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História You're My Home - Convite


Escrita por: anagranger

Notas do Autor


Boa noite pessoal!!!
Então, resolvi adiantar o capítulo que sairia na quarta para hoje!!!
Espero que vcs gostem!!!

Capítulo 3 - Convite


Fanfic / Fanfiction You're My Home - Convite

Camila’s POV

 

A primeira semana de aula passou voando, e o fim de semana então nem se fala. Logo nós iniciamos outra vez a rotina e para não variar eu estava atrasada, mas dessa vez estava muito atrasada. Muito mesmo.

- Droga. – Falei enquanto descia as escadas pulando em um pé só, já que trazia um tênis calçado e o outro na mão.

Minha mãe que estava na cozinha me olhou feio:

- Eu te chamei. Avisei que ia se atrasar. Mas você não me escuta. – Ela olhou no relógio. – Vai perder a primeira aula.

Eu olhei para o relógio também. Não foi uma boa ideia. Nunca é uma boa ideia olhar para o relógio na parede enquanto se tenta andar a calçar um tênis ao mesmo tempo. Especialmente quando você é Camila Cabello. A próxima coisa que eu vi foi o chão da sala.

Minha mãe, que já estava acostumada com os meus tombos, nem se preocupou, apenas avisou:

- A Ally já passou e seu pai já saiu para levar a Sofia para a escola. Vai ter que ir de carro.

Eu gemi me levantando e massageando minha cabeça. Terminei de colocar o tênis sentada mesmo, para evitar um novo tombo.

- Camila, anda logo, porque se continuar assim, nem para a segunda aula você vai chegar.

Eu levantei, peguei minha mochila e fui saindo.

- Camila. – Minha mãe me chamou e eu me virei. – Para entrar no carro você precisa estar com a chave.

Ela apontou para a mesinha ao lado do sofá onde estava a chave do meu carro.

- Valeu, mama. – Falei e saí.                                                                            

Eu sei dirigir, mas não gosto muito. Prefiro pegar carona com os meus pais ou com a Ally, embora tenha o meu próprio carro. Mas fazer o que. Resolvi me atrasar, agora tenho que dirigir.

Aproveitei que estava atrasada e que com certeza levaria um sermão da diretora Moralez e dirigi bem devagar. Quando cheguei no estacionamento quase não haviam mais vagas para estacionar.

Que saco. Todo mundo tem carro nessa escola? Pensei com raiva.

Encontrei uma vaga perto do carro de Ally e suspirei aliviada.

Sabia que não adiantava esperar no carro já que o inspetor, o senhor Jensen passava revistando os carros para ver se não tinha ninguém matando aula no estacionamento. Revirei os olhos sozinha.

Quem é o idiota que mata aula dentro do carro. Pensei.

Mas como não adiantava me esconder me dirigi até o portão que, como previsto, já estava fechado. O senhor Jensen me viu e foi abrir o portão para mim.

- Bom dia, senhorita Cabello. Ou devo dizer, boa tarde? – Ele falou irônico.

- Bom dia, senhor Jensen. – Sorri amarelo para ele.

- Me acompanhe. – Ele falou se virando e voltando para dentro da escola.

Eu sabia exatamente aonde ele me levaria. E não deu outra. Minutos depois eu estava sentada em frente à diretora Moralez que me encarava séria.

- Último ano, senhorita Cabello, e esses incidentes ocasionais continuam a acontecer. A esta altura eu já presumia que tivesse arranjado um despertador.

- Eu dormi um pouco demais. Acontece. – Respondi.

- No seu caso acontece com muita frequência. – Ela relaxou um pouco a postura. – Camila, todos aqui conhecem suas motivações e seus objetivos, e torcemos por você, mas para chegar lá é preciso de um pouco mais de responsabilidade, principalmente com horários. É a última vez que temos essa conversa, tudo bem? Você é inteligente e dedicada. Sei que não vai voltar a cometer esses deslizes. Ou serei obrigada a conversar com os seus pais.

- Não será necessário, senhora Moralez, não voltará a acontecer. – Respondi.

Não posso nem imaginar a cara dos meus pais se fossem chamados na escola por causa dos meus atrasos.

- O sinal está quase batendo. – A diretora falou. – Você não vai querer se atrasar para nenhuma outra aula.

- É claro que não. – Falei e me levantei. – Com licença, e bom dia senhora Moralez.

- Bom dia, Camila.

Eu saí da sala e realmente não demorou para o sinal bater, então me dirigi até a sala da senhorita Jauregui que ficava no segundo andar.

Encontrei com os meus amigos na porta da sala:

- Mila, o que aconteceu? – Shawn perguntou.

- Você ainda pergunta Shawn. – Ally respondeu por mim. – Óbvio que essa tapada perdeu a hora de novo.

- Obrigada, Ally. – Falei irônica. – É bom saber que tenho uma melhor amiga como você.

