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História Your only One - Imagine Bakugou Katsuki - Vinte e oito - Então está admitindo que me acha feio?


Escrita por: Strawgr

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 29 - Vinte e oito - Então está admitindo que me acha feio?


Fanfic / Fanfiction Your only One - Imagine Bakugou Katsuki - Vinte e oito - Então está admitindo que me acha feio?

Após finalmente conseguir ficar sozinho, você tentou se distrair ficando o máximo de tempo assistindo televisão. Não conseguiu. Procurou algum joguinho interessante de celular e quase pifou o telefone depois de tanto instalar aplicativo. 

Sem muita escolha, se rendeu a louça que tinha para lavar. 

Há quase uns dezoito minutos na pia (e ainda com coisa considerável para lavar) estava quase com dor de cabeça depois de tanto pensar na mesma merda; a sua triste situação. 

Mas depois de tanto pensar, chegou a uma única conclusão: ia mandar Nejire pro inferno na próxima vez que ela se enfiasse na sua cabeça. Se realmente quisesse te ajudar, não ia ficar falando tudo em meias palavras apenas para te deixar com a ansiedade lá no pico e se auto atormentando na dúvida. 

Não ia ajudar ela. Essa é a sua única certeza sobre isso tudo, mas ao menos já é um começo. 

Não tem motivo. Já que Katsuki não está te matando.

Não, não ele nunca faria isso. Ele prometeu. 

"Você não achava a mesma coisa daquele humano?"

Ela também sabe sobre Shindo. Será que todas essas criaturas são atualizadas sobre a sua vida? Ficam fofocando entre si?

Não importa. Terminou de lavar a louça e voltou para a sala, ainda sem conseguir ficar calmo. Encarando a televisão, você se levantou do sofá e foi para o quarto. Catou aquele livro maluco de que ganhou do seu professor e voltou para a sala. 

Nunca ia entrar na sua cabeça que Aizawa achou aquela coisa numa feira. Parecia aqueles livros de bruxaria passado de geração em geração daquelas famílias ocultistas. 

Será que ele vinha de uma linhagem assim? E te deu esse troço porque não tinha mais interesse sobre essas coisas?

Se sentou no sofá, folheando o troço. As mesmas páginas sobre escrituras em linguagem antiga, as figuras de monstros e criaturas esquisitos. Nem sabia ao certo o que estava caçando, mas talvez tivesse qualquer coisa que quisesse saber. 

Sei lá. Também queria muito pensar em qualquer coisa que não fosse sobre Nejire e Bakugou. Mas é meio difícil.

Enquanto ia passando aquelas folhas com um interesse considerável, tomou um susto quando o seu telefone começou a tocar no balcão.

Se levantou rapidamente e foi atender, fazendo uma careta surpresa em ver quem era.

— Oi, mãe. — murmurou com o celular contra a orelha, um pouco mais animado. — Está tudo bem?

Oi, meu amor. — a mulher respondeu doce. — Está tudo bem, sim. E você? Eu estou com tanta saudades. Tem alguma novidade?

Ô, se tinha.

— Eu também estou. — diz, com um meio sorriso. — Quanto a novidade, eu acho que vou conseguir passar alguns dias aí.

Sério?! — escutou uma voz mais jovem e fina gritar no fundo.

Mas e a sua faculdade? — ela perguntou suavemente preocupada. — Você pode ficar faltando?

— É que aconteceu uma morte misteriosa lá. — explica, sem saber ao certo o que dizer. — As investigações ainda estão correndo, então as aulas estão todas paradas.

Isso com certeza é uma novidade. — Sam comentou, tão surpresa quanto a sua mãe. — Mas bem ruim.

— Meu Deus, [Nome]... — a mulher resmungou abismada. — Como assim morte misteriosa?

— Foi uma garota. Ela começou a passar mal depois de beber água na garrafinha que matou todos os órgãos internos. Todo mundo acha que foi envenenamento, mas até agora não pegaram ninguém.

Misericórdia, que perigo! — ela quase gritou, preocupada como sempre. — Então tem um assassino na sua faculdade?

— Ao que tudo indica. Os pais estão quase para processar lá. — você fez uma leve careta só de pensar. — Espero que isso não atrase muito o meu diploma.

Credo, garoto. — ela reclamou ainda chocada. — A pobre morreu e você preocupado com diploma.

Podia muito bem listar todos os motivos do qual Taylah não é muito digna de pena, mas apenas riu baixinho.

Mas e o seu trabalho? — a mulher voltou a perguntar. — Acha que eles podem te dar uma folga?

