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História You're the color of my blood - Capítulo 2


Escrita por: Cinaediorem

Capítulo 3 - Capítulo 2


Harry subiu as escadas da mansão Malfoy atrás de um Tom Riddle que parecia lidar excepcionalmente bem com a situação. Ele fez o possível para se acalmar, mas sentia medo de dizer uma palavra em falso e receber um Avada Kedavra no meio da testa (que irônico, não?). 

Quando chegaram ao segundo andar, só podia se perguntar onde Draco estaria, mas desejava que fosse o mais longe possível. Se o loiro visse o Lorde das Trevas bem ali na sua casa, ele com certeza teria um infarto. Ele despertou de seus pensamentos, quando Tom parou de andar abruptamente e Harry não conseguiu evitar dar um encontrão em suas costas. Ele recuou rapidamente ao receber um olhar sério do mesmo, murmurando um feitiço e destrancando a porta, entrou rápido no escritório de Lucius com Harry em seu encalço.

Lucius e Snape que estavam no cômodo, olharam de olhos arregalados para Tom, e seu choque pareceu ainda maior ao notarem Harry atrás do mesmo.

-M-Milord... –Disse Lucius fazendo uma reverência, ainda atordoado.

-Saiam. –Sibilou Tom. -Agora.

Os dois se retiraram rapidamente do escritório e Tom trancou novamente a porta atrás deles, oque fez Harry engolir em seco silenciosamente.

-Eu imagino que essa não seja uma situação muito comum para você. –Harry o olhou incrédulo- Confesso que para mim também não. Não costumo andar no encalço de crianças.

-Eu não sou uma criança. –Harry disse, porém não sabia de onde havia retirado coragem o suficiente para tal proeza.

-Oh, me perdoe se feri seus sentimentos. –Disse o mais velho ironicamente. –Espero então que tenha maturidade o suficiente para encarar os fatos sem levar em consideração acusações sem fundamento.

Harry não entendeu oque ele quis dizer. Como assim as acusações sem fundamento? Ele havia matado seus pais e tentado matar o próprio Harry, todo o mundo bruxo sabia disso, como poderiam ser acusações sem fundamento?

Tom Riddle sentou-se na poltrona de Lucius e indicou a cadeira à frente para Harry, que se sentou ainda inseguro.

-Sabe Potter, treze anos atrás, fui informado por Severus da existência de uma profecia feita por Sibila Trelawney. –Ele pronunciou o nome com nojo explícito. – Severus é um de meus agentes infiltrados na Ordem, apesar de ter minhas desconfianças de que seja o contrário. Nunca me dei bem com o ramo da adivinhação, mas algo tão grande não poderia ser ignorado. A profecia dizia que um garoto nascido no final de julho, o filho daqueles que me enfrentaram três vezes, seria o fim de Dumbledore. É claro que ao saber disso comecei imediatamente a procurar tal criança, afinal, está mais do que claro meu real adversário nessa guerra. –Disse ele revirando os olhos ao pensar no diretor. – O problema, Potter, é que eu não fui o único a saber  sobre a profecia.

Tom olhava para Harry de um modo tão profundo que ele não conseguia desviar os olhos do mesmo, mas sua mente formava milhões de pensamentos por segundos, confundindo a si próprio, e ele só conseguia encarar tudo como mentira. Era tudo uma grande e engenhosa mentira para torturá-lo psicologicamente antes da morte certa e dolorosa. A ideia o deixou em pânico, que ele fez de tudo para esconder dos perfurantes olhos vermelhos.

- Quando Dumbledore descobriu, nós chegamos à mesma conclusão, só poderia ser o filho dos Longbottom, ou, você, Harry. –Ele se assustou quando o Lorde das Trevas chamou-o por Harry. Esperava que tivesse zero por cento de consideração do mesmo. –Pelas circunstâncias, acabei por pensar que as probabilidades estariam do lado dos Longbottom. Posso dizer agora que foi o maior dos erros que já cometi. – Harry foi tomado pela fúria ao ouvir as palavras de Riddle.

