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História Yume no Sekai - Terceiro Sonho: Fae


Escrita por: Hoipu_Kurimu , KazuHime e Suzu_Hika

Notas do Autor


Era para termos dado up na quarta feira, mas a Kazu san ainda não tinha betado esse capítulo .-.

Dando up agora. E em uma discussão em conjunto acabamos por decidir postar quando o capítulo ficar pronto. Porque o prazo está meio que nos atrapalhando em muitos sentidos. Então vamos dar up quando terminarmos os capítulos.

Dicas do capítulo
Cartoon favorito?
Kazu: Bob Esponja
Red: Coragem o cão covarde
Suzu: Nenhum

Boa Leitura!

Capítulo 15 - Terceiro Sonho: Fae


Part.2: Fae. 

 

Eu olhei para  Yuu san  que me olhava com uma sobrancelha levantada, mas não disse nada. Eu franzi o cenho enxugando meus cabelos depois de voltar da floresta com  Vio. A única pessoa que parecia saber o que tinha acontecido lá era  Yuu  san. 

Ficamos cerca de quatro horas fora. E ninguém perguntou nada. Todos apenas perguntaram onde tínhamos ido e contamos que era na cachoeira que tinha naquela floresta. 

Na minha cabeça fazia todo sentido entrar na água uma vez que em  Fae  não tínhamos esse luxo. 

 —  Desembucha logo. 

—  Você e  Flowerview san  não deviam ficar fazendo sexo no meio da floresta.  —  Yuu  san  disse sem rodeios e eu quase me engasguei com o ar. 

—  O que? 

—  Eu sei que ninguém suspeitaria de nada, mas quando a floresta me impede de andar em meu próprio território é obvio que era uma magia da  Flowerview  san. Não é como se meu avô se importasse se vocês fizessem essas coisas aqui dentro de casa.  —  Yuu  san  deu de ombros. 

—  Yuu  san, você está bem? 

—  Olha, enquanto eu odeio que você me provoque sobre isso, eu não acho que o que vocês fizeram foi seguro. De qualquer forma, isso não tem  nada  a ver comigo.  —  Yuu  san  deu de ombros  parando de escrever.  —  Eu terminei esse relatório. O que acha? 

Eu peguei o papel em que  Yuu  san  estava escrevendo com afinco. 

Por onde começar isso? Ele  não  era escrito na horizontal. Eram um monte de desenhos na vertical, e isso era confuso. 

—  Que eu não sei ler uma palavra do que está escrito? 

Enquanto havia uma magia no ar para que entendêssemos as palavras ditas em outro plano, não havia uma que nos deixasse entender o que estava escrito. 

—  Tudo  bem, vou mandar desse jeito mesmo.  —  Yuu  san  se deu por vencida.  —  Vamos, eu quero comprar algumas coisas na máquina da esquina. 

—  Aquela que você coloca uma moeda e te dá algo para beber?  Vio  disse que o suco de pêssego não tem gosto de pêssego. 

—  Não é como se algo que marcasse pêssego tivesse gosto de pêssego.  —  Yuu  san  disse em seu humor ranzinza.  —  Eu te deixo com um  ramune  de melão. 

—  O que é  ramune? 

—  Uma bebida gaseificada. Você provavelmente vai odiar, mas eu ainda quero te ver experimentar. Vai ser no mínimo engraçado.  —  Yuu  san  me deu um sorrio torto antes de sair do quarto. 

—  Claro que sim. 

Eu escondi minhas asas e caminhei atrás da  Yuu  san  até a tal máquina de vendas.  Yuu  san  enfiou algumas moedas e tirou duas bebidas de lá. Eu ainda iria entender como uma coisa assim funcionava. Realmente, a Terra tinha sua tecnologia independente da magia, o que era fantástico. 

Em  Fae  tudo era dependente da  magia, mesmo os  trolls  e os gigantes usavam magia. 

—  Isso realmente é outra coisa. 

—  Você não viu as maquinas de venda de calcinhas.  —  Yuu  san  deu um sorriso torto.  —  Tem até umas maquinas que vendem calcinhas usadas, não que eu já tenha usado alguma. 

—  Eu não acho que eu vou me dar bem se formos ficar aqui. 

—  Jii  sama  me contou que  Flowerview  san  pediu para ficar aqui. Eu entendo que vocês tenham gostado desse lugar, mas seria o suficiente para quererem ficar? 

