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História You're My Home - Pedido Inesperado... Ou Não Tão Inesperado Assim


Escrita por: anagranger

Notas do Autor


Boa noite pessoas lindas do meu Brasil!!!!
Sim, eu demorei de novo eu sei. Mas eu tenho dois motivos: o primeiro foi que, surpreendentemente, esse foi um capitulo bem dificil de escrever e ele demorou um pouquinho mais do que o normal para ser terminado. E o segundo motivo é que eu segurei ele um pouco até ter grande parte do próximo capítulo pronto, para garantir que eu não vou mais demorar tanto para postar, então é bem provável que o próximo capitulo saia no sábado (ou até antes dependendo da minha vida acadêmica essa semana) pq ele já está bem adiantado!!!!
Segundo ponto que eu quero conversar com vcs é que eu tenho o grupo da fic no whats e, reconheço, ele está completamente abandonado!!! Mas eu estou planejando reavivar ele, então quem quiser participar me manda o numero por mensagem que eu adiciono lá!!! Eu vou contar lá as novidades da fic (nesses últimos capitulos) e sobre a minha próxima fic (que na verdade é a segunda temporada de The Moon And The Sun)!!!! Mandem o número aí galera!!!
Enfim, vou parar de "falar" e deixar vocês lerem!!!
Espero que vocês gostem do capítulo!!!

Capítulo 41 - Pedido Inesperado... Ou Não Tão Inesperado Assim


Fanfic / Fanfiction You're My Home - Pedido Inesperado... Ou Não Tão Inesperado Assim

Normani’s POV

 

A confusão estava armada naquele hospital. Eu vi Lauren sair correndo do quarto e a mãe de Camila a seguir apressadamente, antes mesmo que qualquer um de nós pudesse fazer algum movimento que sugerisse que iríamos atrás dela.

Dentro do quarto algumas pessoas ainda tentavam se recuperar do baque do que havia acontecido. Austin estava nervoso e se culpava ainda mais depois das duras palavras de Lauren. Seus amigos mais próximos tentavam acalmá-lo.

Percebendo a quantia de pessoas ali, as funcionárias do hospital conduziram todos para fora, deixando apenas Dona Mercedes e Seu Juan dentro do quarto.

Ally e Niall levaram Sofia para outra área do hospital para tirá-la do meio da confusão e Alejandro saíra atrás da esposa e da nora para saber como elas estavam.

Os amigos de Camila e de Austin ainda tentavam acalmar o rapaz do lado de fora do quarto e eu aproveitei esse momento para puxar Dinah para um canto do corredor para saber exatamente o que havia acontecido ali, apesar de ter presenciado o final da discussão e imaginar sobre o que se tratava.

- Hey, o que aconteceu? – Perguntei.

- Sua amiga resolveu dar uma de troglodita. Foi isso que aconteceu. – Ela foi grossa ao falar.

- Imagino o motivo. – Eu também não poupei a grosseria ao ver que seria esse o tom da conversa.

- Lá vem você com esse papinho novamente. Foi um acidente, Normani. – Ela devolveu.

- Eu sei que foi. – Eu respondi. – Mas isso não muda o fato de que ele e Camila assumiram suas escolhas entrando naquele carro.

- Você tem ideia de como ele já vem se culpando por isso nas últimas semanas? – Dinah perguntou. – Todo dia ele pergunta se a Camila acordou. Se o quadro dela continua estável. Se ele pode vir visitá-la. E aí, quando nós finalmente estamos conseguindo tirar isso da cabeça dele, a Lauren joga na cara tudo o que ela pensa, como se isso não fosse atingir mais ninguém. – Dinah desabafou. – Por Deus, Mani, nós sabemos o quanto ela está sofrendo. Mas ela não foi a única a ser atingida com tudo isso. Todos nós estamos tendo que lidar com os nossos sentimentos e com os nossos medos.

Vendo o estado em que ela estava eu abandonei minha postura defensiva e a abracei apertado. Foi o suficiente para que as lágrimas escapassem de seus olhos e seu choro preenchesse o ambiente em que estávamos.

Eu sabia que, no fundo, Dinah ainda pensava ter uma parcela de culpa no acidente. Ela se sentia culpada por não estar com Camila e por não impedi-la de entrar naquele carro. Eu sabia que isso era loucura, mas, para a garota nos meus braços, isso fazia sentido e era por isso que Dinah insistia tanto em dizer que tudo havia sido um acidente e que ninguém deveria ser responsabilizado. Porque, de certa forma, ela responsabilizava a si mesma.

Eu fiquei com ela por alguns minutos, afagando seus cabelos e dizendo palavras de conforto, para tirar de dentro dela esse sentimento de culpa com o qual eu não concordava nem por um mínimo instante.

Depois que ela se acalmou nós ainda ficamos abraçadas por alguns instantes, em completo silêncio. Até que Stella se aproximou.

- Ei. – Ela parecia um pouco tímida, como se estivesse com medo de atrapalhar alguma coisa. – O pai da Camila voltou. Ele avisou que a Lauren vai embora com a mulher dele.

- Sério? – Eu perguntei espantada, afinal, a sogra de Lauren não era lá muito agradável com a minha amiga, apesar do relacionamento das duas ter melhorado bastante no último mês de convivência forçada que tinham no hospital.

- Aham. – Stella respondeu também parecendo surpresa. – Bom, eu vou embora. Acho que não tem mais nada que eu possa fazer por aqui. Você vem comigo? – Ela perguntou para mim.

Eu olhei para Dinah, buscando uma confirmação de que ela não precisaria mais de mim e de que ficaria bem.

- Pode ir. – Ela disse. – Eu vou ficar bem.

- Tem certeza? – Eu ainda estava preocupada com ela. – Eu posso pedir a chave do apartamento para os meninos. Nós podemos dormir lá.

- Acho melhor eu ir para a casa da Ally com o pessoal. Eles também estão abalados com o que aconteceu.

- Tudo bem. – Eu concordei. – Amanhã eu passo lá para ver como você está.

Antes que eu pudesse me afastar completamente do seu abraço, ela me segurou e disse:

- Obrigada, Mani. – E me deixou um beijo suave nos lábios.

- Sempre que precisar. – Eu sorri suavemente para ela e me afastei com Stella.

