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História Youtubers no Reality da Morte - Caçadores e Torturados - Parte 1


Escrita por: findHenrique

Notas do Autor


Olá
Eu odeio ter que dividir desafios em dois capítulos, mas esse capítulo iria ficar enorme, mais de 9.000 palavras, então tive que dividir.

E a fic chegou aos 500 favoritos 💛👏.
Obrigado a todos!

Espero que gostem.

Capítulo 39 - Caçadores e Torturados - Parte 1


Fanfic / Fanfiction Youtubers no Reality da Morte - Caçadores e Torturados - Parte 1

(Pov Bruna)

Após mentir para a mãe dizendo que ela e Vitória iriam para o shopping, Bruna e a irmã mais velha foram para a porta de casa esperar com ansiedade e nervosismo o uber que Vitória tinha chamado minutos antes.

Bruna estava uma pilha de nervos, apesar de estarem indo apenas verificar um local, sentia como se fosse roubar um banco de segurança máxima. Evitava fazer contato visual com qualquer pessoa que passasse pela rua, como se o ato de olhar para ela fosse revelar sua mentira. Roeu as unhas nervosamente e após mais alguns minutos de espera viu o uber virar a esquina e ir em direção a ela.

- Até que enfim. – Vitória resmunga.

- Taxi! Taxi! – Bruna chamou colocando o braço estendido em frente ao corpo e fazendo movimentos para cima e para baixo. – Taxi! Aqui!

- Não é taxi sua burra! – Fala envergonhada e em tom baixo, olhando para os lados verificando se alguém estava as observando. – É uber!

- Tanto faz! – Diz Bruna e instantes depois o TAXI para em sua frente, a beira da calçada.

Ela abre a porta de trás e entra, Vitória entra logo depois. O motorista é um homem gordo e careca, veste uma camisa social azul marinho e uma calça jeans azul. Assim que Vitória fecha a porta, o homem vira a cabeça para elas.

- Bom dia, para onde querem ir? – Ele pergunta lançando um rápido olhar para Bruna e depois a mais velha.

- Esse endereço, por favor. – Diz Vitória e entrega um pequeno papel para o homem, que o pega e pousa o olhar sobre ele.

- Esse endereço é em outra cidade, fica a uma hora daqui. – Ele observa. – Tem certeza de que é mesmo este endereço?

- Tenho certeza de que é. – Vitória responde calma e em tom firme. – Se não pode nos levar até lá nós procuramos outro uber que nos leve. – Ela ameaça em tom despreocupado.

- Não, tudo bem. – O motorista logo diz. – Mas irá ficar um pouco caro. – Ele franze a testa para ela, pondo em dúvida se ela tem ou não dinheiro suficiente para pagar.

- Dinheiro para mim não é problema. – Diz Vitória e sorri cheia de si.

Bruna encarou a irmã por alguns segundos, impressionada pela atuação da mesma. Virou o rosto para a janela assim que Vitória a lançou a ela um olhar de censura.

- Sendo assim tudo bem. – Diz o motorista convencido.

Ele se vira para frente e coloca o papel com o endereço no painel em sua frente. Pelo o retrovisor frontal olha uma última vez para a garota e então pega a estrada.

*****

(Pov Vitória)

Cerca de uma hora e dez minutos depois, o motorista estacionou o uber ao lado da calçada, em frente a um grande casarão que parecia abandonado.

- Chegamos. – Ele avisa.

Vitória logo abre a porta e desce, Bruna faz o mesmo, mas tropeça e quase cai quando está saindo do carro.

- Relaxa. – Diz Vitória para percebendo a tensão da irmã, que estava com o rosto brilhando de tanto suor.

Vitória dá a volta no carro e para ao lado da porta do motorista, que abaixa completamente o vidro.

- Quanto deu? – Pergunta abrindo a bolsa embaixo do braço.

- RS180,00. – Diz o motorista.

Puta que o pariu, 180?

Enquanto revira a bolsa, Vitória sorri tentando não parecer surpresa pelo valor. Ela acha algumas notas e após fazer a contagem, vê que tem exatamente 130,00 reais. Dobra as notas e entrega para o motorista. Ele abre as notas e começa a contá-las.

- Está faltando cinqüenta reais! – Ele diz já irritado.

- Acontece que a gente não tem. – Diz Vitória tentando parecer humilde. – O senhor não poderia deixar a gente ir?

- Não! – Diz carrancudo. – Vocês não vão sair daqui enquanto não me pagarem!

Vitória olha para Bruna ao seu lado e a irmã está com os olhos arregalados olhando para ela, e está soando e branca como se tivesse visto um fantasma.

