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História Young Legends - Epitáfio


Escrita por: Candyroad6

Notas do Autor


Esse capítulo é sobre outro personagem místico das HQs, Senhor Destino. O hospedeiro original dele, Kent Nelson aparece aqui, mas não é mais o hospedeiro do Nabu, isso foi meio que inspirado num episódio de Young Justice (Justiça Jovem) e tem uma parte inspirada no episódio onde o Senhor Destino aparece em Smallville. Nabu escolhe Emily Swanson, uma nova OC inspirada em outra hospedeira do Nabu nas HQs, Linda Strauss, que era mais independente do Nabu, então não ficava presa a ele.

Emily Swanson e o pai dela, são ambos uma homenagem a dois atores, a atriz Emma Watson, e ao falecido ator Alan Rickman, respectivamente.

Boa leitura!

Capítulo 20 - Epitáfio


Fanfic / Fanfiction Young Legends - Epitáfio

"Epitáfio"

 

Base do time Arqueiro

 

Oliver e Roy voltaram a discutir sobre a morte de Lian.

 

— Por que você deixou a minha filha morrer,Oliver? — quis saber Roy.

 

— Roy, eu sinto muito pelo que houve com a sua filha. Mas, a culpa não é minha — vociferou Oliver cheio de raiva.

 

 

— Sim, isso é sua culpa, Oliver. Você poderia ter evitado a morte dela.

 

— Roy — Oliver suspirou— você viu que eu também perdi um filho. Você acha que eu também não estou abalado com isso?

 

Felicity olhou para Roy e Oliver que estavam brigando e interrompeu.

 

— Vocês dois, querem parar? Deus! — interrompeu Felicity.

 

Roy e Oliver voltaram a sua atenção para Felicity.

 

— Bem, de fato nós perdemos a Lian...Mas, o seu filho está vivo, Oliver — retrucou Felicity.

 

— O quê?! — Oliver espantou.

 

— Aparentemente ele sobreviveu e está vindo para cá, Agora — replicou Felicity.

 

— E o Slade? — quis saber Oliver.

 

— Ele sumiu na poeira.

 

Oliver tentou processar aquela informação toda.

 

[...]

 

Então Connor surge na base. Ele abaixa a máscara. A expressão no semblante dele era de alguém que havia perdido tudo. Seu olhar estava turvo e sem brilho.

 

— Pessoal...eu...perdi a Lian — Confessou Connor — Eu falhei...

 

— Você pôs em prática o seu treinamento? — quis saber Katana.

 

— Eu tentei...mas eu falhei com você, Tatsu. Slade...ele é um oponente...ele é imbatível...eu nunca vi nada como isso...— disse um Connor arrependido.

 

Então ele começou a sentir uma dor no local ferido e o sangue presente no torniquete começara a tingir mais ainda o tecido, e gotas de sangue começaram a pingar no chão da base.

 

Connor soltou um grunhido. Sua visão foi ficando cada vez mais fraca até ele apagar completamente e finalmente desmaiar.

 

Todos os presentes se assustaram. Roy e Oliver foram socorrer o garoto.

 

— Filho, levanta! Não morra, fique comigo! Fique comigo! — retrucou Oliver.

 

Roy checou os sinais vitais de Connor e deu o seu parecer.

 

— Ele não tem pulso. E ele está perdendo muito sangue, Oliver.

 

Diggle se aproximou e conferiu os sinais vitais de Connor.

 

— Roy está certo. Nós precisamos levá-lo para o hospital, Oliver — replicou Diggle.

 

 

6 meses depois

 

Roy estava no cemitério, olhando para a lápide de Lian. Ele deposita um buquê de flores, e fica cabisbaixo pensando nela.

 

Connor e Rose estavam próximos da lápide de Lian. Eles vestiam roupas pretas.

 

Connor vestia um terno preto com gravata preta e Rose vestia um vestido preto de decote princesa com sapatos de salto alto pretos.

 

 

— Eu sinto muito, Lian...— murmurou Roy.

 

Roy desabou em lágrimas e chorou como nunca tinha chorado antes em frente ao túmulo da filha e gritou um alto e claro "não!".

 

— Eu sinto muito pela Lian — retrucou Rose abraçando Connor.

 

Connor a envolveu em seus braços e chorou suas mágoas com ela...

 

— A culpa é minha...eu tentei salvá-la do Slade...— chorou Connor.

 

— Eu acredito que você fez o possível para salvá-la, Connor...— replicou Rose.