Eu e minha amiga saímos do hospital e somente quando já estávamos no estacionamento, perto do seu carro, foi que ousamos falar alguma coisa e tentar diminuir o clima pesado do lugar que estávamos deixando.

- Só eu estou sentindo como se tivesse tirado dez quilos das costas saindo de lá? – Stella perguntou.

- Não. Eu também estou. – Respondi.

- Até o ar parecia pesado. Mas também, depois de tudo o que aconteceu.

- Você quer beber alguma coisa? – Convidei. – Para dar uma aliviada na tensão.

- Eu até gostaria. Mas estou dirigindo. – Stella respondeu, já conduzindo o carro para fora do estacionamento do hospital.

- Faz o seguinte: passa em algum lugar e nós compramos alguma coisa. Vamos para a minha casa e bebemos lá. Depois você dorme por lá, para não precisar se preocupar.

- Seus pais não vão se importar? – Ela perguntou.

- Claro que não. Eles adoram ter mais gente em casa.

E assim nós fizemos. Passamos em uma lojinha daquelas 24 horas e abastecemos o carro de bebidas. Depois seguimos para a minha casa.

- Mãe, pai! – Eu chamei quando entramos em casa.

- Estamos na sala, Mani. – Ouvi meu pai responder e eu e Stella seguimos para o lugar, cada uma com uma sacola nas mãos.

- Vocês lembram da Stella, não é? – Perguntei para os meus pais quando chegamos no cômodo, já que minha amiga havia estado ali algumas semanas atrás.

- Lembramos sim. – Minha mãe tomou a frente da resposta. – Como você está, querida?

Stella cumprimentou os meus pais, que não demoraram a perceber o conteúdo que nós trazíamos nas sacolas.

- Resolveram trazer a bebida para casa ao invés de saírem? – Meu pai perguntou.

- Sim. – Stella respondeu. – Como eu estou dirigindo a Mani deu a ideia de dormir aqui. Se vocês não se importarem, claro.

- Claro que não, minha querida. – Minha mãe respondeu. – Achamos até melhor que vocês fiquem em casa. Já basta o que aconteceu com a namorada da Lauren. Aliás, como a garota está?

Eu e Stella suspiramos.

- Ainda na mesma. – Eu respondi decidindo não comentar sobre a cena que havia acontecido mais cedo no hospital. – Eu vou pegar alguns copos para nós.

- Não esqueça de pegar alguma coisa para vocês duas comerem. Beber de estômago vazio não faz bem.

Eu revirei os olhos para a preocupação da minha mãe, mas, de qualquer forma, voltei para a sala trazendo uma bandeja com alguns petiscos para nós.

Meus pais ficaram conversando conosco na sala, mas não tomaram parte na bebedeira. Eu e Stella, por outro lado, conseguimos acabar com uma garrafa de vodca e meia garrafa de tequila em uma hora de conversa.

Eu estava jogada no sofá, depois de virar o meu (talvez) quinto shot de tequila e Stella estava meio deitada, meio sentada no tapete da sala, conversando animadamente com o meu pai sobre jogos de beisebol. O que, eu tenho certeza, ela não faria se estivesse sóbria. Nossas falas já estavam arrastadas demais para mentirmos que não estávamos bêbadas e, assim mesmo ela atendeu seu celular que insistia em tocar.

- Alô! – Ela atendeu sem olhar no identificador, ou estava bêbada demais para identificar as letras no visor. – Oi, amor. – Eu não conseguia ouvir a conversa do outro lado, mas ouvia suas respostas. – Eu estou bem. Eu tô com a Mani. – Ouve mais uma resposta e de repente minha amiga bateu com a mão na própria testa. – Desculpa, amor. Eu me esqueci que você ia aí. – Mais um silêncio. – É claro que eu... eu não estou bêbada, não. Ok. Eu estou um pouco bêbada. – Eu não consegui controlar a minha risada alta ao ver minha amiga tentando mentir para a namorada. – Cala a boca, Normani. – Ela me repreendeu, depois começou a se explicar para a Moralez. – É que nós fomos no hospital visitar a Camila, mas o clima lá estava muito tenso, e nós resolvemos beber um pouquinho. Só um pouquinho. – Ela fazia sinais de “pouquinho” com os dedos, como se a namorada pudesse vê-los, o que me fez rir ainda mais. – Eu não vou dirigir, eu vou dormir com a Mani. Opa! Na Mani. Vou dormir na casa da Mani, não na cama dela. Se bem que... eu nem sei... – Ela se virou para mim. – Você tem uma cama para mim ou eu vou dormir com você?

- Sai fora, Stella. Você vai dormir no quarto de hóspedes. Eu não quero ninguém na minha cama. – Respondi, enchendo meu copo novamente.

- Ouviu, amor. É no quarto de hóspedes que eu vou dormir. Não com ela. – Ela ouviu a resposta da namorada do outro lado da linha e respondeu: - Isso. Não briga comigo hoje porque com certeza eu vou me arrepender de tudo o que disse amanhã. E você também. – Mais alguns instantes de silêncio. – Ok, você não vai se arrepender porque está certa, eu entendi. – Mais silêncio. – Amanhã nós conversamos. Eu amo você. – Ela ficou em silêncio. Provavelmente esperando uma resposta que não veio, porque ela logo tirou o telefone da orelha e o encarou. – Ela desligou na minha cara. Na minha cara. – Eu e meus pais demos risada. – Eu tinha esquecido que nós íamos jantar juntas. Agora já foi. Não adianta chorar a vodca tomada. E a companhia de vocês me faz bem. Eu também amo vocês.

Eu ria descontroladamente do modo como ela falava.

- Você quase disse para a sua namorada que ia dormir comigo. – Eu continuei rindo até perceber uma coisa que fez meu riso morrer. – Caralho, Stella! Sua namorada é minha chefe! Você acabou de dizer para a minha chefe que eu posso estar roubando a mulher dela. Puta merda! Você sabia que sua namorada tem o poder de me demitir?

- Ela não vai fazer isso, relaxa! É mais fácil ela ME demitir. E ainda terminar comigo. Porque eu acabei de admitir que esqueci de jantar com ela para dormir com você!