— A Mirko queimou os fios de energia. — falou, a surpreendendo novamente. — Não sei o que ela fez, mas parece que não vai arrumar tão cedo.

Então você está sem trabalho?! — quase afastou o telefone do rosto pela alteração no tom de voz. — E quando chegar no final do mês?

— Tá tudo bem, mãe. Eu me viro. — deu de ombros, sorrindo em ouvir a voz dela. — Eu... Tenho meus meios.

Sei. — ela resmungou meio contrariada. — Então você fica atoa o dia inteiro?

— É. — admite. — Por isso acho que vou conseguir visitar vocês.

Mesmo? — a mulher se animou. — Quando?

— Acho que... Sei lá. Amanhã mesmo. — diz, pensativo. — Não sei quando vou voltar a ter algum compromisso.

Você já vai vir amanhã? — a sua irmã perguntou quase exasperada, a voz infantil soando como um gritinho.

— Calma, é só um pensamento meu. — ri baixo, se contagiando com a alegria da garota. — Um planejamento, só.

Seria tão bom se você viesse. — a sua mãe choramingou. — Seria tão bom ter alguém para cuidar da peste da sua irmã por alguns dias.

— Ela está fazendo bagunça aí?

Bagunça é apelido. — a mulher esbravejou, e pode escutar uma risadinha. — Seu pai está quase endoidando.

— Ele está aonde? — perguntou, levemente ansioso. — Eu posso falar com ele?

Melhor não. — ela riu baixo. — Ele está no escritório, e provavelmente vai começar a chorar se falar com você agora. Melhor se encontrarem quando você vir.

— É. Tudo bem. — concordou com um sorriso. — Também sinto muito a falta dele.

Tem uns dois meses que ele consegue entrar no seu quarto sem ficar triste. — ela comentou bem humorada. — Seu pai é o homem mais sensível que eu já vi.

— Eu sei. — respondeu com um risinho nasal. — Ele provavelmente vai chorar quando eu chegar.

Com certeza. — ela e Sam concordaram ao mesmo tempo.

Como anda você e o Shindo? — se encolheu levemente com a pergunta. — Acha que ele pode vir com você? Queria tanto vê-lo pessoalmente.

— Ele vai ir visitar os pais. Amanhã, ironicamente ou não. — disse, tentando esconder o alívio. — Sabe, aquela história. A mãe dele tem uma mínima chance de acordar do coma, e ele quis ir lá.

Oh. Está certo. — sua mãe murmurou. — Imagino como deve ser doloroso.

É verdade. Às vezes tentava se imaginar com a sua mãe sobre uma cama de hospital sem nunca levantar de cima dela. O pensamento nunca ia muito longe porque o seu cérebro recusava essa ideia.

— Mas, mãe. — chamou, com um suspiro. — Tem uma coisa que eu queria te falar.

É ruim ou boa? — ela já foi se preocupando novamente.

— Não sei. Você precisa saber.

Lá vem. O que aconteceu?

— Eu e o Shindo não estamos mais juntos.

Silêncio. Até você mesmo pareceu se surpreender com o que disse.

Sério? — ela pareceu meio triste. — Eu nem o conheci e você já terminou?

Ah, deus.

— Já faz um tempo. Uns meses. — mentiu passando a língua pelos lábios de forma nervosa.

O que aconteceu?

— Só... Não deu certo. — respondeu pensativo. — Sabe? A gente resolveu se separar.

Poxa, filho. — a mulher lamuriou chateada. — E como você está?

— Estou bem. — mentiu novamente. — E tem uma pessoa que eu quero que você conheça.

Você já arrumou outro macho? — Sam perguntou quase chocada, recebendo uma repreendida da mãe.

Você quase riu.

E quem é essa pessoa, filho? — a mulher perguntou surpresa também, quase receosa.

— É um cara também. — murmurou coçando a nuca nervoso. — A gente está se conhecendo, mãe. Eu queria levar ele para conhecer vocês.

Ele é bonito? — Sam perguntou bastante curiosa.

— Sim. — deu um sorrisinho envergonhado. — Se o problema for beleza, vocês vão amar ele.

E como ele é? — as duas pareciam bastante curiosas. — Te trata bem? Faz faculdade de que? Trabalha com alguma coisa?

Você nem sabia ao certo o que ele cursa lá na sua faculdade agora. Bakugou diz que vive trocando de área porque acha tudo muito chato com umas duas semanas. Como preferia mil vezes o próprio demônio respondendo a essas perguntas (já que ele sustenta mentiras muito melhor) preferiu rodear o assunto.

— Vocês vão gostar dele. — garantiu. — Eu prometo.