Na verdade, eu tinha essa mesma dúvida. 

Eu tenho a minha vida lá em  Fae. Não é tão dedicada e boa quanto a da  Vio. Servir ao exército me trouxe dinheiro e algum status e eu morava no castelo.  Além disso, eu não queria deixar  Gardenia  sozinha. Não depois de tudo que aconteceu naquela guerra. 

—  Eu não quero sair de  Fae, mas aqui é o único lugar que eu posso ficar com a  Vio  sem problemas. 

—  Se você pensa assim. Eu acho que vocês deveriam conversar melhor sobre isso. Qualquer coisa me avise. Eu vou ajudar com toda a burocracia. Faz parte do meu trabalho além de prender mágicos fora de controle.  —  Yuu  san  começou a andar de volta para a casa. 

—  Obrigada,  Yuu  san. 

—  Disponha.  —  Ela piscou com um dos olhos. 

O  ramune  realmente parecia algo que eu iria cuspir. Eu não sei qual é dos humanos para tomar algo que dói desse jeito.  Yuu  san  disse que é porque tem gás, mas ainda assim. Eu preferia ficar longe dessas bebidas gaseificadas. Obrigada. 

XxXxXxX 

Eu sei que eles queriam que viéssemos com outra pessoa para  Fae, mas eu juro que se eu ouvir mais um “Aaaw” dessas duas eu me mato. Atualmente eu tive que trazer duas pirralhas comigo a pedido de  Leah  san. A irmã de  Emerald,  Saphira  e a prima de  Yuu  san,  Miyuki. 

Ambas tinham quinze e dezesseis anos respectivamente. E enquanto eu sei que esse lugar é incrível e muito diferente da Terra, elas não precisam me lembrar o tempo todo. 

Eu lancei um olhar para  Vio que nem parecia estar se incomodando com o escândalo das adolescentes. Bem,  Vio  sempre foi mais paciente que eu quando se trata de turistas no nosso mundo. Eu não preciso dizer que ela é muito mais  sociável  que eu também. 

—  Lily  san  esse lugar é tão incrível!  —  Miyuki  disse encantada. 

—  É tudo tão enorme! Eu me sinto uma formiguinha!  —  Saphira  disse igualmente encantada. 

—  Sim, sim. Esse lugar é incrível e muito bonito. 

Fae  era exatamente como eu havia dito a Lucy e  Yuu  san  em Cosmos. Nós fadas parecemos ser pequenas porque tudo aqui é gigantesco. Mesmo as folhas tem quase o nosso tamanho. Eu não sei fazer uma comparação de escala de tamanho, mas eu diria que uma pessoa de  um metro  e meio na Terra seriam como quinze a vinte centímetros em  Fae. Talvez um pouco menos.  Então basta imaginar que nós temos trinta centímetros e todo o resto de mundo tem o mesmo tamanho que na Terra. 

—  Mas esse lugar tem arvores tão grandes! Eu aposto que tem o dobro do tamanho das arvores mais altas da Terra.  —  Miyuki  disse batendo palma. 

—  Vocês sabem que é uma missão sorrateira né? Não podemos ser pegas pelas pessoas de Fae. 

A expressão no rosto delas dizia que elas haviam esquecido  completamente disso.  Por  Faery,  como  Yuu  san   podia aguentar essas duas? Tanto quanto eu adoro a  Yuu  san, sua prima conseguia ser insuportável com todo esse barulho. Junto da irmã de  Emerald... 

Vio  apenas riu olhando por cima do ombro. Eu neguei com a cabeça seguindo minha namorada. Apesar de eu ser a única que sabia o caminho,  Vio  era quem estava guiando o grupo  usando sua magia para detectar qualquer ameaça. 

Finalmente elas ficaram quietas e prosseguimos com a nossa viagem a entrada escondida do castelo. No caminho elas viram todo tipo de coisa gigante, mas se controlaram. Talvez eu estivesse errada a respeito delas. Elas podiam se controlar se tentassem. 

—  Esperem.  —  Vio  ergueu a mão e paramos na base de uma das raízes das arvores. 

O exército passou a nossa frente sendo guiados pela antiga noiva de  Vio. Carolina  Greenhouse. Eu prendi a respiração e  Saphira  se espremeu mais contra a raiz.  Miyuki  por sua vez continuou escondida, mas não parecia estar com medo. 

Estranho... 

