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História You. Me. Bed. Now. - Insubstituível


Escrita por: WoundedBeast

Notas do Autor


Olá, você que acompanha essa fanfic.

No capítulo de hoje, Emma volta a ter uma rotina como mãe; Emma e Neal refletem sobre escolhas; Regina chega em Santa Barbara definitivamente.

Boa leitura.

Capítulo 27 - Insubstituível


Emma





Ter de ficar longe da Regina nesses últimos dias tem sido a tarefa mais difícil, embora seja por uma boa razão. Mamãe vem se recuperando e logo vai enfrentar uma cirurgia de risco. Voltei a ser mãe do Henry em tempo integral e sabe que essa é uma maneira bem divertida de matar a saudade dele? Porque é assim que me imagino daqui a alguns anos, já estabelecida em Santa Barbara, cuidando de um bar, do meu relacionamento com a Warmed e da minha mãe. Penso que para tudo isso, vamos precisar de uma casa nova, não é mesmo? Uma casa onde moramos hoje é pequena demais para quatro pessoas. Tanto que quando Regina está aqui, dormimos juntas no sofá.

Levar o Henry todos os dias na escola, terapia e ajuda-lo em suas rotinas me dá uma sensação de futuro maravilhosa. Mas eu desanimo ao lembrar que isso vai demorar mais do que eu estou planejando. Assim que mamãe ficar bem, preciso voltar para Los Angeles. A propósito, como o meu vulcãozinho deve estar se virando sem mim no set de filmagens? Bom, acho que bem pelas coisas que ela diz...

— Oh sim, meu amor, houve grandes mudanças na escala do filme. Acho que se você souber, vai ficar doida! — Diz ela na chamada de celular.

— E por que não posso saber o que tem acontecido? Você está me escondendo algo, Regina?

— Claro que não, eu só não quero que fique ansiosa.

— Ansiosa?! Espera, do que está falando?

— Amor, olha, eu não posso falar, ? É confidencial. Quando você voltarexplico. Só saiba que está tudo bem, que está dando tudo certo. Mamãe esteve aqui, ela ficou em casa por uns dias.

— Hum... Tudo bem, então. Eu só espero que a senhora não esteja tentando mentir pra mim, Regina Warmed. Você vai apanhar tanto daquele Nacho que...

— Mamãe! — Henry interrompe. — Estamos ficando atrasados para a escola.

— Ah, é verdade, querido. Eu já vou. Quer mandar um beijo pra Regina?

Ele se aproxima do telefone e acena.

— Oi, Braquiossauro!

— Oi, T-Rex! — Regina sorri pra ele.

— Você deixa a mamãe Emma vir comigo um pouco, é que ela tem que me levar para a escola. Nós levamos dez minutos para chegar e eu não posso me atrasar.

Henry era um garoto muito preocupado com horários, isso em decorrência da sua condição. Do jeito como ele falava não tinha como Regina recusar aquele pedido.

 É claro que eu deixo! Boa aula! Nos falamos depois, amorzão. — Ela manda um beijo para nós dois e desliga.

Ajudo Henry com a mochila e lancheira e ele me entrega as chaves do carro.

— Muito bem, senhor T-Rex! Vamos indo antes que acabe nosso tempo.

A partir do momento em que Neal assumiu o papel de pai na vida do Henry, as visitas dele a minha casa são constantes. Ele não é o cara desleixado que aparentava antigamente, pelo menos não é o que enxergo agora, anos após ele ser preso e eu ir para Los Angeles. A prisão o deixou mais maduro, diga-se de passagem. Neal se arrepende das coisas que fez, de ter escolhido o tráfico de drogas, de ter sido preso e ter perdido o nascimento do filho, mas como não pode voltar atrás com uma máquina do tempo, ele escolheu continuar com o que tem para agora. Eu vejo o esforço que ele faz para agradar Henry, ser um bom pai e bom homem. As coisas têm dado certo na vida dele, progressivamente. E se você me pergunta se ainda tenho algo por ele? Não, eu não tenho sentimentos pelo Neal. Ele é apenas o pai do meu filho e sou grata por ele ter entendido que não somos mais um casal há muito tempo.

Paro para pensar que se não fosse pelo Neal, eu acabaria sabendo do mal-estar da minha mãe de uma maneira bem desagradável e meu filho estaria sozinho. Isso me deixa aflita, pois entendo que preciso estar por perto. Mamãe é uma mulher com problemas cardíacos e pode ficar doente a qualquer momento. Quantos riscos ainda irei tomar antes de coisa pior acontecer?