Qual o nome do sujeito?

— Vocês só vão saber se me deixarem levar ele aí. — retrucou mordendo o lábio inferior. — Fechado?

Não sei o que pensar desse suspense todo. — a sua mãe resmungou contrariada. — Você pretende aparecer aqui com o John Lennon por acaso?

Mas o John Lennon é muito velho, mãe. — Sam comentou baixo, meio desgostosa. — Não quero um cunhado muito velho. [Nome], ele é velho?

— Não. — agradeceu por elas não poderem ver o seu rosto, porque estava se segurando muito para não rir. — Temos praticamente a mesma idade.

Ele tem dinheiro?

— Tem.

E trabalha com o quê?

Você ficou olhando para o nada, engolindo em seco.

Se dissesse que ele trabalha com internet, com certeza vão procurar ele nas redes sociais e ter uma surpresa não muito boa. Então só soltou a primeira coisa que veio na cabeça:

— Ele ganha dinheiro dos pais. — disse, a cara vermelha por tantas mentiras uma atrás da outra. — Mas eles vivem em outro país. Ele veio para cá para fazer a faculdade.

E ele vai embora quando se formar? — Sam perguntou. — Aí você vai ter que arrumar outro cara de novo?

Menina, pelo amor de deus. — a sua mãe chiou com raiva, te fazendo rir. — Eu não te criei assim.

Ué, mas é uma pergunta válida. — a menina argumentou. — Não faz bem ficar trocando de namorado assim.

Mas ele disse que os dois estão apenas se conhecendo. — a mais velha contesta. Você ficou apenas escutando.

Que nada, mãe. Isso aí é lorota. — a garota desdenhou nada convencida. — Se não ele não já estava trazendo o cara pra cá. Ele tá com vergonha por ter terminado e já arrumou outro.

Menina! — você deu uma gargalhada sincera, escutando as duas brigando no telefone. — Quem foi que te ensinou a falar assim?!

— Eu tô morrendo de saudades da falta de educação da minha irmã. — comentou com o humor muito melhor agora. — Vocês duas fazem o meu dia.

Certeza que ela ficou assim depois daqueles desenhos do YouTube. — a mais velha resmungou baixinho. — Então você vai vir mesmo? E vai trazer esse namorado?

— É. Se a senhora deixar, eu levo ele. — falou, levemente animado.

Por mim tudo bem, mas eu vou falar com o seu pai. — ela concordou, mas parecia bastante curiosa. — Você não tem uma foto para me mandar dele?

— Não. Vocês só vão saber quando ele estiver aí. — falou com um sorriso.

Tenho a impressão que esse menino deve ser muito feio, e ele tá fazendo isso só pra gente não ter mais como recusar quando ele estiver aqui. — você quase teve um crise de risadas com Samantha pensativa no fundo.

Se for isso mesmo, pelo menos significa que é um sentimento genuíno. — sua mãe se deu por vencida com uma risada. — Essa garota não tem limite.

— Ela vai se dar muito bem com ele. — falou.

Então eu vou esperar. — a mulher falou ansiosa. — Não vejo a hora de conhecer meu genro.

— E não tem vontade de rever o seu filho? —  arqueou as sobrancelhas surpreso.

Também, mas a sua cara eu já vi. — ela se desculpou cínica. — A desse tal bonitão ainda não.

— Ah, tá bom então. — concordou fingindo mágoa. — Quando eu chegar aí não quero ninguém chorando no meu ombro.

Eu estou com saudades. — Samantha murmurou. — Vou abraçar você quando chegar.

— Eu também, Sam. Vou abraçar todos vocês.

Vou abraçar seu namorado também. Ele gosta de abraços?

— Ele ama abraços.

Agora eu infelizmente preciso desligar. — sua mãe murmurou desanimada. — Preciso ir ajudar o seu avô com os cavalos.

— Tudo bem, pode ir. — concordou com um sorriso. — Foi muito bom falar com vocês duas.

Tchau, meu amor. — ela disse contrariada com o fim da conversa. — Vamos nos ver logo?

— Eu prometo, tchau.

Tchau, [Nome]!

— Tchau, Sam. Por favor, se comporte.

Eu vou tentar.

— Eu tenho uma surpresa para você. — falou, atraindo a atenção de ambas. — Mas eu só vou te dar ela se a mamãe disser que você se comportou quando eu chegar aí.

Mesmo? — pela voz dela agora mais forte, a garota provavelmente estava segurando o celular. — O que é?

— É surpresa. — pode escutar um choramingo. — Você promete se comportar?