- Também te amo. – Ela respondeu e se sentou no seu lugar.

- Como foi a conversa com a Moralez? – Troy perguntou.

- A mesma coisa de sempre... – Fui interrompida pela voz da senhorita Jauregui começando a aula. – Depois eu conto. – Sussurrei, e voltei minha atenção para a professora.

- Como eu disse na aula passada nós iremos trabalhar no dia de hoje com o estilo literário de Jane Austen. Eu passarei algumas informações sobre a vida e as obras de Austen e depois nós iremos ler um ou dois capítulos de Persuasão. No entanto, vocês devem ler o livro todo, para preencher sua ficha de leitura. Alguém já começou a ler?

Alguns alunos, entre eles eu e Ally, levantamos a mão. Mas a maioria da sala permaneceu com suas mãos abaixadas.

- Aqueles que ainda não começaram providenciem a leitura. – Ela se sentou em sua mesa. Percebi que era um hábito que ela possuía quando queria ter uma conversa mais descontraída com a turma. – Os que já começaram a ler tem alguma coisa para comentar, alguma dúvida, algo que lhes chamou atenção?

A turma voltou a silenciar e ela percorreu o olhar pela sala até encontrar o meu.

- Senhorita Cabello? Algo a comentar? – Perguntou.

- É um dos meus livros preferidos. – Comecei. Pelo canto do olho vi Ariana revirar os olhos, mas a ignorei e continuei: – Adoro a história. Mas principalmente o modo como os personagens se desenvolvem.

- Pode explicar melhor? – Ela perguntou.

- Annie Elliot, a protagonista, começa a história como uma jovem infeliz que deixou o homem que amava em virtude do que o pai e a irmã lhe diziam, ao final da história, ela me parece ser uma mulher forte e segura, que finalmente consegue manter suas opiniões e fazer suas escolhas.

- Tenho razões para discordar, senhorita Cabello, mas não quero entrar no mérito da discussão. Vamos deixá-la para a próxima semana, quando seus colegas também estarão aptos a opinar. – Falou a senhorita Jauregui. – Ao invés disso, aproveito seu comentário, para chamar a atenção para uma das principais características das histórias de Austen. Suas protagonistas. Alguém lembra o nome de mais uma protagonista de Austen?

- Elizabeth Bennet. – Falou Ally ao meu lado.

- Bem lembrado, senhorita...?

- Brooke. – Ally respondeu.

- De que livro estamos falando senhorita Brooke?

- Orgulho e Preconceito.

- Um dos grandes clássicos, senão o maior, de Jane Austen. Alguém pode me lembrar um pouco da história de Orgulho e Preconceito? – O silêncio mais uma vez reinou na sala. – Senhorita Brooke?

Ally me olhou um pouco insegura. Ela havia lido o livro por influência minha, mas isso já fazia alguns anos.

- Bom... o livro tem como personagens principais Elizabeth Bennet e o Sr. Darcy. Eles se conhecem em um baile e inicialmente não se dão muito bem, principalmente Elizabeth que desconfia muito das atitudes do Sr. Darcy. A história está muito ligada com as questões sociais da Inglaterra dos séculos XVIII e XIX.

Ally finalizou e eu sorri para ela.

- Exato. Muito bem, senhorita Brooke. Bom, aqui temos mais um exemplo de uma protagonista de Austen, que é caracterizada pela criação de personagens fortes, mulheres fortes, em todos os seus livros. – Seu olhar percorria a sala, e então parou em Ariana que conversava aos cochichos com suas amigas. – Tem algo a acrescentar ao assunto senhorita?

Ariana a olhou.

- Não, senhorita Jauregui.

- Eu ficaria muito feliz em saber, então, se a senhorita poderia repetir as informações passadas pela sua colega, senhorita...?

- Grande. – Ariana respondeu. – Eu não estava ouvindo, professora.

- Então talvez fosse mais educado da sua parte passar a ouvir. – A senhorita Jauregui devolveu, e depois voltou-se para a turma. – Como eu ia dizendo, uma das características fundamentais da escrita de Austen é como ela constrói os seus personagens, suas protagonistas principalmente. Elizabeth Bennet e Annie Elliot são apenas alguns exemplos.

- Professora, se me permite. – Interrompi antes de perder a coragem, e a senhorita Jauregui concordou com a cabeça me permitindo falar. – A senhorita pode discordar de mim com relação a evolução de Annie, mas ao meu ver ela é muito mais forte do que Elizabeth. Annie passou anos acreditando que nunca mais veria Frederick, já Elizabeth não amou o Sr. Darcy desde o começo, ela não sofreu durante anos a sua perda.

- Annie se acostumou com a ausência de Frederick, senhorita Cabello. Ela não deixou de amá-lo, como podemos ver no decorrer da história, mas o sentimento foi de alguma forma anestesiado pelo tempo. Quando você não tem alguém por perto, simplesmente se acostuma a não tê-lo mais.