- O maior de seus erros?! E quanto à morte de meus pais? É claro que isso não significa nada para o todo poderoso Lord Voldemort. – Harry cuspiu as palavras sem conseguir se controlar.

- Se controle, Potter. Eu poderia acabar com você com um simples movimento de varinha. –Disse Tom calmamente, como se não soubesse o motivo da súbita irritação de Harry.

-Mas você não vai fazer isso, vai? –Harry desafiou com coragem repentina. –Por que perderia seu tempo me falando sobre profecias se fosse me matar, Riddle?
 

Tom se levantou e olhou irritado para Harry, o garoto o tirava do sério.

-Não me faça perder a paciência, pirralho. Você esta vivo somente e unicamente pelo meu desejo de vencer essa guerra e derrotar aquele bastardo velhote, então eu recomendo a você que controle seu humor e se sente nessa cadeira. Agora.  –Disse ao socar a mesa com força, derrubando os livros de Lucius que estavam na borda da mesma.

Harry olhou para ele assassino e se sentou lentamente, como se na mínima brecha, fosse pular em seu pescoço. Aos poucos ganhava confiança na presença de Tom, pois se ele havia aguentado sua explosão, certamente mata-lo não estava em seus planos, pelo menos não agora. Ele precisava de Harry, e iria mantê-lo vivo. 

-Dumbledore não cometeu o mesmo erro que eu. Ele seguiu para a casa dos Potter, e sua intenção era mata-lo. Porém, ele não contava com a grande dificuldade que seria passar por Lily Potter. Sinto muito não ter chegado a tempo para salvar seus pais, mas como pode notar, cheguei a tempo de impedir sua morte. –Tom se levantou e caminhou até um armário trancado no canto do escritório, que facilmente abriu, onde pegou uma espécie de bacia de pedra rasa, que colou em cima da mesa, a frente de Harry. –Você estava lá, Potter, você possui lembranças de tal acontecimento, e se me permitir, posso lhe ajudar a recupera-las.

Ele olhou sério para Harry, tentando transmitir segurança. Queria que o menino confiasse nele, precisava que confiasse. Mesmo assim, Harry não tinha certeza sobre isso. Poderia ser um plano para ter acesso a suas lembranças. Mas Harry pensou bem, Tom poderia simplesmente invadir sua mente e ter tudo oque queria, mas em vez disso, pedia permissão a Harry para lembrar-lhe de uma simples memória.

-Está bem. –Harry disse não muito confiante.

Tom então levou à varinha a têmpora de Harry, que fechou os olhos, visivelmente nervoso. O menino de olhos verdes sentiu uma sensação agradável pela nuca, e abriu os olhos a tempo de vê-lo tocar a penseira com a ponta de varinha, que passou a brilhar azulada.

Tom indicou a penseira a Harry com um movimento de mão. O mesmo se levantou, receoso, e afundou o rosto na mesma. Percebeu que o escritório de Lucius deu um forte solavanco, e em seguida, sentiu como se caísse em um buraco negro escuro e gelado.

Quando abriu os olhos, Harry se encontrava em um pequeno quarto infantil, ao olhar ao redor, reconheceu a si mesmo em um berço, mas seu coração deu um salto ao ver a ruiva que chorava, agarrada a suas pequenas mãos.

Ela era linda, Harry pensou sentindo uma solidão repentina. Pela primeira vez poderia dizer por si próprio, tinha os olhos de sua mãe. Penetrantes e cheios de sentimento, que pareciam ler até as almas mais obscuras.

-Harry fique seguro, seja forte. –Lily dizia enquanto chorava. Harry queria abraçá-la, queria dizer a ela que a amava, que sentiu falta da mesma durante toda sua vida. Mas ele não podia, ela não o ouviria.

Harry se sobressaltou quando a porta de seu quarto foi fortemente derrubada por um feitiço. Lily gritou aterrorizada, e os olhos de Harry se arregalaram ao ver Dumbledore entrar. Tom estava certo, ele pensou, mas ainda era cedo demais para tirar conclusões precipitadas, então deixou o pensamento de lado.

