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História Yume no Sekai - Segundo Sonho: Temos uma missão. Não Temos?


Escrita por: Hoipu_Kurimu , KazuHime e Suzu_Hika

Notas do Autor


Hola!

E aqui nós estamos novamente. Capítulo saindo mais tarde por questões pessoais de quem está atualizando hoje. Enfim. Nós estamos ficando ocupadas demais para continuar escrevendo, mas vamos dar o nosso melhor. Afinal, somos três cabeças! E convenhamos, Kazu san sabe imitar a escrita de todo mundo que trabalha nessa história

Pistas do capítulo!
Kazu san evita qualquer coisa que imita reflexo depois da meia noite
Suzu san Morre de medo de quebrar espelhos
Red san Sem vai andar com algum amuleto da sorte e contra olho gordo.

Motivo da Kazu san é hilário, ela tem medo de olhar no espelho e ele refletir mais que a imagem dela.

Divirtam se, meus caros leitores

Capítulo 8 - Segundo Sonho: Temos uma missão. Não Temos?


Segundo Sonho: Temos uma missão. Não Temos? 

 

Assim como a Queen Rainbow me disse eu encontrei um Pegasus que não estava feliz com a ideia de levar Yuu san para a Torre. Argumentar com ele foi difícil. Ele disse que viria conosco para prevenir que Yuu san não faria nada. Eu não podia negar. 

Yuu san não disse nada a respeito disso, mas era visível que Lily não gostou. Eu suspirei continuando até a Torre. 

A Torre de Luz era a única construção feita de vidro e pedras. Não de Nuvens. O Pegasus e Unicórnio que guardam o local pegaram meu pergaminho e nós entramos na torre. O chão de vidro, que mostrava uma queda sem fim, estalava contra meus cascos. E então lá estava o trono vazio. 

A senhora da Luz nunca estava lá. 

— Ok... Sem ninguém. — Lily disse visivelmente decepcionada. 

— Senhora?  

Eu a chamei em vão. O Pegasus que estava conosco bufou e se virou para Yuu san. Yuu san percebendo a movimentação se colocou em alerta. Eu os observei. Enquanto ela não atacava eu estava tranquila, meu medo era que ela atacasse antes do Pegasus. A magia de contenção estava pronta para ser lançada quando me lembrei do que a rainha Rainbow me disse. 

Eu precisava confiar em Yuu san. 

Yuu san não o atacaria sem motivo. Yuu san era impulsiva, mas ela não iria atacar. Ela só estava em alerta. Estudando o movimento de Pegasus. 

— Flagellum. 

Yuu san pulou para trás quando a luz se transformou em uma corda voando para atingi-la como um chicote. Ela me olhou derrapando pelo vidro enquanto suas unhas faziam um barulho ensurdecedor de raspagem. Eu senti minha cabeça vibrar com o som. 

— Restringere! 

O Pegasus caiu no chão e eu pude ouvir uma risada feminina que não pertencia a nenhuma de nós. Eu olhei para o altar onde uma mulher de branco se sentava. Seus cabelos dourados emanavam luz e Yuu san rosnou. 

— Você! Eu sabia que tinha um dedo seu nisso tudo! — Yuu san rosnou caminhando para a mulher. — Vai me dizer que tarefa é essa que você me enfiou! 

Elas se conheciam? 

— Hagikaze Yuuka. É um prazer ver que você veio me procurar até aqui. Eu estou honrada. — A senhora da Luz zombou fazendo Yuu san rosnar ainda mais. 

Vamos lá. Yuu san você não deve rosnar para a nossa senhora em seu lar. Ainda assim a expressão de Yuu san era de pura raiva. E a nossa senhora estava apenas rindo como se Yuu san fosse um pequeno filhote desajeitado. 

— A senhora realmente a protegeu? 

Minha voz saiu antes que eu me impedisse. Minha senhora me olhou e sorriu. Ela então se levantou de sua cadeira, ignorando completamente a Yuu san que rosnava. Se aproximou de mim com um sorriso terno como a de uma mãe. 

— Vejo que minha adorável criança cresceu. — Ela segurou minha cara entre suas mãos. — Lucy Ciel. Sua pureza é tão encantadora. 

— Não me ignore! — Yuu san gritou. 

— E você, Lily Amber. Vejo que finalmente começou a trilhar o caminho certo do bem. Como vai sua namorada? — Ela cumprimentou Lily como se estivesse zombando de Yuu san. 

Oh! Ela certamente estava, se julgar pelo jeito que ela olhou para a Yuu san. 

— Você não sabe nada sobre os lobos de olhos vermelhos sabe? —Minha senhora perguntou olhando para mim. Eu a observei sem entender. — Lobos de olhos vermelhos são os lobos mais puros e cheios de maldade. Eles trazem mau agouro mesmo para os outros lobos.  

— Quer dizer o que com isso? Eu já sabia desse negócio o tempo todo. — Yuu san disse ainda rosnando. 