No fim do dia, depois de fazer uma visita a mamãe no hospital, busco Henry na escola e o levo para conhecer o bar que compramos e está sendo reformado. Neal aproveitou a proximidade do trabalho e veio ver o filho para brincar algumas horas com ele antes de terminar o turno. As coisas estão ficando bem interessantes no futuro pub que Regina e eu empreendemos. A obra começou no dia seguinte que demos o sinal em dinheiro. O chefe do Neal mandou reformar os banheiros, tirar alguns móveis e trocar o que estava apodrecendo nos forros. Não vamos esquecer que ele pediu que fosse feita uma pintura nova nas paredes para dar um ar mais feminino ao lugar, já que seremos nós as donas. 

Neal e Henry descem o píer para brincar na areia e depois que o menino fica tempo o suficiente concentrado em fazer um grande castelinho de conchas e areia, Neal o deixa quietinho como o ensinei a fazer quando Henry estava empenhado em terminar alguma coisa. Ele sobe até onde estou e para ao meu lado, se apoiando na cerca de madeira para olhar o filho.

— Já sei...  pensando na Regina. — Ele fala em tom brincalhão.

— Tá tão na cara assim?

— Se eu estivesse apaixonado por ela, eu não ia conseguir pensar em outra coisa também. Como estão as gravações do filme?

— Ela me disse que está tudo ótimo, mas que aconteceu algo que não posso saber por enquanto. Odeio mistérios.

— E por que ela faria mistério com você?

— Se eu a conheço, ela teve alguma ideia e a colocou em prática. Regina adora me surpreender. Só espero que ela não tenha se prejudicado.

— Sabe o que eu penso? Que ela é louca por você e o que quer que esteja fazendo lá é pensando em como vai vir para cá mais rápido. Ter botado ela para aceitar o papel do filme não foi lá uma grande ideia.

— A verdade é que se não tivéssemos aceitado o papel dela no filme, não estaríamos com parte desse bar comprado e provavelmente ela também estaria aqui comigo agora. Nós duas estamos cansadas de ter os nossos planos frustrados. Foram alguns anos trabalhando de vender o corpo, passando por insegurança e medo das coisas darem errado. Quando elas começaram a dar muito certo, a gente achou que poderia começar tudo de novo de um jeito diferente, de um jeito que não nos cobrasse tanto das nossas vidas como é a ideia do bar. Só queremos viver tranquilas, longe da loucura que é Los Angeles e aquele meio da pornografia.

— Você tem razão. É uma maneira de preservar o Henry também. Se a Regina concorda, por que não?

— E a Regina concorda comigo. Tê-la conhecido foi a aventura mais impressionante da minha vida. Não me arrependo, por outro lado...

— Por outro lado? — Neal espera eu terminar.

— Se eu não tivesse me tornado uma garota de programa, eu jamais teria cruzado o meu caminho com o dela.

— Não tem uma história que diz que escolhas são escolhas, por mais erradas que elas sejam? Uma escolha malfeita vai te levar a um caminho e você deve tirar proveito dele da mesma maneira que tiraria se fosse o da escolha certa. — A sabedoria do Neal me surpreende.

Olho para ele e arregalo os olhos, começando a rir.

— Caramba! Isso tudo aí foram os anos na prisão?

Ele ri, dá uma olhada na direção do Henry que está terminando de decorar a torre do castelo e então me diz:

— Foi a minha escolha errada. Eu escolhi continuar vendendo drogas, fui preso e lá dentro me restava ouvir os meus colegas de cela, os caras que andavam no pátio da prisão arrumando brigas, os que não queriam arrumar encrenca, os que falavam espanhol, os que estavam ali pelos motivos mais cruéis e mais torpes. Eu entendi que cada um tinha uma história e que podia aprender com essas histórias. Foi então que cheguei a essa conclusão. Sempre que fazemos uma escolha, certa ou boa, ela gera consequências, e a solução para aceitar isso é tirando proveito.

— Genial! Isso quer dizer que a consequência de ter me tornado garota de programa foi uma parceira, uma amiga e namorada/noiva. Acho que eu abracei mesmo a minha consequência.

— Nunca pensei que fosse ver você de novo, ainda por cima estando noiva de uma mulher. Quando foi que descobriu que era lésbica?

— Ah, Neal, essa coisa da sexualidade é muito ampla. Se eu for te dizer o que eu sou, eu na realidade sou bissexual, mas atualmente meu único interesse é na Regina. Não pretendo mudar de parceira, de me separar dela, de apenas curtir o fato da gente se entender como um casal. A Regina pra mim é algo insubstituível, a única pessoa no mundo que me fez pensar que ainda valia a pena gostar pra valer de alguém.