- Bom, como eu disse, nós não temos dinheiro, mas eu posso pagar de outras formas. – Tenta dizer de forma seduzente e depois morde os lábios e sorri.

- Ah é? – O motorista levanta a sobrancelha e sorri. – Sendo assim acho que posso reconsiderar.

Bruna cutuca Vitória e quando ela olha para irmã, a mais nova parece à beira de um infarto.

- O que você tá fazendo? – Ela sussurra.

- Relaxa. – Diz Vitória e lança a ela um olhar de “Só fique calma e dance conforme a música’’.

Então ela volta a olhar para o motorista e ele abre a porta. Com ele ainda sentado no banco, Vitória se aproxima e se agacha ao lado dele. O homem sorri e começa a abrir a calça de forma rápida e desajeitada. Quando consegue abri-la e põe seu membro para fora, Vitória precisa se segurar para não vomitar.

Então, de forma inesperada, Vitória fecha a mão e dá um murro com a maior força que consegue no membro do homem. Ele grita e se contorce para frente, levando as mãos ao órgão. Vitória se afasta rapidamente para trás e se levanta.

- Bruna, corre!!

Dizendo isso, ela dá um puxão na irmã e começa a correr rua afora, o mais rápido possível e tentando se afastar ao máximo do homem, que continuava a gemer e a xingá-las.

*****

(Pov Aruan)

Depois de algumas horas de diversão sobre a cama, Aruan foi novamente tomar um banho, mas dessa vez acompanhado de Arabella. Já nus, foram da cama até o banheiro trocando beijos rápidos e risos abafados. Ao chegar, Aruan liga o chuveiro e depois volta para a porta onde Arabella está. Abraça a namorada por trás e vão para o chuveiro, parando em baixo da água quente que cai em velocidade mediana.

Aproveitam o banho para tocarem e ensaboarem o corpo um do outro, além de também trocarem carícias e brincadeiras. Depois de um bom tempo, os dois saem da ducha e Arabella pega uma toalha branca sobre a pia. Enxugam-se ali mesmo e depois voltam para a enfermaria. Logo, vestem suas roupas e voltam a se beijar.

Após alguns beijos rápidos, Aruan se afasta levemente.

- Eu vou voltar para o dormitório.

- Por que? – Arabella questiona não gostando da idéia.

- Tenho que esvaziar a cabeça e me preparar para o desafio, vai ser dureza pelo o que você falou. – Diz com olhar preocupado.

- Tem razão, mas você é muito esperto e inteligente, vai conseguir passar por ele. Além do mais, você já sabe o desafio enquanto os outros nem imaginam o que seja, você vai começar com uma vantagem. – Ela sorri.

- É, eu acho que si. – Aruan sorri. É bom ter alguém que te ajude a ver o lado bom das coisas.

- Tchau. – Ele deposita um beijo nos lábios de Arabella e a abraça logo depois. – Eu te amo.

- Eu também te amo. – Diz Arabella. – Tchau.

O abraço se desfaz e eles se olham sorrindo por alguns segundos. Logo, Aruan balança a cabeça positivamente e vira-se em direção a saída.

*****

Ao chegar ao dormitório Aruan recebe uma recepção apática e nada calorosa. Gusta e Kéfera olham-no com cara de “Você ainda está vivo? Que pena’’. Gabbie e Luba conversam baixo na cama dela e lançam a ele um olhar de enjôo. T3ddy o olha de forma curiosa, e depois pergunta algo no ouvido de Cellbit, que está sentado ao seu lado e olha para Aruan de forma indiferente. Cocielo e Lucas estão dormindo e Lukas está sentado na cama ao lado do amigo, com os pés no chão e fitando-os. Lança um rápido olhar desinteressado a Aruan e volta a olhar para baixo.

Aruan fecha a cara e revira os olhos em retribuição, e logo todos param de olhá-lo. Iria descansar e se preparar para o desafio, mas antes tinha uma coisa que precisava fazer, então foi para a cama de Lukas. Ele caminhou até lá e parou do outro lado da cama, atrás de Lukas, que não o percebeu ali.

- E aí.

Lukas vira a cabeça por cima do ombro e o vê ali.

- O que você quer?

Aruan precisou se segurar para não dar uma resposta sarcástica ou grossa.

- Eu não quero nada.

- Se for pra falar alguma coisa do Daniel, eu não quero saber. – Diz Lukas em tom duro.

- Não tem nada a ver com ele. – Aruan diz. – Depois daquele dia que você me avisou que o Daniel iria tentar me matar eu fiquei te devendo uma, eu vou pagar essa divida agora.

