Point´s of View´s: Narradora.
Eles dois agonizavam. Um sentindo a dor do outro. Choravam gritava, clamavam por ajuda seja de quem fosse. Niall gritava por Zayn, enquanto Zayn gritava por Niall. A dor era tão grande, era tão agonizante que estava se tornando insuportável para ambos. Nem um deles estava mais agüentando. Eles só queriam um ao outro, por que será que é tão difícil? Uma coisa tão simples! Tão normal.
As enfermeiras que estavam no plantão da madrugada já estavam no quarto de Niall, tentando -em vão- acordar o menino, ou imobilizá-lo de algum modo e lhe dá um calmante, mas como dito, tudo era em vão. Ele não respondia, não acordava e nem parava de se debater e gritar por Zayn. Elas não sabiam mais o que fazer. De repente ele parou, simplesmente parou, mas o que era pra ser uma coisa boa se tornou uma tragédia. Ele não tinha pulsação.
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Trisha não sabia mais o que fazer. Seu filho convulsionava em sua cama, gritava e chorava, queimava em febre. Por Deus. O que ela faria? Seu corpo todo tremia, sua cabeça girava. Ele estava perdendo seu Sunshine. E da mesma forma que o surto começou ele para. Seu desespero aumentou ao perceber que Zayn mal respirava sua pulsação diminuía até não ser mais sentida.
Trisha estava perdida.
Seu filho estava morrendo. Ele estava a deixando. Rapidamente começou a fazer massagem cardíaca no filho.
- M-meu Deus – ela estava perdida.
Continuou fazendo a massagem cardíaca junto com a respiração boca a boca. Ele não respondia. Ele não respondia.
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- Um, dois, três. Afasta – o médico mais uma vez pressionou os dois aparelhos sobre o tórax do garoto sem vida sobre a maca, fazendo seu pequeno corpo subir e descer rapidamente. O estridente som do monitor cardíaco indicava que aquilo não estava funcionando. O garoto estava morrendo.
Os médicos já estavam desistindo.
- Aumente a potência – o senhor de meia idade gritou. E mais uma vez pressionou o aparelho sobre o tórax do garoto. Seria a última tentativa a agonia durava já quase um minuto - Vamos lá Niall – o corpo do garoto subiu e se chocou contra a maca. Todos choravam e olhavam apreensivos pro monitor.
“pi...pi...pi...pi...pi”
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Trisha precisava ligar pra emergência, mas não podia deixar seu menininho morrer. Ela tentava, tentava e tentava e ele não respondia. Ela chorava e pedia a Deus pra não levar seu filho.
- Z-zayn – seu coração estava despedaçado. Ela não perderia seu menino. Fez mais uma sessão de massagem cardíaca e outra respiração boca a boca. Afastou e iria começar novamente a massagem cardíaca, mas parou quando viu o peito do filho subir e descer tranquilamente. Ela não o perderia.
- O meu Deus – ela deitou ao lado do filho e se pôs a chorar mais ainda, mas agora de alívio. Acolheu seu pequeno em seus braços e escutou ele dá um longo suspiro. Ele –agora- estava bem. Passou seus braços ao redor da mãe e voltou a dormir. Trisha não sabia se chorava, sorria ou ficava preocupada.
Uma grande duvida rondava sua cabeça: O que levou Zayn a ter uma parada cardíaca?
Pensou, pensou e pensou, mas nada lhe veio à cabeça. Levaria Zayn para fazer exames assim que o sol estivesse aparecendo – coisa que não faltava muito a acontecer.
Mal sabia ela que o motivo que levou seu filho a quase morte não poderia ser detectado em exames. É uma coisa, além disso, além de qualquer coisa.
É amor.
Além disso.
A dor de se perder o amor de sua vida.
Ou era nisso que Zayn acreditava ter acontecido.
E como sabemos a dor de amor é uma, se não a maior dor que alguém pode sentir. Podendo romper quaisquer barreira: física; científica e espiritual.
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Horas antes na casa dos Styles.
Louis olhava seu pequeno – não tão pequeno assim – cacheado dormir com a cabeça recostada em seu peito. Ele não estava conseguindo dormir por dois motivos: Zayn e seu pai.
Zayn por estar passando por aquilo novamente. Por sofrer por amor. Não por motivos de traição ou qualquer outro coisa do tipo, mas sim por que o amor da sua vida morreu, se foi, o deixou, não por que quis – se é que se pode querer morrer e “poff”, morre-se -, mas pela morte que o levou assim, do nada - apesar de já estar doente-. Por Deus ele nem se quer queria imaginar a dor que seu amigo estava sentindo. Ele nem se quer queria chegar a cogitar a idéia de se imaginar no lugar de Zayn. Ele não suportaria perder seu Curly. Apenas com a idéia lhe passando na cabeça ele puxou mais ainda o corpo do namorado contra o seu sentindo o cheiro doce de chocolate de seus cabelos. Como ele amava aquele cacheado. Amava tudo nele. Lembrou-se de quando se viram pela primeira vez ainda com seis pra sete anos no primeiro dia da escola. Louis achou o ser de cachinhos o garoto mais lindo que virá em toda sua curta vida. Da primeira vez que se falaram, que não foi uma coisa muito normal. Na verdade foi mais por conta de um esbarrão logo na entrada da escola. Onde Louis soltou um “Oops” e Harry por ser educado disse um “Hi”. Desde então não pararam mais de se falar, conheceram Zayn e Josh nesse mesmo dia e se tornaram amigos. Sorriu ao lembrar-se também de quando tinha doze anos e começou a sentir coisas estranhas perto do cacheado que só foi descobrir o que eram com quinze anos, quando ocorreu o primeiro beijo do casal. O que ele sentia era amor.