Por vezes  Miyuki  parecia tentar imitar o que  Yuu  san  faria. E eu confesso que ela estava se saindo bem nisso. Apesar dessa alegria irradiante não ser mostrada pela  Yuu  san  muitas vezes. E também faltava um pouco da confiança e da animosidade que  Yuu  san  emanava contra tudo e todos por aí. 

Ela deveria gostar muito da  Yuu  san  se ela se dava o trabalho de imitar a  Yuu  san. 

—  Podemos prosseguir.  —  Vio  disse depois de um tempo. 

Usando as folhas caídas como esconderijo e algumas gramas que cresciam nós chegamos a pequena entrada de uma caverna que levava para a passagem secreta. Vio foi a primeira a entrar enquanto eu observava para qualquer sinal de perigo. 

—  Vão, logo. 

Miyuki  pulou e então  Saphira. Eu dei uma última olhada ao redor pegando o exército vindo novamente antes de entrar o mais rápido e discretamente possível na passagem. Apenas para eu ver algo terrível nos esperando. 

—  Lily, a quanto tempo esse lugar ficou vazio?  —  Vio  perguntou espremida contra uma parede. 

Obviamente tempo o suficiente para uma aranha fazer um ninho ali. E ainda uma aranha que nos livros da Terra eles chamavam de Tarântula ou Caranguejeira. 

Eu respirei fundo preparando minha magia para o que quer que fosse acontecer. A aranha mexia suas pernas e cada batida era um pequeno terremoto.  Saphira  logo estava ao meu lado com  Miyuki. 

A aranha levantou suas patas dianteiras e eu me preparei para desviar. Ela ficou sobre as quatro pernas traseiras em um sinal claro que ela iria nos atacar. Eu estreitei meus olhos. 

Eu não gostava de lutar contra essas coisas gigantes. Ainda mais contra aranhas. 

—  Hera, não.  Fique  calma, menina.  —  A voz do primeiro ministro me assustou e a aranha se acalmou.  —  Lily, que bom que você voltou. Eu sabia que você viria mais cedo ou mais tarde para salvar a  nossa  princesa. 

—  Eu li sua carta, Jacinto. Eu trouxe pessoas para ajudar a resgatar a princesa  Gardenia  de seu sono. 

—  Quem são essas pessoas? Violet eu reconheço, mas as outras não. — Ele  parecia  preocupado. 

—  Elas são amigas.  Sakawa  Miyuki  e  Saphira  Mira. Uma  Lycan  e uma  sereia do plano da Terra. 

O primeiro ministro olhou para a dupla antes de assentir. Ele murmurou algo e bateu na cabeça da aranha que recuou para um buraco perto da entrada. 

—  Vamos para o castelo. Aqui é perigoso demais para conversarmos.  —  Jacinto então começou a andar pelo túnel. 

Sem dizer nada nós o seguimos querendo ficar o mais longe possível daquele aracnídeo. Eu ouvi algo na Terra sobre muitas pessoas terem medo de aranha. Na verdade, havia até um nome para isso, mas eu me esqueci. Eu fico imaginando como elas reagiriam ao ver Hera, como Jacinto a havia chamado a aranha do túnel. 

O túnel era iluminado por algumas luzes magicas que se apagavam ou acendiam com a presença de certas pessoas. Reconhecendo a aura delas e iluminando para que não caíssem em armadilhas e até mesmo indicando onde estavam as armadilhas. Pessoas não autorizadas ficavam perdidas no breu. E consequentemente morreriam. A prova eram os restos mortais espalhados pelo chão. 

—  Esse lugar é assustador.  —  Miyuki  comentou olhando para todos os lados.  —  Quantas pessoas morreram aqui dentro? 

—  É um túnel de evacuação. Se alguém tentar entrar do outro lado vai ativar muitos mecanismos de defesa. A maioria dos que morreram aqui são  globins  ou duendes.  —  Jacinto explicou calmamente. 

—  Tem cheiro de mofo.  —  Saphira  completou fazendo Jacinto rir. 

—  O ar não circula aqui dentro com facilidade, minha jovem.  —  O primeiro ministro respondeu bem humorado.  —  Ainda assim é um sistema muito importante. Fora esse temos mais três túneis. 

As duas mais uma vez pareciam perdidas no cenário. Eu só podia imaginar o quão novo era tudo isso para elas. Eu sorri levemente. Talvez eu também tivesse sido assim quando cheguei na Terra 

—  Vamos, meninas. Não fiquem para trás.  —  Vio  disse empurrando a dupla para seguir em frente. 