- Eu não fiz aquilo querendo algo em troca, e de qualquer jeito você não tem nada que eu queira.

- E eu também não pedi pra você me avisar, mas mesmo assim você me avisou. – Aruan diz. – E você acabou salvando minha vida, eu me sinto incomodado sabendo que estou devendo algo para alguém.

- E eu pensei por um segundo que você estava fazendo isso por mim. – Lukas solta um riso. - Mas egoísta como você é, eu devia saber que você está fazendo isso por você mesmo, só pra não se sentir mais incomodado.

- Isso foi ofensivo, mas é compreensível. – Aruan franze a testa. – De qualquer jeito, não me importo com o que você pensa de mim. Enfim, você vai querer o que eu tenho a dar ou não?

- E o que você tem que eu possa querer? – Lukas pergunta levemente curioso.

Aruan olha para os lados se certificando de que ninguém está prestando atenção a eles e em seguida se aproxima mais de Lukas.

- Eu posso te falar qual é o próximo desafio. – Ele sussurra.

- E você quer que eu acredite que você sabe qual é o próximo desafio? – Lukas pergunta duvidando.

- Eu descobri por meio de fontes confiáveis. – Diz Aruan o encarando.

- Tudo bem, se isso for fazer você sair daqui, então diga.

*****

(Pov Lukas)

Lukas ficou chocado e surpreso com o que Aruan lhe contou sobre o desafio, mas como não queria mostrar interesse ou empatia por ele, assim que Aruan terminou de contar, ele suspirou cansado e olhou para ele com desinteresse.

- Admito que você tem criatividade, mas achou mesmo que eu iria acreditar nisso?

- Você é quem sabe. – Diz Aruan indiferente. – Logo você vai descobrir que é verdade, e não se esqueça, se você puder escolher, não fique nas cadeiras!

Aruan olha-o duramente e se vira, indo para sua cama em seguida.

Ainda sentado em sua cama Lukas respira fundo e engole em seco. Aruan não estava com jeito de que estava mentindo, e se o que ele disse fosse mesmo verdade, com certeza iria ser o pior desafio até então. E Lukas que tentava não pensar muito em qual seria o próximo desafio e tentava se manter calmo, agora estava ansioso e tenso.

Foi até o banheiro onde lavou o rosto e quando voltou para o dormitório Lira estava acordado, sentado na cama com as costas encostadas na cabeceira da cama.

- Eu tinha ido ao banheiro lavar o rosto. – Lukas diz e se senta.

- O que você tem? – Pergunta Lira o olhando com olhos curiosos.

- Por quê? – Lukas questiona sem entender.

- Você está diferente. – Lira viaja o olhar por seu rosto. – Parece nervoso, incomodado com alguma coisa.

- Acho que é por causa do desafio. – Lukas se deita na cama, cortando qualquer contato facial. – Está demorando de mais pra acontecer.

- Talvez. – Lira continua desconfiado. – Tem certeza de que é só isso?

- Tenho, o que mais poderia ser?

- Eu não sei. – Lira levanta e dá uma rápida pegada em seu membro. – Só sei que vou ao banheiro.

*****

Depois que Lira voltou do banheiro, Lukas e ele continuaram a conversar coisas triviais até que minutos depois ouviram a caixa de som no canto e alto da parede voltar a funcionar depois de muito tempo.

- Olá filhos da puta, sentiram minha falta?

Todos logo presumiram que era A Voz.

- De você não, mas eu senti falta da sua mãe. – Aruan provoca.

- Eu aprecio seu senso de humor, mas não sei se você vai gostar tanto assim do meu. – A Voz diz. – Apenas aguarde e você irá ver.

Aruan riu debochado e faz cara de “Ui, que medo.’’

- Voltando, vamos direto ao ponto. – Diz A Voz. – Como já devem estar pensando, o próximo desafio será realizado agora. Dessa vez não terão Chayene para acompanhar vocês, por conta de alguns problemas envolvendo vazamento de informações, ela irá ficar fora por algum tempo. O que não fará muita falta, pois o lugar que vocês devem ir é a sala em que foi realizado o último desafio, mas claro, como já sabem, aquela porta serve de entrada para muitos lugares, então obviamente o desafio não será realizado no Labirinto e muito menos na Sala das Banheiras. Sem mais delongas, vão logo para lá.

Lukas perguntou-se se Chayene era a tal fonte que Aruan havia dito, e tentou pensar no que poderia ter acontecido com ela, e após alguns segundos concluiu que muito provavelmente, tinha sido algo horrível.