- Ok! – Minha mãe levantou do sofá. – Acho que já chega de bebida para vocês duas hoje. Antes que vocês façam mais besteira.

- Acho que seria uma decisão muito sábia, Senhora Kordei. – Stella concordou, mas ao mesmo tempo enchia mais um copo de tequila. – É o último. Prometo. Eu já estou ferrada mesmo. Um a mais não vai fazer diferença.

Eu e meus pais rimos da morena enquanto ela virava outro copo e, antes que minha mãe pudesse reclamar eu peguei a garrafa novamente e despejei mais um pouco do conteúdo no meu copo.

Dona Andrea revirou os olhos.

- Vamos dormir, Dereck. Deixa essas doidas aí. Elas não vão parar de beber tão cedo.

Meu pai levantou e disse para a minha mãe, com um sorriso divertido no rosto:

- Você percebeu agora que não controla mais a nossa filha?

- Acho que já devia ter percebido isso a algum tempo. – Minha mãe respondeu.

Os dois se despediram e eu e Stella continuamos ali, conversando em um linguajar de bêbado que apenas nós duas entendíamos, até que adormecemos no sofá mesmo.

 

Um mês depois

 

Um mês passou rápido demais. E poucas coisas mudaram.

Eu e Dinah continuamos saindo e nos víamos todos os finais de semana, quando ela vinha para Miami. Nenhuma de nós havia dado nenhum passo para aprofundar a nossa relação, mas eu vinha pensando nisso e, confesso, entrando em pânico, ao perceber o quão sério nosso “relacionamento” estava ficando. Isso me assustava por eu nunca ter me envolvido tão profundamente com alguém desde que deixei o Texas, quase 3 anos atrás.

Camila continuava no hospital. Ainda desacordada e, apesar de não falarmos em voz alta, a esperança de que ela acordasse logo ia se esvaindo gradualmente de cada um de nós. Lauren era, obviamente, a mais abalada, e nós tentávamos animá-la, apesar dos nossos próprios conflitos.

A grande mudança era, sem dúvida, a relação de Lauren com Sinu. Era admirável o quanto o relacionamento das duas havia mudado nas últimas semanas, depois daquela discussão com Austin. Elas estavam muito mais próximas e, mais do que cuidar de Camila, passaram a cuidar uma da outra. Alejandro fechava esse time que havia sido formado naquele quarto de hospital. O time que, contrariando todas as expectativas, era extremamente unido.

Eu pensava em todas essas mudanças enquanto guardava minhas coisas no meu armário, na sala dos professores. Era sexta-feira e a última aula do período da tarde havia finalmente acabado. Eu teria o final de semana todo para descansar, e claro, aproveitar um pouco do meu tempo com Dinah. Eu ainda estava um pouco distraída quando meu celular vibrou no bolso. E quem poderia ser além da mulher que vinha roubando meu sono nos últimos tempos?

 

Acabei de chegar no hospital, ainda falta um tempinho para o horário de visitas começar e vamos aproveitar para comer alguma coisa. Que horas você vem?

 

Nós duas havíamos combinado de jantar juntas e depois estender a noite para o antigo apartamento do Harry e do Louis. Os dois estavam nos ajudando bastante cedendo a chave do apartamento desocupado sempre que nós duas precisávamos de um pouco de privacidade.

Eu respondi rapidamente sua mensagem quando ouvi Stella falando:

- Mani, eu já estou indo. Você vai demorar?

Eu encarei minha amiga depois de ter confirmado o horário para Dinah:

- Eu não sei. A Keana vai demorar?

- Quando eu passei na sala dela ela estava meio presa com alguns alunos. Não sei se vai demorar.

- Tudo bem, então. Eu vou indo com você.

Tranquei o meu armário e nós duas saímos.

- O que aconteceu depois do intervalo que te deixou sorrindo tanto? – Perguntei, ao perceber o sorriso estampado no rosto da minha amiga, que não a deixava nem por um segundo.

- A Carmen me chamou quando eu estava voltando para a sala...

Eu fiz cara de nojo e a interrompi:

- Nunca mais eu sento naquele sofá dela.

Stella revirou os olhos, mas continuou sorrindo.

- Nós não transamos, sua idiota. Ela me chamou para avisar que assinou o divórcio hoje de manhã. Minha mulher está, oficialmente, livre para mim. Tem coisa melhor no mundo do que sentir que você, finalmente, não deve mais nada para ninguém?

- Se você está falando. – Eu disse rindo. – Eu estou feliz por você, minha amiga. Você merece ser muito feliz.

Eu abracei Stella de lado e continuamos andando, até chegar à sala da direção. Por coincidência, ou não, já que eu estava andando com a namorada da diretora, a mesma também estava deixando sua sala.

- Boa tarde. – Ela disse quando nós duas nos aproximando. Eu me soltei levemente de Stella e vi a diretora soltar um sorrisinho de canto ao observar a minha ação. Eu estava com um pouco de medo dela, desde que eu e Stella havíamos bebido todas lá em casa e a linguaruda da minha amiga havia dito para ela que iria dormir comigo. Minha chefe começou a andar do nosso lado e perguntou para a namorada: - Tudo bem?

- Tudo ótimo. Eu estava contando as novidades para a Mani. – Stella respondeu sorrindo.

Eu sorri um pouco constrangida para a Moralez, sem saber direito o que dizer. Qual é? Eu devia dar os parabéns porque agora ela finalmente poderia ficar com a mulher que ama? Ou dizer que sentia muito pelo casamento dela ter acabado? O que se diz em uma situação assim? Por fim, eu decidi ficar em silêncio. Seria o melhor a fazer.

Por sorte eu fui salva do momento constrangedor por uma Keana agitada correndo atrás de nós, quando já estávamos no estacionamento.

- Ufa! – Ela suspirou quando nos alcançou. – Achei que não ia dar tempo de alcançar vocês. – Depois ela olhou emburrada para mim. Acho que não cobraria Stella com a namorada dela por perto. – Obrigada por me esperar.

- Ela disse que você ia demorar. – Eu me defendi apontando para Stella.

- Não disse não. – Stella se defendeu. – Eu disse que você TALVEZ demorasse. Porque estava conversando com os alunos. Ela quem não quis esperar.

Keana me olhou ainda emburrada.