Prometo!

— Então eu vou levar o seu presente. Eu vou perguntar a mamãe se você fez bagunça.

Tá, eu prometo. — ela garantiu ansiosa. — Vou virar um anjo!

— Tá, então estamos combinados.

Não sei qual dos dois é mais chantagista. — a mulher mais velha resmungou, e podia ver a careta dela enquanto balança a cabeça. — Mas, pelo menos parece que vou ter um pouco de sossêgo.

— Tchau, mãe.

Tchau, filho, eu amo você.

— Eu também.

Eu também o quê?

— Também me amo.

Safado.

Os dois estavam rindo quando ela desligou a chamada, e se sentia muito melhor do que alguns minutos atrás. Talvez o que precisasse para diminuir essa tensão toda fosse rever as pessoas que ama agora.

Bem. Agora precisava contar a Bakugou que ele iria viajar com você até a fazenda dos seus pais.

Droga. Será que foi uma boa ideia? Será que ele vai gostar? Vai... Sequer aceitar isso?

Céus. Você tinha que parar de tomar decisões sem pensar direito.

Mas se sentiu bem mais revigorado depois daquela ligação, e uma ansiedade positiva em finalmente viajar de volta para a casa dos seus pais depois de anos longe por causa da faculdade, já que não tinha carro e eles não tinham muitas oportunidades de viajar e deixar a fazenda lá.

Então. Estava contando que Katsuki aceitasse ir com o carro dele.

Teria que dar um jeito de convencê-lo. Voltou para o sofá, catando o livro velho para o guardar novamente no armário.

Abriu a última gaveta, enfiando o objeto meio frágil no mesmo espaço de onde tirou. Quando não viu o telefone que devia estar enfiado num canto mais fundo da gaveta, franziu levemente as sobrancelhas. Enfiou a mão lá, procurando. Mas estava tudo liso, sem o troço.

Você tirou as peças de roupas e outros objetos de lá de dentro botando no chão com cuidado, até conseguir ver amplamente dentro da gaveta. Revirou e passou a mão por cada centímetro, mas não achou o telefone.

Sem demonstrar muita reação, colocou tudo o que havia tirado de lá de dentro exatamente onde estava, até parecer que nem mexeu naquela gaveta. Abriu a de cima, procurando também. Enfiou a mão em todos os cantos, sem sentir a textura característica do aparelho.

— Mas que porra. — resmungou baixo, passando a procurar em qualquer canto daquele guarda roupa, inutilmente. — Cadê aquela merda?

Talvez tivesse guardado em outro lugar e se esqueceu. Com essa esperança passou a procurar na escrivaninha do seu quarto, também sem sucesso. Na cabeceira da cama, em qualquer compartimento daquele quarto. Não achou.

Você ficou em pé no meio do quarto e engoliu em seco, olhando atentamente em volta. Será que Katsuki resolveu pegar de volta sem avisar? Ele vive fazendo isso.

Tem que ser isso. Precisa. Porque se for o que estava pensando... Havia se enfiado em problemas sérios.

Não foi nenhum dos seus amigos. Eles estavam aqui enquanto estava desmaiado, mas não havia literalmente nenhuma razão para algum deles te roubar. Na verdade, se algum deles vissem esse celular socado no seu guarda roupa iam catar ele na hora e sair gritando exigindo saber porque diabos tinha um telefone tão caro escondido no seu quarto.

Então sobra duas pessoas que também estiveram aqui hoje: Katsuki e Shindo.

Se foi Katsuki, tudo bem. Tanto faz. Mas se foi Shindo...

É claro que foi Shindo. Sim, óbvio. Não adianta se fingir de sonso.

Você saiu do quarto, passando as mãos cabeça de forma extremamente nervosa.

Foi naquela hora em que estava no banheiro. O único momento em que ele estava sozinho, e depois foi embora com uma pose esquisita. Ele tinha entrado no seu quarto (visto todas as sacolas de roupa ainda jogadas na sua cama, já que não arrumou), fuçado o seu guarda roupa e achado o maldito celular.

— Puta que pariu. — xingou meio alto, andando em círculos pela sala enquanto passa as mãos pelo rosto. — Puta que pariu. Agora sim fudeu. Agora sim. Parabéns para mim. Fudeu!

Tudo bem, era apenas um celular. E estava com senha. Mas conhece Shindo. Ele roubou aquele troço para saber o que tem e não vai descansar até conseguir.

Merda. Péssima ideia! Foi uma péssima ideia!

Tudo bem. Não é o fim do mundo. É só pegar o celular de volta. Tá que ele com certeza ia fazer todo um showzinho até ceder que tinha roubado o telefone, mas é só infernizar ele até conseguir.