Foi tirado de seus pensamentos por Lira, que o chamou e cutucou-o em seguida, fazendo ele se levantar rapidamente.

Cocielo já havia acordado e caminhava cambaleante atrás de Gusta e Kéfera que iam a frente. Gabbie e Luba iam logo atrás, com uma razoável distância de Cellbit e T3ddy que vinham depois. Lukas se perguntou se alguma coisa tinha acontecido entre Luba e T3ddy.

Aruan foi logo depois dos dois, lançando um último olhar convencido a Lukas, que foi logo atrás junto com Lira. Quando o grupo chegou lá, a porta estava fechada e uma havia um pentagrama desenhado com sangue no meio da porta.

Lukas engoliu ao ver a imagem macabra. O sangue começava a escorrer do desenho e um mal cheiro começou a se espalhar pelo ar. Todos pareciam chocados e apreensivos.

- Gostaram da decoração? – A Voz debocha. – Pois bem, agora vai uma explicação que vocês ainda não sabem: O Kud disse a vocês que essa porta dá entrada a três lugares, e isso depende se a luz da sala está acessa, apagada ou piscando, correto?

- Sim. – Gusta diz.

- O que ele não contou a vocês é que essa porta leve a muito mais do que apenas três lugares, mas isso não vem ao caso agora. Estão vendo esse maravilhoso símbolo desenhado na porta? Pois bem, por causa dele, assim que vocês passarem pela porta irão chegar à uma sala oculta, como eu gosto de chamar. Lá terão pessoas que poderão explicar o desafio a vocês. Podem entrar.

*****

Após relutarem por um tempo, todos os dez sobreviventes acabam entrando, e assim que Lira, que é o último, passa pela porta, ela se fecha sozinha.

- Olá.

Lukas olha e a sua frente vê três homens com roupas de médicos. Usam um jaleco azul, uma touca cirúrgica também azul e mascaras hospitalares que tampam quase todo seus rostos, deixando visíveis apenas seus olhos frios e maldosos.

Olha ao redor e vê que está em algum tipo de sala cirúrgica. Há vários objetos médicos e equipamentos usados por profissionais da área. Há um armário de vidro cheio de frascos de remédios e objetos cirúrgicos dentro, e há outro armário, esse de madeira, que está fechado. Há também cinco cadeiras executivas no meio do cômodo e atrás dos homens Lukas pôde ver outra porta.

Os três homens estão um ao lado do outro. Todos estão vestindo as mesmas roupas e tem olhares parecidos, mas o do meio, que é um pouco mais alto do que os outros dois, parece ser o líder. Ele tem os braços fortes e seus olhos são mais frios e injetados do que os outros, como se estivesse faminto. Ele pousa seu olhar em Lukas e o sobrevivente sente um medo inexplicável. Logo desvia o olhar para o chão.

- Sejam todos muito bem vindos. – Diz o homem do meio vagando o olhar pelos sobreviventes. – É uma honra receber vocês aqui, e estão em condições melhores do que eu pensei que chegariam aqui, o que é ótimo, assim teremos mais opções para brincar.

Todos estavam tensos e receosos, compartilhavam um sentimento e uma sensação de que algo muito ruim iria acontecer. Até mesmo Aruan, que sempre tinha uma resposta e um afronte prontos, agora estava recuado e tenso.

- Pensei que fossem mais simpáticos. – Diz com voz desdenhosa. – Enfim, vamos ao que interessa. O desafio será realizado em duplas, ou seja, terão cinco duplas de duas pessoas. Uma pessoa de cada equipe irá ficar aqui nesta sala, amarrado nessas cadeiras, enquanto a outra pessoa da equipe irá andar pelo hospital a procura dos itens pedidos nessas listas. – Ele levanta a mão mostrando os papeis. – As listas contêm cinco itens, os mesmo para todos. Vocês devem criar sua própria estratégia para consegui-los. Assim que vocês conseguirem todos os itens pedidos na lista, vocês devem retornar para esta sala. O último que retornar com os itens irá ver seu companheiro ou companheira de dupla ser morto. Dúvidas? – Ainda tentando digerir a explicação, ninguém diz nada. – Tudo bem, vamos às duplas.

- Aruan e Julio.

- Gabriela e Lucas Feuerschütte.

- Gustavo e Kéfera.

- Lucas Lira e Lukas Marques.

- Rafael e Lucas Olioti.

- Vocês agora devem decidir qual membro da dupla irá ficar aqui, amarrado nessas cadeiras, e qual vai se aventurar pelo hospital a procura dos itens da lista.

