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História .you're my best friend, but why i want you so much? - dowoo - One shot.


Escrita por: moon_il

Notas do Autor


olá, meus amigos, me desculpo desde já pelos erros
espero que gostem <33

Capítulo 1 - One shot.


 

Kim Jungwoo me fazia descobrir várias coisas. Talvez tenha sido isso o que me fez ficar tão apaixonado por ele.

A primeira vez que o vi foi quando tinha cerca de 15 anos de idade, eu estava indo para o ensino médio e ele era apenas dois anos mais novo.

Em uma das vezes em que eu vadiava pela biblioteca, evitando uma aula chata de geografia, acabei encontrando escondido no fundo do local o menino dormindo enquanto escutava música.

De início quis acordá-lo, era um lugar horrível de se dormir, ele estava todo torto e podia ser pego com facilidade pelos inspetores.

Foi aí que eu percebi que ele nem dormindo estava.

"Você vai ficar parado aí até alguém ver você e entregar nós dois ou o quê?"

E essas foram as primeiras palavras que trocamos. Lembro-me perfeitamente de acabar indo para outro canto sem graça pela situação.

Depois disso acabamos por nos esbarrar mais vezes no mesmo canto da biblioteca, o que nos fez começar a conversar e descobrir vários amigos, gostos e coisas em comum.

Descobri depois que ele era muito divertido e inteligente, seu nome estava sempre entre os primeiros da classe, sempre que vinha pedir ajuda sobre alguma matéria aprendia rápido e era muito esforçado. Mas quando estávamos a sós ele era um grande bobão, fazia piadas a todo momento e sempre brincava comigo.

Pareciam até duas pessoas diferentes, mas eu descobri que era só o jeito dele mesmo.

 

...

 

Já nos meus anos finais do colégio e Jungwoo no início do ensino médio, éramos mais grudados do que nunca.

Sexta era o dia de maratona, fazíamos um sorteio e a série ou sequência de filme que saía era a que veríamos no dia. Se não terminássemos, a continuação seria na próxima sexta.

Domingo era o dia em que íamos tomar sorvete e estudar juntos.

E bom, na terça o encontro era na biblioteca como sempre.

Jungwoo era o típico garoto perfeito: divertido, estudioso, engraçado, sabia escutar e falar também.

Pra falar a verdade eu achava impossível alguém ser tão bom assim e já falei várias vezes pra ele.

Mas ele também sempre era tão humilde e negava dizendo que não era bem assim.

Com o passar do tempo descobri que ele era tímido, e, de acordo com o próprio Jungwoo, era por essa razão que ele sempre ficava vermelho e não gostava muito de estar em público.

Eu tinha minhas dúvidas mas não duvidaria de Jungwoo.

 

...



 

Não fui muitas vezes à sua casa. Quando fui, havia apenas nós dois e ficávamos em seu quarto jogando conversa fora.

Eu também não conhecia muito da sua família, apenas sabia que morava com os pais e frequentemente visitava os avós. 

Em contraste, Jungwoo provavelmente conhecia a minha toda porque minha casa estava sempre cheia de parentes visitando minha mãe, esta que adorava o Kim de um jeito que não sei explicar.

Até que um dia, numa madrugada de sexta-feira na minha casa em meio a uma das sessões de filmes, ele se assumiu gay para mim.

Percebi que ele sequer tirou os olhos da televisão, continuou olhando fixamente após a declaração e eu apenas sorri.

Suspeitava pois tinha um garoto, este em especial me irritava, o Jaehyun, ele era assumidamente bissexual, não via problemas em mostrar para todos que ficava com qualquer pessoa que quisesse não importava o gênero. Eu o invejava por isso, nunca consegui me expressar do jeito que eu queria.

E eles estavam sempre juntos e constantemente via Jaehyun com olhares cheios de segundas intenções sobre o menino, que ficava vermelho e apenas desviava o assunto. Acreditava fielmente que aquilo não era coisa de garotos hétero, pois meus amigos hétero não ficavam vermelhos perto de outros garotos.