E seu pai que era um grande filho da puta lhe estava preocupando por um simples –não tão simples assim- assunto: sua sexualidade. Mark – o filho da puta- Tomlinson, com seus trabalhos nada limpos lhe ligou por esses dias, perguntando como estava e suas irmãs. Como ele poderia ficar feliz com isso! Mas foi totalmente o contrario. Quando o assunto: namoradA, veio ao rumo. Mark não sabia que o filho era gay, e nem passava por sua cabeça, já que: um Tomlinson honra o nome lhe dado. Louis gelou, se desesperou mais ainda quando escutou a frase: irei chegar ai no próximo final de semana e quero conhecer minha nora. Ele poderia rir se a situação não fosse tão desesperadora. Como ele iria falar pro pai que não gostava de garotas, e que está com um garoto - por sinal, muito lindo-. Tomlinson estava desesperado, desesperado era pouco na verdade. Ele não ariscaria colocar a vida de seu amor em risco sabendo o que o pai é. Conversou com Jay que ficou tão desesperada quanto o pobre garoto dos olhos azuis. O que fariam? Jay abomina o ex-marido, o odeia com todas as forças, mas sabia que se o proibisse de ver seus filhos seria muito, muito pior, muito pior seria se Mark soubesse que o filho é gay. E por mais difícil que tenha sido, Jay pediu pro filho não contar nada, inventar qualquer desculpa, ou dizer que terminou com a namoradA, menos falar a verdade.
Passou horas a fio pensando no que faria. Pensou, pensou e pensou mais um pouco e nada. A única coisa que ele faria: não ariscaria a vida de seu príncipe, isso nunca. Seus profundos pensamentos foram interrompidos por uma voz extremamente rouca chamando seu nome.
- Lou? – sentiu o garoto se mexer.
- Baby.
- Está tudo bem? – o cachedo olhou nos olhos azuis de Louis.
- Está – e confirmou: Louis mente muito mal.
- Não conseguiu dormir? – o castanho confirmou, não sabendo como o cacheado sabia disso, já que estava dormindo.
- Eu te amo – o cacheado sorriu com a declaração do outro.
- Eu também te amo – colou os lábios em um selinho demorado.
- Vamos dormir, amanhã tem aula e ainda vamos ver o Zayn antes de ir – Harry concordou já voltando à posição em que estava se agarrando mais ainda a Louis.
Os dois não tardaram a dormir.
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Zac estava disposto a falar com Zayn e, ele faria o que fosse pra isso. Iria à escola e se ele não estivesse lá iria até a casa dos Malik´s. ele pediria perdão, ficaria de joelhos, beijarias os pés de Zayn, se esse pedisse, mas ele iria o escutar. Ele precisava de Zayn novamente. Precisava ter Zayn como seu e de mais ninguém.
Escutou uma conversa de Louis, Harry e Josh dizendo que ele está muito abalado pela perda do doentinho. Coisa que o deixou ainda mais confiante, não que ele achasse que Zayn gostasse mais do doentinho do que dele. Zayn o ama - na cabeça dele, é claro-. E ainda tinha mais uma vantagem agora: Quel estava muito próxima de Devine, não que ele gostasse, ele odiava de verdade, mas poderia tirar proveito disso, por mais que lhe doesse na consciência usar sua irmã pra isso, mas ele usaria se fosse preciso pra descobrir coisas que lhe ajudariam com Malik.
Suspirou mais uma vez e rolou na cama. Ele estava ansioso. Muito ansioso. E se Zayn não fosse à escola? E se ele não estivesse em casa? Ele precisava falar com Zayn o quanto antes. Precisava que sua vida voltasse ao que era quando estava com o garoto de olhos castanhos. Precisava sentir os lábios dele novamente; precisava escutar sua voz dele dizendo seu nome; senti seus abraços; ele precisava de, Zayn.
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Pov Zayn
- Zayn? – escutei minha mãe chamar ao longe, mas o sono estava tão pesado que não levantaria da cama hoje, talvez nunca mais – Zayn acorda, vamos ao hospital – e foi como um “clik”. Será que foi tudo um sonho?
- Hm? – abri meus olhos e dei de cara com minha mãe já pronta e com a feição preocupada.
- Levanta agora, por favor – ela foi até a janela defronte a minha cama e abriu as cortinas fazendo o clarão do sol adentrar o quarto.
- Vamos ao hospital? – a esperança de que tudo aquilo fosse apenas um sonho fazia meu corpo vibrar.
- Fazer exames, você me assustou essa madrugada – olhou-me e vi seus olhos marejados. E assim que ela disse isso meu coração voltou a ser esmagado. Era real.
E mais um dia que eu acordo pra viver sem motivos começou, mais um dia fatídico, sem cor e extremamente doloroso, chato, sem graça, tedioso e completamente forçado pelo simples fato de que eu simplesmente não posso fechar os olhos e morrer, ou hibernar, ou algo do tipo. Vida de merda.