*****

[Aruan e Julio]

Mesmo sabendo qual seria o desafio, Aruan estava tenso e com uma sensação ruim. Toda aquela sala parecia envolta de uma energia, um aura muito ruim, algo diabólico, e os três médicos a sua frente eram assustadores.

- E aí, quem é que vai fazer o que? – Ouve uma voz alterada dizer ao seu lado e vê que é Cocielo.

Ele está sujo e fedendo, seus olhos estão semi cerrados e ele exibe um olhar sonolento e lesado.

- Você tá drogado?

- Não. – Cocielo mexe o dedo indicador em sinal negativo. – Eu só cheirei uma vez.

- Você fica aqui então, e eu saio para procurar os itens. – Aruan decide.

- Por que é você que tem que escolher? – Pergunta Cocielo com voz arrastada.

- Eu não vou confiar minha vida à alguém drogado. – Diz levemente irritado.

*****

[Gabriela e Lucas Feuerschütte]

- E então Gabbie? – Indeciso, Luba olha para a amiga.

- Não sei. – Ela compartilha da mesma indecisão. – O que você prefere?

- Pra mim os dois são horríveis, não tenho preferência. – Ele conclui.

- Então vamos tirar no par ou impar. – Gabbie sugere. – Quem ganhar vai procurar os itens.

- Tudo bem. Eu quero par.

- Impar. – Diz Gabbie.

Colocam as mãos atrás dos corpos, fazem uma pequena contagem regressiva e assim que chegam ao zero, revelam suas mãos. 10 dedos são mostrados. Luba vence.

*****

[Gustavo e Kéfera]

- Tamo na merda! – Kéfera conclui.

- Verdade. – Gusta suspira e põe as mãos na cintura.

- Só sei que eu vou procurar os itens, nem fudendo vou ficar aqui com esses doentes. – Diz ela lançando um rápido olhar aos médicos.

- Mas pode ser bem perigoso. – Gusta diz.

Kéfera o olha com cara de “é sério isso?’’

- E que lugar nessa merda não é perigoso?

- É, tem razão, e esses caras tem cara de malucos, podem ser tão ou mais perigosos que as outras coisas soltas por ai. – Gusta diz. - Eu fico aqui então.

*****

[Lucas Lira e Lukas Marques]

- Qual você prefere? – Lira olha para ele.

Lukas sabia o que provavelmente iria acontecer se ficasse, mas não sabia o que aconteceria se fosse procurar pelos itens. O que era pior? Por via das dúvidas decidiu escolher o que tinha mais certeza, mesmo sabendo que poderiam acontecer coisas terríveis. Além do mais, Lira era seu amigo agora, e amigos devem proteger uns aos outros certo?

- Eu fico aqui e você vai procurar os itens. – Ele diz.

*****

[Rafael e Lucas Olioti]

Cellbit podia notar o nervosismo e o medo de T3ddy ao seu lado. Ele estava inquieto e soando muito. Cellbit tinha explicado a ele no dormitório que eles estão em um reality lutando para sobreviver, mas T3ddy pareceu não ter entendido muito bem, e agora olhava de um lado para o outro, confuso e sem entender a situação.

- Andar pelo hospital pode ser perigoso pra você. – Cellbit diz. – Então eu vou procurar os itens e você fica aqui.

- Tudo bem. – T3ddy assente.

*****

Após escolherem quem ficaria na sala e quem iria procurar os itens, os cinco escolhidos para ficarem na sala, Cocielo, Gabbie, Gustavo, Lukas e T3ddy sentaram nas cadeiras e foram amarrados nelas. Os três médicos passaram cordas em seus abdomens e em seus braços, impedindo-os de se levantar e se movimentar. Apenas suas pernas ficaram soltas.

- Aqui estão as listas. – Diz o médico líder e entrega um papel para Aruan, Luba, Kéfera, Lira e Cellbit. – A lista contém cinco itens, mas no momento está em branco, assim que vocês passarem por essa porta atrás de mim, o primeiro item ira aparecer na folha. O próximo item só irá aparecer depois que vocês pegarem o primeiro, e assim sucessivamente até terem pego todos os cinco. Assim que isso acontecer, vocês devem voltar para cá, e aquele que voltar por último, ou que não voltar, vai ter seu parceiro de dupla morto. Entendido? Então podem ir.

*****

[Item 01]

Assim que os cinco caçadores passam pela porta, ela também se fecha sozinha, com um baque alto. A sala em que se encontram agora está bastante iluminada e empoeirada. Os cinco olham para as listas em suas mãos e observam palavras se formarem no alto da folha.

1 – Um dedo de zumbi.

- Dedo de zumbi? – Kéfera franze a testa. – Pra que eles precisam disso?