— Lobos de olhos vermelhos carregam a justiça em seu peito. — Ela disse e eu a olhei sem entender. 

— A pelagem negra, os olhos vermelhos... Esse não é o símbolo do mal?   

A vida toda eu ouvi isso de meus pais. Não. De todos os adultos. Mesmo meus professores em Cosmos. Seres do mal tem olhos vermelhos e a pelagem ou pele negra. O símbolo que são a pura maldade vagando em uma forma física.  

— Lobos de pelagem negra e olhos vermelhos tem uma ligação mais forte com as trevas. Mas seus valores são acima do comum. Por isso ele mata outros lobos. Um lobo negro de olhos vermelhos não hesita em ir contra o que está errado. Não importa quem seja seu adversário. — Ela então se virou para Yuu san. 

— Por isso que você me escolheu. 

— Exatamente. 

Escolheu? Do que elas estavam falando agora? Foi por isso que a bala sagrada não a matou? 

— Você teme as trevas. — Foi uma afirmação e Yuu san suspirou. Ela não estava mais rosnando. 

— Todos temem as trevas. Elas corrompem as pessoas. — Yuu san disse séria e minha senhora riu. 

— Não, Hagikaze Yuuka. As trevas só dão coragem para as pessoas fazerem o que já querem fazer, mas não tem coragem nem poder. Trevas e Luz existem dentro de todos os seres vivos. Cabe a eles decidirem o que querem fazer. — Ela disse andando até seu trono. 

Foi quando perante da minha senhora apareceu outra divindade. Sua feição era a mesma, elas eram idênticas se não fosse por suas cores. Seus olhos eram vermelhos. Seus cabelos o mais profundo negro que eu já vi. Ela então sorriu mostrando seus dentes serrilhados.  

— Luz e sombra andam juntos. Sem um o outro não pode existir.  

Lá a minha frente estava a senhora das trevas. Isso não podia ser verdade.  

Não. 

Aquela mulher não podia ser tão parecida com a minha senhora. 

E ainda assim a única diferença era as mudanças de cores.  

— Por que a Luz afeta tanto os seres das sombras? Por que a santidade os mata?  

Minha voz saiu balbuciada e a mulher sentada no trono branco suspirou 

 — A magia é algo complicada de explicar. — A senhora das trevas disse. — Toda magia tem suas peculiaridades. Tudo depende da sua intenção. — A mulher balançou suas pernas sobre o braço da cadeira do trono. — Magos poderosos podem controlar sua magia para machucar apenas aqueles que eles querem machucar. 

— É por isso que a magia da Yuu san não me feriu? — Lily perguntou sem entender. 

— Yuuka chan já é tão forte assim? Eu, como sua mãe, estou emocionada. — A senhora das trevas disse alegremente. — Minha filha cresceu tanto desde a última vez que eu a vi 

— Apenas cale a boca já. — Yuu san ralhou e deu as costas para as duas senhoras. — Não temos mais nada para fazer aqui, vamos embora. 

— Yuu san?! Por que ela te chamou de filha? —Lily perguntou e Yuu san olhou com raiva para a mulher vestida de preto. 

— Porque essa mulher é doida. — Yuu san esbravejou olhando para Lily. — Apenas vamos embora. 

Eu olhei para as duas senhoras. Elas não fizeram nem uma menção de nos impedir de ir embora. Olhei para Lily que tinha o cenho franzido em desgosto. Eu tinha que confiar na Yuu san, mas por que ela não nos diz a verdade? 

— Yuuka chan, você se lembra do que te disse há seis anos atrás? — A senhora das trevas perguntou e Yuu san parou em seu lugar perto da porta. — Seu destino está além da cadeira principal do clã Ookami. Aquele trono não te pertence. 

— Mas é o que eu quero. —Yuu san respondeu voltando a andar. 

— Há muito mais para você do que aquele trono. — A senhora das trevas disse com uma expressão triste em seu rosto. 

— Eu não preciso de mais! — E então Yuu san saiu do templo. 

— Pelo Odin! Ela está tão fofa! — A senhora das trevas gritou abraçando a minha senhora. — Quem imaginaria que ela seria tão forte e fofa desse jeito. 

— Lucy, eu acho que a Yuu san não mentiu quando disse que essa mulher era doida. — Lily murmurou. Eu apenas assenti antes de dar um passo para trás. Talvez era melhor ir embora. 

— Lucy Ciel. — A minha senhora me chamou e eu parei. — A missão que estamos colocando vocês, é muito perigosa, mas tenho certeza que vão poder concretizar. E se precisarem de poder, lembre se que Hagikaze Yuuka é um ser das sombras. E como um ser das sombras, ela tem o poder das trevas ao seu dispor. 

— Se ela se recusar a usar, apenas a obrigue. Yuuka chan é muito cabeça dura às vezes quando se trata de aceitar o que ela realmente é e pode fazer. — Aquele conselho me fez piscar sem entender. 

