bochecha dela que parecia querer explodir de raiva. Eram umas gracinhas.

-Eu sempre fui lindo, não é? - Harry disse abraçando a garota por trás que se assustou.

-Convencido, isso sim.

-Nha. - Ele resmungou enterrando a cabeça no pescoço dela. A menina se arrepiou com um gesto e involuntariamente tentou se soltar, mas os braços do rapaz eram mais firmes a sua cintura. - Seu perfume é muito bom.

-Eu sei. Por isso eu uso. - Ela brincou e ele riu.

-Nesse dia, eu tinha falado para Camila que o monstro do lago havia comido a boneca dela. - Ele disse apontando para a foto. - Era a primeira vez que tínhamos aqui, isso foi num parquinho que tinha nos fundos... sabe, já que morávamos em apartamento, era aqui que corríamos ao ar livre. Mas aí o cachorro da vizinha achou a boneca que eu tinha escondido e começou a passear com ela na boca. A Camis ficou furiosa.

-Nossa, como você era mal.

-Ainda sou. E antes que você responda, vou te mostrar o banheiro para você tirar essa roupa molhada. - Ela riu pois ambos sabiam muito bem o que ela responderia.
Ele a levou pelo corredor e abriu uma porta se deparando com um quarto simples.

O lugar não era muito grande, tinha dois guarda-roupas também de madeira, um tapete felpudo, uma porta e duas camas, cada uma com uma janela em seu lado que dava para o lado de trás e lateral da casa, também estavam completamente abertas deixando a chuva entrar e molhar tudo que estivesse ao seu alcance. Os jovens correram para fecha-las, mas as camas já estavam completamente encharcadas.

-Droga! A gente deve ter esquecido de fechar quando saímos da última vez. - Ele disse já que o quintal era completamente cercado, de forma que coiotes ou ladrões não conseguissem entrar.

-Aquele é o guarda-roupa de Camila, deve ter algo. No banheiro deve ter as coisas que você vai precisar... vou pegar uma toalha limpa para você.

-Obrigada.

Demi foi até o guarda-roupa indicado e notou que haviam poucas peças ali. Ela procurou pelas que pareciam ter menos cheiro de guardado enquanto Harry procurava toalhas em todos os outros armários da casa.

Demi tomou banho no banheiro da casa e Harry no dos pais. A garota vestiu sua peça de roupa intima que guardava no seu kit de emergência feminina que levava para todos os lugares, por precaução. Em seguida colocou um short de malha azul marinho escuro da amiga e uma regata branca. Queria que Camila tivesse deixado uma calça também, mas a menina só encontrara um casaco de moletom cinza e rosa, que o vestiu pois realmente estava frio. Harry, ao contrário, só usava as calças de seu antigo pijama, os dois se encontraram no corredor enquanto saiam do banheiro e do quarto, respectivamente.

-Está com fome?

-Uhum. Mas eu queria falar com meus pais, aquele telefone que você mencionou?

Harry lhe mostrou o aparelho fixo que, graças a Deus, tinha linha. Ela começou a digitar o número de sua casa, mas parou antes de terminar.

-O que eu devo dizer a eles? Não posso contar o que está acontecendo sem minha mãe ficar nervosa.

-Fala que está com a Camila. Meus pais não estão em casa e ela vai te dar cobertura.

Ela ligou para mãe e disse o que Harry mandou dizer, Dianna acreditou na filha, mas pediu para que se a mesma fosse demorar, dormisse na amiga pois não a queria pegando táxi sozinha naquele horário.

Depois de desligar o telefone, Demi foi até Harry que estava na cozinha. Havia um micro-ondas com luzes acesas e fazendo barulho, o que indicava que estava sendo usado. A sacola de papel engordurada estava em cima da pia, próximo a onde o garoto estava comendo algumas batatas que começavam a murchar, sem perceber a chegada da menina.

-Minha mãe praticamente me mandou dormir na sua casa... com Camila, obvio. Odeio mentir para eles.

-Mas, teoricamente, você não está mentindo. Você só vai fazer o que sua mãe mandou. 

-Achei que só fossemos esperar a chuva diminuir para voltar para casa.

-Não acho que essa chuva vá parar tão cedo. Moramos em Riverton, achei que já teria percebido que o tempo é imprevisível aqui, principalmente as chuvas. - Nesse momento, o timer do micro-ondas soou e o garoto foi tirar os hambúrgueres enquanto continuava falando: - ... mas, se você quiser arriscar e sair dirigindo, à noite em uma autoestrada com pista molhada...

-OK. Você me convenceu. Mas vamos voltar bem cedo amanhã, não quero perder outro tempo de aula por sua culpa.

-Você saiu da aula porque quis! - se defendeu.

-E você ainda me deve as anotações. - Lembrou.

-Tá, mas vamos comer antes.

Os jovens comeram seus hambúrgueres recém aquecidos/jantar usando a lareira como uma espécie de televisão e o único som, além da chuva e crepitar do fogo, era de suas próprias vozes.