 

[...]

 

2 horas depois, Connor e Rose se retiravam do cemitério, mas antes foram se despedir de Roy que já estava de pé ao lado do túmulo de Lian e com as mãos no bolso do terno preto.

 

— Roy, nós queríamos nos despedir de você...— Connor ficou pensativo.

 

— É, eu sinto muito pela Lian, Roy — disse Rose prestando suas condolências.

 

— Obrigado, pessoal — diz um Roy com o rosto cheio de lágrimas.

 

— Olha, Roy...eu peço desculpas pela Lian. Eu tentei salvá-la. Você não imagina o quanto ela foi importante para mim... — Connor disse se lamentando.

 

Roy de repente surtou e acabou desferindo um soco no rosto de Connor. A cabeça dele havia virado para a direita.

 

— Roy! Porque fez isso? — exclamou Rose.

 

Ao perceber que tinha agido por impulso, Roy se desculpou.

 

— Eu sinto muito. Você está bem, Connor? — quis saber ele.

 

Connor se recompôs e ajeitou o paletó.

 

— Eu acho que eu mereci isso. Eu acho que pra mim já chega...— retrucou Connor — E sim, eu estou bem.

 

— O que você está pensando em fazer, Connor? — questionou Rose.

 

— Eu acho que vou me juntar a Liga dos Assassinos — replicou Connor.

 

— Connor, você ficou maluco?

 

— No momento eu acho que essa é a única saída...

— Connor, você me deu uma segunda chance. Você acreditou em mim...eu acho que se a Lian estivesse viva ela iria querer que você continuasse lutando... — rebateu Rose.

 

— Rose...

 

— Olha, a Thorn é difícil de controlar, mas eu estou tentando...

 

Então Roy interrompeu.

 

— Será que...vocês podem me deixar aqui por um tempo?  — disse Roy.

 

Connor olhou para Roy e concordou.

 

— Vamos, Rose...— chamou Connor.

 

— Está bem — replicou Rose — Mas, eu quero ter uma conversa com você sobre o negócio da Liga dos Assassinos.

 

— Rose, você...

 

Connor resolveu deixar quieto.

 

Então, Rose e Connor deixam o túmulo de Lian e vão até o carro, um sedan preto onde John Diggle estava encostado entre as portas traseiras e da frente. Ele esperava por Connor, Rose e Roy. Ao ver que apenas Connor e Rose voltaram do túmulo, ele estranhou.

 

— Roy não veio com vocês? — Diggle perguntou curioso.

 

— Ele...ele está lá no túmulo. Disse que precisa de um tempo. E o Oliver? — disse Connor.

 

— Oliver está....ocupado cuidando de algumas coisas. Ele disse que pede desculpas por não comparecer — replicou Diggle.

 

— Entendo. Vindo do meu pai, deve ser algo importante — imaginou Connor.

 

— Acredito que sejam assuntos pessoais dele. Já você, patrão, deve ter assuntos para cuidar também... — retrucou Diggle.

 

—Sim. Consiga um encontro com Ras Al Ghoul para mim. Eu tenho assuntos a tratar com ele — replicou Connor.

 

— Ras Al Ghoul?! Você está maluco, garoto? — exclamou Diggle.

 

— Não me chame de garoto! — exclamou Connor.

 

— Mas claramente você não é um adulto também — analisou Diggle.

 

— Por que isso me soa familiar? Vamos ver...porque o Oliver me pediu a mesma coisa no passado — lembrou Diggle.

 

 — Diggle...No momento eu não sei o que fazer e...eu não vejo outra solução a não ser essa — explanou Connor.

 

— Você tem noção do que você está prestes à fazer? Você ao menos ouve a si mesmo? — disse Diggle retoricamente.

 

— E o que você quer que eu faça, Diggle? — quis saber Connor.

 

— Que você continue lutando para proteger a cidade — Diggle replicou.

 

[...]

 

No túmulo de Lian, Roy estava agachado e olhando para a lápide da filha, quando subitamente, Cheshire apareceu como uma sombra perto dele.

— Olá, Roy...— disse ele em um tom melancólico.

 

Roy voltou sua atenção para Cheshire, a mãe da falecida.

 

— Jade...o que você quer? — falou Roy com rispidez — Você não vê que nossa filha está morta?

 

— Eu sei. Eu sinto muito. Eu vim aqui prestar minhas profundas condolências — disse Cheshire com tristeza no olhar.