- Eu é que não sei. – Lira diz.

- E a gente nem perguntou para que ele queria os itens. – Luba fala.

- Como se ele fosse nos dizer. – Diz Aruan.

- E como nós vamos fazer? – Cellbit pergunta. – Temos que nos separar ou procuramos juntos?

- Verdade. – Luba faz uma careta – A gente também se esqueceu de perguntar isso.

- Eles não disseram nada, então vamos ficar todos juntos. – Kéfera sugere.

- Verdade. – Lira diz.

- Por mim tudo bem. – Luba fala e olha para Cellbit.

- Por mim também. – Ele responde.

Todos olham para Aruan e ele revira os olhos.

- Tanto faz. – Responde aceitando a contragosto a idéia.

- E onde vamos encontrar um zumbi? – Kéfera pergunta.

- Não sei. – Cellbit suspira. – Não sei nem onde estamos.

- Então vamos procurar! – Luba diz.

Passam por várias salas, a maioria bastante parecida uma com as outras. Empoeiradas e com moveis e objetos antigos, como se tivessem parado no tempo. Algumas salas são bem iluminadas já outras estão escuras ou com a iluminação piscando. Após alguns minutos andando, encontram um zumbi vagando por um corredor.

Todos, menos Aruan, trocam olhares animados.

- Quem vai? – Cellbit pergunta.

Aruan tira uma faca do bolso e abre caminho entre os colegas. Caminha com atenção até o zumbi e assim que chega até ele, enfia a faca em sua cabeça. A retira de dentro do ser, e uma gosma verde suja levemente a faca e também sua mão enquanto o zumbi cai no chão. Aruan se agacha e ao segurar o braço da criatura, faz uma estranha constatação.

- Ele não tem mãos! – Diz olhando por cima dos ombros para os colegas.

- Você só pode estar brincando. – Lira diz.

Os quatro caminham até lá e vêem que é realmente verdade. O zumbi não tem mãos. Kéfera sente ânsia de vomito e logo desvia o olhar.

- Então vamos continuar procurando. – Ela diz.

Largam o zumbi morto no chão e continuam pelo corredor, que parece interminável. Minutos depois em um corredor mais a frente, encontram outro zumbi. Desta vez, Lira se adianta e dá um soco na cabeça da criatura, fazendo a cabeça da mesma se soltar do corpo e voar longe. Sente um leve desconforto e faz movimentos circulares com a mão algumas vezes.

- Não é possível que esse também não tenha mãos! – Luba diz.

- Esse tem. – Diz Lira agachado, segurando o braço do zumbi.

Os outros vão até ele e é Aruan quem faz o “trabalho sujo”. Corta os cinco dedos de uma das mãos do zumbi e entrega um para cada.

Relutantes, Luba e Kéfera pegam os dedos e fazem caretas de nojo. Logo, os cinco guardam os dedos nos respectivos bolsos de suas calças.

*****

[Item 02]

2 – Um pedaço de carne humana.

Não tinham se passado nem um minuto que haviam guardo os dedos quando o item número um se apagou e o número dois surgiu, e todos pareceram ainda mais surpresos do que quando descobriram qual seria o item um.

- Só pode ser brincadeira. – Diz Kéfera irritada.

- Eu me ofereço pra cortar um pedaço do braço de vocês se quiserem. – Aruan diz e todos olham para ele com cara de “Seje menas”.

- Eu tenho uma idéia. – Lira diz.

Ele tira a pedra do bolso e após fazer algumas explicações, fecha os olhos e se concentra no pensamento de querer ir para a cozinha. Todos observam com curiosidade e desconfiança, e depois de alguns segundos ele abre os olhos.

- A pedra vai nos levar pra cozinha, é por aqui. – Diz ele com a mão levantada e fechada em frente ao corpo, sentindo a força da pedra começar a puxá-lo.

*****

Encontram dez zumbis pelo caminho e em poucos segundos acabam com eles. Seguem pelas salas e corredores liderados por Lira e após um tempo, chegam ao refeitório.

- Essa merda funciona mesmo. – Diz Aruan.

- Como nós vamos entrar na cozinha? Aquelas duas doentes podem estar lá. – Cellbit diz.

- Simples assim. – Aruan tira um dos sapatos e arremessa na porta da cozinha, fazendo um alto barulho.

- Seu idiota o que você fez? – Cellbit sussurra.

Todos se abaixam e se escondem atrás das mesas.

- Se elas estiverem na cozinha vão vir para fora pra ver que barulho foi aquele. – Ele sussurra em resposta.