— Que bonito ouvir você falando assim! Acho que ela pensa desse mesmo modo.

Henry termina o castelo de areia e olha na nossa direção acenando todo feliz.




Enfim, mamãe passou pela cirurgia da aorta, depois que seus exames sinalizaram positivo para o procedimento. Felizmente, tudo ia bem na recuperação, mamãe já respondia ao tratamento, eu a visitava todos os dias e ao que tudo indicava, Mary teria alta o mais breve possível devido sua grande capacidade de cicatrização. Enquanto isso, mais de quinze dias tinham se passado e eu já me sentia acostumada demais a rotina de estar em Santa Barbara cuidando do Henry e da minha mãe consequentemente. Não queria dizer a Regina como eu não tinha a mínima vontade de voltar para L.A. se não fosse para ficar perto dela e percebendo minha insatisfação toda vez que lembrava que precisaria voltar, mamãe me deu seus conselhos de uma velha senhora experiente.

— Emma, por que essa cara? — Ela pergunta enquanto olho pela janela, sentada no sofá do quarto. Eu estava esperando ela terminar sua refeição lendo uma revista, mas nada no mundo me deixava concentrada.

— Porque estou pensando muito.

— Pensando em quê?

— Que quando você tiver alta, eu vou precisar voltar a Los Angeles. Sinto falta da Regina, mas não sinto falta de estar em L.A.

— Isso é verdade?

— Muito. Quinze dias aqui cuidando de vocês já me bastaram para ter certeza de que quero ficar. Mas como vou contar isso a Regina?

— Contando. Nada de inventar desculpas para adiar seu retorno. Vocês podem se ver de tempos em tempos.

— Acontece que eu prometi que estaria com ela no set de filmagens enquanto gravasse o filme. Quinze dias se passaram e eu ainda não voltei. Ela não deve estar gostando de ficar sozinha.

— E o que foi que ela te disse quando você perguntou como ela está da última vez?

Paro e penso. Lembro que Regina tem um segredo do que anda acontecendo em casa, mas aparenta estar incrivelmente bem e isso me assusta.

— Por incrível que pareça ela está bem sem mim, pelo menos aparenta. Alguma coisa aconteceu e ela não quer me contar. No fundo é isso que está me matando.

— Será que aconteceu mesmo alguma coisa? Tenho um pressentimento bom.

Olho na direção de mamãe com curiosidade.

— Como assim?

— Talvez ela queira fazer uma surpresa.

— É, já pensei nisso também.

— Só espero não me assustar com essa tal surpresa, eu prometo que mato a Warmed!

Mamãe ri com cuidado para não sentir dores na cirurgia.

— A Regina não esconderia algo à toa. Converse com ela sobre querer ficar, quem sabe ela não entregue o que está tentando fazer?

É, mamãe tinha um pouco de razão. Mas, por mais que eu tentasse descobrir o que a minha noiva estava planejando sem mim, mais a coisa ficava misteriosa. 

Mamãe finalmente teve alta e com ela em casa, meu trabalho tinha dobrado. Eu falava com Regina todos os dias, mas naquela manhã bendita, algo tinha saído errado e ela não respondeu a minha chamada. Um pouco aflita, pensei em esperar, mas na verdade eu estava apavorada com a possibilidade dela ter perdido aquele telefone. Neal e Henry estavam brincando no jardim da casa, mamãe estava fazendo seu crochê no sofá da sala enquanto assistia a TV e eu fui preparar o café da manhã, fazendo torradas em formato de dinossauro para o garoto. Como ele gostava desse tipo de brincadeira com a comida. Mas, bem, eu não conseguia tirar Regina e o que quer que pudesse ter acontecido da cabeça. Olhava o celular a cada minuto esperando uma mensagem dela e nada. Eu estava com um mal-estar tão grande que meu estômago embrulhou na hora.

Até que na hora de chamar todos para a mesa ouvi um barulho de carro parando na frente da casa. Henry começou a rir, eu reconhecia aquela gargalhada. Parecia que Neal tinha falado alguma coisa com alguém e mais vozes estavam conversando entre si. Uma confusão começou. Fui andando até a porta da sala.

— Você está ouvindo esse barulho todo, mãe?

— Um carro parou aí na porta. — Mamãe se limita a olhar para a janela.