 

— Por onde você andou todo esse tempo? Você sabia que ela achou que você a abandonou? Porque ela começou a se fechar depois que você sumiu.  Eu dei o meu melhor para criá-la quando você não estava lá...— Roy se armou com todas aquelas questões que haviam ficado sem uma resposta concreta.

 

— Sim, eu sei disso. Mas, eu entrei para a liga dos assassinos para proteger a nossa filha do Ras Al Ghoul..— esclaresceu Cheshire.

 

— Porque você nos deixou? — quis saber Roy.

 

— Ras me disse uma vez, que um homem não pode viver com dois nomes. Então, eu tive que abandonar vocês, mesmo isso partindo o meu coração — confessou Cheshire.

 

— E como você não sucumbiu, estando na liga dos assassinos? — questionou Roy estranhando aquele comportamento, já que todos aqueles que entram na liga dos assassinos se tornam guerreiros desalmados e totalmente desprovidos de sentimentos.

 

— É por isso que eu resolvi cortar a minha ligação com vocês, do contrário, Ras descobriria sobre Lian e nos caçaria... — replicou Cheshire.

 

— Então você nos deixou?

 

— Sim.  Roy, eu ainda te amo. E essa é a minha fraqueza...então eu acredito que com Lian morta, Ras não vai nos perseguir, digo, perseguir você, pois eu ainda sou uma serva leal a ele. E eu preciso manter meu juramento...Então eu gostaria que você nem tentasse me procurar. Eu só vim aqui prestar minhas condolências a Lian.

 

Então, Roy se levantou e ficou ao lado de Cheshire olhando o túmulo de Lian.

 

— Eu sinto muito a sua falta, Jade. E se não fosse pela liga dos assassinos, nós poderíamos ter uma vida normal como eu prometi para você — retrucou Roy.

 

— Sim, eu concordo com isso, mas essa é a única forma de proteger aqueles que eu amo — declarou Cheshire.

 

— Connor, o filho de Oliver Queen pretende se juntar a liga como o novo Ras Al Ghul — informou Roy.

 

— Então eu vou ter um novo chefe? — questionou Cheshire.

 

— Ele está muito comovido com a morte de Lian...— replicou Roy — Você sabia que ele e ela tiveram um romance juntos? Eu não estava lá para presenciar isso, então você não é inteiramente culpada por nos deixar...— desabafou Roy como se tivesse tirado um grande fardo das costas...

 

— Roy...o que você está dizendo....não é verdade. Só de olhar para o túmulo de nossa filha, eu fico me corroendo toda por dentro, mas...eu preciso fazer o que é preciso para protegê-lo, agora que nós perdemos a Lian — confessou Cheshire.

 

[...]

 

Enquanto isso, no museu de história natural, uma professora de história chamada  Emily Swanson estava olhando um pedestal do museu que continha um elmo dourado com uma barbatana no topo dele, olhos amarelos e sem boca ou qualquer detalhe naquele objeto.

 

Emily tinha cabelos castanhos com algumas mechas loiras preso em um coque com alguns fios soltos. Os olhos dela eram de um castanho intenso, um marrom quase vermelho.  Seus lábios eram tingidos com um batom Nude. Ela trajava uma jaqueta de couro preta, uma blusa branca por baixo, uma calça jeans azul marinho, e calçava um sapato de salto alto e bico fino da mesma cor do batom.

Emily era a filha de um famoso historiador chamado Ulisses Swanson. Ulisses sempre teve fascinação por civilizações antigas, principalmente o Egito Antigo, período esse que fez com que ele devotasse sua vida a estudá-lo. Em vida ele passou os conhecimentos sobre aquele período histórico para Emily, no intuito de que ela um dia se tornasse uma grande historiadora como ele e continuasse o trabalho dele.

Ela e o pai trabalhavam para um centro de estudos acadêmicos conhecido como JSA — Jupiter Science Academy (Academia Júpiter de Ciências)

 

A  JSA era um centro de estudos acadêmicos devotado a estudar civilizações antigas e também arquivar todos os artefatos históricos periodicamente para que os registros da história da humanidade não fossem perdidos para sempre. Ela tentava compreender a ligação da raça humana com civilizações antigas.

 

 

Uma plaquinha dentro do vidro,  na frente do elmo dizia:

 

"Elmo de Nabu, o sábio.