O fim do túnel era uma sala escondida na biblioteca do castelo. A grande biblioteca de  Sunflower. Com estantes tão altas quanto uma arvore da Terra, lotadas de livros sobre todos os assuntos. Eu me lembro de ter passado muitos dias aqui com  Gardenia  estudando e brincando. 

Eu não sei porque  Gardenia  permitiu que alguém como eu ficasse no castelo. Eu não sei porque Jacinto me deixou me aproximar da princesa em primeiro lugar. Nem porque o rei e a rainha gostavam de mim. Ainda assim eles me tratavam com muito carinho e respeito. 

Eu nunca entendi porque eu era tão bem-vinda nesse castelo. Mesmo depois dos boatos maldosos que muitas vezes eram verdadeiros. Mesmo depois de passara fumar ou fazer esses  piercings  que não eram bem vistos. 

Foi por causa desse carinho e respeito que eles me deram que eu entrei para o exército. Que eu lutei pelo reino com tudo que eu tinha. Que eu matei outras espécies desse reino e até encarei um gigante para proteger a princesa. 

Eu voltei para casa com o corpo do rei em minhas costas. Sua armadura  ensanguentada. A rainha e  Gardenia  choraram tanto. Eu estava presente em seu velório. Mais tarde no velório de Rose,  Melody  e Glória. Até que os inimigos se renderam. 

Sunflower  estava sem um rei, e  Gardenia  sem suas melhores amigas. E eu deixei logo em seguida para recuperar a  Vio. O reino estava em desespero com tantas mortes, mesmo que tivéssemos conseguido a vitória. 

Tudo era muito recente, e no fundo do meu coração eu sabia que a princesa  Gardenia  realmente quis adormecer. Ela não suportou perder tantas coisas assim de uma única vez. Eu a conhecia melhor que qualquer outra pessoa. Ela sempre contou tudo para mim.  Então ela faria algo assim se pudesse. 

Gardenia  devia ter sofrido muito em minha ausência. 

Mas eu ia consertar todas as coisas. Eu ia regatá-la. 

—  A rainha deve estar em seu quarto agora. Desde que a princesa  Gardenia  dormiu ela tem se trancafiado. Por isso a rebelião não foi parada ainda. Pelo contrário do tem ficado pior a cada dia.  —  Jacinto soltou um suspiro cansado.  —  Por favor,  Lily, traga nossa princesa de volta. 

—  É para isso que eu estou aqui. Só preciso fazer a poção. 

—  Vamos para sala de poções antes. Eu vou avisar a majestade que vocês estão aqui. Enquanto isso se apresse para fazer a poção.  —  Jacinto me pediu e eu assenti. 

—  Vá ver a rainha. Eu sei meu caminho aqui dentro. 

Jacinto fez uma reverencia educada antes de sair. A sala de poções era na segunda torre do leste. E eu nem precisa me preocupar com os ingredientes, havia tudo que eu precisava naquela sala. O castelo sempre foi muito bem equipado nesse quesito. 

Miyuki  e  Saphira  estavam quietas agora. Observando tudo sem nem comentar. Talvez agora que tudo estava no tamanho “normal” tenha perdido a graça. Eu não sei, mas eu espero que elas continuem assim por um bom tempo. 

Eu não precisava delas gritando e me fazendo perder a concentração. 

A sala de poções tinha esse enorme caldeirão que ninguém usava e vários caldeirões pequenos. Havia tantas ervas e outros ingredientes necessários. Eu percorri a estante de livros que ficava ali. Procurando o livro que eu usei da primeira vez. Eu sempre devolvi tudo no lugar, então não foi difícil de localizar no meio de tantos outros. 

—  Achei. Agora onde está a receita da poção? 

Eu peguei nada páginas desgastadas do livro. Ele só não estava despedaçando por causa da magia que o  mantinha inteiro. Mas era um livro muito antigo. 

A receita em si não era muito complicada e com a ajuda de  Vio  eu rapidamente achei todos os ingredientes necessários. O único que faltava era o cabelo de Gardênia que deveria ser acrescentado na hora de beber. 

Eu misturei todos os ingredientes no caldeirão. Com cuidado para colocar todos na ordem enquanto ficava de olho em  Miyuki  e  Saphira  para não quebrarem nada.  Vio  estava me ajudando para não cometer nenhum erro. 