Mas tem que ser rápido. Ou ele vai embora para a casa dos pais e ficar com aquela porra.

Tá bom. Tá tudo bem...

Tomou um susto ao escutar batidas altas já porta. Sendo obrigado a parar de se lamuriar, foi até lá e quase caiu morto para trás em ver a cara alegre de Fleur, que se iluminou de felicidade como uma lâmpada ao te ver.

— Eu estava morrendo de saudades desde hoje de manhã! — ele te agarrou num abraço apertado, o rabo felpudo balançando animadamente lá atrás. — Achei que ia morrer de tanta falta.

Você não estava entendendo nada, mas o agarrou de volta meio assustado enquanto Lorcan passava pela porta com uma cara de bunda (como sempre) já avaliando o apartamento com olhar crítico.

— Voltei, amor. — Katsuki falou sorridente, parado na porta com Fleur ainda te abraçando com força. — Seu amante já foi embora?

— J-já. — respondeu, permitindo espaço para Fleur entrar também e já sair olhando tudo em volta curioso. — Por que você... Trouxe eles?

— As crianças queriam conhecer a sua casa. — o loiro respondeu tranquilamente, passando por você também. — Fleur, para de cheirar os copos. Ficar enfiando a cara neles assim é falta de educação.

— Ah, desculpa. — o híbrido murmurou colocando os objetos de vidro de volta no armário.

Ele saiu para fuçar outras coisas, perambulando pela sua cozinha como uma criança animada. Você passou a observar Lorcan olhando a sala com desprezo.

— Casa de pobre. — o moreno resmungou se sentando no sofá.

— Então vai embora. — retrucou sem realmente se ofender, já se voltando para Bakugou. — Mas vocês vieram na hora certa.

— É? — o loiro notou o desespero no seu tom de voz, te olhando com mais atenção. — Por que?

— Você pegou aquele celular de volta? — perguntou nervoso, apenas para confirmar. Quando ele fez que não, quase começou a chorar. — Eu acho que o Shindo roubou ele.

Estava falando baixo, mesmo que Fleur estivesse bastante entretido em xeretar (e cheirar tudo) e Lorcan sofrendo para mexer no controle da televisão. Katsuki não pareceu muito surpreso, mas ergueu as sobrancelhas.

— Tem certeza que procurou direito?

— Tenho. — garante com um aceno. — Não tá em canto nenhum. Se não foi você, foi ele.

— É, é bem a cara dele. — o incubus suspirou indo para o sofá. — Deixa com ele.

— O quê?

— Deixa o celular com ele. — o loiro repetiu tomando o controle de Lorcan na maior falta de educação. — Quem procura acha. Ele vai procurar algo no telefone e vai achar.

— E-esse é o problema! — se exaltou, abrindo os braços como se Bakugou fosse doido. E ele é mesmo. — Ele não pode achar aqueles vídeos?

— Que vídeos? — Lorcan perguntou com uma careta.

— Uns vídeos da gente transando. — o demônio respondeu tranquilamente. — O Encosto pegou o telefone com as gravações.

— Ah. — o outro deu de ombros.

Você estava com os olhos arregalados olhando de um para o outro chocado em pé ao lado do sofá, até piscando algumas vezes.

— Deixa ele ficar com o celular. — Katsuki insistiu, sorrindo da sua expressão. — É até bom.

— Do que você está falando? — perguntou mais alto do que queria, quase voando em cima daqueles dois. — Quer que ele descubra sobre nós?!

— Já tá na hora, eu acho. — Lorcan opinou, largado no sofá com desânimo. — E não tem como arrumar uma coisinha mais interessante para assistir não?

— Já tá na hora? De quê, dele me matar?! — retrucou como se fosse o único lúcido naquele apartamento. E talvez fosse. — Vocês ficaram doidos?

— Ele não vai te matar. — Bakugou desdenhou. — Deixa ele com o celular. Vai ser maravilhoso.

— Vai, vai ser. — você deu uma risada de desespero. — Vai ser maravilhoso ele me expondo em tudo que é canto.

— Ele não vai. — os dois demônios disseram ao mesmo tempo.

— Como não vai?

— Acredite em mim. — Katsuki acenou te olhando, totalmente calmo. — Ele não vai postar. Nem as suas fotos, nem os vídeos.

— Por que você acha isso?

