História You Rock My World (em correção) - A Mensagem

- Você sumiu e ele me trouxe até aqui... E se quer saber se transamos, não, nós não fizemos nada!- Gritei tão alto que até mesmo nossos vizinhos podiam ter escutado.- Apenas fiquei chorando porque lembrei de meus pais. Coisa que não faço muito.- Desta vez minha voz soou como um sussurro baixo e melancólico.
- Uh, então o que é esse beijo ali de fora?- Mary estava realmente me irritanto, e para não começarmos uma guerra, resolvi sair de perto da mesma, e ignorar seus palpites idiotas.
Me deitei no sofá, onde pude sentir o doce aroma do perfume de Michael preso no sofá. Hoje estou um pouco cabisbaixa por causa da conversa que tivemos na noite anterior. Acabei lembrando de memórias que a muito tempo não me recordava, memórias que fiz questão de apaga-las do meu coração, mas que voltaram a tona com Michael. Me levantei e sem falar nada com Mary sai de casa para andar um pouco.
A rua estava menos movimentada do que o normal, mas carros passavam ao meu lado e pessoas cruzavam meu caminho sem rumo. Precisava repor minhas energias e esquecer novamente tudo aquilo de ruim. Antes de sair de casa havia pegado em minha bolsa um pouco de dinheiro caso eu necessitasse, por isso resolvi ir até uma livraria ali perto, para ver as novidades e talvez comprar um bom livro. Adentrei o local e começei a observar cada livro, seu gênero, capa, páginas, histórias... Aquilo sim me cativava mais do que qualquer coisa, era o meu verdadeiro refúgio desde a infância, era o que me fazia esquecer de todos os meus problemas.
Olhei no relógio e vi que já fazia uma hora que estava naquela livraria e até agora não tinha escolhido um livro para comprar, por isso resolvi sair de lá pois nenhum tinha realmente me agradado. Já voltando para casa, vejo um carro nada familiar parado em frente ao meu prédio, mas não me preocupei muito pois não eramos as únicas moradoras dali, e os outros assim como nós tinham o direito de receber visitas. Subi para o andar do meu apartamento e ao abrir a porta me deparei com Mary beijando um homem à qual deduzi ser Paul. Ele estava sentado no sofá e ela em seu colo, não me assustei com a cena, apenas me constrangi um pouco. Segui para meu quarto para não atrapalhar o casal, que sem se importarem com minha presença continuaram com seus beijos.
Me deitei em minha cama e peguei meu celular, coisa que não fazia desde que Michael me devolveu o mesmo. Ao destravar meu celular, vi que algo não estava normal ali, havia um lembrete com uma mensagem, o abri e conferi a mensagem. "Annie me ligue, quero conversar mais com você, meu número já está salvo em sua lista de contatos.PS: Suas fotos da galeria de imagens, são simplesmente lindas. Beijos, Michael". Como ele descobriu minha senha ? Como ele teve coragem de ver minhas fotos e me contar isso ? Essas eram as perguntas que estavam na minha cabeça agora, olhei em minha lista de contatos e lá encontrei o número dele como ele havia dito, mas antes de ligar para ele, conferi minhas fotos, não havia nenhuma imprópia ou nada assim, apenas estava olhando para ver se ele não encontrou alguma foto que podesse usa-la para me emplicar, coisa que ele adorava fazer, mas ainda bem que tinha apagado as fotos que não me agradavam. Liguei para Michael e sem demora logo ele me atendeu.
- Michael como descobriu minha senha ?
- Oi para você também... Eu vi você destravando seu celular no meu carro, só isso.- Ele ria do outro lado da linha.
- O que você quer ?- Disse séria, não estava para brincadeirinhas.
- Conversar com você.
- Eu não gosto de conversar por telefone, me desculpe.
- Ei, onde posso te ver ?
- Boate !?
- Ok, te espero lá, tchau.