Abro a porta da sala e meu peito está disparado. Você acredita que na verdade, aquela confusão toda era a Regina que tinha acabado de chegar de surpresa? Sim!! Era ela! Dou de cara com a minha noiva segurando Henry no colo e uma mochila nas costas. Uma das minhas mochilas por sinal. Dou um berro!

— AHHHHH!!! — Ponho as mãos na boca, ela põe Henry no chão e abre os braços. Meu Deus, que alívio!

A gente se abraça e vou do inferno ao céu em segundos. A danada estava vindo para cá e não me disse nada para que fosse surpresa.

— Hum, é bom te ver de novo! Senti sua falta. — Ela diz, espremida por mim.

Solto dela brevemente e a olho da cabeça aos pés. morrendo de vontade de rir, ao mesmo tempo de apertar o pescoço dela.

— Sua malvada! Como teve coragem de me deixar sem notícias?! Eu quase tive um treco!!! Ora, sua...

Todo mundo está rindo da minha reação. Ah, agora eu vi que a Cora, minha sogra está ali, ela veio também. Mas está com duas malas nas mãos. O Neal do outro lado veio com mais duas. Que porra é essa? Pra que tanta bagagem?

— Eu queria que fosse surpresa. — Ela diz com os olhos cheios d’água de quem parecia muito feliz, mas acho que tem mais história nisso. — Oi, Mary! Como você está?

Mamãe acena e se mostra feliz com a bagunça, apesar de parecer mesmo uma bagunça de pessoas e malas. Cora acena para ela da porta.

— Bem, Regina, estou bem! Como vai, Cora?

A mãe da Regina deixa uma das bagagens no chão e me cumprimenta.

— Ah, olá, Mary e Emma. Onde posso deixar essas malas? Estão pesadas!

— O que significa isso? — Pergunto, vendo as bagagens no chão.

Regina respira fundo, Henry está segurando a mão dela e é mais rápido do que ela espera para me contar a notícia:

— Regina veio para ficar, mamãe! Ela vai ficar com a gente para sempre!

Não dá pra dizer exatamente o que estou sentindo quando Henry me revela. Eu só sei que não sinto minhas pernas e minha visão está escurecendo. Acho que vou desmaiar!



Alguns minutos depois ou menos que isso, acordo no sofá com todo mundo me olhando e suspirando de alívio. tudo embaçado e eu me sentei lentamente. Regina está sentada ao meu lado, ela colocou minha cabeça em seu colo e só então começo a perceber que eu realmente desmaiei com o susto.

— Amor, consegue me ver?

—  vendo todo mundo. O que foi que aconteceu? — Pergunto, ainda assustada.

— Você desmaiou, Emma. — Mamãe diz. Ela traz consigo um copo d’água e Regina me entrega para beber.

— Ah, foi? Eu desmaiei?

— Ela ainda está confusa, pessoal. — Neal diz ao lado do Henry que se pendurou no apoio do sofá.

— É porque ela ainda não acredita que as Braquiossauros finalmente vão ficar juntas para sempre. — Meu filho completa.

Regina me ajuda com a água e espera eu terminar.

— Foi apenas um susto. Terra chamando coração, terra chamando coração!

— Já  bem! Já  legal! — Me sento de vez e olho para Regina. — A culpa é sua! Quase me matou de susto!

— Calma, eu posso explicar. É que se eu te avisasse perderia toda a graça.

— Afinal, o que você andou fazendo?

— Mexendo os pauzinhos para vir em definitivo para cá. Agora sim eu posso dizer que estamos juntas em Santa Barbara em definitivo. — Regina olha para mamãe. — Se a senhora permitir, não é, Mary?

Minha mãe franze o rosto.

— E eu posso proibir vocês duas de algo? É claro que você pode ficar aqui, Regina.

Volto a fitar Regina.

— Então, o filme e o trabalho como modelo... Você acabou com tudo?

— É, Emma, acabei com tudo. É uma história um pouco comprida. Vou contar como fiz tudo nos últimos dez dias, mas antes será que tem alguma coisa pra comer? Eu  morrendo de fome! — Regina fala aquilo de um jeito tão engraçado que Henry volta a gargalhar.

Eu ainda não estou acreditando no que acabei de ouvir. Mas vou confessar uma coisa. Seja lá o que Regina tenha feito para vir em definitivo para cá, que bom que foi assim.


Notas Finais


Na sequência vamos ver como Regina terminou os ciclos de Los Angeles. Será que deu muito trabalho ou pena? Muito obrigada você que chegou até aqui, é por sua causa que me dá muito gosto escrever essas e outras estórias. Nós vemos o mais breve possível. Fiquem bem!


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