- Stevan Ferraz por favor. - Após a notícia do acidente eu não tinha mais o que fazer alem de ir vê-lo. Meu pequeno homenzinho.
- Quarto 323 ala B - Disse a recepcionista da clínica hospitalar pra onde ele havia sido mandado.
-Obrigada.
Corri até a ala B, entrei no quarto. Papai estava lá.
-Debora- Ele levantou e me abraçou- Eu não sei como isso aconteceu filha.Eu tinha acabado de por ele no ônibus, eles estavão na esquina de casa e o ônibus simplesmente explodiu.- Eu sai de seus braços e olhei com compreensão.
-Como ele está pai?
-O quadro dele é serio, está inconsciente desde que foi resgatado e não tem previsão pra quando ele vai acordar e se vai acordar- Meus olhos se arregalaram- Os médicos disseram que ele ele sofreu uma lesão no cérebro, ele vai passar por um processo cirúrgico amanhã as nove.
- OK. Vai pra casa pai. Eu fico um pouco com ele.
- Volto as 19:00 OK? - Concordei
{...}
Ele só tem 7 anos, como tiveram essa audácia? Olhando ele agora, tão puro, tão inocente. Nem sabe o que está enfrentando.
Sinto o celular vibrar. Jemes.
- Fala! - Disse ríspida
- Imagino que já saiba o que aconteceu - Claro que ele veio falar sobre isso.- Sinto muito Débora. Vou providenciar para que os melhores médicos cuidem dele.
- Obrigada. Sabe quem fez isso?
- Estamos tentando descobrir. Sei que não é o momento certo, mas temos uma nova mis- O interrompi
- Péssimo momento. Tinham mais quantas crianças no ônibus?
- Não muitas. Quatro, contando com o seu irmão. Pra sorte do restante a casa do seu pai era uma das primeiras no mapeamento do ônibus escolar.
- E como eles estão? - Falei preocupada.
- Melhores que o Stevan. Ao que me parece a menina quebrou uma perna e um dos meninos também, o outro menino quebrou um braço. Provavelmente vão ser liberados ainda hoje. - Ao menos isso, e de pensar que a culpa disso é minha.
- Se o Stevan não sobreviver, eu saio da empresa, James. E eu falo sério.
- Entendo completamente. Vou ligar mais tarde pra passar a nova missão. Vai ter 2 dias para elaborar um plano e eliminar o alvo.
- OK James. Até mais. - Desliguei.
{ 17:00}
Passei as ultimas três horas pensando em quem deixei passar, quem fez isso com ele e como me vingaria. Fui pegar uma barrinha de chocolate com avelã na maquina, no fim do corredor. Depositei o dinheiro, disquei pra escolher e esperei. A mola emperrou.
- Droga! - Virei minha cabeça para o quarto do Stevan. Lagrimas vieram e não pude segura-las. Corri na direção oposta, para o banheiro. Entrei em uma das cabines, fechei a porta e me encostei nela. Deixei as lagrimas caírem. O que farei daqui pra frente? Como vou conviver com essa culpa? Como vou pegar essa pessoa? Sempre fui instruída a não adquirir sentimentos em uma missão, isso se aplica também a começar uma com eles, certo?
Limpei as lagrimas e sai da cabine. Fui até a pia e lavei meu rosto. Sequei. Sai do banheiro e senti alguem cutucando meu ombro. Respirei fundo. Virei. Alto, olhos azuis como o oceano que me miravam , cabelos macios de um tom de loiro escuro e aquele sorriso direcionado a mim. Que obra da perfeição é essa?
- Oi - Disse olhando em sua direção.
- Oi- Disse com aquele sorriso estampado no rosto. Ficamos nos encarando.
- Então ta. - Sai andando. Ele me puxou. Dei um soco em seu braço. O encarei - O que foi? Quem é você?
- Greg. Me chamo Greg. - Voltou a sorrir
- E então Greg, o que foi? - Ele pareceu confuso.
- Ah. Você esqueceu sua barrinha. - Me estendeu ela. O olhei desconfiada. Dei um sorriso e peguei.
- Obrigada. - Fui para o quarto.
{18:00}
Ouço uma batida na porta. Surgem duas cabecinhas. Barbara e Arthur.
- Como ta o dino?- Disse Arthur. Conheci ele quando entrei na empresa, aos 12 anos. Então ele é bem apegado ao Stevan, tanto que tem esse apelidinho.
- Ele ta inconsciente desde que foi resgatado. - Lagrimas marejaram meus olhos.
- Ooo minha linda. Ele vai ficar bem. - A Barbara me abraçou.
- Dino é forte Deb. Ele sempre fica bem. - Disse o Arthur. Olhei para ele e sorri. Ele tava no lado da cama do Stevan, fazendo carinho no rostinho dele.
{...}
Papai chegou. Fui em sua direção e lhe dei um beijo.
Já no corredor recebo uma mensagem. Número desconhecido.
HB20 preto. Entre.
James
Claro, ele não podia nem esperar eu pensar direito. Na rua, encontro o carro. Películas escuras. Entro.
Ele toma um rumo desconhecido, olhei para o homem que dirigia ( e que homem ) parecia neutro, a par da situação , olhar tranquilo cor de mel, cabelos escuros, os lábios carnudos estavam fechados .
- Onde estamos indo? - Não obtive respostas- ESTA ME OUVINDO? ONDE ESTAMOS INDO?- Nada. Peguei minha mochila e enfiei a mão dentro dela, tocando assim, minha arma. - Vou perguntar apenas mais uma vez. Onde estamos indo? - Ele me olhou e sorriu.
- Muito nervosinha você. Chegamos.- Botou a mão sobre a minha mochila - É melhor você largar essa arma.- Acenou com a cabeça para fora do carro. Haviam em torno de 20 homens armados. Eu larguei a arma, ele sorriu. - Bem melhor.
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