- O que aconteceu, mãe? – sentei na cama e esfreguei as têmporas. Será um longo, loooongo dia, mais um maldito dia.
- Você... hum, você... – ela se embolou e me olhou e suspirou – Você teve uma parada cardíaca, Zayn.
- Hãn? – a olhei assustado e imensamente magoado “por que eu ainda estou vivo?” – MÃE.
- Foi isso, Zayn você teve uma parada cardíaca e... E... Mas você voltou e... – ela um longo suspiro – Vamos. Levante e tome um banho, estou te esperando na sala – não falou mais nada, e nem me deu essa oportunidade. Saiu do quarto rápido e me deixou com a cara de idiota.
Eu quase morri?!
Poderia ter morrido de vez, seria melhor, não só pra mim, mas pra todos, pro Harry, Louis, Josh e minha mãe. Posso parecer um covarde filho da mãe por preferi morrer ao enfrentar essa merda toda, mas que seja. Eu sou um covarde filho da mãe.
Levantei da cama e fui pro banheiro. Despi-me e vislumbre meu corpo um tanto quanto acabado. Estou muito mais magro que de costume, pálido e com olheiras profundas, meu cabelo está um bagunça, mas bagunçado e os cabelos de Harry quando acorda. Passei as mãos no rosto e suspirei. Eu queria que isso tudo fosse um sonho, ou uma pegadinha de mau gosto, ou qualquer coisa, menos isso, ele morto, e eu morrendo a cada misero segundo sem ele comigo.
Acordar. Dizer que estar tudo bem. Escutar que vai ficar tudo bem. Comer. Depois não comer. Novamente dizer que estar tudo bem, e dormir o resto do dia. Assim meus dias ótimos se seguem, na verdade, se arrastam. Harry me disse outro dia que era pra eu mudar de vida, não pude evitar rir, gargalhar até chorar. Ele me chamou de retardado sem coração – coisa que não deixa de ser verdade-. Mas não pude me conter. Ele falou como se eu pudesse ir ao um supermercado e compra uma vida linda e novinha em folha, jogar a minha merda de vida em uma lata de lixo e, assim ser feliz pra sempre. Acho que nem se isso existisse, eu trocaria minha vida, não mesmo, eu posso sofrer o resto da minha vida, mas eu vou lembrar-me dele pelo resto dela também. Lembrarei dos seus sorrisos; dos seus olhos; da sua voz; dos seus lábios nos meus, lembrarei dele por completo.
Terminei de me banhar e troquei de roupa. Colocando qualquer uma que vi na frente, pouco me importando se eu estava parecendo um sem teto. Isso pouco me importava. Quando desci, encontrei minha mãe na sala já a minha espera.
Saímos de casa ainda bem cedo assim, chegamos ao hospital bem cedo também. Fiz dezenas de exames. Entrei em várias maquinas macabra. Fui furado por agulhas diversas vezes, e respondi bilhões de perguntas, as quais apenas eram respondias com “uhum” ou manear de cabeça. Agora estou a esperar os resultados de alguns exames, sentado em uma cadeira desconfortável no 15° andar. O corredor está silencioso, poucas pessoas passam por eles.
Eu poderia ir pra casa, ou ficar na recepção, mas entre ficar em casa olhando pro nada e, ficar na recepção escutando uma tia falar e pensar que está morrendo por estar com gases, eu prefiro ficar aqui, em um corredor vazio e silencioso lembrando-me do Niall.
- Não, Marta – abri meus olhos e passei as mãos no cabelo. Minha mente estar a me pregar peças agora. Ótimo. Fechei os olhos novamente e suspirei. Parecia tão real.
- Mas eu não/ - senti uma mão no me ombro e abri os olhos.
- Zayn – minha mãe me chamou.
- Mãe, eu... Eu escutei a voz dele – levantei da cadeira e comecei a andar pro lugar de onde vinha a voz.
- Zayn, n-não tem voz alguma.
- Que saco – eu escutei a voz dele novamente.
- Mãe... É. É ele – meus olhos arregalaram-se, era de fato ele. Pensei em começar a correr pelos corredores daquele hospital, mas minha mãe me segurou.
- Zayn, para agora, não têm voz, ele não está aqui, ele está morto – ela segurou em meus ombros e me balançou. Ela parecia tensa e olhava pros lados.
- Eu. Não. Estou. Louco – a olhei nos olhos – E-eu escutei a voz dele – ela não disse nada no largou meus ombros e me puxou até o elevador. Minhas mãos foram pros meus cabelos. Eu escutei a voz dele. – Mãe?
- Vá pra casa e durma, Zayn – Ela me dá um beijo e me faz entrar no elevador – Pra. Casa - ela diz pausadamente e, a única coisa que me resta é obedecê-la. Aperto o botão do térreo e as portas se fecham.
Meus olhos ficam fixos na parede de metal do elevador, e eu só tenho uma certeza: eu escutei a voz do Niall. Eu posso estar ficando maluco, mas eu não me importo se a loucura me fizer escutar a aquela voz tão linda mais vezes, sou capaz de comemorar se isso acontecer.
Já são 14hrs36 da tarde e estou caminhando pra casa depois de sair do ônibus. A voz dele não saia da minha cabeça. Parecia tão real, não parecia uma coisa inventada pelo meu cérebro que não aceita a sua perda.
