História You, me and our two little princesses - Cicatrizes

Leo não conseguia ir dormir por causa da dor que lhe incomodava tanto, então Raph não teve escolha a não ser passar a noite ao seu lado. O vermelho tentava fazer algumas coisas como massagens ou estímulos para ver se algo melhorava, mas não adiantava de nada.

- Ta doendo muito? – Raphael perguntava enquanto massageava a perna de Leo, que estava em cima do seu ombro.

- Sim... – Leo resmungou

- Eu vou pegar um comprimido pra você tá? – ele colocou com cuidado a perna de Leo em cima da cama e deu um beijo em sua cabeça, saiu do seu quarto mas em poucos instantes voltou, trazendo um copo e um comprimido. Primeiro ele deixou Leo sentado em uma posição confortável para que não engasgasse, e depois ele deu o comprimido a ele.

- Tem um gosto ruim – Leo resmungou de novo

- Você tem que tomar um desses toda a noite se quiser ficar bom de novo – Raph virou os olhos. – O quartel ligou. Eu ganhei uma medalha de honra por ter sobrevivido a guerra e por ter servido ao nosso pais, e um troféu por fazer parte da equipe que foi responsável pelo fim da guerra. – ele sorriu enquanto dava as mãos a Leo

- Eu tenho tanto orgulho de você Raphie – Leo deu um beijo nas mãos de Raph – Eu te amo tanto...

- Também te amo bebê – Raph deu um selinho em Leo – E a dor?

- Esta passando – Leo disse

- E ele? – Raphael colocou as mãos na barriga de Leo – Ele esta bem?

- Espero que sim, mas acho que é cedo pra sentir alguma coisa – Leo disse – Temos que contar pra as meninas que elas vão ganhar um irmãozinho...

- Temos que escolher um nome pra ele – Raph disse – Elas não vão chama-lo de “irmãozinho” pra sempre não é? – ele riu

- Eu tinha até me esquecido disso – Leo disse – Agora pode ser uma boa hora.

- Hmm – Raphael começou a pensar – Ah! – ele começou a rir

- O que foi? – Leo disse

- Não é nada – ele continuou rindo

- Fala – Leo disse

- “Capitão Ryan” – ele riu mais alto

- Nossa Raphael... Cresce um pouco – Leo irritou-se um pouco

- O que? Foi engraçado! – ele disse – Imagina só se nosso filho se chamasse “Capitão”?

- Ele iria sofrer bullyng na escola – Leo disse – E eu já deixei de gostar desse programa há muito tempo.

- Sei – ele riu – Sugira você um nome então – Raph disse

- Peter – Leo disse

- É bonito – Raph disse – Soa legal, tipo “Peter Parker”.

- Só Peter, Peter Hamato – Leo acariciou a barriga

- Decidido então, o nome será Peter – Raphael colocou a mão sobre a barriga de Leo – Peter...

- Peter... – Leo imitou a voz de Raph.

- Peter... – Raph começou a rir – Vai ser legal ver você gravido de novo. Espero que... Não aconteça que aconteceu da... Última vez... – Raph virou os olhos tristes.

- Eu imagino como seria se eu não tivesse perdido aquele bebê – Leo disse – Eu não deveria ter ido naquela missão, se eu tivesse ficado, ele... O b-bebê estaria vivo – os olhos do mais velho começaram a lacrimar – A culpa é minha... – Leo sussurrou mais algo, algo que Raph não conseguiu ouvir.

- O que?

- EU NÃO QUERO PASSAR POR ISSO DE NOVO! – Leonardo gritou com toda força.

- Mas a culpa não foi sua, Leo! – Raphael tentava se manter calmo.

- MAS SE ESSE BEBÊ MORRER TAMBÉM?! – Leo não parava de chorar – EU NÃO QUERO PASSAR POR ISSO DE NOVO! Eu... Eu não... Consigo passar por isso... De novo – ele abaixou a cabeça, o que deixou Raphael ainda mais confuso.

- Leo... V... Você esta bem? – Raphael disse colocando a mão no rosto de Leo.

- Sai. – ele tirou a mão de Raph de seu rosto – Vá embora, eu quero ficar sozinho.

- Mas Leo...

- SAI DAQUI AGORA!

Raphael estava assustado. Leonardo tinha mudado de humor tão rapidamente que ele não estava entendendo o que acontecia. Porém, para não forçar algo ruim, ele saiu sem falar nada. Antes de tudo, o vermelho passou no quarto de suas filhas, para se certificar que Leo não tinha acordado elas, estavam dormindo, então ele ligou pra Donnie e explicou o que exatamente tinha acontecido.

Donnie falou que isso ocorreu por causa dos traumas. Parte de Leo estava passando pelos efeitos colaterais de tudo que ele tinha passado, principalmente da parte do estupro, a parte que Leo nunca vai esquecer.

Todas as cicatrizes estavam ali para lembrar a Leo de tudo o que ele tinha passado, ele fora usado como um brinquedo por algo que veio de um laboratório, seu corpo carrega marcas de algo que ele não desejaria a ninguém. Às vezes, Leonardo desejava ser como uma de suas filhas, puro e inocente, alguém que não queria se preocupar com nada, mas mesmo que desejasse tanto, isso era algo que ele nunca iria alcançar.

Raphael ainda tentava entender o que passava na cabeça de Leo, mas mesmo que quisesse, ele nunca iria conseguir, ele nunca irá saber como é passar pelo que Leo passou, ele nunca vai saber como é ter seu corpo usado pra algo tão doente e ele nunca vai saber como é o amor de ter um filho em sua barriga.

Aquele bebê não era para nascer, aquele bebê era pra ser ruim e para servir ao Shredder, mas ele não será, ele agora é um Hamato, Peter Hamato.

Donatello pediu para que Raph desse um sedativo a Leonardo, e que o levasse pra sua casa, onde Leo iria levar soros e ficar sobre observações, Raphael fez o que Donnie pediu, e teve de dar o sedativo a força, pois Leo não queria olhar para Raph. Ele levou Leo e suas filhas para casa de Donnie e foi recomendado que ele passasse a semana lá.

Venus e Mona estavam tristes, mesmo que não demostrassem o tempo todo, elas sentiam falta de ficar brincando na sala de estar com seus pais, Raph deixou Leonardo de lado um pouco e brincou um pouco com suas filhas, para ao menos tentar focar sua mente em algo que também lhe fazia feliz, aquelas garotinhas que apareceram como um milagre em sua vida, aquelas que faziam Raphael feliz, aquelas que Raphael sentia chutar pela barriga de Leo nos preciosos tempos da primeira gravidez.

Aquelas que mudaram sua vida de um modo inexplicavelmente bom.