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História Young FriendShips - Recomeços


Escrita por: BiaSylvestre

Notas do Autor


Gentee, já tá chegando ao fim Young FriendShips :( ainda tem mais uma ou outra coisa pra acontecer, mas já ta bem indo em direção ao final <3

Capítulo 17 - Recomeços


Hendra não queria nem um pouco ir no dia seguinte ver William. Lottie havia acabado de sair de seu quarto quando lhe caiu a realidade do que ela tinha acabado de confirmar.

Claro que ela se convencia de que o verdadeiro motivo pelo qual ela não queria ver William de novo, em qualquer hora ou situação, era que ela lhe havia roubado sua namorada. Mas no fundo, e Hendra era suficientemente inteligente para saber que sim, a verdade verdadeira era que William e Charlotte logo seriam um casal.

Hendra gostou de Will quando o conheceu. Ele era engraçado, atencioso, carismático, um pouco convencido, porém um cara muito legal. E isso a destruía por dentro, pois ela queria Lottie desde o 1º ano de Ensino Médio, desde quando elas nem trocavam duas palavras por dia. Mas ela não era como Hendra. Lottie sempre gostou de Lew, ela sempre soube quem ela era e o que ela queria, diferente de Hen, que demorou anos para se aceitar e ainda estava trabalhando nisso.

Pedir para Lo ser algo que ela não era, simplesmente não era uma opção, e Lottie tentou também. Ela já havia feito mais que sua obrigação.

E por isso merecia ser feliz. Sua infância não foi boa, o futuro é incerto, então Hendra queria que pelo menos sua amiga fosse feliz na adolescência.

E ainda que doesse, se William fosse ser a felicidade dela, então tudo estaria mais do que certo.

E esse era o motivo pelo qual ela não queria ficar a sós com Will. Ela não queria ficar a sós com a pessoa que faria o que ela não podia. Ela não queria nunca mais ver ele, mesmo que isso acabasse por significar nunca mais ver Lottie, eventualmente.

Entretanto, ela teria que ir lá no dia seguinte de qualquer jeito.

Foi quando ela decidiu pegar sua bolsa, subir em sua bicicleta e ir até a casa da única pessoa que talvez entendesse o que ela estava passando. Seu irmão.


O interfone tocou na casa de Lew e ele imediatamente se perguntou quem seria, e sua irmã nem lhe passou na cabeça.

- Pois não?

- L-lew... Sou eu, Hendra.

- Hendra? - Ele exclama, surpreso. Então aperta o botão para abrir o portão. - Pode subir.

Lew nem se preocupa em botar um casaco por cima do pijama, afinal, era sua irmã de quem estava falando. Ele abriu a porta, curioso demais para esperar ela subir e bater. Ficou esperando alguns segundos quando ela apareceu, e sem nem pensar duas vezes, o abraçou.

- Desculpa eu vir sem avisar, é que...

- Você pode vir a hora que quiser, Hen. - Ele beija o topo da cabeça dela, a interrompendo. - O que aconteceu? - Na mesma hora que ele pergunta, ela começa a soluçar. - Ei... Ei... - Ele se solta dela e poe a mão no rosto da mesma. - Por que você está chorando?

Lew segura na mão dela e a leva pro sofá, fechando a porta quando entraram e se sentando ao seu lado, a envolvendo com um braço.

- E-eu... - Ela ri entre as lágrimas. - É bem estúpido o mo-mo-motivo. - Ela soluça, passando a mão no rosto, tentando secar as lágrimas que caiam incontrolavelmente.

- Nada que faça alguém chorar assim é estúpido. Vamos, me diga. O que que foi?

- Eu... - Ela engole seco. - Eu sou gay, Lewis. Eu gosto de garotas. - Ela faz que não com a cabeça. - Não... Eu gosto de uma garota. - Ela afirma, ainda chorando.

- Ei... - Ele sorri e a abraça forte com seu braço. - Não tem nada de errado nisso. Eu também sou, você sabe disso.