-Michael hoje eu...- Ele desligou não permitindo que eu acabasse minha frase.- Droga, eu não quero ir até a boate.- Tentei ligar para Michael novamente mas com tentativa falha.
Não queria ir pra boate de forma alguma, já que hoje é meu dia de folga. Escutei Mary se despedindo daquele homem e entrando em seu quarto. Já eu fiquei deitada em minha cama pensando se ia ou não ver Michael, e foi com esses meus pensamentos que adormeci. Mas logo acordei com o som alto e Mary cantando e gritando pela casa, obviamente ela deveria estar limpando a casa.
Fui até ela com os olhos cansados e esfregando os mesmos para despertar meu sono, ela limpava o chão e gritava ao meu ouvido.
- Quantas horas são.- Me joguei no sofá e ela parou para me observar.
- Oito e meia.- Arregalei os olhos me supreendendo com o quanto de tempo dormi.
- Uau.- Mary se sentou ao meu lado.- Amiga, o Michael quer me ver na boate, será que eu vou !?
- Na boate ? Sério ?- Sua voz e seu rosto trazia uma mensagem de indignação, eu fiz careta ao perceber.- Não você não vai. O cara quer te encontrar na boate Annie. Se ele quer você podia ser em outro lugar.
- Foi o que pensei, e eu também estou de folga e não quero ir lá.
- Ah, e o Paul vai vir aqui hoje, vou fazer um jantar.
- Tudo bem, eu como fora.
- Nada disso, você vai ficar aqui também, quero que conheça ele, eu já contei pra ele quem eu sou e estamos pensando em namorar, e vou sair de vez daquele inferno que chamamos de boate.- Me levantei e fui em direção ao banheiro, iria tomar um banho.
- Boa sorte pra você então.
   Depois do meu banho fui para meu quarto me trocar, vestindo uma calça jeans clara com pequenos rasgos pela perna, uma blusa comprida azul e um sapato de salto preto. Mary estava preparando o jantar, então fui ajuda-la, iriamos preparar pizza. Eu cortava alguns tomates, e Mary estava no chuveiro quando a campanhia toca, e eu fui atende-la pensando ser Paul.
- Olá.- Abri a porta e vi Michael bem na minha frente.- Ah, oi Michael.
- Por que não foi até a boate ?- Disse passeando seu olhar por todo o meu corpo.
- Porque eu não quis.- Revirei os olhos e o fitei com desdém.
- Vai sair ?- Ele pegou em minha mão e começou a massagear a mesma.
- Não, Mary vai trazer o namorado dela aqui… quer entrar e... comer com a gente ?- Ele pensou um pouco e afirmou com a cabeça, eu o puxei pelo braço para dentro do apartamento.
   Fui até o quarto de Mary, que estava indecisa com que roupa usar, falei sobre Michael estar lá e a ajudei com sua roupa. Voltei a cozinha e começei o meu trabalho novamente. Logo a campanhia tocou mais uma vez, mas desta vez era Paul, o comprimentei e lhe aprensentei Michael, que em poucos minutos começaram a conversar como velhos amigos. Eles cochichavam algumas coisas, olhando para mim e Mary, Michael ficou sério com algo que Paul disse mas logo voltaram a conversar normalmente. Estranhei um pouco com esse jeito que olhavam para nós e cochichavam, mas acabei deixando minha paranóias de lado e continuando com o jantar.
   Colocamos dois discos de pizza para assar, enquanto isso nos sentamos junto a Michael e Paul e começamos a conversar. Depois de pronta nos sentamos e fomos comer, Michael deu um pouco de dinheiro para Paul que foi até um supermercado comprar algumas bebidas. Quando ele voltou, ele tinha em mãos duas garrafas de licor e uma de vodka, abrimos as mesmas e começamos com nossa "festa".