- Mas se elas estiverem, podem descobrir que a gente está aqui! – Luba diz. – E aí vamos estar ferrados.

- Mais ferrados do que já estamos? Acho meio impossível. – Kéfera diz.

Observam calados e em silêncio, olhando atentos para a porta da cozinha, mas depois de um minuto, ela não se abre.

- Estão vendo? Elas não estão lá. – Aruan se levanta e caminha até a porta da cozinha.

Ele pega o sapato e o calça novamente. Abre a porta lentamente até poder colocar a cabeça para dentro. E após olhar o local, vê que está vazio.

- O que eu disse? Elas não estão aqui! Venham logo.

Os outros quatro levantam-se e correm até lá. Ainda desconfiados, Aruan entra primeiro e dá uma volta em toda a cozinha. Após a confirmação, todos entram no cômodo.

Procuram poucos segundos até Cellbit achar sobre o fogão, uma grande panela cheia de carne. Os cinco se reúnem ao redor e fazem caretas por conta do cheiro horrível de podridão que as carnes na panela exalam.

- E se a carne não for humana? – Luba pergunta tampando o nariz com uma das mãos.

- Eu é que não vou experimentar pra saber. – Lira diz.

Kéfera pega algumas sacolas plásticas abaixo da mesa e com uma grande colher, Aruan coloca um pedaço em cada um dos sacos. Cada pedaço tem mais ou menos o tamanho de uma maça e após fazer isso, eles fecham as sacolas e as colocam dentro de outras. Reforçando-as para que não aconteça de rasgarem.

- Agora só faltam três itens. – Diz Cellbit olhando para a lista e vendo o item 2 se apagando.

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 Amarrados as cadeiras, cada um dos cinco sobreviventes apresentava uma reação diferente à situação.

 Cocielo estava sonolento e parecia pouco se importar com o que estava acontecendo, se é que tinha alguma noção do que acontecia.

T3ddy estava tremendo muito e respirando ofegante, estava com bastante medo e se perguntando por que aquilo estava acontecendo com ele, e torcia com todas as forças para que Cellbit, ou até mesmo Luba voltassem para ajudá-lo.

Gabbie estava tensa e ansiosa. Apesar disso, tentava manter a calma, e estava conseguindo. Estava suando muito e evitava olhar para os médicos, que ficavam dando volta ao redor das cadeiras.

Lukas estava com os braços tremendo e respirando com dificuldade. Tentava não ficar com medo, mas tinha uma sensação horrível e pelo o que Aruan havia dito, sabia que o pior ainda estava para vir.

Gusta estava ansioso e irritado por aqueles idiotas ficarem dando voltas em torno deles. Fazia questão de encará-los com um semblante carrancudo para mostrar que não tinha medo. Com dois dos médicos conseguia com facilidade fazer isso, mas com o terceiro, muitas vezes Gusta vacilava e desviava o olhar. Havia algo no homem, em seu olhar, algo pior que mal, uma coisa maligna.

Após alguns minutos andando em círculos, os três médicos vão para os fundos da sala, e o maior deles, o de olhar maligno, para em frente à um armário de madeira, depois o abre e fica alguns segundos mexendo em algo lá dentro. Ele tira de lá um machado e depois fecha o armário. Caminha até as cadeiras e para em frente aos sobreviventes amarrados. Ele então tira a máscara hospitalar, e fica ainda mais difícil para os sobreviventes olhar para ele. Seu rosto parecia combinar perfeitamente. Um sorriso diabólico para um olhar maligno.

- Dizem que cada pessoa tem algo em que é bom. – Ele sorri mostrando seus dentes brancos e levanta o braço apoiando o machado no ombro. – Por muito tempo eu fiquei perdido, eu não era bom em nada do que eu fazia, mas então teve um dia em que eu descobri. – Ele passa a língua pelos lábios e aponta o dedo para os cinco sobreviventes. – Eu descobri que meu talento, a coisa em que eu sou bom, é em machucar as pessoas, ou melhor, fazê-las sofrer.

Ele anda de um lado para o outro, ostentando um sorriso e observando a reação de cada um dos sobreviventes.

- Por que você tá fazendo isso com a gente? – T3ddy pergunta com voz afetada. – Eu não fiz nada pra você!

Isso pareceu atrair a atenção do médico. Ele caminhou e parou em frente a T3ddy, então sorriu.

- Eu só quero mostrar a vocês a minha arte.

- Dane-se você e a sua arte. – Em vão, T3ddy se remexia, tentando se soltar. – Você não pode me prender aqui, socorro!! – Ele gritou.