E Jungwoo nunca demonstrou atração por garotas. Também não posso esquecer de citar que o vi beijando um garoto em uma festa que fizemos juntos.

Eram tantas evidências.

Obviamente não disse a ele tudo o que passou na minha cabeça e continuei encarando seu rosto focado na televisão. Vendo que eu não disse nada, ele abaixou os olhos para o chão.

Tentei não morrer também e olhei de soslaio para o outro lado.

"Bom, eu sou bi..."

Senti seu olhar sobre mim e um riso frouxo.

"Como é gostar de garotas?"

Eu estranhei a pergunta, mas apenas dei de ombros e tentei ser o mais natural, éramos amigos e amigos conversavam sobre tudo.

"Eu não sei... elas são... legais?"

Olhei para ele e vi um bico pensativo se formar em seus lábios.

"Hm... entendi."

Ele não havia entendido e se quer saber, nem eu entendo.

Depois de nos assumirmos um para o outro nossa amizade ficou bem mais fluida e dessa vez conseguimos falar sobre tudo.

Passei a ir mais vezes na sua casa e até conheci seus pais.

Eram pais normais e eles não eram tão próximos de Jungwoo.

O Woo, apelido carinhoso que o dei, gostava de fazer presença em muitas festas. Não parecia, mas ele era até popular, as meninas pareciam adorar ele e claro, adoravam saber que ele era amigo de Jaehyun e que ele podia arrastá-lo junto.

Sendo sincero, Jaehyun era um bicho do mato. Ele era tímido, sempre recusava convites das festas mas se algum amigo fosse com ele, ele ia.

E sempre que ele bebia ia logo em cima do Jungwoo, isso me deixava extremamente irritado porque o Kim não fazia absolutamente nada além de ser um garoto perfeito e ajudar o Jaehyun a não fazer besteira.

Não era ciúmes, já aviso.

Taeil dizia que eu estava apaixonado. Não, eu não estava, estava apenas cuidando do meu melhor amigo pois o Jaehyun não era de estar com uma pessoa só e não queria ver Woo triste.

Sempre que eu dizia isso, Taeil e Johnny riam da minha cara. Eu não via graça nenhuma.

 

...



 

A vida realmente era cruel com Jungwoo.

Era o que eu pensava quando estava a caminho da casa dele às três horas da manhã.

Recebi sua ligação e acordei assustado com o barulho, quando eu atendi não havia uma palavra trocada. No fundo consegui escutar ele fungando, e percebi que tinha algo de errado.

Apenas me troquei e corri pra casa dele.

Sua janela estava aberta e foi por lá mesmo que eu entrei.

Ele ouvia alguma música baixinha no celular e seu olhar era muito distante.

"Woo..."

Me sentei ao seu lado e segurei sua mão, ela estava muito trêmula e eu conseguia ver pela sua feição que ele estava desesperado.

Sem pensar muito deitei ao seu lado e o abracei, fazendo um carinho singelo em seu cabelo enquanto sentia as lágrimas molharem a minha camiseta.

Eu não sabia o que estava acontecendo, mas pior do que isso também descobri naquele momento que odiava vê-lo chorar.

Acompanhei a música que tocava e cantava bem baixinho perto do seu ouvido.

Depois que o dia estava amanhecendo, Jungwoo estava bem mais calmo. Seu rosto estava inchado pelo choro constante, mas pelo menos estava calmo.

Sua cabeça estava apoiada em meu peito e eu continuava a fazer carinho no seu cabelo, enquanto ele me abraçava.

"Obrigado, Dodo..."

Sua voz saiu baixa e um pouco falhada, mas fiquei feliz em ouvir. Fiquei mais feliz ainda em ver seu sorriso me agradecendo e, mesmo que não fosse aquele sorriso de felicidade, me deixou aliviado.