—  Lily!  —  Eu olhei para porta onde a rainha estava. 

Sua coroa de flores estava murcha e seu cabelo desleixado. Era mais que claro o cansaço em seu rosto. Eu deixei  Vio  cuidando da poção e me aproximei. Me ajoelhando perante a minha rainha. 

—  Não, se levante.  —  A rainha me pediu. 

—  É um prazer estar na frente de vossa graça, majestade. 

—  Sem formalidades, Lily. Agora se levante.  —  Ela me puxou pelo braço para que eu me levantasse e me abraçou em seguida.  —  Eu fico feliz em ver que está sã e salva. Jacinto me contou o que aconteceu quando você acordou. 

—  Eu fui obrigada a correr. Saí de  Fae  e fui para a Terra.  —  Eu  murmurei  com um sorriso tenso.  —  Eu encontrei pessoas que me ajudaram lá. E deixe me apresentar essas duas.  —  Eu apontei para as adolescentes. 

—  Prazer, majestade. Eu sou  Sakawa  Miyuki.  —  Miyuki  ergueu a mão em um cumprimento.  Saphira  bateu no topo da cabeça da outra. 

—  Não é assim que se cumprimenta alguém da realeza.  —  Saphira  disse rapidamente antes de se ajoelhar.  —  É um prazer conhecê-la Majestade de  Sunflower. Eu me chamo  Saphira  Mira, e essa é  Sakawa  Miyuki  do plano da Terra. 

—  Eu sou Victoria  Sunflower, rainha do reino  Sunflower  em  Fae.  —  A rainha respondeu com um sorriso.  —  Eu presumo que vocês estão aqui para ajudar a Gardenia. 

—  Yuu  nee  chan  me pediu para ajudar a Lily, e aqui estou eu.  —  Miyuki  respondeu e eu suspirei com seu jeito mal-educado. 

Bem, a Terra não tinha monarcas, mas  Yuu  san  parecia saber respeitar seus superiores. Por que a prima dela era tão má educada assim?  Yuu  san, a próxima vez eu não irei aceitar sua sugestão para nada. Nunca mais. 

—  Yuu  nee  chan? Lily, o que essa jovem está dizendo?  —  A rainha perguntou confusa e eu suspirei. 

—  Hagikaze  Yuuka, ela é uma pessoa que eu conheci dentro do sonho que  Vio  estava presa. Ela foi quem me acolheu quando eu fugi de  Fae. É uma boa pessoa. 

A rainha assentiu com um leve sorriso. Aparentemente ela parecia gostar da minha resposta e de quem quer que  Yuu  san  fosse. Jacinto que estava junto da majestade sorriu e assentiu com satisfação. 

—  Se um dia eu ver essa tal de  Hagikaze  Yuuka  eu adoraria agradecer.  —  Seu olhar caiu sobre  Vio. —  Eu aposto que ela te ajudou com a senhorita Violet, não foi? Me diga, você conheceu mais alguém nesse sonho? Parece ser um pouco mais complexo do que eu imaginei. 

—  Há Lucy  Ciel, uma unicórnio do plano Cosmos. 

Eu então passei a contar para a rainha Victoria toda a minha aventura no sonho de  Kameshima  Yuya. Enquanto isso  Vio  continuou trabalhando na poção que nos levaria para dentro do sonho de  Gardenia. A rainha parecia muito interessada na minha  história. 

—  Lily, eu terminei aqui.  —  Vio  disse e os olhos da rainha brilharam em expectativa. 

— Vamos entrar então. 

Junto da rainha e Jacinto seguimos para o quarto onde  Gardenia  estava. Alguns dos empregados nos olharam. Outros cumprimentavam. Bem, eu tinha uma fama ruim, então a grande maioria dos empregados não gostava muito da minha amizade com a família real. Afinal, para muitos eu não passava de uma vira-latas de sorte. 

Gardenia  estava deitada na cama com seus longos cabelos loiros espalhados pela cama ao seu redor. Sua coroa estava posta ao lado de seu travesseiro. Suas mãos estavam juntas sobre o peito. E ao lado da cabeceira um frasco de algum tipo de poção. 

—  Gardenia... 

Eu me inclinei sobre ela e beijei sua testa. Ela não se mexeu e eu delicadamente tirei quatro fios de cabelos. O último ingrediente da poção. Eu entreguei para  Vio  que estava com o caldeirão. Ela colocou os quatro fios e misturou com cuidado até a poção mudar de cor. 