 

Esse elmo pertenceu a um antigo feiticeiro do antigo Egito, chamado Nabu. Ele costumava ser um mago da corte de vários Faraós, incluindo o príncipe Khufu. Aqueles que vestirem esse elmo, terão o poder de manipular o destino e se tornarem um Senhor Da Ordem."

 

Emily ficou fascinada com o elmo de Nabu, o sábio. Até então, ela achava que o elmo era apenas uma lenda.

 

— Eu passei anos estudando a história desse artefato, e agora ele está aqui, diante dos meus olhos — Emily retrucou baixinho como se estivesse falando consigo mesma— Eu sinto que eu preciso ter esse elmo na minha prateleira.

 

Ela então olhou ao redor para ver se ninguém estava olhando e tentar tirar o elmo daquele pedestal protegido por uma redoma de vidro. Haviam guardas espalhados pelo interior da sala onde o elmo se encontrava, a seção do Egito Antigo.

 

(Droga! Tem tantos guardas aqui...) — Emily pensou enquanto fingia estar apenas olhando.

 

[...]

 

Depois de algum tempo, um dos guardas foi até onde Emily estava e suspeitando que ela fosse mais uma turista atrevida que gostava de tocar nas coisas e tirar fotos com o celular para postar nas redes sociais, a alertou.

 

— Sem tocar ou tirar foto, obrigado — disse ele.

 

— Ah, não, eu não estava tocando em nada. Eu estava só olhando. Eu não tenho como tirar foto, pois deixei o meu celular em casa — Emily retrucou sorrindo para o guarda.

 

O guarda a olhava com um olhar bem sério.

 

 

— Na verdade, eu...eu gosto de homens que vestem uniformes — retrucou Emily.

 

— Senhorita, eu estou apenas te alertando para não fazer nada que comprometa o material exposto nesse museu — replicou o guarda com uma expressão bem séria no semblante.

 

— Está bem. Eu entendo que você esteja fazendo o seu trabalho, e eu também estou fazendo o meu. Eu trabalho para a JSA, a Academia Júpiter de Ciências. E...nós gostaríamos de adquirir o elmo de Nabu, o sábio para estudos acadêmicos — revelou Emily.

 

— Eu apenas cuido da segurança desse museu. Você vai ter que falar com a administração sobre isso, senhorita — informou o guarda.

 

— Entendo. Então, chame o seu chefe. Eu gostaria de ter uma conversa com ele sobre o elmo dourado que vocês tem exposto aqui — disse Emily bem séria.

 

 

— Está bem — o guarda pegou o rádio e contatou a administração do museu — senhor?

 

Um bipe seguido de um chiado surgiu no rádio do guarda.

 

Então, uma voz respondeu ao chamado.

 

— O'Donell, qual é a situação? — quis saber o administrador do museu.

 

O guarda respondeu ao rádio.

 

— Senhor, eu estou com uma moça aqui que diz querer adquirir o Elmo de Nabu, o sábio do museu.

 

O guarda tirou o dedo do rádio e perguntou o nome de Emily.

 

— Ei, garota, qual é o seu nome?

 

— O meu nome é Emily Swanson — replicou ela.

 

— Emily Swanson. O nome dela é Emily Swanson. E...ela diz trabalhar para algo chamado JSA, a Academia Júpiter de Ciências. Ou algo assim...

 

— Está bem. Eu vou descer até ai.

 

— Está bem. Cambio desligo.

 

[...]

 

Algum tempo depois, o administrador do museu, senhor  Kent Nelson, um arqueologista, chega na seção do Egito Antigo com os sapatos estalando no chão. Ele vestia um terno marrom com uma gravata cinza, e calçava sapatos pretos. Ele usava no pulso direito um relógio dourado. Kent tinha cabelos grisalhos e olhos azuis, 1.87 de altura.

 

Kent se aproximou de onde Emily e o guarda estavam.

 

— Olá! Meu nome é Kent Nelson — Ele estendeu a mão para Emily.

 

— Muito prazer, Emily Swanson — replicou Emily apertando a mão de Kent.

 

— Primeiramente, eu gostaria de pedir desculpas pela forma como a segurança tenha te tratado. Desde que a ladra de Starling City, chamada Cheshire, ou Lince, como é chamada, roubou uma máscara daqui do museu, eu resolvi reforçar a segurança desse museu — retrucou Kent.

 

— Está tudo bem, senhor Nelson. Eu entendo a sua preocupação — replicou Emily com um sorriso carismático no rosto.

 

Kent acenou com a cabeça para o guarda, mandando-o se retirar dali. O guarda respondeu deixando Kent à sós com Emily.