- É isso que você ganha das pessoas que se dizem suas amigas.

- Vocês são sempre assim? – Nós ouvimos Carmen perguntar próximo ao ouvido de Stella, o que fez sua namorada rir e fez com que Keana também desmanchasse a expressão fechada para sorrir.

- Acredite – Stella respondeu – quando o resto do pessoal está por perto nós ficamos piores.

- E eu vou ter oportunidade de conhecer o “resto do pessoal”? – Carmen perguntou, fazendo aspas com as mãos.

- Claro que sim. – Stella respondeu. – Quando você quiser.

- Falando nisso. – Keana chamou nossa atenção. – A Lucy pediu para avisar que é para todo mundo ir jantar na casa das Vives-Iglesias hoje. Ela e a Vero chegaram ontem daquela segunda lua-de-mel das duas e querem contar as novidades da viagem. É uma ótima oportunidade para você apresentar sua namorada, Stellinha.

As duas se encararam e Stella tomou a palavra:

- Bom, hoje não vai dar certo, Kea. Eu e a Carmen já temos planos. Ela assinou o divórcio hoje e nós queremos passar um tempo juntas.

- Parabéns!? – Keana fez a mesma expressão de dúvida que eu provavelmente havia feito mais cedo, e seus cumprimentos saíram com um tremendo ar de dúvida.

A diretora acabou rindo e respondeu:

- Obrigada, Senhorita Issartel.

Keana procurou mudar de assunto e se virou para mim:

- E você, Mani? Vai aparecer no jantar?

- Peça desculpas para as meninas por mim. Mas eu também já tenho planos. Vou jantar com a Dinah.

- Finalmente vai apresentar ela para os seus pais? – Keana falou de forma debochada.

- Eu já disse, Issartel, eu não levo rolo para a casa dos meus pais. Muito menos rolo menor de idade.

Keana e Stella riram com a minha fala, mas Carmen me olhou de forma séria.

- Por favor, não me diga que você faz parte do clube da Jauregui.

Novamente Keana e Stella caíram na risada enquanto eu me explicava rapidamente para a minha chefe.

- Hey, a Dinah não é minha aluna. Nunca foi. Eu tenho minha consciência muito tranquila.

- É verdade, amor. – Stella me ajudou na minha defesa. – A Dinah nem mora em Miami. Ela nunca nem botou os pés na Miami High.

Keana continuava rindo da minha cara, então eu resolvi me vingar, claro, sabendo que não colocaria minha amiga em nenhum problema.

- A adepta do clube da Jauregui aqui é a Keana. – Falei, fazendo minha amiga engasgar com a própria saliva.

- Normani! – Ela me repreendeu após se recuperar do susto. E depois se virou para Carmen, para também explicar a sua situação. – A Taylor não é minha aluna. Ela foi. Não é mais.

- Por essa eu não esperava! – A diretora admitiu. – Foi por isso que você veio para cá, não foi?

- Minha história com a Taylor é um tanto complicada. Mas sim. Eu resolvi deixar a escola onde trabalhava depois que me envolvi com ela. – Keana explicou me olhando feio, enquanto eu e Stella ríamos.

- Eu falo que você precisa andar mais pela sala dos professores para saber o que eles falam. – Stella disse para a namorada. – Você perde as melhores fofocas ficando trancada naquela sala o dia todo.

- Você poderia me manter mais informada. – Carmen devolveu.

- Já disse que eu não vou ficar fazendo fofoca de professor para você. – Stella foi direta. – Se quiser descobrir alguma coisa vai ter que coletar as informações você mesma. E acho melhor nós irmos para casa. Só sobramos nós quatro aqui. Daqui a pouco o Senhor Jensen vem nos expulsar.

Nós olhamos ao redor e percebemos que de fato, só os nossos carros estavam ali.

- Vamos sim. – Keana concordou, e não perdeu a chance de me provocar mais uma vez. – A Mani tem que se arrumar para o encontro dela.

- Cala a boca, Keana. – Eu disse para a mais alta.

Nos despedimos de Carmen e Stella, já que os carros das duas estavam do outro lado do estacionamento, mas quando nos afastávamos nossa chefe me chamou:

- Normani! – Nós duas nos viramos novamente e ela continuou. – Agora que eu sei que você tem alguém, e que não planeja embebedar a minha mulher para dormir com ela, você pode parar de ter tanto medo de mim.

Senti meu rosto esquentando, enquanto Keana não controlava a gargalhada ao meu lado.

- É... é... – Eu apenas gaguejei.

- Não precisa responder, Mani. – Stella tomou a frente da situação. – Essa daqui que não sabe a hora de brincar. – E olhou feio para a namorada, que, eu percebi, também segurava o riso.

- Não é brincadeira. – Minha chefe esclareceu, conseguindo manter a pose de séria. – Eu só quis deixar as coisas claras para que ela não tremesse igual vara verde sempre que me vê. Só isso.

As duas se afastaram depois de um pedido de desculpas de Stella e Keana se aproximou cochichando no meu ouvido:

- Ela você não mandou calar a boca! Eu posso ser xingada, a Moralez não?

- Eu tenho amor ao meu emprego, idiota. – Eu cochichei também o que causou uma nova crise de risos na minha amiga. O que nos fez ficar paradas por mais alguns instantes até que ela se recuperasse totalmente.

- Você vai buscar a Dinah no hospital? – Keana perguntou quando, finalmente, chegamos até os nossos carros, que estavam estacionados um ao lado do outro.

- Vou sim. – Respondi.

- Nos vemos lá, então. – Ela disse. – Vou passar buscar a Lauren. A Sinu finalmente conseguiu convencê-la a ir no jantar.

- Isso vai ser ótimo para ela. – Eu comemorei, afinal, fazia tempo que Lauren não frequentava algum lugar que não fosse o hospital, seu apartamento, ou a casa dos seus pais. Eu falei para Keana: - Você já tinha imaginado algum dia que a Sinu seria capaz de convencer a Lauren a fazer alguma coisa que nem mesmo nós conseguimos?

- Nunca. – Keana respondeu sorrindo. – Mas eu fico feliz em ver as duas se dando bem assim. Pelo menos uma coisa boa aconteceu no meio de toda essa confusão.