Mas, depois que acabaram de comer, cada um foi para uma extremidade do sofá que compartilhavam para fazer coisas individuais. Demetria copiou as anotações do seu parceiro que, embora não fossem tão precisas e detalhadas quanto as dela, notava-se que ele havia se esforçado para faze-las. Por sua vez, Harry estava jogando joguinhos anti-tédio, como o mesmo chamava, em seu celular.

E, depois que a bateria acabou, ele se lembrou do que costumava fazer nas noites de tedio. Seus pais escondiam uma adega no porão. Como não tinha nada para fazer e Demi estava concentrada nos cadernos, ele decidiu ir até lá.

Havia uma estante de ferramentas que, ao ser empurrada para o lado, revelava uma pequena coleção de vinhos de vários tipos. Harry havia encontrado aquele lugar quando tinha cerca de doze anos e, desde então, sempre ia até lá durante as madrugadas e seus pareciam nunca ter notado, mas eles quase não iam até lá.

Ele levou duas taças médias e dois tipos de vinho. Pôs as garrafas na mesa de centro sobre o olhar observador de Demetria, que já tinha posto os cadernos de lado.

-Não bebe? - Questionou ele.

-Não. - Ela respondeu. - Mas quero experimentar.

Então ele encheu as duas taças até a metade e entregou uma a ela. Demetria mexeu o líquido escuro balançando a sua taça enquanto observava Harry tomar o primeiro gole.
Ele levantou a taça, ao perceber que estava sendo observado, como um incentivo. A garota então levou a bebida a boca e tossiu na mesma hora que o líquido azedo desceu por sua garganta. O rapaz deu pancadinhas nas costas dela enquanto ria levemente.

-Isso não é nada agridoce, é só o agri. - Ela resmungou após se recuperar. - Não é como eu me lembrava.

-Você já bebeu? Achei que não fazia isso.

-E não faço. Eu tinha uns oito anos, acho, Lauren e Jake e alguns primos queriam experimentar então pegamos um pouco do resto da garrafa, escondidos é claro, e experimentamos. Era bem mais doce.

-Existem vários sabores diferentes. Depois do terceiro gole melhora, juro.

Demi assentiu com a cabeça e continuou tomando. A conversa tomou um rumo inesperado quando as palavras foram substituídas por contatos físicos. Harry a tinha debaixo de si no sofá enquanto beijava sua boca e, hora ou outra, seu pescoço somente para ouvi-la suspirar em satisfação.

Demi adorou poder deslizar as mãos livremente pelos cabelos e costas do garoto, já que o mesmo ainda estava sem camisa. Seu coração estava disparado e parecia perder o ritmo sempre que observava o olhar de luxuria que o rapaz lhe lançava.

Ele havia acabado dar um leve chupão no pescoço da garota quando a mesma sentiu algo queimar dentro de si. Era um aviso de que estava em seu limite, se ela deixasse aquilo continuar, não iria ter mais volta e ainda não estava pronta para isso.

-Harry... eu queria muito, mas não posso. - Ela disse empurrando levemente os ombros do rapaz.

-Ahn? Oh, ah. - Ele parecia constrangido, só agora havia percebido que fizera o que prometera não fazer: perder seu controle com Demi. Mas é que parecia tão certo... era tão bom. - Ok, eu entendo.

-Desculpa, não queria te decepcionar.

-Não, me desculpa você, não devia ter te pressionado.

-Você não me pressionou, estou aqui porque eu quis. Só não quero fazer algo que vá me arrepender depois e não estou certa disso. - Ela disse e o mesmo assentiu em concordância saindo de cima dela para dar-lhe espaço.

Harry entendeu o que ela queria dizer, ele não deveria ser o cara que tiraria a virgindade de Demi, ele não merecia isso, mas era duro admitir. Não queria imaginar outros tocando sua garota, ao menos pensar que alguém poderia sonhar em tê-la do jeito que ele queria o fazia querer mandar a pessoa para um hospital. E pior que sabia que não tinha o direito de se sentir assim, sua namorada era outra.u


Notas Finais


Sobre a informação, aparentemente louca, de 2+2 não ser 4 sempre, eu coloquei isso porque eu lembrei da minha professora de física que sempre diz que as vezes 2+2 não é 4 (tipo se for soma de vetores com direções opostas...). Então, pode ser que 2+2 seja 0, e pode ser que Darry funcione...

Não sei se já mencionei, acho que não, mas eles moram em Riverton, uma cidade em Wyoming próxima a Seattle(WA). Lá, nessa época do ano que está ocorrendo a história (Julho-Agosto) o clima costuma ser bem inconstante podendo um dia ter sol e no outro uma tempestade horrível.

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Link da minha nova história: https://www.wattpad.com/story/84662712-destiny

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Então... Comentem o que acharam!
Até o próximo capítulo
XOXO


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