Os três há essa hora já devem ter saído da escola e devem estar vindo pra minha casa, tentar me animar ou algo do tipo. Viro a esquina e já vejo a minha casa e não vejo à hora de poder entrar nela e me enterrar nos meus edredons e ficar lá por tempo indeterminado. Abaixo a cabeça e começo a chutar uma pedrinha. Chego à frente de casa, pego a chave e não perco tempo em entrar. Tiro meus coturnos e vou até o começo da escada, já na intenção de subi-la, mas sou interrompido pelo irritante som da campainha. Bufo e vou atender a porta.
- Har/. Você? – aperto a maçaneta com força e pisco diversas vezes. Aquilo só pode ser brincadeira.
- Hãn... Zayn, eu – ele coça a nuca e tenta sorrir – Vir te ver – balanço a cabeça e sorrio sarcástico.
- Já viu. Agora sai e deixa em paz Zac – meu corpo estava travado. Ele me olhou e seus olhos me suplicavam algo que eu não sabia o que era.
- Por favor, Zayn, eu só quero. Droga – ele passa as mãos no rosto e me olha profundamente – Eu preciso disso pra conseguir viver – de repente sinto braços ao meu redor em um abraço apertado e que eu tanto conhecia. Não consegui corresponder, nem raciocinar direito eu estava conseguindo. Minha respiração parou, meu corpo começou a tremer e minha visão estava turva. – Desculpa pelo que eu te fiz passar, por te bater, por fazer o que fiz com você, não era eu, eu estava doente, eu... Eu te amo Zayn, eu nunca faria aquilo com você se tivesse em sã consciência, eu só quero aquilo novamente, eu só te quero pra mim, quero poder te beijar e te abraçar, poder conversar com você, ver você sorrir das minhas idiotices. Eu preciso de você Zayn, me perdoa, por favor – eu só queria sumir dali. Evaporar. Um flash de tudo o que ele me fez passou em minha mente; as juras de amor; os sorrisos sinceros; as brigas; a bebida; os cigarros; as ressacas; espancamentos; palavrões; gritos, tudo. As lágrimas desciam em meu rosto. Meus braços ao lado do meu corpo sem corresponder o abraço, minhas pernas fracas e meu cérebro derretendo.
- Eu sinto muito por isso, eu sou um idiota, sinto pelo que chegou a acontecer com a gente, eu queria poder voltar atrás e me deixado acreditar que estava doente, assim teria evitado toda merda que eu fiz – ele também chorava.
- M-me larga, p-por favor – minha voz saiu embargada – Zac.
- Volta pra mim, Zayn – seus braços saíram de minha cintura e por pouco meus joelhos não fraquejaram – Eu mudei – fechei os olhos tentando controlar minha respiração. Senti seus dedos limparem as lágrimas que rolavam sem cessar.
- V-vai embora – abri os olha e pude ver tristeza nos seus que me fitavam profundamente.
- Eu sou um idiota mesmo – ele dá dois passos pra trás e sorri forçado – Eu ainda acredito que você vai me perdoar que, ainda vai voltar pra mim, mas eu não quero aceitar que isso nunca vai acontecer – ele limpa com brutalidade a lágrima que teima em rolar – Desculpa Zayn – ele se aproxima novamente me fazendo assustar. Olha-me fixamente nos olhos e da um beijo demorado em minha testa – Eu sempre irei te amar – confesso que senti algo estranho, talvez compaixão, afinal, agora eu o entendo, saber que não se pode ter o amor de quem se ama.
- Z-Zac – merda – Eu só preciso de tempo pra pensar e-em tudo isso. Talvez eu possa te perdoar, preste atenção, eu disse: talvez – e um sorriso com uma pitada de decepção surge em seus lábios, porém não deixando seu sorriso menos bonito.
- Leve o tempo que quiser, não, não leve muito tempo – agora um verdadeiro sorriso surge em seus lábios e por um segundo eu vejo o Zac que eu namorei – Você sabe que eu não gosto muito de esperar – sempre petulante.
- Vai – agora mais calmo e tremendo menos, minha voz saiu firme.
- Estou indo – ele tenta se aproximar novamente, mas eu o impeço.
- Nada mudou, e nada vai mudar Zac, eu tenho e sempre vou ter medo de você, depois de tudo o que você me fez – ele sorri melancolicamente e vira de costas pra porta, desce o dois degraus da pequena varanda e começa a caminhar pela calçada. Fecho a porta e me encosto a ela – Que grande merda.
Subo pro meu quarto e tomo um longo banho, tanto pra tirar o fedor insuportável do hospital quanto o cheiro do perfume forte do Zac do meu corpo. Assim que termino o banho visto uma boxer azul marinho e me jogo na cama.
Não consigo parar de pensar que a probabilidade de eu estar ficando louco é bem alta e, é mais provável que nunca, por que convenhamos escutar a voz de uma pessoa que estar morta não é nada, nada normal, a não ser se eu for uma espécie de humano com poderes místicos de escutar vozes, ou se a pessoa está viva, coisa que é impossível, já que Niall está morto.
Suspiro sôfrego e me encolho ainda mais na cama. Acho que meu estoque de sono acabou, por que eu não consigo mais dormir. Minha mente vagueia, entre: Niall, Niall, Niall e mais Niall. Eu estou perdido.