 

— Bem, o nosso segurança disse que você trabalha para uma...agência chamada JSA, mais conhecida como Academia Júpiter de Ciências, está correto? — quis saber Kent.

 

— Sim, a JSA é um centro de pesquisas acadêmicas que estuda as civilizações antigas, e...corrija-me se eu estiver errada, o "Elmo de Nabu, o sábio" que vocês tem exposto aqui, pertence a esse período, não é mesmo? — replicou Emily.

 

— Sim, isso está correto. Eu fui o primeiro portador do Elmo de Nabu, o sábio.  Então, resolvi construir esse museu e não só expor o Elmo para nossos visitantes pudessem admirá-lo, mas também curar artefatos antigos de minhas expedições pelo mundo todo — explanou Kent.

 

— Entendo. O meu pai, Ulisses Swanson era fascinado por esse Elmo, e pelo Egito Antigo — comentou Emily.

 

— Interessante. Uma colega de estudos...— deduziu Kent.

 

— Bem, eu estou interessada em adquirir o Elmo de Nabu, para a NSA, então...quanto exatamente você quer pelo artefato? — quis saber Emily já pegando um talão de cheques do bolso interno de sua jaqueta e uma caneta, pronta para preencher o cheque.

 

— Bem, senhorita Swanson, vamos tomar um café e então discutiremos sobre isso, sim? — disse Kent sendo solícito.

 

— Com prazer, senhor Nelson — Disse Emily guardando o talão de cheques e a caneta.

 

— Por favor, me chame de Kent.

 

— Tudo bem, Kent. Me chame de Emily.

 

[...]

 

Mais tarde, Emily e Kent estavam sentados em uma mesa da cafeteria do museu. Kent havia pedido uma xícara de café e Emily uma xícara de chá.

 

— Então, Kent, podemos falar de negócios, agora? — disse Emily sendo direta.

 

— Certo. Você tem toda razão, Emily. — retrucou Kent.

 

— Então, eu acho que o Elmo de Nabu seria uma grande aquisição para a JSA, e além disso, ele estará em ótimas mãos. Nós podemos estudá-lo e guardá-lo com toda a segurança para que ele não caia em mãos erradas, e além disso, nesse museu...claro, ele é um patrimônio de todos, mas...como o senhor mesmo disse, quem garante que essa tal Cheshire não vá se apossar desse elmo também? — replicou Emily.

 

— Eu não disse isso. Eu disse que eu estou reforçando a segurança, para o caso dela aparecer aqui e tentar roubar mais alguma coisa — corrigiu Kent.

 

Kent e Emily bebericaram um pouco de suas bebidas e continuaram a conversa.

 

— Então, como eu estava dizendo, quanto você quer pelo Elmo de Nabu? — insistiu Emily.

 

— Emily, eu aprecio a sua curiosidade como uma colega de profissão, mas...eu tenho que recusar a sua proposta. O Elmo de Nabu não está à venda — contestou Kent.

 

— Olha, Kent. Eu te garanto que as intenções da JSA são as melhores possíveis. Nós não temos nenhuma intenção de fazer mau uso desse artefato histórico. Tudo o que fazemos é pelo bem da humanidade — disse Emily com uma serenidade no semblante ou talvez fosse apenas um disfarce.

 

— Ainda não está à venda — insistiu Kent.

 

 — Está bem. Se mudar de idéia...— Emily tirou um cartão do bolso esquerdo da calça jeans, um pouco amassado com o nome da instituição, telefone e o nome dela, junto com a logomarca da instituição, um escudo triangular dourado com o centro vazado e o céu negro estrelado, com as iniciais JSA no centro. Abaixo do brasão estava escrito o nome por extenso da instituição.

 

Kent pegou o cartão da mão de Emily e o guardou no bolso interno do paletó.

 

— Obrigado. Eu...vou pensar no assunto — disse Kent se levantando da cadeira.

 

Emily se levantou da cadeira, se aproximou de Kent e estendeu a mão para ele como se eles tivessem fechado um acordo.

 

— Bem, obrigada pelo seu tempo, senhor Nelson — retrucou Emily.

 

— Eu é que agradeço — replicou Kent.

 

Emily então se retirou do café e Kent ficou parado feito uma estátua pensando na proposta de Emily.

 

[...]

 

Mais tarde, o museu de história natural já estava todo apagado e com as portas trancadas.  Os guardas do museu ainda guardavam a propriedade.