- Não. - Ela o empurra um pouco, se arrependendo imediatamente, pois estava muito bom ficar nos braços de conforto de seu irmão mais velho. Ele a olha nos olhos, um pouco confuso. - Você não entende. Vo-você tem o Harry e são felizes juntos. Eu... Eu gosto de uma pessoa que não sente o mesmo que eu e já deixou claro várias vezes. - Ela poe a cabeça no ombro dele, chorando desesperadamente de novo. - E amanhã eu vou ter que falar com o novo namorado dela porque acontece que eu e ele temos uma história.

- Sabe, eu poderia te ajudar se eu soubesse de mais detalhes. Você tá sendo bem vaga.

- Lembra da Dan? Que eu te falei?

- Sim... - Ele franze a testa, as idéias se ligando aos poucos.

- Eu e você fomos naquela festa. Ela tinha um namorado, mas... Sei lá. Nós ficamos, nós já nos conhecíamos antes, eu sabia o que estava fazendo...

- E o Will viu vocês duas.

Hendra se afastou, arqueando as sombrancelhas. - C-como você sabe?

- Eu já ouvi essa história antes, só não sabia que era você. - Ele suspira. - É da Lottie que estamos falando, não?

Hendra volta a chorar como resposta.

- Ah, querida... - Ele a abraça mais forte, dessa vez com os dois braços. - Não tem muito o que fazer nessa situação. Nós não escolhemos quem amamos, e isso se encaixa pra todo mundo. Você não escolheu amar ela e ela não escolheu não te amar. Não ajuda muito, eu sei...

- Não ajuda nem um pouco. - Ela murmura, com a cabeça pressionada contra o pescoço do irmão.

- Eu sei... Mas, agora aconteceu, né? Você tem algumas opções aqui. Nenhuma que seja perfeita para todos os envolvidos, entretanto.

- Quais? - Ela levanta a cabeça, curiosa. Até então ela se preocupou tanto em sentir, que não parou para realmente pensar no que poderia fazer.

- Bom, primeiro, você pode nunca mais falar com ela. Forçar você mesma a esquecer.

- Não... Isso não é uma opção.

- Bom, então lhe resta fazer o bem.

- Quê? - Ela franze a testa, ainda mais confusa.

- É. - Ele ri com a confusão da irmã. - Quando você tá mal, tem que achar um jeito de equilibrar as coisas. Ninguém é 100% feliz. Nós equilibramos os nossos problemas com as coisas boas que tem na vida.

- Ok...?

- Você não pode ficar com ela, mas você conhece alguém que pode. Ajude os outros a ficarem feliz, ainda que doa no começo. Coisas boas acontecem com quem faz coisas boas.

- Então... Mas isso não faz sentido! Você-você realmente tá pedindo pra mim juntar os dois? E quanto a mim?

- Bom, você pode forçar ela a ficar com você, fazendo-a se sentir mal. Mas isso provavelmente vai afastar vocês duas. Tem a primeira opção, como eu te disse também. Você pode ser egoísta e não pensar no que Lo sente, ou você pode ser altruísta e pensar no que ela quer. Ou você pode ser um pouco dos dois. Continuar sendo amiga dela, já que relacionamento, tipo, namoro, não é uma opção, vocês continuarem se divertindo, e ela estar com alguém que ela realmente goste.

- Eu não...

- É o conceito de karma. Atitudes boas atraem coisas boas. Você está me dizendo que Hendra e Lottie não é uma opção... Então, mude o caminho. O coração sempre se cura, veja o Harry. Ele era aterrorizado de ter um relacionamento, e agora está comigo. O seu também vai, com o tempo. Não é melhor saber que você ajudou alguém a ser feliz do que viver com a dúvida de que algo poderia ser feito?

- Eu... acho que sim. Acho que eu entendi seu ponto. Mais ou menos.

- Não se afaste dela. Vocês são melhores amigas. As vezes, temos que usar a mente ao invés do coração.


