História You're what I need - Guilty!

P.O.V Charlotte

- meu Deus Charlotte! - ouço minha tia gritar e acordo assustada, levanto bruscamente e sinto meu pulso arder - o que você fez Charlotte? - ela corre até minha cama, com o resto em preocupação. Entorpecida com a situação, não respondo nada - o que houve? - ela me abraça e me analisa.

- que horas são? - é a única coisa que sai de minha boca.

- o que...o que importa? - ela diz quase indignada - é madrugada - ela balança a cabeça e pega meu braço - por que fez isso de novo? - ela quase chorava, olho para seu rosto e neste momento ela pareve estar mais velha. Balanço a cabeça e ela fecha os olhos - quantas vezes? Quantas vezes Charlotte? - olho para meu colo ao escutá-la - nem sempre vou estar aqui - e ao ouvir isso meis olhos lacrimejam, sinto uma pressão em meu braço e a vejo limpando meu punho e braços - o que houve minha querida? Nessa festa, quero dizer - diz com a voz calma e me olha maternalmente, balanço a cabeça e lágrimas caem, ela me abraça - vai passar meu amor, eu prometo - soluço na curva de seu pescoço. 

- vai mesmo? - pergunto com a voz chorosa, mesmo sabendo que não, pelo menos não tão cedo.

- o que quer que tenha acontecido, eu tenho certeza que sim e - sorri - eu vou sempre estar aqui - diz se referindo ao que disse um pouco antes. Ela me abraça de novo e alisa minhas costas nuas - vem, vamos tomar um banho - ela me levanta, ainda num abraço.

Ela me deixa no banheiro e me espera na porta. Quando termino ela me ajuda a me secar e a me vestir. Ela troca rapidamente os lençóis e eu me deito.

- por favor Charlotte, não faça isso de novo - ela.me olha séria - não vá me matar do coração - eu sorrio.

- tudo bem tia - sorrio e ela me cobre.

- se precisar conversar eu estarei aqui, okay - sorri e eu concordo - boa noite querida. Tente dormir - assinto e ela beija minha testa.

Ela apaga as luzes de meu quarto e logo sai me deixando sozinha com meus pensamentos insanos e psicopatas. Não demora muito e logo eu volto a dormir.

(...)

Acordo com uma claridade anormal em meu rosto. Nunca fez tanto Sol em um domingo! Abro meus olhos lentamente, me adequando a luz e me espreguiço levemente. Suspiro profundamente e encaro o teto por alguns segundos, me lembrando, então, da noite passada. Me martirizo pelo que houve sim! É culpa minha, é claro. Me abri com a pessoa errada, completamente errada, mas... o que posso fazer agora? Comecei a cultivar um sentimento aqui dentro por ele, algo que achei que não poderia sentir e errei! Eu disse que acabaria, pelo menos, com um dos corações quebrados e estqva certa.

Ergo minha mão até a cabeceira, alcançando o celular. Sinto sua superfície gelada e o pego, quase derrubando no chão. Por que eu estou tremendo? Ao pegá-lo a manga de minha blusa se levanta e eu vejo um recém curativo feito por May e estremeço, ela me viu ontem a noite e eu simplesmente não me importei e sinceramente, eu precisava daquele abraço. 

Ligo o aparelho e vejo duas mensagens não lidas na página inicial. Sei que são dele e que só contém mentiras, mas eu leio assim mesmo:

"você chegou bem? Quando puder me liga!" H.S

"eu estou preocupado. Preciso falar com você" H.S

Ao ler jogo o celular na cama com força, ele quica e vai ao chão. Espero que não tenha quebrado!

Como ele pode ser tão cínico? Tão mentiroso?  Tenho que admitir: ele é realmente bom nisso, em enganar pessoas, em usá-las. Deve ter sido sua diversão todos esses dias ao meu lado. Como eu sou patética! 

Levanto da cama e sinto meu corpo inteiro doer, sem motivo algum. Estou cansada de tudo e todos. Quero morrer, ninguém, além da May, irá sentir minha falta, mas isso logo passa e elanem se lembrará de mim, sou muito esquecível!

Caminho até o banheiro e perto da porta vejo o objeto metalizado que joguei noite passada. Me abaixo e pego, há sangue seco em sua superfície, lavo na pia e guardo em minha mochila quando volto, não quero que May veja e pegue. Boto uma calça preta de moletom e uma camisa vermelha xadrez de flanela. Arrumo meu cabelo em um rabo de cavalo e desço as escadas sem fazer barulho. Há conversas distintas na mesa. Ótimo! Era tudo o que eu precisava: a família toda reunida na mesa do café! Ótima maneira de se começar o dia! 

Digo um bom dia fraco e sou respondida apenas por May e logo depois por Aidan, de forma grossa e agressiva. Jason e Holly quase parecem que não me notam. 

Me sento na mesa silenciosamente, enquanto os irmãos contam as "aventuras" da escola para os pais, como se estivessem falando as verdades do ue realmente fazem. Me sirvo de um suco e algumas bolachas, não conseguiria, nem em outra vida, botar mais que isso no estômago a essa hora da manhã!

- outro show ontem a noite mamãe? - Holly diz de forma irritante, intercalando seu olhar de mim para May.

- Holly não comece - May fica tensa e diz de forma autoritária. 

- o que mom's? - diz cinicamente - é apenas uma pergunta - sorri diabolicamente para mim, que ela não diga nada da festa! - nada que não seja verdade - toma seu suco lentamente. 

- já chega Holly - May aumenta a voz, Holly a olha de cara emburrada.

- o que mãe? Vai defendê-la outra vez? - diz de cenho franzido e o ódio seu olhar é bem visível - você não percebe toda a cena que ela faz? - diz incrédula, Jason assiste a tudo com um sorriso de canto.