 

Emily chegou com seu carro, um Volkswagen New Beetle amarelo conversível, e estacionou o carro no estacionamento do museu.

 

Ela então saiu do carro de fininho, fechou a porta com cuidado, e andou sem os guardas notarem sua presença.  Ela se aproximou da entrada do museu, rasgou um pedaço de sua blusa e a enrolou em torno do punho direito como uma faixa, deu um soco na porta de vidro, e ela se fragmentou.

 

Os fragmentos de vidro caíram no chão alertando os guardas que vigiavam o museu com uma lanterna na mão.

 

Um dos guardas foi até onde Emily estava e ela correu velozmente para a escada que levava a seção do Egito Antigo sem ser vista.

 

— Olá! Quem está ai? — quis saber o guarda que vigiava aquele setor do museu— Olá?

 

Então o guarda se comunicou com os outros guardas pelo rádio.

 

— Eu pensei ter ouvido um barulho, talvez seja o vento. Aqui parece tudo tranquilo. Eu vou checar os outros setores — disse o guarda.

 

 — Afirmativo — respondeu a voz de outro guarda no rádio.

 

[...]

 

Sala: Egito Antigo

 

Emily desce a escada correndo e corre até o pedestal onde estava o Elmo de Nabu.

 

— Ai está você! — disse ela em um tom baixinho para não alertar nenhum guarda.

 

Emily olhou fixamente para o Elmo de Nabu e de repente os olhos do elmo se acenderam e ficaram com um brilho dourado. Uma voz dentro do capacete chamou Emily.

 

— Emily Swanson. O que você deseja? — quis saber a voz vinda do elmo. Era Nabu, o sábio.

 

Emily estremeceu e soltou um gritinho que logo fora abafado pelas mãos dela cobrindo a boca.

 

— O que você deseja, minha criança? — insistiu Nabu.

 

(Eu estou falando com um elmo mágico e que fala? Não, isso só pode ser um sonho...) — Emily pensou.

 

— Como você sabe o meu nome? — indagou Emily.

 

— Eu sei de muitas coisas. Eu vejo tudo — disse Nabu — Agora, o que é que você busca?

 

— C-Conhecimento — balbuciou Emily.

 

— Estaria disposta a sacrificar tudo para realizar esse desejo? — inquiriu Nabu.

 

— S-Sim! — disse Emily temendo o pior. Ela tremia mais que vara verde.

 

— Deixe-me sentir o seu coração. me use! — bradou Nabu.

 

— E como eu faço isso? — quis saber Emily.

 

O Elmo começou a emitir ondas douradas que fizeram o vidro do pedestal se estilhaçar todo.

 

— Use -me! — repetiu Nabu.

 

Emily pegou o elmo com as duas mãos e foi baixando-o lentamente sobre a cabeça.

 

Então, os guardas flagraram Emily tentando colocar o elmo na cabeça e junto com eles estava Kent que fora avisado sobre a invasão.

 

— VOCÊ! Abaixe o elmo! — bradou Kent no meio dos seguranças que apontavam suas armas para Emily.

 

 

— Kent Nelson! — lembrou Nabu.

 

— Nabu, deixe a garota em paz! Ela não vai ser sua hospedeira! — retrucou Kent.

 

— Ela é minha nova hospedeira, Nelson. Eu a escolhi! Você não pode me impedir! — replicou Nabu.

 

Então, Nabu estimulou Emily a baixar o elmo e ela involuntariamente o fez.  O elmo se encaixou na cabeça de Emily.

 

— Não! Pare!

 

Em seguida, o símbolo dourado da cruz egípcia foi estampado no meio do peito de Emily, e um faixo de luz dourada emanado do corpo de Emily os afastou dela. Os policiais e Kent Nelson protegeram os olhos daquela luz ofuscante.

 

O brilho ofuscante desapareceu junto com o símbolo da cruz.  Um forte vento foi soprado e com ele o novo traje da entidade conhecida como Senhor Destino fora revelado.  O traje era composto por uma capa dourada sobre um traje azul, com luvas, um cinturão, botas e um shorts dourado. No peito havia um disco redondo e dourado.

 

Os seguranças do museu estremeceram e atiraram contra Senhor Destino, mas as balas foram defletidas e as cápsulas caíram todas no chão.

 

— Nabu, pare com isso! — berrou Kent.

 

— Eu já escolhi o meu hospedeiro — replicou Nabu.