E acabei descobrindo como eu amava vê-lo sorrir.

 

...



 

Os meses se passaram e eu acabei mudando para o meu próprio apartamento. Ia fazer faculdade e minha mãe queria que eu saísse de casa logo.

Por isso, com todas as minhas economias e salário, porque Kim Dongyoung era um garoto trabalhador agora, consegui alugar um apartamento.

Não tocamos mais no assunto daquela noite. Era óbvio que me preocupava, mas eu queria esperar o tempo dele.

Jungwoo era um garoto reservado e eu não queria fazê-lo se sentir desconfortável.

Mas é óbvio que o assunto viria à tona algum dia.

E veio.

Não do jeito que eu esperava.

Lá estava ele na porta do meu novo lar com uma mochila, duas malas e um rosto vermelho de tanto chorar.

Já aconchegado no meu sofá depois de arrumar suas coisas, ele começou a falar o motivo de estar ali, o que aconteceu.

Sua voz carregava tanta tristeza que ela embargava enquanto ele tentava não desabar ali mesmo. Eu soube que havia algo errado na sua relação com seus pais desde o dia que os conheci e saber que isso o afetava tanto me deixava destruído.

E eu quis, de verdade, protegê-lo de todo mal.

Não falei nada para confortá-lo no momento, mas, como sempre, fiquei ao seu lado apenas para mostrar que eu estava ali e que eu faria daquele apartamento seu lar.

 

...


 

Não foi nem um pouco difícil me acostumar com Jungwoo, eu até gostava de tê-lo por perto e raramente me sentia sozinho.

O humor dele melhorou bastante e às vezes até brincava comigo.

Não contei quantas noites ficamos assistindo filmes até tarde e acabamos dormindo no sofá ou dos dias que fizemos festa com nossos amigos.

Eu juro, nunca estive tão bem.

Jungwoo dormia no quarto de "hóspedes" que consequentemente tornou-se seu. Expliquei toda a situação para minha mãe que nem ligou muito, não ia ficar surpreso se admitisse gostar mais dele do que de mim.

Fizemos um combinado de que assim que ele terminasse o ensino médio iria procurar um emprego e me ajudaria com as despesas, assim poderíamos morar ali juntos sem termos que nos preocupar com falta de nada no futuro.

Eu estudava durante a noite e durante o dia trabalhava. Jungwoo passava a maior parte do tempo no apartamento, pois o colégio era apenas de manhã, o resto do dia passava estudando para as provas e o vestibular.

Os dias foram se passando e assim nós dois fomos vivendo.

Ele se formou na escola e entrou para a universidade também.

Eu estava feliz.

 

...



 

Eu e Jungwoo tínhamos uma relação bem peculiar.

Já morávamos juntos a cerca de 2 anos, todos os nossos amigos brincavam que estávamos casados e entramos na brincadeira também.

Por vezes, quando Jungwoo bebia ele brincava fingindo que me beijaria. Sempre rindo muito. E ele não fez isso uma ou duas vezes, foram mais do que eu podia contar.

Eu quase morria todas as vezes. Sentia meu coração saltar do meu peito.

"Woo, não brinca assim..."

Eu sempre dizia rindo, delicadamente o afastando de mim.

"Ah... hyung, é só um beijinho..."

Ele fazia manha e... céus.

Kim Jungwoo me mataria assim.

Foi em uma dessas vezes que descobri o quanto eu queria beijar ele.

Quando me deixei levar e nossos lábios acabaram se tocando.

Aquele momento foi... indescritível. Eu não estava tão bêbado e estava ciente disso, mas no momento eu apenas deixei.

Me afastei rápido, mas ainda assim pude sentir o quanto seus lábios eram macios.

Às vezes me arrepio ao lembrar.

E também, me senti um emocionado quando um frio na barriga se fez presente e meu rosto esquentou. Nunca senti meu corpo borbulhar assim.