  Estavamos bebendo um pouco mais do que deviamos, Mary foi para o apartamento de Paul, mesmo tendo bebido e sabendo que era errado dirigir álcoolizado, Paul era o mais sóbrio de todos. Eu e Michael ficamos em meu apartamento bebendo e conversando.
- Você é muito linda sabia Annie.- Ele estava sentado ao meu lado no sofá com o corpo virado para meu lado. Ele pegou uma mecha de meu cabelo e começou a enrola-la com a ponta dos dedos.
- Você já me disse isso, idiota.- Sorri, e depois bocejei de sono.
- Já quer ir dormir ?- Acenti com a cabeça e me levantei.
- Vem, você vai se deitar comigo.- O puxei, e aponhando em seu braço seguimos para o quarto.
   Ele me deitou na cama e tirou meu sapato, e eu tirei meus brincos meu sono estava tão profundo por causa da bebida que me esqueci até mesmo de colocar meu pijama. Falei para Michael onde se encontravam os cobertores, ele pegou dois deles e me cobriu, e se deitou a meu lado também se cobrindo. Ele envolveu sua mãos pela minha cintura, e assim dormimos o resto da noite.

   No dia seguinte acordei com Michael ainda dormindo ao meu lado. O abraçei, lhe fazendo despertar e me corresponder.
- Bom dia.- Ele cochichou ao meu ouvido.
- Bom dia.
   O convidei para o café da manhã, e ele claro aceitou. Depois voltamos ao meu quarto e lá ficamos conversando e trocando alguns carinhos.
- Agora você está preparada para me dizer o que seu pai fez de errado.- Novamente ele veio com esse assunto que não me agradava nem um pouco.
- Ele era um traficante, tá bom pra você !?- Ele se espantou, e começou a encarar o nada como se estivesse pensando em algo muito importante.
- Sinto muito por você.
- Não sinta.- Ele se levantou e andou em direção a porta
- Onde você vai ?
- Beber um pouco de água, okay !?
- Sim, okay.
   Quando ele saiu do quarto percebi que seu celular estava ao meu lado. O peguei e vi que estava desbloqueado.- já que antes de sair do quarto ele o havia pegado e desbloqueado a senha do mesmo.- Tinha algumas mensagens a serem lidas, nas não tive coragem de abri-las. Mas um contato dele me chamou mais atenção, estava escrito Paul, com a seguinte mensagem: "Mike, hoje vou na casa da Annie, arruma alguma desculpa e aparece lá, está tudo dando certo, você sabe o que, não posso decepcionar seu irmão... Muito menos você pode decepciona-lo". Neste momento meus olhos se umideceram, meu coração despalou e meu olhar congelou naquela mensagem e a resposta de Michael: " Tudo bem eu vou sim."
   Como Paul me conhecia ? Se Michael tinha um irmão, por que disse que era filho único para mim ? O que estava dando certo? Essas e mais mil perguntas surgiram em minha mente, pelo pouquissimo tempo que conheci Michael, lhe dei muita confiança e acabei me enganando. Me sentindo uma trouxa por ter permitido ele entrar em minha vida, me levantei deixando seu celular no mesmo lugar que estava e fui até a cozinha fingindo não saber de nada, onde ele estava a beber sua água.
- Michael, você pode ir embora por favor ?- Cruzei os braços e o encarei sério.- Sabe, preciso limpar esta bagunça e vou pra boate hoje.- Agora fazia careta ao olhar para ele.
- Tudo bem eu vou, só vou pegar minhas coisas.- Ele foi até o quarto e voltou com suas coisas em mãos.- Será que posso te ver novamente ?
- É, talvez, mas fique sabendo que estou muito ocupada essa semana.- Abri a porta dando passagem para sua saída e logo a bati com o máximo de força podsível.- Tchau, e por favor não volte tão cedo.- Gritei através da porta mas sem respostas dele.
   Furiosa e triste fui até meu quarto e desesperadamente começei a chorar, agora temia Michael e Paul, e temia mais ainda ter um final como o de meus pais.