— Primeiro, ele não vai postar vídeos seus transando com outra pessoa, porque apenas o daria o posto de um belo de um corno. — o incubus começou, esboçando uma satisfação quase sádica. — E dois, não vai postar as suas fotos porque elas são a única coisa que te mantém preso a ele. Ele não iria fazer se não fosse em algo "extremo" na visão dele.

— Um vídeo meu transando com você é extremo. — diz lentamente, quase assustado.

— De certa forma. — o loiro sorriu lascivo se lembrando daquela noite. — Mas confie em mim. Ele não vai fazer nada além de chorar em posição fetal quando ver aquilo.

— Isso não vai dar certo. — você passou a mão na cabeça nervoso, passando a andar em círculos pela sala e atrapalhar os dois a assistir televisão. — Ele vai me matar.

— Ele não vai te matar. — Lorcan resmungou já se irritando. — Mas eu vou se não sair da frente.

— E quando ele descobrir? E aí? — o ignorou desesperado, quase se enfezando com a indiferença dos dois. — O que a gente faz?

— Chama ele de corno chifrudo. — os dois responderam ao mesmo tempo, ambos abrindo um sorriso sacana.

Você voltou a andar inquieto pela sala até Lorcan de irritar de vez. O moreno se levantou e te catou nos braços de qualquer jeito, te jogando no sofá com raiva. Bakugou te agarrou brincalhão quando tentou se levantar.

— O Encosto finalmente vai descobrir que é corno. — o incubus cantarolou te abraçando a força. — Isso merece uma comemoração.

Lorcan se sentou novamente no sofá e passou a fuxicar o controle remoto para procurar algo interessante para assistir, ignorando os seus choramingos ao lado para se soltar.

— [Nome], o que é isso? — Fleur apareceu do corredor do quarto com um livro escuro nas mãos, chamando a atenção dos três. — Parece uma bíblia.

Você arregalou os olhos ao ver Fleur se aproximar inocentemente com aquela coisa, abanando o rabo felpudo. Lorcan se inclinou para tentar ver algo na capa, mas ela estava desbotada demais.

Bakugou te largou calmamente, pegando o livro do outro loiro. Os três se ajuntaram um ao redor do outro para ver aquele troço. O incubus abriu o livro, folheando as páginas. Depois te olhou intrigado.

— Quem te deu isso?

— Como você sabe que eu ganhei? — retrucou, contendo o nervosismo.

— Não é como se você fosse achar essa porra numa lojinha de antiguidades. — Lorcan retrucou o óbvio. — Quem foi o sexta idade que te deu isso?

— Ele é muito legal. — Fleur sorriu observando os desenhos detalhados das páginas enquanto Katsuki continua xeretando. — Você acha que consegue fazer tatuagens assim?

— Ah... — piscou nervoso. — Não sei.

— Não muda de assunto. — Bakugou chiou. — Quem te deu esse livro?

Ele não estava demonstrando raiva, mas tentou pensar seriamente se devia responder.

— Eu só quero saber. — ele insistiu, meio incomodado com a sua desconfiança. — Não vou matar ninguém.

— Eu não estava pensando nisso.

— Estava sim. — os três retrucaram ao mesmo tempo, te causando surpresa.

— Foi um professor da minha faculdade. — respondeu, dando um suspiro. — Eu tinha ido na casa dele, e ele me deu.

— Por que você foi na casa dele? — Fleur perguntou curioso, sentando ao lado do demônio mais velho.

— Fui só fazer uma visita. — explicou dando de ombros. — Aí ele me deu esse livro porque estava muito velho e não queria mais.

— Ele contou como conseguiu isso? — ele insistiu sem tirar os olhos do objeto super velho.

— Disse que foi numa feira, há vários anos atrás. — murmurou, observando o interesse dos três sobre isso. — Tem algo de especial nesse livro?

— Fala sobre bruxaria. Bruxaria antiga. — Bakugou esclareceu balançando levemente a cabeça. — Sobre criaturas. É quase um grimório.

— Eu vi. — concordou. — Mas não cheguei na parte da bruxaria. Vi só esses bichos dos desenhos.

Katsuki sorriu levemente.

— Bichos dos desenhos? É assim que você chama essas entidades tão poderosas?

— É. — deu de ombros meio cismado. — Não consigo pronunciar nem metade desses nomes aí. Então essas coisas existem mesmo?

Bakugou te olhou de canto, encolhendo os ombros fortes.

— Não sei. Não conheço a maioria.

— Mentiroso. — retrucou indignado. — Não quer que eu pergunte sobre eles.

— Ah, dramático. — ele fez uma cara meio ruim, ainda avaliando o livro. — Não é isso. Mas eu estou falando a verdade. Não conheço boa parte disso aqui.