Nesse dia descobri como queria não ter interrompido aquele momento.

Depois disso, pra mim, tudo ficou diferente.

Conversei com Taeil e no meio do desabafo contei como eu me sentia.

Eu queria dar o mundo para Jungwoo, queria ver seu sorriso e todo dia fazer cafuné até ele dormir, acordar vendo o rosto dele sonolento e a voz rouca de tanto sono. Mas eu tinha medo de deixar rolar e descobrir que não queria nada disso ou de ele não se sentir da mesma forma, tudo ficar estranho e ele ir embora. Pra sempre.

"Cara..." Taeil olhou para mim um pouco perplexo pela minha declaração "Sabe, eu quase me casei uma vez e o que eu sentia por aquela pessoa não chegaria nunca aos pés do que eu sinto pelo Johnny hoje."

Preciso acrescentar que eu nem sabia que Taeil e Johnny tinham algo.

"E depois que a gente ficou pela primeira vez, eu percebi que é difícil aceitar certos sentimentos, principalmente se for por uma pessoa muito querida. Você só precisa deixar esse medo de estragar tudo de lado, Doyoung."

Ele suspirou e sorriu para mim.

"O Jungwoo te ama muito também e se você o ama tanto não deixaria que um caso entre vocês estrague essa amizade linda, mas você precisa estar disposto a tentar. Seu medo de perde-lo não é uma coisa ruim, Doyoung, você é muito inteligente mas porra você deve ser apaixonado por esse garoto desde que o conheceu e não sabe."

"Taeil, amigos podem ser gentis uns com os outros e fazer tudo o que fazemos."

"Realmente, Doyoung. Mas nenhum amigo tem vontade de dormir e acordar do lado do outro e fazer o seu doce favorito todos os finais de semana só pra ele ficar feliz. Também não abandona alguns afazeres para dar atenção e carinho, assiste coisas que não gosta só pra agradar e toda vez que sai na rua traz algo que lembra ele. Tem gente que faz algumas dessas coisas sem pedir, mas normalmente você chama ela de avó"

Cada palavra que saía da boca dele me atingiu como um tapa.

"Ninguém faz essas coisas por gentileza, Doyoung, pelo amor de deus você tem até ciúmes dele com o Jaehyun!"

Eu apenas emburrei a cara e Taeil deu de ombros.

"Pensa nisso, Dodo."

E eu não consegui dormir mais sem pensar nisso mais. Maldito seja Moon Taeil.
 

...

 

E o pior aconteceu quando no dia 14 de fevereiro cheguei em casa e vi em cima da mesa um buquê lindo, cheio de rosas, tão lindo que até me assustei com qual teria sido o preço daquilo.

Logo me perguntei o que era e me aproximei, vendo Jungwoo no sofá assistindo a algum programa. Ele sequer havia me notado, mas chamei sua atenção quando perguntei o que era aquilo.

"Ah..." ele coçou a cabeça e sorriu de lado, bem sem graça "Jaehyun veio aqui e trouxe... pra mim, de lembrança..."

"Ah, ele trouxe pra você, claro" tentei não soar nem um pouco desconfortável, mas eu estava fervendo por dentro.

Aquele cara realmente ousava entrar no meu apartamento pra isso?

Apenas fui para o meu quarto sei dizer nada e tranquei a porta, indo direto para o banho.

Eu realmente não gostava daquela ideia, mas tudo girava rápido demais.

Eu estava apaixonado por Jungwoo? Eu devia lutar pelo seu amor? Batalhar por ele? O que eu devia fazer?

Quase que imediatamente a voz do Moon soou na minha cabeça.

Naquele momento lembrei de tudo e descobri que, merda, eu realmente queria ficar com Jungwoo.

Só que no dia seguinte, saí de casa e no momento em que voltei a noite vi que, no mesmo lugar em que estavam as flores, estava uma carta.

Meu sangue ferveu só de pensar que Jaehyun havia passado ali de novo.