Sento na cama e fico olhando pela janela. Olho ao redor do quarto e suspiro outra vez. Eu o queria aqui comigo agora, queria poder tê-lo novamente e... ARGH que ódio.
Vou até o guarda roupas e abro a gaveta tirando de lá um maço de cigarros e o isqueiro e volto pra cama. Ascendo um e trago profundamente deixando a fumaça ir para meus pulmões e a nicotina invadir meu corpo. Fecho os olhos aproveitando a sensação que por mais que eu saiba que é estupidamente errada e que eu posso-me foder feio com isso, me deixo levar.
Meu corpo relaxa e por alguns minutos eu esqueço meus inúmeros problemas. Mas logo a sensação passa e eu ascendo outro, e outro e mais outro. As benditas lágrimas que jurei que já tinham secado rolam por meu rosto como se fosse há alguns dias atrás quando me falaram que ele morreu. Minha cabeça lateja e eu só queria que tudo parasse.
Os soluços são altos e gritos esganiçados. Levanto da cama, mas meus joelhos me traem me fazendo ir ao chão. Eu odeio isso tudo. Uma raiva me sobe e jogo tudo que vejo sobre o criado-mudo no chão, pouco me importando se vão ou não quebrar. Parece que a raiva só aumenta a droga da angustia parece me sufocar e, a dor me matar da maneira mais tortuosa. A saudade faz meus olhos transbordarem lágrimas e mais lágrimas. Minha mente faz questão de me torturar mais ainda trazendo flashes de Niall e me fazem entrar em desespero por saber que aquilo tudo não passa de ilusão.
- Eu preciso de você Niall.
Encosto-me a parede abraçando meus joelhos. A porra da dor não passa, e não, nunca vai passar só piora a cada maldito dia, a cada porra de hora, a cada mísero segundo. Minha vontade e de me jogar de um prédio e antes de morrer espatifado no chão poder ver o rosto do Niall uma última vez em pensamento ou ir até o banheiro tomar todos os remédios e ter uma overdose, me corta até cada gota de sangue sair do meu corpo. Eu só quero que a dor pare. Minhas mãos vão para meus cabelos os puxando como se aquilo fosse parar ou ajudar a sumir com a dor. As lágrimas não me permitem enxergar com exatidão, mas escutei perfeitamente quando a porta do meu quarto foi aberta e dois vultos correram até mim.
- Oh meu Deus, Zayn – a voz rouca me despertou do meu martírio e o dono dela me abraçou. Se é que era possível chorei ainda mais.
- Meu Deus – o outro vulto era Louis que também me abraçou.
Nada foi dito, afinal, nada que eles tentassem falar serviria pra tirar toda a minha dor. Senti outro par de braços me rodeando e pela força, com certeza é Devine. Sei que deve estar sendo difícil pra eles me verem assim, que deve ser insuportável me ver chorando e não poder fazer absolutamente nada pra me ajudar. Mas nada se compara ao quanto está sendo difícil pra eu acordar todos os dias sabendo que não o verei, NUNCA. MAIS.
Não sei se foram segundos, minutos ou horas que passamos ali: no chão do meu quarto, abraçados, e eu fazendo a única coisa que me restava; chorar. Dois pares de braços se foram e apenas Harry continuou comigo.
- Vamos pra cama, Zayn – não foi uma pergunta e sim uma ordem, já que poucos segundos depois meu corpo já estava sendo levantado do chão e sendo colocado sobre a superfície plana e fofinha do meu colchão. Meus olhos não se abriram por um só segundo desde quando eles chegaram, eu não queria abri-los e me deparar com feições preocupadas, olhos e narizes vermelhos, ou sorriso falsos de que vai ficar tudo bem, por que não está nada bem e, nunca mais vai ficar tudo bem.
Meu corpo exausto em todos os aspectos estava se rendendo ao sono. Aos poucos os sons de soluços foram sumindo e ficando cada vez mais longe.
- Ele não vai agüentar muito Louis, o Zayn vai acabar se matando – foi à última coisa que escutei antes de cair no sono.
Pov Niall.
Acordei com vários fios pelo meu tórax, e a porra de um barulho irritante de um monitor cardíaco. Minha cabeça parecia que iria explodir e meu corpo parecia pesar uma tonelada. Quando abri meus e acostumei com a claridade percebi que não estava no meu novo quarto. Ótimo, estou morrendo.
Olhei ao redor do quarto estranho e vi uma enfermeira passar pela porta e sorri forçadamente. Que vontade de voar no pescoço dela e fazer ela engolir a pena que ela está sentindo por mim.
- Bom dia Niall – ótimo sua fingida, não ver que estou ótimo?!
- Vamos lá, te dou uma chance de me fazer um comprimento descente.
- Hãn? – santa ignorância.
- Meu dia não está, e nem vai ficar bem querida, eu não sei onde estou, tenho câncer correndo nas veias e, você vem me dizer com esse sorrisinho falso um: Bom dia Niall – ela me olha chocada, ótimo ela tem sentimentos – Quero Trisha, agora – fecho os olhos e escuto a porta bater.
Tento voltar a dormir, mas o barulho do monitor cardíaco não deixa. O “pi, pi, pi, pi, pi” incessante está prestes a me deixar louco. A porta é aberta, mas a voz de Marta que quebra o silêncio do quarto.
- Oi Nialler? – abro os olhos e a olho – De mau humor? – concordo.