— É sério? — perguntou não muito convencido.

Difícil imaginar algo que Katsuki não conheça ou não saiba.

— É.

— Hm. — resmungou contrariado. — Tá bem então.

Ficou em silêncio no canto enquanto eles liam o livro e observando Fleur maravilhado com as gravuras antigas dos monstros e criaturas menos horrendas e feias, como se estivesse lendo um livro infantil.

— É um livro muito interessante. — Bakugou murmurou depois de verificar mais algumas páginas e te devolver o objeto para as suas mãos, mas ele parecia bastante tentado a continuar fuçando. — Guarde isso.

— Eu tenho mais uma coisa para te contar. — murmurou coçando a nuca, o que atraiu a atenção dos três. — Para vocês três.

— Você fez bolo de chocolate? — Fleur perguntou se animando, abanando o rabo peludo com entusiasmo.

— Não, não tem nada haver com isso. — negou dando uma risada. — É sobre a minha família.

— A sua vó morreu? — Lorcan perguntou sem nenhum pingo de sentimentos.

Você o olhou com uma cara meio ruim e até perdeu a vontade de falar.

— Não, mas que bosta. Me deixa contar. — chia se exaltando levemente. Os três ficaram te encarando fixamente curiosos enquanto esperam naquele suspense. — É uma coisa séria.

Fleur e Bakugou não estavam nem piscando direito, levemente inclinados na sua direção extremamente interessados na possível fofoca.

— Eu contei para a minha mãe que eu e o Shindo terminamos. — soltou de uma vez, meio tímido. — E que queria levar vocês para conhecer ela.

Os três ficaram calados. Até Lorcan deixou os ombros caírem de surpresa e desviou o olhar.

— Sei que eu devia ter falado com você antes. — murmurou desviando o olhar, já que a sua cara estava meio vermelha pela encarada profunda que estava recebendo deles. — C-como eu estou sem nada pra fazer, pensei em ir visitar elas antes que as aulas ou o meu trabalho volte. Aí, falei que estava conhecendo uma pessoa, e queria que meus pais conhecessem.

— E a pessoa é qual de nós três? — Fleur perguntou com uma carinha confusa, tentando acompanhar.

— É o Bakugou. — respondeu olhando para ele com receio. — Mas eu não falei nada. Nem o seu nome, foto nada.

— Mas você não tem carro para ir. — Lorcan resmungou, erguendo as sobrancelhas escuras. — Vai mendigar carona?

— Sim. — respondeu, o surpreendendo. — No caso, a carona ia ser o Bakugou.

O incubus estava durante toda a explicação em silêncio apenas te encarando, e era muito difícil identificar qualquer coisa na expressão dele.

— Você quer que eu vá conhecer os seus pais? — ele perguntou lentamente, sem esboçar nada.

— É. — engoliu em seco pela reação dele (ou a falta dela). — Mas se você não quiser...

— Quando você quer ir? — o demônio pergunta.

— Não sei exatamente. Amanhã, mas como é você quem vai nos levar...

— Então vamos amanhã. — ele sorriu se ajoelhando no sofá para de arrastar na sua direção. — De manhã cedo? Quer levar as crianças junto?

Você ia abrir a boca para responder, franzindo o cenho logo depois.

— Que crianças?

— Esses dois chatos. — Bakugou apontou com o queixo para Fleur e Lorcan, que o olharam ruim. — Ou posso largar eles com alguém...

— Não! — Fleur rosnou indignado, te olhando com cara de piedade para pedir socorro. — Eu vou também! Deixa só o Lorcan aqui.

— É bom demais pra ser verdade poder ficar livre de vocês por uns dias. — o moreno cuspiu amargurado.

— Não, vamos todo mundo. — você sorriu levemente, se confortando com o entusiasmo dele. — Não tem problema. Desde que não façam nada suspeito.

— Será que o meu rabo é muito suspeito? — Fleur perguntou genuinamente curioso, abanando levemente a cauda felpuda quando a olhou. — Acho que sim. Nenhum humano tem uma cauda.

— Será que tem como esconder? — você perguntou, passando a avaliar essa questão também. — Ou você pode ficar na sua forma de cachorro.

— É, não tem problema. — ele divagou, abanando o rabo. — Os seus parentes vão gostar de mim?

— Vão. — assentiu, sorrindo só de imaginar. — A Sam vai te amar.

— Vai gostar de mim muito mais. — Bakugou chiou com deboche. — O cunhado dela vai ser eu.

— Não começa. — você repreendeu antes que se iniciasse outra briga. — Vocês três serão muito bem recebidos.