Mas me surpreendi pois quando a peguei vi que estava escrito:

“De: Jungwoo

Para: Doyoung”

Abri sua carta e lá estava tudo. Uma carta de declaração de amor e despedida.

Me senti feliz, amado, triste e de coração partido.

Não consegui demonstrar com gestos tudo o que senti naquele momento, eu queria tanto estar perto de Jungwoo, lhe abraçar e dizer que o amo mas era tão complicado.

Bati na porta de seu quarto uma vez. Duas vezes. Três vezes. Dez vezes.

Ele não me atendeu e senti meu coração falhar uma batida quando bati pela última vez e continuei sem resposta.

Fui para o meu quarto e a primeira coisa que fiz foi ligar para Taeil. Eu tremia de desespero, queria chorar e não tinha coragem de sair dali tão cedo.

Taeil me ouviu e fiquei apreensivo com o seu silêncio.

"Dodo, eu sei como você está se sentindo, meu amor. Mas o Jungwoo acabou de se declarar para você, ele deve estar se sentindo do mesmo jeito, certo? Você viu que ele estava com medo ao ler a carta então só espera um pouco pra chamar ele"

"Mas..."

"Doyoung, o Jungwoo é um ser humano também. Se ele se esquivar muito você vai saber como falar com ele do jeito certo, vocês são melhores amigos não são?"

Engoli em seco e afirmei com a cabeça, mesmo que ele não pudesse me ver o Moon provavelmente sabia que eu tinha concordado.

"Só alguns dias, Doyoung, ele ainda mora com você caso tenha esquecido."

Taeil desligou a chamada friamente e me senti sozinho naquela noite. E foi assim que descobri como sentia falta do calor de Jungwoo.
 

...
 

Se passou um, dois dias. Kim Jungwoo não havia dado algum sinal de vida.

Eu demorei para dormir, mas nesse dia foi difícil pegar no sono então consegui ouvir ele saindo do quarto na surdina.

Idiota, era assim que eu me sentia. E achava ele um idiota também, porque raios ele não me respondia, não me dava  um sinal de vida?

Segurei minha vontade de invadir a privacidade dele naquela hora e confrontá-lo e apenas me sentei na minha escrivaninha, onde consegui achar várias fotos nossas. Parecia uma cena de filme. Passaram-se milhares de momentos nossos juntos rondando na minha cabeça e eu quis chorar.

Estava há dois dias sem ele e parecia uma eternidade. Sentia falta do seu sorriso e dos seus abraços sempre que eu chegava em casa.

Sentia falta de assistir filmes por toda a madrugada na sexta-feira e dormir no meio deles. Sentia falta de Jungwoo.

Foi por isso que peguei uma caneta, uma folha e comecei a escrever. Tentei ser o mais franco possível e reli várias vezes para me certificar de que estava sincero o suficiente.

Esperei um tempo após ele trancar o quarto, tendo pelo menos uma certeza de que ele já estivesse deitado e passei o papel por debaixo da porta, voltando para o meu quarto para tentar dormir.
 

...

 

Naquela noite quase não dormi, na verdade.

Me revirei várias vezes no colchão mas eu estava ansioso demais esperando a resposta de Jungwoo, eu queria aquilo naquele momento e não conseguia esperar mais. Depois de me revirar tantas vezes na cama, num pequeno deslize acabei caindo da cama.

"Merda"

Não contive o palavrão nem o impulso de sair do meu quarto pra ver se eu conseguia ocupar minha mente comendo.

Fui para a cozinha e vi a louça limpinha sem nenhum resquício de sujeira, nem parecia que Jungwoo estava acordado fazia pouco tempo atrás ali cozinhando. Ele sempre tentou ser bem organizado nessa parte pois sabia que eu não gostava de acumular serviço.

Suspirei baixinho e procurei alguma coisa para beber, mas não encontrei nada.