 

Os guardas estavam apavorados com a presença daquela entidade extremamente poderosa.

 

— Nabu, liberte a garota e me use! — bradou Kent.

 

— Seu corpo está velho, Kent. Eu preciso de um novo. E essa garota me serve muito bem — disse Nabu.

 

Então, Nabu sentiu o apelo de uma alma necessitada e um portal dourado na forma da cruz egípcia se abriu diante dos seguranças apavorados e de Kent.

 

— Espere, Nabu! Não vá! — interrompeu Kent.

 

Senhor Destino voltou o olhar para Kent antes de atravessar o portal.

 

— Uma alma clama por ajuda. É meu dever decidir o destino dessa alma — retrucou Nabu.

 

Então, Senhor Destino se aproximou do portal aberto e o atravessou. O portal ficou aberto por mais alguns instantes até Senhor Destino desaparecer completamente no portal.

 

[...]

 

O portal estava se fechando aos poucos e Kent correu em direção ao portal na tentativa de impedir Senhor Destino de mexer com o destino de outra pessoa.

 

Então, com um piscar de olhos, o portal se fechara. Kent ficou decepcionado por não conseguir deter Senhor Destino.

 

[...]

 

Em uma outra dimensão, onde o tempo passava de forma lenta. Era um lugar todo roxo com detritos voando lentamente, movidos pela força de um vórtice poderoso que repelia tudo que passava perto dele. 

 

Levitando no meio daquela dimensão estava a alma de Lian Harper. Olhos fechados, de barriga para cima e os braços jogados para trás e as pernas dobradas no ar. Ela estava inconsciente.

 

Senhor Destino voou até onde o corpo de Lian estava e olhou para ela enquanto flutuava perto dela.

 

— Acorde, minha criança! — retrucou Senhor Destino.

 

Lian abriu os olhos lentamente, virou para o lado e se deparou com aquele ser misterioso.

 

— Q-Quem é você? — indagou a mesma.

 

— Eu sou Senhor Destino. Eu sou aquele que decide sobre o destino das pessoas. E o seu destino não é a morte, Lian — vociferou Senhor Destino.

 

Senhor Destino disparou um raio dourado que envolveu todo o corpo de Lian e o tirou da animação suspensa.  Lian ficou de pé flutando naquela dimensão.

 

— Nossa! Como você fez isso? — quis saber Lian.

 

— O poder da minha magia vai muito além da compreensão humana — replicou Senhor Destino.

 

— Bem, obrigada — agradeceu Lian — você me salvou.

 

— Vá agora, minha criança. Vá para a luz! — retrucou Senhor Destino.

 

— Isso parece um sonho. Nós vamos nos encontrar novamente? — quis saber Lian.

 

— Talvez, você nunca sabe o que o destino reserva — replicou Senhor Destino.

 

— Bem, obrigada — Lian abriu um sorriso.

 

Como em um sonho, todo o ambiente começara a ficar escuro e então com um flash, tudo voltara ao normal.

 

Uma das mãos de Lian saira da terra como se implorasse por ajuda. Roy e Cheshire se afastaram do túmulo. Outra mão de Lian saira da terra.

 

Aquilo parecia uma cena do filme "A Noite dos mortos-vivos".

 

E então, Lian se levantara de sua cova com o corpo todo cheio de terra.

 

 

— O-O que está acontecendo? — disse Roy apavorado.

 

— Nossa filha está viva? — questionou Cheshire.

 

—Pai, o que houve? — indagou Lian confusa e estranhando tudo a sua volta.

 

Roy se aproximou da filha e a abraçou.

 

— Não importa. O que importa é que você está bem —Roy sussurrou no ouvido de Lian.

 

Lian se separou de Roy e se aproximou da mãe e a abraçou.

 

— Mãe! — Os olhos de Lian se encheram de lágrimas.

 

— É bom ver que você está viva, filha. Mas, isso não é bom para Ras Al Ghul. Se ele souber que você está viva, ele vai te matar de verdade — retrucou Cheshire se separando da filha.

 

Lian ficou chorando sozinha enquanto via a mãe se despedindo dela.

 

— Mãe! — exclamou a mesma.

 

— Eu tenho que ir, minha filha. Nós nos encontraremos algum dia — disse Cheshire desaparecendo ao vento.

 

Então Roy chamou Rose, Connor e Diggle aos berros.

 

— Pessoal! Venham até aqui! — Roy berrou.

 

[...]