-Lily, minha querida, poderia, por favor, me deixar ‘’ter uma conversa’’ com Harry, como bem sabe, Voldemort está a caminho. –Disse o diretor sorrindo docemente.

-Harry é apenas um bebê, professor, não pode ‘’ter uma conversa’’. Não vou sair de seu lado, sei que meu filho corre perigo, e farei tudo o que puder para protegê-lo.

-É realmente uma pena, Lily. Você é uma bruxa fabulosa. –Dumbledore ergueu a varinha. –Avada Kedavra. –O corpo de Lily Potter caiu no chão com um baque abafado pelo tapete felpudo. Harry sentiu seu coração parar. Não conseguia raciocinar, estava travado no lugar.

Quando Harry estava prestes a sacar a varinha, cego pelo ódio, outro bruxo passou pela porta derrubada. Harry reconheceu os olhos escarlate de Tom, mas fora isso, não havia nada que o ligasse ao rapaz que ele vira a pouco no jardim. Suas feições de assemelham as de uma serpente, a pele pálida, quase transparente e se encontra envolto em um manto negro que poderia ser facilmente confundido com fumaça negra.

-Saia de perto do menino. –Rosnou Voldemort, que parecia realmente furioso.

-Temo que isto não seja possível, Tom. –Disse Dumbledore calmamente.

-Nunca pensei que chegasse a se rebaixar a este ponto. Matar uma criança, Dumbledore?

-Infelizmente, dadas às circunstâncias, será necessário. Este menino representa uma ameaça a nós dois, Tom. –Dumbledore tentava persuadi-lo, sem sucesso.

-E por que uma simples criança me traria perigo?  - Tom não cairia na ladainha do diretor, sabia da grande habilidade para mentir do velho.

-Segundo a profecia, este menino será meu fim, e é claro que você será o próximo. Não podemos correr mais riscos. Não se deixe enganar, Tom, sabe que jamais cometeria tal ato se não fosse extremamente necessário.

-Não pense que irei acreditar nessa sua história mal contada. –Voldemort disse com visível nojo. -Saia de perto do menino ou terei que impedi-lo.

Harry assistia a tudo se sentido traído como nunca antes. Durante toda a sua vida fora enganado. Por que Lucius nunca o disse nada? Nem mesmo Snape? O homem que matara seus pais o sorria todas as noites no jantar, o visitava na ala hospitalar e o havia entregado a capa da invisibilidade de seu pai, que fora morto pelo próprio. Harry sentiu-se ferver em raiva. Por que o havia deixado vivo depois de ter tanto trabalho para mata-lo? Ele seria capaz de arrancar seu rosto com as próprias unhas nesse momento.

-Sinto muito, Tom, não poderei permitir que essa criança viva.

Com um gesto rápido, Dumbledore sacou a varinha e lançou uma maldição em direção a Voldemort, que bloqueou a mesmo com habilidade, e em seguida iniciou uma série de feitiços que Harry nunca ouvira antes. Clarões eram visíveis por toda a parte, Tom parecia desesperado para chegar ao Harry bebê, enquanto Dumbledore se ocupava em mantê-lo longe. Harry caiu ao chão quando a parede atrás de si desabou com um feitiço desviado de Dumbledore, e sentiu vontade de azara-lo por trás.

Quando Tom perdeu a paciência com o duelo, seus olhos pareceram adquirir uma fúria que fez Harry recuar para longe dos dois bruxos.

-Avada Kedavra. –Voldemort disse com gosto apontando a varinha para Dumbledore, que se jogou ao chão para desviar da maldição. Tom não esperava que fosse atingir o pequeno bebê que choramingava com as explosões causadas pelos feitiços. Harry se assustou ao ver o mesmo gritar em agonia, enquanto se desmanchava pelo feitiço, e viu a si mesmo desacordado no pequeno bercinho.