Sério, quando alguma coisa dá errado parece que o resto nem cogita colaborar com a gente.

Apenas coloquei uma blusa e um tênis, então saí de casa na intenção de tomar um ar fresco e comprar alguma coisa que eu pudesse comer naquele momento. Pensei em muitas coisas, até em um fast food. Mas concluí que a melhor opção era um ramyeon bem quente, coisa que eu costumava comer sempre com Jungwoo.

Senti meu estômago flutuar só de lembrar dele. E, sério, tudo me lembrava dele. Tudo o que eu comesse, tudo o que fizesse. Jungwoo era um pedaço da minha vida e estar sem ele me deixava sem rumo. Talvez Taeil tivesse razão, talvez eu sempre fosse apaixonado por Jungwoo. Eu não via minha vida sem ele. Queria estar sempre com ele.

Esses eram os pensamentos que me rondavam a cabeça enquanto eu caminhava até uma loja de conveniência.

Entrei no estabelecimento e, como de costume, escolhi os sabores que eu mais comia em casa - que coincidentemente era o favorito de Jungwoo. Levei mais de um, apenas com a esperança de que eu poderia chegar em casa e tudo estar normal.

Infelizmente, não foi o que aconteceu. Logo que voltei estava tudo apagado ainda, meu corpo estava pesado e toda a minha vontade de comer sumiu num passe de mágica.

Eu apenas não queria passar por essa situação.

Eu entrei na cozinha para guardar o que tinha comprado e acabei me esbarrando com Jungwoo saindo do mesmo local. Ficamos nos olhando por um longo minuto sem nenhum de nós trocar uma mísera palavra um com o outro, eu me perguntava se mais alguma coisa tinha como dar errado e, agora, respondo com clareza: sempre dá pra piorar.

Porque foi quando eu notei Jaehyun sentado na cadeira da nossa cozinha.

"Doyoung."

Ele me cumprimentou com um sorriso ladino que me fez ficar com os nervos à flor da pele. Eu nunca conseguiria gostar desse garoto.

“Oi, Jaehyun.”

Tentei me manter calmo então apenas entrei no cômodo murmurando para esquecerem que eu estava ali.

"Não se preocupe, eu já estava de saída."

Ouvi passos se afastando de onde eu estava e suspirei alto.

Me sentei no mesmo local que antes estava Jaehyun e escondi meu rosto em minhas mãos.

Eu sentia que ia enlouquecer. Meu coração batia forte e eu não sabia distinguir o motivo. Só pensava em como eu era um idiota por querer tanto só pra mim e nunca poder ter nada.

"Dodo… eu…" ouvi a voz baixa de Jungwoo me tirar dos pensamentos ruins que rondavam minha cabeça. "Hyung, eu… não tenho nada com o Jaehyun, se quer saber… na verdade acho que você sabe, que eu gosto muito de…outra pessoa." sua voz tremia e eu nem tinha coragem de olhar em seu rosto.

"Woo, eu realmente não ligo para o Jaehyun, ele só me deixa irritado… é tão difícil falar dessas coisas…eu odeio ver vocês juntos, sempre penso que ele vai querer te tirar de mim..." suspirei alto antes de tirar minhas mãos do meu rosto. "Me assusta poder perder sua amizade por causa disso tudo..."

"Dodo…"

"E eu acho que eu realmente amo você. Amo muito, Jungwoo. E estive fugindo disso por todo esse tempo tanto quanto você."  continuei a fitar meus dedos ainda sem coragem de olhar seu rosto.

“A gente pode fazer isso dar certo e eu estou disposto a tentar… se você quiser também…" sua voz soou calma e baixa, mas me encheu com um sentimento que eu não conseguiria nunca expressar.

Levantei meus olhos e vi que Jungwoo evitava contato visual, olhando para os seus dedos que brincavam com a barra da sua blusa. Adorável, ele sempre era.