O homem gargalhou e olhou para Gabbie, que estava amarrada na cadeira ao lado.

- Qual é o problema dele?

- Ele perdeu a memória. – Responde Gabbie com voz afetada.

- Perdeu a memória? – Ele olha surpreso para T3ddy. – Então de certa forma ainda temos alguém inocente entre nós, isso vai ser melhor do que eu pensava. – Ele morde os lábios e encara T3ddy, faminto.

- Cellbit!! Lucas!! Alguém me ajuda. – T3ddy continuou a gritar e a se remexer, mas o máximo que conseguiu fazer foi mexer a cadeira alguns centímetros.

  O médico começa a se irritar e vai até T3ddy. Segura com força a garganta dele, o fazendo se calar e começar a soltar gemidos e arquejos, tentando respirar.

- Solta ele! – Gabbie grita.

- Eu acho melhor você parar de gritar. – O homem olha no fundo dos olhos de T3ddy e depois o solta.

T3ddy solta um gemido alto, sentindo a respiração voltar. Começa a tremer todo o corpo e a chorar. Por que aquilo estava acontecendo com ele? O que ele tinha feito de tão ruim para merecer aquilo? O olhar do homem tinha sido tão diabólico que T3ddy sentiu toda sua esperança ir embora. Queria gritar, mas era como se não tivesse forças, apenas tremia o queixo e não conseguia se quer abrir a boca.

- Você já está chorando? – O homem ri. – Mas eu ainda nem comecei.

- Deixa ele em paz! – Diz Gabbie carrancuda, encarando o homem.

Ele caminha até Gabbie e para em frente a ela.

- Você tem que entender que quando eu estou falando, todo mundo deve ficar calado. – Ele fecha a mão e dá um soco na cara de Gabbie, fazendo seu nariz começar a sangrar e ela começar a chorar.

Observando tudo aquilo, Lukas sentia um desespero cada vez maior, e chorava silenciosamente, tentando não chamar a atenção.

Gusta tenta permanecer inexpressivo e indiferente, mas a verdade é que está apavorado.

Cocielo está drogado, dizendo coisas inaudíveis e rindo sozinho.

- Espero que tenha aprendido. – Gabbie começa a chorar alto e o homem cospe em seu rosto.

Depois, ele volta para a esquerda e para em frente a T3ddy.

- Por que você já está chorando? Eu juro que não entendo. – Diz ele com um sorriso malicioso.

- P-por favor, eu não fiz nada de ruim para você, por que está fazendo isso comigo?

T3ddy abaixou a cabeça e continuou a chorar.

- Por que eu estou fazendo isso? - O homem segura os cabelos de T3ddy e os puxa com força para cima, o fazendoele levantar a cabeça. Ele então pousa o machado no ombro de T3ddy, que começa a tremer mais do que nunca. – Eu estou fazendo isso por que eu quero, e por que eu posso. – Ele sorri novamente.

- Ooh, você está mijando nas calças? – Diz ele olhando para a região no meio das pernas de T3ddy que começa a ficar molhada e mais escura. – Você é realmente deprimente.

- P-por favor, eu...

- Eu já disse pra parar de chorar! – O homem grita na cara de T3ddy, com seus rostos quase se tocando. Então dá dois tapinhas fracos no lado direito do rosto de T3ddy e depois se afasta. – Já que você não para, acho que vou ter que te dar motivos para chorar. – Ele levanta o olhar para os dois assistentes nos fundos da sala. – Segurem ele.

Os outros dois médicos caminham até eles.

O de olhar maligno tira a amarra que prende a mão direita de T3ddy e a liberta. T3ddy tenta rapidamente soltar as amarras que prendem a outra mão mais o médico a segura e a põe de volta sobre o braço da cadeira.

- Eu vou arrancar um dedinho seu, espero que não se importe. – Ele ri e T3ddy começa a se debater e a se desesperar.

Um dos assistentes segura os ombros de T3ddy, puxando-os para trás e o outro segura a mão dele.

- Acho melhor você ficar quieto, ou eu posso acabar errando e sem querer cortar toda sua mão.

T3ddy parou de tentar se soltar, mas continuou a chorar e a tremer os ombros.

O homem levanta o machado no alto e com toda a força que tem, movimenta-o para baixo em direção a mão de T3ddy.

Instantes depois, T3ddy grita.

- Ops, eu acho que não mirei muito bem. – Diz o homem sorrindo e olhando para os dois dedos de T3ddy caídos sobre o chão.


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Então... o melhor ainda está por vir, ou melhor, o pior ainda está por vir! 🌚
Os forninhos vão cair, segurem-se.

Até lá \o/


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