Eu concordei com Keana, antes de me despedir dela e, finalmente, entrar no meu carro.

 

Eu ouvi meu celular sinalizando uma nova mensagem. Eu sabia que era Dinah. E sabia também que já estava um tanto atrasada. Ou seja, o teor das mensagens não podia ser bom.

Eu saí do meu quarto apressadamente, jogando meu celular de qualquer forma na bolsa. Ler os xingamentos de Dinah não impediria que a mesma me xingasse pessoalmente. Eu já sabia disso.

- Mãe, pai! – Encontrei os dois na cozinha. – Eu vou jantar fora. E não volto para dormir em casa.

- Essa pessoa que você está vendo. Isso está ficando sério. – Minha mãe analisou.

- Não viaja, mãe. – Eu tentei despistar, mas minha mãe me conhecia muito bem para ser enganada.

- Vamos ver quem está viajando daqui a algum tempo. Espera só. Mãe sabe das coisas, Normani.

- Aham. – Eu concordei para não prolongar a discussão. – Bom, eu estou atrasada então não vou discutir com vocês. Se precisarem de alguma coisa me liguem.

Deixei um beijo na bochecha dos dois e fui saindo da cozinha, mas ainda consegui ouvir o elogio do meu pai:

- Você está linda, filha. Se essa pessoa com quem você está saindo for esperta deixa as coisas sérias hoje.

Eu queria saber qual é a mania que as pessoas, até mesmo as pessoas que nem conhecem a loira, estão adquirindo, de querer que eu e Dinah tenhamos algo oficial? Qual é o problema em apenas dar uns beijos sem nomear aquilo que temos?

Eu dirigi o mais rápido que o trânsito de Miami me permitiu, e praticamente corri pelos corredores do hospital para chegar até o quarto de Camila.

- Não adianta correr, ela já está brava. – Keana disse quando me viu. Ela estava sentada na sala de espera com Taylor. – E você não vai poder entrar no quarto. Já tem gente demais lá dentro.

- Não era para vocês estarem na Lucy? – Perguntei, checando o horário.

- A Lauren só vai sair quando o horário de visitas terminar. – Taylor respondeu, descansando a cabeça no ombro da namorada.

Nesse momento a porta do quarto de Camila se abriu e Dinah saiu de lá. Ela estava linda. E isso nem é novidade. Ela usava uma calça colada preta, uma blusa branca com decole em V, coberta por uma jaqueta preta de couro. Seu cabelo estava em preso em um rabo de cavalo. Mas foi a sua expressão que me deixou assustada.

- Você está tão ferrada, Normani Kordei. – Ela disse quando se aproximou.

- Desculpa, minha linda. – Eu respondi, me aproximando dela. – Não foi a minha intenção te fazer esperar.

Ela se aproximou e enquanto me abraçava cochichou no meu ouvido:

- Sua sorte é que você ficou gostosa pra caramba nesse vestido. – Ela se referiu ao vestido preto que eu usava, que realçava as curvas do meu corpo. –E é impossível ficar brava com você vestida assim.

Ela deixou um beijo no meu pescoço e se afastou. Não havia nenhuma sombra de raiva nela e eu respirei aliviada, me agradecendo mentalmente por ter escolhido justo aquela peça de roupa.

- Hey, casal, isso aqui ainda é um hospital. – Keana disse, chamando nossa atenção. – Não se dispam com os olhos na nossa frente. Tenham um pouco de respeito.

- Cala a boca, Keana! – Eu disse entre dentes, fazendo o casal sentado à nossa frente rir e me virei rapidamente para Dinah, antes que mais alguém pudesse falar mais alguma coisa. – Vamos?

- Vamos. – A mais nova respondeu.

Nós nos despedimos das outras duas e seguimos para fora do hospital.

O caminho até o restaurante foi animado. Nós duas contávamos sobre a nossa semana enquanto misturávamos a conversa com duetos improvisados das músicas que tocavam no rádio. Era bom ver Dinah animada assim, longe da atmosfera pesada do hospital.

O jantar transcorreu da mesma forma. Em um acordo mútuo e silencioso nós evitamos tocar em qualquer assunto que envolvesse acidentes, comas, hospitais, diferenças de pensamento entre nós duas, trabalho e escola. Dinah me contou sobre as peraltices dos irmãos mais novos e eu, filha única que sou, fiquei pensando em como deveria ser a vida com mais pessoas ao redor. Ela também estava curiosa sobre a vida de filha única, algo que ela vivera por muito pouco tempo. Eu contei algumas histórias sobre a minha infância no Texas e de como havia sido o processo de mudança para Miami.

Porém quando terminamos a sobremesa, que consistiu em uma cheesecake de frutas vermelhas, eu percebi que o acordo havia chegado ao fim. E eu percebi isso pelo olhar que Dinah me lançou. Era impressionante o quanto nós já nos conhecíamos apenas pelo olhar e quando ela pegou na minha mão e disse:

- Normani, nós precisamos conversar...

O meu coração gelou. Meu corpo amorteceu por completo. Eu não sabia o que falar. Eu não sabia como reagir. O que ela esperava dessa conversa?

Dinah não esperou uma confirmação minha para continuar a tal conversa que ela queria ter comigo.

- Você sabe que o ano letivo termina em cerca de dois meses, não é? – Ela perguntou e eu assenti, sem produzir som algum. – Eu me formo em dois meses.

- Eu sei disso. – Foram as primeiras palavras que saíram da minha boca desde que ela me surpreendera com as cruéis palavras “nós precisamos conversar”.

E agora eu começava a adivinhar o conteúdo dessa conversa. Acreditem, não foi nem um pouco reconfortante. Muito pelo contrário. Só fez o meu corpo ficar ainda mais anestesiado: minha boca secou, meus pés começaram a tremer sem controle embaixo da mesa, meu coração acelerou.

Com apenas dois meses até a formatura era natural que as faculdades começassem a enviar suas respostas aos alunos, dizendo se haviam sido aceitos ou não para se matricularem naquela instituição. Eu sabia, obviamente, que Dinah queria cursar Publicidade e que, para isso, havia se inscrito em duas universidades: na Universidade de Miami e também na Universidade da Flórida Central, em Orlando.

Para provar que eu tinha razão na minha hipótese, Dinah tirou sua mão de sobre a minha e começou a procurar algo em sua bolsa.