Todos os 5 estavam na loja naquela tarde de terça feira. Já era quase hora de fechar, e nenhum cliente aparecia mais (graças a forte chuva que caía junto com trovões e relâmpagos). Lew e Harry estavam de mãos dadas, sentados no sofá vermelho no canto da loja, tendo uma conversa séria com Lottie sobre Shakespeare, e Harry, surpreendentemente, tinha muito o que falar.

- Você é quem devia estar dando aulas pra ela de literatura. - Lew brinca.

Do outro lado da loja, outra conversa séria estava acontecendo, que se provou muito mais descontraída do que Hendra esperava.

- Não tem com o que se culpar, de verdade. - Will sorri calmamente.

- É só que... Como vamos nos ver muito... Sabe... Eu queria te contar isso.

- Vamos? - Ele franze a testa, curioso. Hendra apenas olha para Lottie e volta para ele. - Ah. V-você acha?

- Se depender de mim. - Ela dá de ombros. - E ela gosta de você. Eu sei por que ela gostou do meu irmão por anos e ela fala do mesmo jeito de você como ela falava dele.

- Você... Vai me ajudar então?

- Não. - Ela sorri. - Acho que você já está fazendo um ótimo trabalho sozinho.

O celular dele toca e Will o desliga.

- Hora de fechar a loja. - Ele dá um meio sorriso. - Ei... - Ele diz em alto e bom som, indo em direção a porta. - Por que não subimos todos e tomamos um chocolate quente ou algo do tipo?

- Eu acho uma ótima idéia. - Lew fala, se levantando, puxando Harry pela mão e indo até a porta dos fundos, se posicionando do lado de Hendra.

Ele sorri pra ela e poe um braço envolta da mesma.

Após alguns minutos, todos estavam no sofá da sala dos meninos, enquanto Harry ajudava Will a fazer os prometidos chocolates quentes e Lew procurava no ármario um jogo de tabuleiro.

Lottie se senta do lado de Hendra.

- E ai, como foi?

- De boa. - Ela dá de ombros. - Ele entendeu, como você falou que ia.

- Ele é bem legal. - Lo sorri, pensativa. - Você... gosta dele? Tipo, acha ele... Legal? Também?

- Sim. Não tanto quanto você acha. - Ela pisca e bate com o ombro nela.

- E-ei. - Ela cora, rindo.

- Banca Imobiliário parece a melhor opção. - Lew diz, voltando com o jogo e colocando ele em cima da mesa de centro, arrumando as peças.

- Mas esse jogo é infinito! - Harry diz, voltando com os copos em uma bandeja. Will logo atrás dele, com um pote cheio de salgadinhos sortidos.

- Não é minha culpa que eu não gosto de caça palavras e Hendra não gosta de War.

- Mas... - Harry olha pra garota, implorando. - É o War do Game Of Thrones!

- Ei, eu não ligo de jogar War! - Ela levanta as mãos pra cima e dá um olhar de raiva pro irmão, que cai na gargalhada. - O Lew que sempre perde e tá querendo jogar a culpa em mim.

- Por que não é justo, você é de exatas, eu sou de humanas.

- O que que tem hav...

- Ei, vamos parar com briga de irmãos, por favor, obrigada? - Lo ri.

- Você quer jogar War, Harry? - Lew se levanta e vai até ele, segurando em sua cintura.

- N-não. - Ele mente. Harry era péssimo mentindo.

- Que amorzinho, vamos jogar War então. - Lew beija ele quando vê o imenso sorriso na cara do garoto.

- Ew, menos! - Will joga uma almofada nos dois. - Peguem o jogo de uma vez e deixem pra se engolir no quarto. - Ele se senta do outro lado de Lottie, que já estava tomando seu chocolate quente e rindo da situação.

E uma noite, que seria deprimente caso estivessem sozinhos, de chuva, trovões e relâmpagos, se tornou uma noite cheia de risadas e diversão.

Com meros copos de chocolate quente, salgadinhos e um jogo de tabuleiro.

Mas o mais importante, com pessoas que se gostavam muito, cada um de seu jeito.



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