- Mas... – Comecei, mas ela me interrompeu, mudando de assunto.

- Posso ver que se interessa mesmo pelo assunto. Pretende seguir carreira na literatura?

Quando eu ia responder Ariana tomou a palavra.

- A Camila? Essa daí só pensa na faculdade de medicina. Todo mundo sabe disso. – Ela revirou os olhos.

- Algum problema, senhorita Grande? – A senhorita Jauregui perguntou.

- Nenhum. É só que... medicina? Em Nova York? – Ariana falou em tom de deboche.

A essa altura eu já estava vermelha de vergonha e quando percebi que a professora me olhava eu abaixei a cabeça.

- Algum problema com a faculdade de medicina, senhorita? – Ouvi a professora falar. – Por que meus dois pais são médicos. Creio que se houver algum problema eu possa esclarecer, ou ao menos buscar com eles alguma resposta.

Pais médicos? A senhorita Jauregui é filha de dois médicos? É claro! Como eu não percebi antes! Jauregui! O sobrenome já diz tudo. Ela deve ser filha de Michael Jauregui, um dos cardiologistas mais reconhecidos de Miami. Uau!

Ariana ficou vermelha também, mas não perdeu a chance de me fazer ficar com ainda mais vergonha.

- É claro que não. – Ela respondeu. – Não tenho nada contra a profissão. Mas é que a Camila nunca poderá ser médica. Ela mal consegue descer um lance de escadas sem tropeçar nos próprios pés, imagina se tiver que fazer uma cirurgia.

A sala toda riu, exceto Ally, Troy e Shawn, que se levantaram no fundo da sala para discutir com Ariana. O movimento não passou despercebido pela nossa professora.

- Sentem. – Mandou. – Não quero confusão na minha aula. – Os três obedeceram. – E a senhorita... – se virou para Ariana – acho bom não tentar mais desrespeitar ninguém na minha aula. Isso não será tolerado. Vamos voltar ao assunto da aula de hoje.

Ela encerrou a conversa e continuou a aula. Eu, no entanto, perdi completamente o interesse depois da vergonha que passei e permaneci quieta o restante da aula.

Quando o sinal tocou eu levantei aliviada. Contudo, enquanto a turma saía se dirigindo até sua próxima aula a senhorita Jauregui me chamou:

- Senhorita Cabello. – Eu a olhei. – Eu gostaria de conversar com a senhorita. Se importa?

Eu olhei para Ally que estava tão confusa quanto eu, mas concordei com a cabeça quando voltei a encarar a professora.

- Senhorita Brooke, creio que tem a próxima aula junto com a senhorita Cabello. – Ally concordou com a cabeça. – Por favor, avise ao professor o motivo do atraso dela.

Ally concordou novamente antes de deixar a sala com Troy e Shawn. A essa altura todos já haviam saído, restando apenas eu e a senhorita Jauregui. Eu me aproximei da mesa dela, que começou a conversa enquanto arrumava seus livros.

- Acredito, pelo seu silêncio, que a senhorita Grande tinha razão quando falou do seu desejo de fazer medicina.

- Sim. – Eu falei com a voz fraca.

- Em Nova York. – Ela continuou.

- Sim. – Falei novamente, com vergonha de tudo o que havia acontecido durante a aula.

- Como eu mencionei, meus pais são médicos, e meu pai...

- Michael Jauregui. – Deixei escapar sem querer, a interrompendo.

- Já ouviu falar dele? – Ela perguntou.

- Claro que sim. Ele é um dos melhores cardiologistas da cidade. – Respondi.

- É sim. – Ela falou, sorrindo orgulhosa. – Bom, ele vai dar uma palestra na sexta-feira no final da tarde, na Miami University, algo relacionado ao exercício da medicina. Como eu não dou aula na sexta a tarde e se tiver vaga para que nós possamos assistir, e claro, se você se interessar, nós podemos ir até lá.

Eu sorri para ela, que inconscientemente sorriu novamente.

- É claro que eu quero assistir. – Eu falei animada, depois me contive. – Se houver vaga, é claro.

- Não se preocupe, eu converso com meu pai e até sexta eu te informo. Mas tenho quase certeza que ele dá um jeito, mesmo que não tenham mais vagas.

- Vou torcer para que tenham. – Falei não conseguindo conter minha animação novamente.

Ela riu, mas nesse momento começaram a chegar os alunos para a próxima aula que ela daria, e eu me despedi rapidamente, lembrando de minha própria aula.

Durante o resto do dia eu tentei não criar expectativas, afinal, ela falou que ia tentar me levar, mas somente a expectativa de me encontrar com um médico renomado e ouvir o que ele tinha a ensinar já me deixa tão animada que não prestei atenção em nenhuma outra aula que tive.


Notas Finais


É isso por hj pessoal!!!
Espero que tenham gostado!!!
Bjão!!!


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