- Minhas cartas de aceite chegaram essa semana. – Ela me mostrou duas cartas e segurou uma em cada mão. – Eu fui aceita na Universidade da Flórida Central.

Ela me estendeu a carta que estava na mão direita para que eu pudesse conferir.

Ok, Orlando não é o fim no mundo! São quase 400 km de distância de Miami, mas não é como se ela fosse se mudar para a China.

O problema, o grande problema, era que eu e Dinah não éramos Lauren e Camila, muito menos Ally e Niall. Nós nem tínhamos um compromisso de verdade. E foi aí que eu percebi...

Ela ia embora e, implicitamente, estava deixando claro que o que nós tínhamos, o que quer que fosse, acabava aqui.

Meu coração apertou de uma maneira que nunca havia apertado antes. Lágrimas vieram aos meus olhos, mas eu consegui segurá-las a tempo. Eu descobri o quanto precisava de Dinah do meu lado. Eu a estava perdendo e, só assim, descobri o quanto ela era importante para mim. A perspectiva de ficar longe dela me machucava de uma forma que eu nunca havia sentido antes. Não era, sem dúvida alguma, como a sensação de perder os meus avós. Ou mesmo do sentimento nostálgico e triste que havia tomado conta de mim ao sair do Texas. Era uma sensação diferente. Nova para mim.

Mas eu sabia que eu não podia de forma alguma podar os sonhos dela. Então eu engoli o choro e qualquer sensação de perda que poderia haver em mim e abri a carta na minha mão. Li a confirmação de que ela havia sido aceita na instituição e a olhei.

Lançando o meu melhor sorriso forçado, e esperando que fosse o suficiente, mas sentindo verdadeiramente uma mistura de tristeza e alegria pelo que ela havia conquistado, eu disse:

- Parabéns, Dinah! Isso é incrível! Meus parabéns!

- Eu ainda não terminei. – Ela disse e eu a olhei rapidamente, a vendo me estender a segunda carta: - Eu também fui aceita na Universidade de Miami.

Uma sensação de alívio tomou conta de mim. Meu coração se acalmou, apesar de ainda continuar batendo mais rápido do que o normal. Então ela estava me dizendo que não havia decidido ainda? Que havia uma possibilidade de ela se mudar para Miami e não para Orlando?

- Você já escolheu? – Perguntei apressada, querendo sanar logo a minha dúvida.

Ela suspirou.

- Já, Normani. Eu já escolhi.

Meu coração voltou a bater em disparada. Como pode uma só pessoa, te causar tantas sensações diferentes em apenas alguns minutos?

- E...? – Eu perguntei, querendo que ela continuasse logo.

- Eu escolhi estudar na Universidade de Miami. – Era como se um peso enorme houvesse sido tirado de mim quando ela disse essas palavras. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa Dinah falou: - É a opção que fica mais perto dos meus pais e, bom, eles me deram uma bolsa integral.

- Tem certeza que é só por isso? – Eu perguntei. Agora muito mais aliviada e com a sensibilidade voltando aos poucos para o meu corpo. Apesar da constatação do que eu sentia por Dinah ainda fazer o meu coração bater de forma acelerada.

- Por enquanto sim. – Ela disse. – Esse é o outro ponto da conversa que eu quero ter. Eu vou me mudar para Miami. Mas para que a gente continue juntas as coisas vão ter que mudar. Eu não quero ser um caso seu. Eu não quero mais sair com você sem compromisso nenhum. Muito menos que você me esconda das pessoas. Dos seus amigos e da sua família. E eu não quero te esconder da minha família também. Eu me apaixonei por você, Normani. E eu quero fazer isso dar certo de verdade, mas, se for para eu continuar a ser só mais uma com quem você não tem coragem de assumir nada, nós acabamos aqui e agora. Eu vou continuar com os meus planos e você vai continuar com a sua vida. A escolha é sua.

É óbvio que a essa altura, depois de todos os sustos que eu levei essa noite, e após a chapuletada que eu havia levado ao perceber os meus reais sentimentos por Dinah e o quanto ela se tornou importante na minha vida, eu sabia que essa nossa situação “indefinida” não poderia durar por muito tempo e nem eu queria mais isso. Eu só queria aproveitar ao máximo o meu tempo com a polinésia e da maneira certa. Eu só não havia entendido uma coisa:

- Você está me pedindo em namoro ou está me intimando a te pedir em namoro? – Perguntei.

Dinah revirou os olhos:

- Para alguém extremamente rápida para entender a vida dos outros você é extremamente lerda para resolver a sua própria vida. – Ela disse. – Não foi o pedido mais romântico do mundo, eu sei. Mas poxa, eu estou esperando a pelo menos um mês você perceber que eu quero alguma coisa séria entre nós e bem, você não deu nenhum indício de que alguma coisa iria mudar, então eu resolvi te dar essa chacoalhada. Funcionou?

- Você tem razão. Eu sou muito boa aconselhando a vida dos outros, mas sou uma negação para perceber as coisas que acontecem na minha própria vida. A resposta é que somente a alguns minutos atrás, quando eu percebi que eu poderia te perder se você fosse morar em outra cidade ainda mais longe de mim, eu admiti algo que no fundo eu já sabia e tinha medo de demonstrar, que minha vida sem você não teria o menor sentido. Eu admiti que eu também estou apaixonada por você. Então eu te digo que funcionou. Que eu quero te levar para conhecer os meus pais, te apresentar como minha namorada para os meus amigos e ter todos esses momentos clichê de casais com você. Só você me faz querer algo assim. Então sim, Dinah Jane Hansen, eu aceito namorar com você.

Dinah sorriu para mim. O sorriso mais lindo do mundo. Eu tinha certeza disso. E eu também sabia, e sentia no fundo do meu coração, que eu não precisava de mais nada para ser feliz.

Nós não demoramos muito para pedir a conta e sair dali. O caminho até o apartamento dos meninos foi feito de forma descontraída, assim como havia sido feito o caminho até o restaurante. Nós duas conversávamos sobre diversos assuntos e aproveitávamos para cantar um pouco, sem nos preocupar com afinações e ritmos.