—  Acho que é isso.  —  Vio  disse com um leve sorriso. 

—  Quando entrarmos podemos estar separadas. Então não entrem em pânico. Vamos nos encontrar logo.  —  Eu disse para  Miyuki  e  Saphira.  —  Majestade, Lucy e  Yuu  san  podem aparecer aqui a qualquer momento. Eu agradeceria se ficassem de olho no túnel já que eu deixei as informações com a  Yuu  san. 

—  Tudo bem. Eu ficarei de olho.  —  Jacinto se prontificou. 

Eu dividi a poção em quatro e dei um copo para cada integrante do meu grupo.  Miyuki  respirou fundo. Eu me sentei me encostando na cama antes de virar o copo e engolir aquele liquido mágico amargo e viscoso. 

Eu fechei meus olhos e esperei a poção começar a surtir efeito. Eu esperava que todas seguissem o meu exemplo. Eu realmente esperava que elas seguissem o meu exemplo. 

Quando eu abri os olhos novamente eu estava em uma cama. Bandagens espalhadas por meus braços e pernas. Eu olhei para os lados vendo  Gardenia  sentada em uma cadeira me olhando. Ela ergueu uma sobrancelha e eu dei um leve sorriso para ela. 

—  Hey. 

—  Lily! Você finalmente acordou!  —  Gardenia  disse com um grande sorriso.  —  Já fazem dias desde que te acharam no campo de batalha. 

Campo de batalha? 

—  Que campo de batalha? 

—  Contra os  globins. Será que você bateu com a cabeça muito forte? Lily, você se esqueceu que estava no exército lutando ao lado do meu pai contra os goblins do norte? Vocês marcharam até o oceano doce e lutaram lá.  —  Gardenia  franziu o cenho. 

—  O rei! Ele está bem? 

—  Meu pai está bem, a última batalha foi dura. Ele disse que você recebeu um golpe muito duro tentando protegê-lo.  —  Gardenia  explicou calmamente.  —  Obrigada por ter salvado a vida dele, Lily. 

Gardenia... 

Você realmente está sonhando com tudo isso. 

—  Onde está Violet? 

—  Flowerview?  Ela está na mansão dela. Lily, você esqueceu que terminou com ela e que ela vai se casar com a família  Greenhouse?  —  Gardenia  me olhou em confusão. 

—  Que coisa a minha... Eu me esqueci completamente. 

—  Ouvi dizer que ela tem novos pupilos, no entanto. Eu nunca as vi antes, mas eu sei que essa mulher sabe o que faz. Mesmo que eu ache um erro ela ter escolhido aquela garota da  Greenhouse. Você é muito melhor.  —  Gardenia  fez um bico e eu estiquei minhas mãos para segurar suas bochechas. Ela piscou seus olhos azuis. 

—  Não deixe isso te incomodar tanto. Tenho certeza que  Vio  ainda me ama apesar de tudo. 

—  Você que foi idiota em deixar ela desse jeito.  —  Gardenia  apontou o dedo acusadoramente.  —  Eu disse que não precisava fazer isso. Você é facilmente a pessoa mais idiota que eu conheço, Lily. 

—  O que?! Por que? 

—  Deixar a senhorita  Flowerview  escapar enquanto ainda a ama. Você deveria valorizar mais o amor que vocês sentem invés de jogar pela janela desse jeito. Se eu...  —  Gardenia  se calou. 

—  Gardenia... Vamos, eu quero invadir a casa  Flowerview  e pedir para Violet desistir desse casamento. 

—  Você o que?! Rose vai te matar se ouvir algo assim! Nem quero imaginar no que Gloria vai dizer. E eu tenho certeza que  Melody  vai te apoiar nisso.  —  Gardenia  disse rodando os olhos. 

—  Vamos! Vai ser divertido. 

—  Antes disso eu vou chamar um médico para te examinar e ver se você já está pronta para uma nova loucura.  —  A princesa riu se levantando. Seu vestido amarelo claro parecia um pouco amassado, mas ela não se importava. 

Gardenia... 

Você inventou esse sonho não foi? 

Na luta no Oceano Doce o rei de  Sunflower  morreu. Morreu me protegendo do inimigo, quando era para eu protegê-lo. Essa luta marcava uma derrota para nós. E se Rose está aqui ainda... 