- Onde está Trisha? – falo ríspido, mas ela parece não dar à mínima.
- Ocupada – ela me ajuda a sentar na cama.
- Que horas são? O que eu estou fazendo aqui? – ela sorri e dá um beijo na minha bochecha.
- Meio dia e meia. E você está aqui por que teve uma parada respiratória, então acharam melhor te colocar sobre monitoramento – mais uma pra minha extensa lista de paradas cardíacas.
- Ótimo, quando vou pro meu quarto?
- Agora mesmo – tiro a coberta azul do meu corpo e percebo agora que estou com aquela roupa ridícula e desconfortável do hospital. Que grande merda.
- Estamos onde? – coloco minhas pernas pra fora da cama e a olho.
- Décimo quinto. – bufo – E você, ira pro seu quarto de cadeira de rodar.
- NÃO MARTA – meio que sem querer eu grito. Já falei o quando odeio aqui?!
- Não grite – ela me olha reprovadora.
- Mas eu não – ela me olha reprovadora novamente e baixo o tom de voz – Quero ir naquilo.
- Consegue andar Niall? – ela me olha sínica – Eu respondo. Não você não consegue.
- QUE SACO – bufo e desisto.
- Niall – ela bufou.
Eu tentei a convencer, implorei, fiz chantagem emocional, mas nada adiantou, eu tive que usar aquela coisa, que nada mais é do que um sinal que você está morrendo. Os corredores estavam vazios e silenciosos. O único som que se podia escutar eram os dos passos de Marta e um barulho irritante que saia da cadeira de rodas. Entramos no elevador e logo já estávamos no 20° andar. Lá estava mais “animado”, crianças caminhavam pelo corredor, enfermeiras com narizes vermelhos de palhaço, faziam brincadeiras, a gargalhada dos pequenos me fazia sorrir, era sem duvidas, contagiante.
Marta parou a cadeira em frente à porta azul claro, destrancou-a e nos levou pra dentro do quarto. Ajudou-me a deitar na cama e colocou novamente os fios do monitor cardíaco, e o “pi, pi, pi, pi, pi, pi” começou. Teria que ficar com aquilo agora, Mark disse que seria melhor, mas pra mim seria mais um martírio. Depois de tudo pronto ela deu um beijo me minha testa e saiu do quarto me deixando sozinho. Alguns minutos depois uma enfermeira que eu não conhecia entrou no quarto com algo pra eu empurrar goela a baixo. E assim fiz. Quando terminei de comer ela saiu levando a bandeja.
Fiquei olhando pro teto por vários minutos, afinal, não tinha outra coisa pra fazer mesmo. Tentei dormir, mas não conseguia, o sono não vinha e eu já estava cheio de ficar dentro daquele quarto. Apertei o botão vermelho que agora ficava embutido na cama como se fosse um pequeno controle remoto. Alguns instantes depois Trisha apareceu na porta com uma feição preocupada.
- Oi Niall – sentou ao meu lado da cama e beijou minha testa.
- Enfim veio me ver – fiz bico – Quero ir ao banheiro – ela assentiu e me ajudou a ir ao banheiro. Tivemos que fazer uma missão quase impossível, já que eu não podia tirar os fios do meu tórax ou em segundos os médicos estariam aqui. O monitor cardíaco estava em uma espécie de suporte com rodinhas, o que deixou as coisas menos complicadas. Tive que entrar com aquilo no banheiro e fazer o que tinha de fazer lá. Aproveitei pra escovar os dentes e molhar o rosto. Abri a porta e ela estava lá ainda.
- Como se sente?
- Preciso mesmo responder? – sentei na cama e coloquei o treco ao lado da cama, aquele barulho me deixaria maluco.
- Não, não precisa – ela passou as mãos no rosto e olhou-me profundamente – Me falaram do ocorrido na madrugada de hoje – seus olhos marejaram.
- Mais uma! – sorri melancólico – Trisha, o que você e minha mãe estão escondendo de mim? – seus olhos arregalaram – Por que você entrou chorando no meu quarto e me pedindo desculpas? Eu não sou idiota a ponto de não ver que tem algo acontecendo.
- N-não está acontecendo nada Niall – ela desviou seu olhar do meu. Parecia incomodada – Eu estava me desculpando pelo Zayn, só isso – ela enxugou algumas lágrimas que escorria por suas bochechas – Eu sei q-que você está sofrendo pelo que aconteceu – eu tentei ser forte, lutar contra a imensa vontade de chorar, mas não funcionou, eu já chorava baixinho – Você não merece isso, você é um garoto lindo que está passando por essa dificuldade, mas nada justifica o que está acontecendo, o que estão fazendo você passar – ela falava olhando pras mãos, enquanto eu estava tentando entender o porquê dela estar falando aquilo.
- Viu Trisha, isso n-não tem sentido algum. O que está acontecendo? Eu não agüento mais isso. Por que vocês não falam logo a verdade? Seja lá qual for ela! Eu estou morrendo a cada dia. Já não basta esse sofrimento? Não, já que as pessoas que eu mais amo mentiram e estão mentindo pra mim. O Zayn, você e minha mãe – ela soluçava e eu não estava diferente.
Pov Trisha.
Ver Zayn e Niall sofrendo está sendo uma tortura imensa pra mim. Vê-los chorando me quebra aos poucos. Eu não irei agüentar isso por muito tempo. Tenho que dar um jeito, ou perderei os dois de uma só vez.