- Holly! - ela a repreende - esse ciúmes que vocês tem de Charlotte é incabível - Holly balança a cabeça, May se vira para Aidan - você não diz nada? Eles também são seus filhos - diz indignada.

- calma filha - fala de forma branda. 

- incabível, mãe? Sério? - Jason se pronuncia de repente - desde que essa garota chegou aqui parece que não existimos mais - May parece surpresa com a declaração do filho - é apenas Charlotte que importa...sempre! - diz com raiva na voz e me olha, abaixo o olhar.

- isso não é verdade Jason - ela diz ofendida - vocês não precisavam mais de mim, aliás, sempre estou aqui para o que precisam! - destaca - nem me lembro a última vez que ganhei um abraço de um de vocês!  Nunca - aumenta mais a voz - pensei em compará-los ou escolher entre vocês - ela parecia querer chorar.

- já chega os dois - Aidan se levanta - para fora da mesa, agora! - diz alto e claro - vamos ter uma conversinha - os dois se levantam contra a vontade e somem pelo corredor - você está bem May?

- meu próprios filhos Aidan, nossos filhos... - ela o abraça - se viraram contra mim! - ela chora fracamente em seu ombro.

- vou conversar com eles querida, pode deixar - ele me olha e cerra oa olhos.

- com licença - digo baixo e saio da mesa.

"Ótimo café", penso quando saio da coze marcho para o quarto, novamente! Entro e vou até a janela, que está meio aberta, olho o céu quase azul e me lembro da noite de ontem. Posso dizer que bebi e fiquei meio alta. Chloe e suas amigas me cercaram e eu vi Harry beijando Violet. É...nada mal para uma primeira vez! 

Penso nas duas mensagens enviadas por ele e sinto um enjôo e então me lembro de alguém, um loiro...Niall! Nós dançamos e rimos juntos, o que é estranho, considerando que ele nunca olhou na minha cara, mas vai saber o quão bêbado ele estava também. Arrepio ao pensar que um garoto bêbado, irresponsável, me trouxe para casa, sabe Deus o que poderia ter acontecido com a gente!

Encosto meus braços no parapeito e passo a mão no pulso...

Flashback's on

- o que Harry? Não se lembra de quando falávamos dela e ríamos por dias?

Flashback's off

Fecho meus olhos com força, já sentindo as lágrimas insistentes querendo descer.

Flashback's on

Procuro Harry com os olhos e o vejo num canto conversando com Violet e logo depois ele lhe dá um selinho, meu coração falha e o copo em minha mão quase se quebra. Ele não percebe minha presença e eu esqueço de Niall ao meu lado:

- ele está ali...Está tudo bem?

- tá sim - sorrio da melhor maneira que posso, e os olho novamente, ela o está abraçando e eles logo se beijam - ele está ocupado no momento! 

Flashback's off

"Não pense mais nisso", me forço a dizer. Não posso e nem quero sofrer por isso. Harry foi um idiota, mas não posso ficar dando a importância que não tem. Não deve ser tão difícil esquecer alguém, não é? 

Ouço uma batida na porta e me viro instintivamente para ela. Uma cabeça coberta com cabelos castanhos com apenas alguns fios brancos passa por ela, sorrio fracamente e ela entra sem dizer nada. Ela anda até a janela, onde estou, e se posiciona ao meunlado e me olha com ternura:

- antes de mais nada, tia, eu queria dizer que sinto muito, por ontem e por hoje de manhã. Sei que a culpa é minha - olho para baixo.

- não! Não diga uma coisa dessas Lottie! - ela se apressa em dizer - não se atreva a dizer que é culpada de algo, pois você não é - suspira pesadamente e balança a cabeça - eu que te devo desculpas.

- mas é claro que não...

- é sim Lottie - ela me olha - eu não controlo mais meus filhoa e eles acham que eu não me importo mais com eles - ela morde o lábio - não queria que você presenciasse todas as brigas e discussões - olho para baixo sem ter o que dizer - a culpa é minha.

- não se culpe tanto tia - boto minha mão em seu ombro - eles nunca te valorizaram mesmo, não digo que não te amam, mas nunca quiseram demonstrar e agora...bom, agora estão cobrando algo que não podem! - encolho os ombros, ela sorri para mim - além do mais, eles logo esquecem isso - sorrio.

- sinto que estou sendo uma péssima mãe - eu a abraço.

- você é a melhor pessoa que eu conheço no mundo e eu te amo - digo sorrindo.

- awn Lottie, eu também te amo - me afasta sorrindo - obrigada!

- conversa com eles - falo fazendo carinho em sua mão - vai dar tudo certo - sorrio novamente. 

- eu sei que vai Lottie, eu sei que vai - assente e sai do meu quarto em seguida.

Mal sabe ela os filhos que tem!

(...)

Jason e Holly inventaram alguma desculpa e sair de casa, Aidan está dormindo ou fazendo sabe Deus o quê no quarto e May está na cozinha fazendo algo para o jantar. Ainda é cedo, final de tarde e eu estou aqui, no sofá, apenas passando os canais, nao vendo nada de específico. Acabo por encontrar um filme interesante e deixo nele. Como a casa está tranquila posso ficar fora do quarto, coisa que eu não faço muito, e me aventurar pela TV. 

Deito confortavelmente e escuto a campainha tocar. Ah não! May se apressa em ir abrir a porta. Tento ao máximo ouvir a conversa e descobrir quem fala lá fora.  Com a porta aberta uma onda de vento gelado me atinge e eu estremeço, aperto meus braços ao redor do corpo e tento me concentrar no filme, mas sou interrompida por uma voz:

- Lottie, olhe quem está aqui! 

Ah não!