A batalha nas campinas ainda não ocorreu, ou ocorreu e  Gardenia  mudou os fatos. Eu não estava em um sonho do homem mascarado. Não. Essa foi uma poção do sono e  Gardenia  estava escrevendo a história como ela queria que acontecesse. 

Como não podia acontecer... 

E isso me doía de uma forma inimaginável. 

Gardenia  e eu crescemos juntas. Nós éramos amigas desde criança. Ela estava lá quando me contaram que meu pai foi devorado por um  troll. Quando minha mãe morreu em um deslizamento de terra e eu fiquei sozinha no mundo. 

Eu não gosto de vê-la sofrer assim. E eu sei que ela percebeu que esse sonho não vai trazer felicidade. Muito pelo contrário. Ela só vai sofrer mais e mais por causa disso. 

E ainda assim, aqui estava ela insistindo nesse conto de fadas. 

—  lily! Você realmente acordou!  —  A porta se abriu em um estrondo quando uma fada de cabelos cor de rosa na altura dos ombros entrou escandalosamente. Ela foi seguida por uma tímida fada de cabelos azuis tão longos que chegavam em seus joelhos. E uma fada de postura séria, ruiva com cabelos enrolados e fofos. 

—  Olá. 

—  Olá 

—  Olá 

—  Parem de ser idiotas!  —  Rose ralhou antes de se sentar na cama.  —  Você levou uma surra e tanto no campo de batalha. Uma novata como guarda do rei... 

—  Me desculpe. 

—  Por que está se desculpando. Você fez muito bem lá. Protegeu o rei corretamente.  —  Rose disse com um grande sorriso. 

Você está errada Gardenia. 

Rose não me elogiaria assim. Rose me odiava por te amar. Ela tinha um ciúmes que a queimava por dentro e a fazia me odiar com todas as suas forças. Rose já havia me dito isso. Ela me disse que eu não merecia estar perto da realeza. Que eu era apenas uma hiena me aproveitando dos restos que os leões deixavam para trás. 

—  Chega disso Rose. Me diz Lily, como você se sente?  —  Melody  me perguntou em um tom cantante. 

—  Pronta para invadir a casa da Violet e sequestrá-la. 

—  Você o que?!  —  Rose e Gloria gritaram surpresas. 

—  O que ouviram. 

—  Isso vai ser tão legal! Você simplesmente vai entrar e trazer Violet a força! Ela vai gritar e espernear. E então você vai calar ela com um beijo! Boa ideia Lily! Eu aprovo.  —  Melody  disse como uma metralhadora. 

—  Ela não vai gritar e espernear. 

—  Ela certamente vai.  —  Rose apontou.  —  Você a deixou depois de sabe se lá quanto anos namorando. Se eu fosse ela estaria no mínimo ofendida se você fizesse isso. 

—  Ela está bem com isso. Eu sei que está. 

—  E se você for fazer isso.  —  Gloria começou timidamente.  —  Como você pretende driblar a segurança da família dela? 

—  Da mesma forma que eu driblei durante todo o nosso relacionamento. 

—  Eles adicionaram seguranças da família  Greenhouse. Você não vai se safar facilmente. E além  disso , ela tem duas pupilas novas que ficam na casa dela dia e noite.  Miyuki  e  Saphira  pelo que me lembro.  —  Rose informou. 

—  Então aquelas duas estão com a  Vio. 

—  Você as conhece?  —  Gloria perguntou piscando confusa. 

—  Longa história. 

Eu mal podia acreditar na sorte de Violet ter encontrado  Miyuki  e  Saphira  tão rápido. Eu sabia que minha namorada era fantástica em mais de um sentido, mas não podia evitar o orgulho enchendo meu peito. 

—  De qualquer forma eu estarei aqui com a Violet, vocês serão meu álibi. 

—  Tanto faz, a guerra acabou mesmo. Não tenho muito o que fazer.  —  Rose deu de  ombros e eu pisquei confusa. 

—  O rei destruiu o rei  globin  depois que você caiu. Eles acharam que você estava morta, mas então alguém disse que você estava viva. Bem, nós ganhamos de qualquer jeito.  —  Melody  deu de ombros.  —  Foi muito corajoso da sua parte, Lily. 

—  Claro. 

Eu forcei um sorriso e felizmente elas compraram. 

Gardenia, você até mesmo terminou a guerra antes do previsto? 

Se eu dissesse que gosto dessa versão inventada pela sua mente, você acreditaria? Onde todos estão vivos e você não perdeu ninguém que ama. 