— Mas e se o Encosto descobrir? — Lorcan perguntou, sem realmente se importar. — Tipo, ele vai baixar na casa dos seus pais fazendo barraco?

— Mais do que quando ver os vídeos? Não. — respondeu encolhendo os ombros só de pensar. — Mas ele nem precisa saber. É só a gente ir discretamente.

— A tá. — o moreno sorriu sarcástico. — Discreto e Bakugou na mesma frase não dá certo.

— Vai se fuder. — o incubus ralhou com um notável ressentimento. — Eu sei muito bem ser discreto.

— Ah sabe. — o híbrido continuou de deboche, com um sorrisinho irritante. — Você é o rei da humildade e passar despercebido.

— Do que vocês dois estão falando? — você perguntou sem entender.

— Isso é lorota desse aí. — o demônio resmungou emburrado. — Deixa pra lá.

— Já que nós vamos amanhã, a gente pode dormir aqui? — Fleur perguntou animado. — Eu posso dormir com você?

— Não. — Katsuki respondeu na lata. — Eu que vou dormir com ele.

— Por que você? — e lá foi se iniciando outra briga. — Ele gosta mais de mim.

— Vocês dois parecem aquelas gurias noiadas brigando por causa de menino feio em porta de colégio. — Lorcan resmungou cruzando os braços enquanto encara a televisão. — E bota menino feio.

— Você não briga junto porque não tem a menor chance. — Fleur retrucou ofendido, mesmo que o insulto tenha sido para você. — Aí se convence de que ele é feio pra não chorar de noite.

Você piscou, se encolhendo contra o sofá e mantendo silêncio sob aquela resposta tão reveladora. Bakugou abriu um sorrisinho zueiro enquanto Lorcan raciocinava em silêncio.

Ele olhou lentamente para Fleur, piscando os olhos verdes brilhantes. Você se encolheu mais quando ele voou no loiro como um bicho selvagem. E lá começou outra briga.

— Ei, Lorcan! — você tentou segurar ele, mas os dois rolaram para fora do sofá quando Bakugou acertou um chute fraco neles. — Fleur! Meu Deus, parem de brigar!

Foi interrompido de tentar estabelecer a paz quando Katsuki te agarrou de lado, rindo maldoso daquele caos todo e te mantendo preso nos braços. Mesmo tentando se contorcer desesperante com os sons raivosos lá embaixo, ele nem se mexia direito.

— Você é um sarnento insuportável! — o moreno rosnou esfregando uma almofada na cara do híbrido embaixo de si, que rosnava tentando se soltar. — Não tenho culpa se você tem mal gosto e gosta de homem feio!

— Não pode criticar ele se você também gosta. — Bakugou alfineta, te apertando mais forte quando se empenhou mais em se soltar.

— Então você está admitindo que eu sou feio? — você retrucou parando de se contorcer, o olhando ofendido.

O sorriso dele sumiu na hora, notando que falou merda. As coisas pioraram ainda mais quando Lorcan começou a rir alto.

— Ele não é feio! Vocês dois é que são! — Fleur gritou agarrando o pescoço do outro híbrido. — Isso é inveja!

— Então você também é feio, já que tem a nossa cara! Imbecil!

Depois de muito custo e gritaria, você conseguiu se soltar de Katsuki para agarrar Lorcan e literalmente o arremessar no sofá com uma força quase descomunal. Tá que você quase passou muito mal de esforço depois (foi difícil pra caralho se soltar de Bakugou) mas fez os três se acalmarem ou ia tacar água benta neles. Fleur quase começou a chorar sob essa ameaça.

— Chega. De. Briga. — murmurou meio sem ar, se sentando no sofá cansado. — Ou eu juro que vou jogar vocês pela janela.

— Eu não fiz nada. — Bakugou cruzou os braços emburrado. — Esses dois é que são umas pestes.

— Eu não sou uma peste. — Fleur chiou agarrado no seu braço, surpreendente magoado. — O Lorcan que avançou em mim.

Você não devia estar tão cansado. Estava ofegando levemente quando se jogou no sofá com eles finalmente calmos sem tentar se matar.

— Não interessa. Só chega. — resmungou.

— Eu tô com fome. — Fleur murmurou manhoso.

— Mata a mãe e come. — Lorcan retrucou com raiva, ainda ressentido.

— Não dá pra matar o Bakugou. Ele quem vai dirigir amanhã.

Você começou a rir sozinho daquele diálogo, e Bakugou repassou mentalmente todas as vantagens em manter aqueles dois por perto. Ou pelo menos tentar se lembrar de alguma. 



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