Quando paramos em um semáforo, foi que eu perguntei para Dinah:

- Você já pensou no que vai fazer quando se mudar? Digo, onde você vai morar e tudo isso.

- Meus pais fizeram uma poupança para pagar a minha faculdade e dos meus irmãos. Mas, como eu ganhei bolsa integral na Universidade de Miami eles concordaram em dar minha parte do dinheiro para que eu compre ou alugue um apartamento aqui. Assim não vou precisar morar nos dormitórios da faculdade e vou poder ter um lugar só meu.

- Isso é perfeito. – Eu disse. – Acredite. Eu morei por um ano nos dormitórios da faculdade e era horrível. Toda aquela história de liberdade e tal. Tem muitas pessoas que não conseguem lidar com isso. E acabam atrapalhando quem está ali realmente empenhado em estudar. No meu segundo ano de faculdade eu praticamente implorei para os meus pais me ajudarem a pagar um apartamento. Eu comecei a dar algumas aulas particulares e assim eu fui pagando o aluguel até me formar. Depois eu voltei para Houston e voltei a morar com os meus pais.

Enquanto conversávamos nós nos aproximamos do prédio onde os meninos mantinham o apartamento. Por incrível que pareça eu estava ficando cada vez mais nervosa.

Obviamente eu e Dinah já havíamos estado juntas antes, mas essa era a primeira vez que ficávamos juntas como namoradas. Não dá para negar que dava uma emoção diferente ao estar perto dela.

Como sempre o apartamento estava bem arrumado. Apesar de não morarem ali a algum tempo, Harry e Louis mantinham tudo em ordem e extremamente limpo. Eu, obviamente, agradecia por isso.

Assim que fechei a porta do apartamento Dinah me puxou pela cintura, colando nossos corpos e sussurrando no meu ouvido:

- Finalmente. Eu mal via a hora de ficar sozinha com você.

Ela deixou um beijo suave no meu pescoço, fazendo um arrepio percorrer o meu corpo todo, até atingir o meu sexo.

- Isso é sério? – Perguntei para provocá-la, empinando um pouco a minha bunda, para aumentar o nosso contato.

- Muito sério. – Ela respondeu. – Eu pensei a noite toda em como eu iria me livrar desse vestido. Você tem o poder de me deixar louca, Normani Kordei.

Eu virei meu corpo para que nossos lábios pudessem se encontrar e tomei sua boca de uma forma um tanto bruta e apressada. Eu precisava senti-la. E precisava disso com urgência.

Dinah entendeu o meu recado e correspondeu a minha investida de forma igualmente apressada. Senti sua mão percorrendo todo o meu corpo e deixando, por onde passava, um rastro de calor. A resposta do meu próprio corpo ao seu toque. Senti seu toque na minha coxa. Sua mão foi subindo vagarosamente para a minha bunda, trazendo meu vestido para cima. Quando ela me apertou com vontade eu não consegui segurar o gemido alto. E separei nossas bocas por alguns instantes.

- Mani! – Ela ofegou. – Eu não vou aguentar chegar no quarto. Eu preciso de você... agora.

Eu não precisei responder. Tomei sua boca novamente de forma rápida e, com as minhas mãos, tirei rapidamente sua jaqueta, jogando-a em qualquer parte do cômodo.

Fui conduzindo Dinah até o meio da sala. A sentei no chão atapetado, encostando suas costas no sofá.

- Se você não aguenta esperar eu não tenho outra saída a não ser te ter aqui mesmo. – Eu disse, me sentando no colo dela, ficando de frente para ela e com as minhas pernas abertas em torno de sua cintura.

Suas mãos percorreram minhas cochas, me arranhando levemente com suas unhas. Sua boca percorria meu pescoço. Me fazendo rebolar em seu colo, tamanho o prazer que eu sentia, apenas com o contato do seu corpo com o meu.

Sua mão percorreu as minhas costas até encontrar o fecho do meu vestido, que ela foi descendo vagarosamente. Ela puxou as duas alças ao mesmo tempo, desnudando os meus ombros e, para facilitar o trabalho dela, eu me levantei para terminar de tirá-lo.

- Sem sutiã? – Ela perguntou, ao perceber que eu não usava a peça.

- Esse vestido dispensa o uso do sutiã e, bom, eu sabia que você iria tirá-lo depois. Eu só quis te ajudar. – Eu respondi.

- Me ajude mais vezes.

Enquanto eu voltava a me sentar em seu colo, Dinah percorreu meu corpo com a boca, beijando minha barriga e chegando até os meus seios, que ela beijou com vontade.

Foi a minha vez de me aproveitar para despi-la. Pegando a barra da sua camiseta, a puxei para cima, fazendo Dinah se afastar por alguns instantes de mim.

- Apropriado. – Disse ao ver a cor de sua lingerie.

- O que? – Ela perguntou, confusa.

- Vermelho é a cor do pecado, não é? O que eu estou pensando agora definitivamente não vai me levar pro céu.

Dinah riu e me tomou novamente, impulsionando seu corpo e nos fazendo deitar no tapete aveludado do apartamento dos nossos amigos. Seu corpo sobre o meu.

Enquanto nossas bocas permaneciam coladas, Dinah aproximava nossas intimidades, ainda cobertas, de forma cada vez mais intensa. Para aumentar ainda mais esse contato, eu levei minhas mãos até a sua calça a tirando de qualquer maneira e jogando junto às nossas roupas já espalhadas pelo chão.

Quando Dinah tentou retomar o controle dos nossos movimentos, eu a surpreendi, invertendo nossas posições.

- Você me enganou! – Ela disse.

- Não, eu te distraí. – Expliquei. – Você é mais forte do que eu. O único jeito de te dominar é te distraindo.

- E você quer me dominar? – Ela perguntou maliciosa.

- Eu quero te fazer minha. Eu preciso disso.

Eu voltei a beijá-la e colei nossos corpos novamente, retomando nossos movimentos ritmados.

Levei minha mão até sua intimidade e, afastando sua calcinha, a toquei pela primeira vez em seu ponto mais sensível. Ao sentir meu toque Dinah imediatamente arqueou seu corpo, a procura de mais contato.

- Já? – Eu perguntei rindo.

- Cala a boca, Normani! – Ela me xingou.