Eu daria tudo que tenho para voltar no tempo e impedir que todas essas pessoas que você ama morram na guerra contra os  globins. Ainda assim, eu não posso permitir que você fique presa nessa ilusão que você mesma criou. 

Gardenia... 

Me desculpe mais eu vou ter que acordá-la para que você enfrente sua dor na vida real. Eu não posso deixar que você se perca aqui nessa farsa. 

Eu iria agir de noite... 

Só espero que Violet não esteja muito brava comigo. 

—  Vocês também ouviram falar que a família  Greenhouse  contratou um novo guarda? Uma que tem asas multicoloridas. Eles dizem que ela é bem forte.  —  Melody  ponderou. 

—  Foi o que eu ouvi falar também. Dizem que ela rastreia até uma agulha que cai no chão.  —  Gloria disse me olhando preocupada. 

—  Não se preocupem pessoal. Eu vou conseguir invadir sem problema algum. 

Quem seria esse novo guarda? Não me lembro de ninguém que tenha asas multicoloridas em  Fae. Não existiam fadas com asas coloridas assim. Apenas fadas com no máximo três cores em suas asas. 

Rose,  Melody, Gloria e  Gardenia  ficaram no meu quarto até a hora de eu sair para sequestrar o amor de minha vida. Eu saí de fininho para que nenhum dos guardas do palácio me vissem. Desviando de um e de outro me escondendo entre os pilares. 

Sair do castelo foi fácil, agora vinha a parte legal. Me esgueirar pelos campos de rosas da família  Flowerview. 

Pular o muro foi a coisa mais fácil do mundo depois de longos anos de treinamento. Passar pelos cães de guarda que viraram meus amigos com o passar dos anos também. Subir na varanda do quarto de Violet mais fácil ainda. Tudo isso sem um único guarda me ver. 

Eu tirei uma chave do bolso. Destrancando a porta da varanda antes de silenciosamente abrir a porta de vidro. Violet estava dormindo.  Miyuki  e  Saphira  estavam dormindo em um colchão no chão perto de sua cama. 

Com cuidado eu fechei a porta e suspirei em alivio por mais um dever cumprido. 

—  Pare de ser sorrateira, Lily.  —  Eu pulei no lugar e olhei para trás. 

—  Lucy? 

Lucy tinha asas de fadas em um padrão arco-íris e vestia uma roupa de guarda. 

—  O que você está fazendo aqui? Você não ia estudar magia e então ficar em Cosmos por um longo tempo? 

Eu estava confusa. Lucy não deveria estar aqui. E não tinha como  Gardenia  estar sonhando com Lucy quando elas nem se conheciam. Nem sequer se viram na vida. 

— Como assim, Lily? Já faz quase três semanas que vocês estão aqui nesse sonho.  —  Lucy me disse com o cenho franzido e eu pisquei confusa. 

Três semanas? 

Será que quando eu apareci aqui eu tinha acabado de sofrer aquele dano? Será que eu passei três semanas dormindo e só acordei agora? 

Isso fazia todo sentido. 

Ainda assim não fazia sentido algum. 

Eu passei a mão no meu rosto antes de caminhar até a cama de  Vio e me sentar ali. O movimento brusco acordou todos no quarto.  Miyuki  se sentou alarmada enquanto  Vio  me socou nas costas. 

—  Vio  sou eu! 

—  Lily!  —  Vio p iscou confusa.  —  O que você está fazendo aqui? Quero dizer. Por que você não apareceu antes? Eu tive que procurar por  Miyuki  e  Saphira  sozinha. Além de contratar a senhorita  Ciel  como minha guarda costas. 

—  Eu acordei hoje. 

—  Como assim? Lily, eu te vi ser carregada quase  morta  para o  castelo. O que está acontecendo aqui afinal?  —  Vio  perguntou preocupada. 

—  Eu sinceramente não sei o que está acontecendo... Lucy, a  Yuu  san  veio com você? 

— Sobre isso... Você provavelmente vai  odiar isso, mas  Yuu  san  ficou. O castelo estava quase sendo invadido ela me mandou aqui e ficou para ajudar.  —  Lucy disse sem graça. 

O que? 


Notas Finais


Então, a pessoa que faz a Lily, está tendo problemas com essa saga.

Isso é tudo que temos para dizer.

Ah! Adoramos comentários

Continuem nos acompanhando.

Atenciosamente, Phantasy Night


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