Sentiu o quarto balançar e foi arrancado de sua memória com força, caindo sentado de volta ao escritório de Lucius. Tom o olhava sentado na poltrona, parecia levemente ansioso. Harry não conseguia raciocinar, queria se enfiar num buraco e dormir para sempre. Sentia o peso das mentiras que ouviu durante toda a sua vida em suas costas. Dumbledore. Ele havia matado seus pais, ele havia mentido, não só para Harry, mas para todo o mundo bruxo. Ele tinha que pagar, não importa se Harry tenha que ficar ao lado de Voldemort para isso.  

-Acredita em mim, Harry? –Perguntou com falso desinteresse.

-Acredito. –Disse Harry olhando diretamente nos olhos vermelhos de Tom, que pela primeira vez, pareceu dar um sorriso sincero.

-Após a maldição lhe acertar, Dumbledore acabou por fugir, e em poucos minutos os aurores chegaram a sua casa, e lhe encontraram, junto ao meu antigo corpo. –Tom disse, visivelmente incomodado. –Depois que a noticia se espalhou, Dumbledore não poderia mais mata-lo, isso traria o caos a tona, afinal, você era o menino que sobreviveu. Então, como alternativa, resolveu cria-lo sobre rédea curta, plano que acabou não dando muito certo até seus onze anos, enquanto crescia com os Malfoy. Quando ingressou em Hogwarts, Dumbledore começou a planejar tudo o que aconteceria com você, desde as suas aulas de história da magia até seus passeios por Hogsmeade. Ele queria conquistar sua confiança, ter controle sobre suas ações, até mesmo sobre seus pensamentos, e pelo que vejo, ele conseguiu.

Harry apertou os punhos. Nunca havia sentido tanta raiva de alguém como sentia do diretor nesse momento. Velho manipulador.

-Sei que se sente traído com tudo que acabou de descobrir, não esperaria que você reagisse tranquilamente e aceitasse de cabeça baixa, mas o motivo da minha presença aqui, o motivo para que eu tenha tentado lhe salvar anos atrás não é simplesmente a bondade de meu coração. –Disse com o sorriso irônico que Harry agora considerava como a marca de Tom. –Não desejo a morte dos trouxas como Dumbledore insiste em dizer por aí, meu intuito nessa guerra é livrar o mundo mágico de uma liderança mentirosa e trapaceira. Dumbledore já provocou muitas mortes pelo seu próprio pescoço. Não espero que me diga que vai lutar ao meu lado, sei que ainda é cedo para querer que confie em mim e em meus ideais, mas quero apenas que você saiba, Harry, que independente de estar ao meu lado ou não, seu destino é lutar.

-Eu quero vencê-lo, mas sou apenas um aluno prestes a começar o quarto ano, não posso me comparar ao diretor de Hogwarts. –Disse Harry sentindo a cabeça latejar.

-Ensinarei a você tudo oque sei, maldições, feitiços complicados, poções curativas. Se aceitar, posso lhe fazer forte. Estará à frente do conhecimento de um aluno do quinto ano em pouco tempo.

-Então, se eu aceitar, não irei a Hogwarts?

-Você precisa ir, Harry. Dumbledore não pode saber que cheguei até você. Encontrarei um jeito de nos comunicarmos de dentro de Hogwarts. Mas veja, retornarei em uma semana, imagino que seja tempo o suficiente para que possa pensar. Creio que irá concordar que juntos teremos mais chances. –Disse Tom se levantando. –Foi bom poder conversar com você, Harry Potter.  

Deitado em sua cama, horas depois, Harry só conseguia se perguntar quando sua vida se tornou tão complicada.

-Como assim ele esteve aqui e nem ao menos perguntou sobre mim?

-Talvez ele não ainda não saiba de sua presença, Nagini. –Harry já estava se cansando das perguntas da cobra.

-E por que você não o disse nada?

-Tínhamos assuntos mais urgentes.

Harry teve a leve impressão de que ela continuava seu interrogatório, mas ele não conseguiu ouvir mais uma palavra antes de cair no sono.



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