"Eu quero muito tentar…" o ouvi fungar e percebi que algumas lágrimas caíam e rolavam sobre suas bochechas.

"D-dodo, eu só não quero ficar sem você…Fui idiota por me afastar e tentar evitar, mas é horrível viver sem você. A sua companhia é tudo o que eu tenho, você é meu melhor amigo e minha única família. Me desculpa, Dodo."

"Você não precisa…Por que você tá se desculpando?"

Me levantei de onde estava e fui até ele, segurei suas mãos e tentei olhar para o seu rosto. Meu coração batia absurdamente rápido, senti uma vontade imensa de sair correndo dali para me esconder no primeiro buraco que eu visse.

“Eu... “ engoli um bolo na garganta e continuei a frase ainda tentando - mas falhando um pouco - fazer contato visual “Na verdade, eu também fui tão idiota por não perceber.”

“Não fala assim, Doyoung! Você não tem culpa…eu queria carregar tudo comigo pensando que ia ser bom se a gente fosse apenas amigos, mas eu… queria mais e ultrapassei nossos limites sabendo que eu não podia.”

“Ei…” segurei seu rosto que já estava encharcado de lágrimas e seu olhinho inchado, com o narizinho vermelho.

Ele não me olhava nos olhos, apenas para o chão, evitando contato.

“Woo, esse tempo… eu descobri que eu odeio estar sem você. Jungwoo, você… esteve em tantos momentos comigo que eu nem sei como é viver sem você.”

Tentei ignorar o calor que se acumulava em minhas bochechas para poder continuar.

“Eu nunca… pensei que eu fosse querer você de uma maneira diferente, sabe? E-eu… te vi amadurecer e crescer todos os dias… quis estar do seu lado em todos os momentos bons e ruins e eu nunca fiz questão disso por ser uma obrigação. Eu queria estar lá com você, apenas porque era bom estar com você.”

Jungwoo parecia se acalmar pouco a pouco brincando com a barra da minha camiseta.

“E se quer saber… me arrependo todos os dias de não ter retribuído aquele beijo.”

“Dodo… você me ama de verdade?”

“É claro que sim, Jungwoo”

“É que eu… também te amo muito.”

Naquele momento seus olhos encontraram os meus e pareceu uma eternidade o tempo em que ficamos nos olhando. Meu coração batia muito rápido em qualquer pensamento de me mover ou tentar me aproximar mais.

Eu estava prestes a dizer mais alguma coisa e acabei me esquecendo, porque em menos de um segundo seus braços envolviam o meu pescoço e meus lábios tocavam os seus.

Do mesmo jeito que eu me lembrava, seus lábios eram macios assim como a sua pele.

Ficamos daquele jeito por um tempo, até que reunimos coragem para separar o selar. Não tive coragem de tirá-lo dos meus braços e eu não queria fazê-lo nunca mais.

Seu rosto estava apoiado no meu ombro e eu ouvi uma risada bem baixinha vindo de sua boca.

“Eu amo você” ele murmurou, parecendo tímido.

Fiz questão de abrir meu maior e melhor sorriso.

Sinceramente, Kim Dongyoung venceu na vida neste exato momento.

Porque Jungwoo era tudo o que eu mais temia perder e de repente, ele era só meu.

E obviamente, eu seria todo dele.

 


Notas Finais


pra quem não sabe este foi meu comprometimento em relação a uma outra fanfic.
se quiserem ler as cartas que os dowoo trocaram vocês podem estar conferindo no link que deixarei no final da notinha aqui!
agradeço muito para você que leu até aqui, de verdade.
essa história dowoo significa muito pra mim, estou há tempos escrevendo e querendo muito postar
aliás, gostariam de um extra dowoo? um extra johnil? se vocês pedirem quem sabe eu não traga

link da fic das cartinhas: https://www.spiritfanfiction.com/historia/your-fake-soulmate--dowoo-21263250

para críticas construtivas ou elogios pode comentar <33


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