Assim que cheguei ao hospital e soube que o Niall também teve uma parada cardiorrespiratória eu não pude deixar de ficar assustada, aquilo só podia ser uma coincidência, não tinha outra explicação pra quilo. E pra piorar a situação, Zayn escutou a voz do Niall no corredor do 15° andar. Era ele sim. Mas tive que ser forte e dizer que não tinha voz alguma, e para todos os efeitos, não tinha voz alguma. Meu filho deve achar que está ficando louco e eu, de mãos atadas sem poder fazer nada. E agora Niall está desconfiando de algo e, conhecendo como eu o conheço, ele vai insistir até que eu conte algo.
- Eu já disse Niall, não está acontecendo nada. Eu só estou abalada, só isso. – enxuguei inúmeras lágrimas que molhavam seu rosto e deitei ao seu lado o acolhendo em meus braços o deixando chorar o quanto quisesse, era o mínimo que eu poderia fazer.
- E-eu o amo t-tanto, mãe – falou se aconchegando mais ainda em mim. Fechei os olhos impedindo que mais lágrimas viessem à tona. Eu sou um monstro. – Está sendo insuportável f-ficar sem ele todo esse t-tempo.
Seus ombros tremiam pelo choro e soluços saiam esganiçados de sua boca. Seus dedinhos, agarrados a minha roupa de trabalho já estavam brancos pela força que ele impunha pra se agarrar a mim. Estava sendo doloroso vê-lo assim.
Hoje eu vi os exames dele, e pra minha alegria ele teve uma pequena melhora, isso não quer dizer que ele vai se curar de uma hora pra outra, ainda a riscos, muitos, eu diria, mas qualquer melhora é uma vitória pra ele.
Olhei pra ele e o vi dormindo com a cabeça recostada sobre meu peito. Seu rosto ainda úmido pelo choro. Com cuidado sai da cama e o ajeitei sobre ela, o colocando da maneira mais confortável. Sai do quarto e caminhei até o elevador. Irei pegar os exames de Zayn e ver o que pode ter causado aquilo.
- Então, Trisha, seu filho estar ótimo, tudo normal, nada alterado. Eu não sei o que pode ter levado ele a ter uma parada cardíaca – quando vi os exames e não pude acreditar, ela está ótimo. Então levei os exames ao Doutor Peter e, ele também confirma isso.
- Okay, Doutor – ainda assustada peguei os exames e os coloquei na bolsa. Já iria pra casa, não estava me sentindo bem e Marta iria cobrir o restante de meu plantão.
Fiquei ainda mais preocupada quando recebi uma ligação de Harry dizendo que encontrou Zayn em um estado deplorável em casa, mas que agora já estava dormindo, falou também que achou cigarros no quarto, o que me quebrou por dentro. De novo não.
Já eram sete da noite quando cheguei a casa. Louis, Harry e Josh estavam lá, pareciam preocupados.
- Como ele estar? – coloquei minha bolsa no sofá. Harry me olhou e pude ver o quanto ele estava mal.
- Ainda dormindo – sua voz estava embargada. Ele voltou a colocar a cabeça no ombro de Louis que, o abraçou e beijou sua testa.
- Estamos com medo tia – foi à vez de Josh mostrar o quão preocupado estava. Harry soluçou e Louis chorava baixinho.
O que eu faria?
- Se vocês quiserem ir, já podem – sentei ao lado de Harry.
- Eu não vou deixar ele – Josh falou baixinho.
- Harry não vai querer sair daqui, e nem eu, então ficaremos aqui – Louis falou olhando pra Harry que parecia um bebê em seu colo.
- Okay garotos. E obrigado por estarem com ele nesse momento, apesar de vocês já terem passado por isso uma vez – eles me olharam assustados – Sim, eu sei do Zac.
- Foi difícil, mas dessa vez eu estou com muito de perdê-lo tia – Harry disse melancólico.
- Eu sei – suspirei passando as mãos no rosto. – Vou preparar algo pra comermos. Se quiserem tomar banho, as roupas de vocês estão no guarda roupas dele – como eles estão aqui com freqüência, principalmente Harry, já tem roupas de todos aqui em casa, eu não me importo com isso, afinal eles são amigos e se não fosse eles eu não sei o que seria do meu filho.
Fui pra cozinha preparar o jantar e eles ficaram na sala. O silêncio predominava em todos os cômodos da casa, chegava a ser assustador. Minha mente borbulhava, eu não estava machucando só a mim, meu filho e Niall nessa mentira toda, estava machucando também os três. Sai de meus pensamentos quando senti o cheiro de queimado.
- Droga – desliguei o registro de gás e tirei a panela de cima do fogão levando-a pra pia. Adeus frango.
- Tudo bem ai? – Louis entrou na cozinha assustado.
- Vamos pedir pizza, o jantar queimou – encostei-me bancada da pia passando as mãos no cabelo.
- Tome um banho enquanto eu peço, a senhora está cansada – veio até mim e abraço-me apertado. Dei um beijo em sua testa e sai da cozinha indo pro meu quarto.
Eu estou exaltas, em todos os aspectos.
Pov Josh.
Eu não estava com paciência e nem cabeça pra nada nesses últimos dias. Eu mal prestava atenção nas aulas e mal comia. Isso tudo por estar preocupado com Zayn. Ele estava definhando, ele já estava desistindo de viver. Eu me sinto um inútil, um merda por não poder fazer nada pra ajudá-lo.