 

Mais tarde, Rose, Connor e Diggle chegaram no local e se depararam com Lian viva perto de Roy.

 

— Lian! Não pode ser...— exclamou Connor — você morreu. Isso deve ser um sonho.

 

 

Lian correu para os braços de Connor e o abraçou. Ambos começaram a chorar no ombro um do outro.

 

— Eu senti a sua falta, Lian...eu achei que tudo estava perdido — disse Connor com uma voz de choro.

 

— Eu...eu me senti perdida e sozinha nesse outro mundo... — confessou Lian.

 

Diggle observou aquela cena e se lembrou do que Connor havia dito.

 

— Ainda quer se tornar o Ras? — Diggle questionou retoricamente.

 

Connor olhava para Lian com os olhos cheios de lágrimas e ela no mesmo estado que ele e teve a certeza de que aquela fora uma decisão precipitada que ele tomara quando estava de cabeça quente.

 

— Não. Eu não quero mais me tornar o Ras...— confessou Connor.

 

Lian estranhou, pois ela não sabia daquilo.

 

— O quê?! Você estava planejando se tornar o Ras por minha causa? — Questionou Lian começando a ficar irritada.

 

— Lian, me desculpe...— Connor se desculpou.

 

Lian deu um tabefe bem dado no rosto de Connor.

 

— Mesmo se eu morrer, você deve continuar o trabalho! — bradou Lian.

 

— Está bem! Está bem! Me desculpa!

 

 

Na antiga torre do relógio de Starling City, Senhor Destino olhava do relógio o movimento na cidade.

 

Então, Sin, a antiga amiga de Sarah Lance que costumava se abrigar lá chegou no local e se deparou com aquela figura misteriosa que estava de costas para ela.

 

— Quem é diabos é você? — questionou Sin.

 

Senhor Destino se afastou do relógio e voltou a atenção para Sin.

 

— Eu sou Senhor Destino — retrucou ela olhando de cima a baixo para Sin.

 

— Para mim parece mais Senhora Macumbeira — brincou Sin.

 

—Você está me insultando? — indagou Senhor Destino.

 

— Não, não. Eu estava apenas brincando. Eu retiro o que eu disse — disse Sin levando as mãos espalmadas para o alto.

 

— Bom. Eu apenas estava procurando um lugar para ficar — retrucou Senhor Destino — E esse lugar me cai muito bem.

 

— Tudo bem. Você pode ficar aqui comigo — retrucou Sin.

 

— Obrigado — replicou Destino.

 

— Mas, me diga, quem é você, de verdade? Eu prometo não contar a ninguém — Jurou Sin.

 

Então,  a entidade removeu o elmo de Nabu, revelando sua identidade para Sin.

 

— Você é uma garota? — exclamou Sin.

 

— Sim. Meu nome é Emily Swanson. Eu trabalho para a JSA, ou "Academia Júpiter de Ciências" — disse Emily se apresentando enquanto segurava o elmo debaixo do braço esquerdo.

 

Sin se aproximou de Emily e estendeu a mão para ela.

 

A mesma a apertou.

 

— Muito prazer...— interrompeu Emily.

 

— Sin, o meus amigos me chamam de Sin — replicou ela.

 

— Muito prazer, Sin — completou Emily.

 

— Então, você não tem um lugar para ficar e veio para cá? — quis saber Sin.

 

— Bem, sim. Tem algum problema? — replicou Emily.

 

—Não, mi casa és su casa. — replicou Sin.

 

— Está bem — Emily sorriu.

 

— Eu tinha essa amiga, Sarah Lance, mas...faz tempo que eu não a vejo por aqui, então...parece que vamos ser amigas — Sin disse olhando para Emily.

— Sim, parece que sim — Emily olhou para Sin — você vive sozinha aqui?

 

— Sim. É bem tranquilo, eu conheço a vizinhança...

 

— Entendo.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Elmo: http://i1040.photobucket.com/albums/b407/Conrado_Akira_Yoshida/constantine-helmet-dr-fate_zpssvcmfloh.jpg
Ulisses Swanson: http://i1040.photobucket.com/albums/b407/Conrado_Akira_Yoshida/alan.rickman-ne5_zpsiu9yzmly.jpg

JSA: Supiter Science Academy (Academia Júpiter de Ciências), as iniciais são uma referência ao grupo Justice Society Of America ou Sociedade da Justiça da América das HQs, que é o grupo onde o Senhor Destino era membro.

Obrigado por ler ^^

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