- Eu vou calar. – Eu falei. – Mas é só porque minha boca vai estar ocupada com algo muito melhor do que falar.

Desci meus beijos suavemente até chegar à sua intimidade e lentamente me livrei da última peça de roupa que me impedia de ver Dinah por completo.

Eu admirei sua beleza, agradecendo momentaneamente pela sorte que eu tinha de ter aquela mulher para mim.

Me aproximei lentamente do seu sexo, o percorrendo lentamente com a ponta da minha língua.

- Não me tortura! – Ouvi Dinah falando.

- Calma, meu amor! – Eu falei. – Tudo a seu tempo.

Beijei seu clitóris de forma mais intensa, o prendendo entre os meus lábios e fazendo Dinah gemer alto com o contato.

Intensifiquei meus movimentos gradativamente, percorrendo toda a área externa do seu sexo. Dinah já estava completamente entregue aos meus movimentos, quando, sem nenhum tipo de aviso prévio, eu a penetrei com a língua, iniciando movimentos rápidos em seu interior. O corpo da minha namorada respondeu imediatamente, se arqueando e ela não conseguiu conter o gemido alto de sua garganta. Ouvir aquilo fez com que minha própria intimidade se contraísse.

Ao perceber o quanto Dinah já estava sensível aos meus toques eu subi meus beijos lentamente pelo seu corpo.

- Volta lá. – Dinah ralhou quando eu beijei seu pescoço. – Eu quero mais.

- Tenha paciência, amor! Eu vou te dar mais. Muito mais.

Eu beijei seus lábios enquanto levava minha mão até seu sexo. Percorri seu clitóris com os meus dedos, até penetrá-la suavemente.

A medida que os meus movimentos se intensificavam o corpo de Dinah correspondia. Juntei mais um dedo aos dois que já estavam dentro dela e passei a acariciar os lábios de sua intimidade com o polegar, até chegar ao clitóris. Minha namorada se contorcia abaixo de mim, demostrando o quanto estava próxima ao seu ápice. E com mais três estocadas fortes dentro dela, eu a senti se derramar em meus dedos.

Esperei que seu corpo se acalmasse para tirar meus dedos de dentro dela enquanto a beijava suavemente em toda a face. Agora já relaxada.

Foram apenas alguns instantes que eu tive para admirar a mulher linda deitada comigo. Logo eu senti o quadril de Dinah se movimentando embaixo do meu.

- Segundo round já? – Perguntei divertida.

Ainda sem abrir os olhos, Dinah sorriu.

- Precisa de mais um tempo de descanso? – Ela me provocou.

- Claro que não. – Eu sorri maliciosa.

Impulsionando seu corpo Dinah inverteu nossas posições, deitando minhas costas no tapete.

Ela ainda deixou um beijo suave nos meus lábios antes de descer seus lábios pelo meu corpo, chegando até meu colo e os meus seios. Suas mãos delicadamente foram descendo até minha calcinha, que ela retirou vagarosamente.

Minha namorada colou nossos corpos novamente, provocando o contato de nossas intimidades.

Foi a minha vez de rebolar, buscando aprofundar esse contato e o prazer que eu sentia ao ter o seu corpo tão perto do meu.

Em resposta Dinah também se movimentou.

No início nossos movimentos eram curtos e espaçados. Nós duas aproveitávamos ao máximo as sensações que percorriam nossos corpos. À medida que a necessidade aumentava, no entanto, estes movimentos se tornaram mais rápidos e mais fortes. Nós sentíamos nossos sexos se encostando e o prazer percorria o nosso corpo por completo, acelerando os nossos corações. Nossos lábios só se desgrudavam quando nossas bocas não conseguiam conter os nossos gemidos. Eu sentia meu orgasmo cada vez mais próximo e sabia, através das reações da loira, que Dinah também estava próxima do seu ápice.

Meu corpo se contorceu quando eu não consegui mais conter a imensa sensação de prazer que me tomava e eu senti Dinah vindo junto comigo. Nossos corpos diminuíram a velocidade dos movimentos e nós nos deixamos cair no chão, exaustas.

Foi preciso alguns instantes para que nós nos recuperássemos completamente. Quando nós nos olhamos Dinah falou:

- Agora é que eu realmente não tenho forças para ir para o quarto.

Nós duas rimos.

- Espera aí. – Eu falei, me levantando.

- Onde você vai?

Eu segui rapidamente até o quarto e voltei enrolada em um cobertor fino e um travesseiro. Apesar de estarmos no meio da primavera a noite em Miami estava ficando um pouco gelada.

- Se você não quer ir até o quarto, nós podemos ficar por aqui mesmo. Pelo menos até repormos completamente nossas forças. – Eu expliquei.

Eu me acomodei novamente no tapete, trazendo Dinah para perto de mim e cobrindo nossos corpos com o cobertor.

Durante alguns minutos nós ficamos ali, em silêncio, apenas trocando alguns beijos. Até que eu tive uma ideia.

- Amor! – Eu chamei a atenção da minha namorada, que me olhou curiosa. – Você vai se mudar para cá e precisa de um apartamento, não é?

- Sim. – Dinah respondeu confusa.

- O Harry e o Louis estão a um tempão tentando vender este apartamento. Você pode conversar com eles. O apartamento já está mobiliado, é perto da Universidade, seria uma boa você morar aqui.

O sorriso de Dinah se ampliou.

- Você acha que os meninos concordariam?

- Não teria porque não concordarem. – Eu falei. – Você já é da família.

- De qualquer forma eu vou falar com eles. – Dinah falou. – Eu iria adorar morar aqui.

- Não mais do que eu. Acredite. – Eu disse divertida e Dinah me devolveu com aquela risada maravilhosa dela. A risada que eu mais adorava ouvir.

Eu mal podia acreditar que o que nós tínhamos era mesmo real. Que nós duas havíamos verdadeiramente assumido aquilo que sentíamos. Que ela se mudaria para cá em alguns meses e que nós estávamos oficialmente juntas. E ninguém seria capaz de mudar isso.


Notas Finais


É isso por hoje pessoal!!! Espero que tenham gostado!!!
Lembrem quem quiser de me mandar o número para o grupo da fic, eu vou adicionando la no grupo!!!
Até o próximo capítulo (provavelmente sábado)!!!
Bjão


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