Quando chegamos à casa da tia Trisha e encontramos Zayn daquele jeito, minha agonia só aumentou. Ele estava chorando e gritando, não só parecia, ele estava desesperado. Seu rosto vermelho, seus cabelos bagunçados e várias marcas de arranhões por seus braços.
Tia Trisha estava abatida e visivelmente cansada, tanto que ela não conseguiu fazer o jantar. Louis pediu pizza enquanto ela foi se banhar. Estávamos sentados no sofá, Louis e Harry abraçados e eu encolhido na outra ponta. Minha cabeça latejando e meus olhos pesados de sono, e eu já iria me render a ele, mas sentir meu celular vibrar no bolso da calça. Suspirei irritado, peguei o celular e destravei, era uma mensagem e quando vi de quem era, minha irritação sumiu.
De: Quel.
Oi Josh, sou eu a Quel, mas acho que você deve saber, já que deve ter salvado meu número, ou não.
Bem só “passei” pra te dar boa noite mesmo.
Espero que as coisas tenham se resolvido com o Zayn.
Vemos-nos amanhã.
Quel xx
Resolvi responder.
Para: Quel.
Eu já sabia sim que era você, já que seu número está salvo.
Bem que eu gostaria de te dizer que, Zayn está bem, mas infelizmente não estar.
Boa noite pra você também.
Até amanhã.
Josh xx
Enviei e coloquei o celular na mesinha de centro. Passei as mãos no rosto e olhei pros dois, percebendo, só agora que Louis me olhava com uma sobrancelha arqueada.
- O quê? – perguntei e tirei o tênis, logo as meias.
- Era ela, não é?! – droga.
- Sim, era ela – ele sorriu sapeca e eu corei.
- Oh amor, o Josh tá coradinho – Louis apertou as próprias bochechas fazendo Harry dar um sorrisinho.
- Vai à merda, Louis – levantei e subi as escadas pra ir tomar banho, mas ainda escutei um coro de.
- JOSH ESTAR APAIXONADO – Harry e Louis gritaram me fazendo bufar.
Tomei banho e troquei de roupa. Zayn ainda dormia pesadamente em sua cama. Louis e Harry entraram no quarto, pegaram suas roupas e foram tomar banho no banheiro do corredor, JUNTOS. Eu sei, constrangedor. Fui pra sala e encontrei a tia Trisha no sofá vendo TV.
- Melhor? – sentei ao seu lado.
- Sinceridade? – assenti – Nem um pouco.
- Sei bem como estar se sentindo - abracei de lado. A campainha tocou – Deve ser a pizza.
- Eu pego – levantou e foi até a porta, pagou e pegou a pizza a levando pra mesa, onde já estavam os pratos, talheres e copos – Vá chamar os dois pra comerem.
Levantei e fui novamente pro andar de cima, encontrando a porta do banheiro aberta e estava vazio. Fui até o quarto do Zayn e encontrei os dois sentados na cama conversando com Malik.
- Zayn – sentei ao seu lado e o abracei.
- Hey Joshua – ele beijou minha bochecha e bagunçou meus cabelos.
- Tá melhor? – ele assentiu encostando as costas na cabeceira da cama.
- Sei que não é a hora exata de falar isso, Zayn, mas eu gostaria de saber o porquê de você ter voltado a fumar – Harry apontou pra um maço de cigarros jogado ao lado da cama, já vazio.
- Harry, era isso ou eu enlouquecia – Malik encolheu-se abraçando os joelhos.
- Eu não quero brigar com você, não agora depois do que eu vi aqui quando cheguei, mas você vai parar com isso, agora – Harry tentou controlar a raiva em sua voz, mas não funcionou – Eu não vou tolerar isso vindo de você, Zayn, juro que não. Eu imagino que deve estar sendo difícil pra você, mas isso não quer dizer que você tenha que estragar sua vida por isso. Olha em volta, você está se matando, Zayn, eu só quero que você perceba que não está fazendo isso só com você, você também está nos matando junto.
- Desculpa – ele estava segurando as lágrimas.
- Não precisa pedir desculpas, eu só quero que você volte ao normal, só quero meu amigo de volta – Zayn fungou e no estante seguinte já estava abraçado ao Harry e Louis, também me juntei ao abraço. O momento “gayzice” foi interrompido por tia Trisha nos chamando pra comer.
Zayn desceu e jantou conosco. Eu via que ele estava se esforçando pra falar e sorrir das palhaçadas do Louis, mas era tudo fachada, o olhar dele estava sem brilho, estava morto. Depois de jantarmos, lavamos a louça enquanto a Trisha foi dormir. Não demoramos muito pra fazer o mesmo que ela. O quarto estava escuro e silencioso. Louis e Harry estavam dormindo no colchão no chão, ao lado da cama onde eu e Zayn estávamos. Zayn agarrado a mim igual a um coala enquanto eu fazia cafuné nele.
- Eu te amo Niall – escutei e falar baixinho como se desse pra Niall escutar.
- Ele também te ama Z – ele concordou. Dei um beijo em sua testa – Vamos dormir, amanhã é um novo dia.
- Boa noite Joshua.
- Boa noite Zany – suspirei pesado me rendendo ao cansaço.
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