— Tudo bem. Até mais! —Lily gritou animadamente. Ela balançou sua mão antes de correr até a porta. 

Sinceramente, eu não sei quem era mais louca. Lily ou a senhora da Trevas. Eu fiz um reverencia antes de seguir a dupla para fora da Torre. Eu parei quando dei de cara com a armada da corte na frente do portão. Yuuka estava com suas magias ativas e estava desviando dos ataques. Lily estava sendo arrastada por um Unicórnio. 

— Senhorita Ciel! Esse Lycan usou um feitiço que colocou a capitã Anne em um sono profundo. Vários outros de nós estão dormindo também. — Um dos Pegasus me informou e eu olhei para Yuu san. Como ela podia ter feito algo assim com Anne? 

Espere. 

Pessoas dormindo? De uma só vez? Era como aquela vez quando alguns Pegasus caíram no sono e eu usei minha magia para entrar no sonho deles. Yuu san estava lá bem depois de eu ter aparecido. Ela foi para desvendar esse mistério. Talvez fosse um ataque do homem mascarado. 

Eu abri minha boca para falar. 

Não. 

Eu sei como somos a respeito de Lycans, demônios e vampiros. Mesmo que eu diga, eles não vão me ouvir. Pelo contrário. Eles vão me considerar uma criminosa também. E para resolver isso... 

Eu olhei para Yuu san e corri em sua direção. Endurecendo meu chifre ainda mais com magia. Ela não estava esperando um ataque vindo de mim. Eu enfiei minha cabeça em suas costelas e a arremessei para a Torre. Seus olhos eram largos. Seus olhos gritavam traição. 

Lily estava lutando para se soltar. Ela estava exatamente onde deveria estar. Eu me afastei para ter um bom ângulo. E então e joguei um raio de chifre nela. Seu corpo voou colidindo com o de Yuu san forçando a porta da Torre a se abrir. Jogando as para dentro. 

— Muito bem, senhorita Ciel. — Um dos Pegasus me elogiou. — Vamos pega-las. Com esses ataques elas devem estar desmaiadas pelo menos. 

A porta se abriu e como eu pensei. Yuu san e Lily não estavam mais lá. Nem mesmo a senhora da Luz e a senhora das Trevas. O salão estava completamente vazio. Eu prendi minha respiração quando meus cascos fizeram barulho contra o chão de vidro. Não havia ninguém lá dentro. 

 Eu dei mais alguns passos. Os outros Pegasus e unicórnios também entraram. Yuu san e Lily estavam longes de ser vistas. Nem mesmo seu rastro.  

— Como elas fizeram isso? Não há nem mesmo um caminho de sangue ou coisa do tipo. — Lenora se perguntou analisando o chão. 

Não havia nada que dissesse que Yuu san e Lily ainda estavam ali dentro. 

— COMO ELAS FUGIRAM? — Leone gritou com raiva e eu fiz uma careta quando zumbido tomou conta de meus tímpanos. 

— Vamos! Elas não devem estar longe. — Altair disse correndo para fora da Torre. — Temos que fechar todas as saídas de Cosmos. 

— Eu vou para zona tempestuosa. 

— Senhorita Ciel? — Lenora me olhou preocupada. — A senhorita não pode ir até lá sozinha. É muito perigoso para você ir. 

— Não esqueça quem comanda os que vivem lá. 

— Tudo bem senhorita Ciel. — Eu observei eles baterem em retirada. Parada na grande porta da Torre. Meu coração apertando levemente. 

O comandante dos exilados era meu pai.  

— Vocês podem sair agora. 

Não demorou muito para a ilusão se quebrar com a senhora das trevas rindo loucamente. Lily e Yuu san saíram de trás do trono e caminharam até a porta. 

— Você me assustou com aquele golpe. — Yuu san comentou. — Como vamos fazer para sair daqui? 

— Vamos para a zona tempestuosa. De lá veremos como resolver as coisas. 

Eu comecei a andar sem me preocupar em explicar as coisas para Yuu san. Era um pouco infantil, mas eu estava com raiva dela. Yuu san tinha um pai tão perto e ainda assim eles brigavam muito. Eu não entendo isso de almas gêmeas. Eu não sei a relação que eles mantem, mas eu nunca vi um pai atacar um filho daquele jeito. E nem um filho atacar um pai. 

Parecia injusto.... 

“Você anseia pelo amor que não tem.” 

Eu pisquei me lembrando do que o homem misterioso disse a Yuu san no sonho. Eu olhei para trás em nosso caminho. Yuu san conversava baixinho com Lily montada em suas costas. A fada aparentemente tinha torcido a perna e eu nem me preocupei curá-la. 

O que eu estava pensando? 

O que eu estava fazendo? 

O vale de arvores mortas já estava bem a minha frente. Eu olhei para baixo parando de andar. Ainda era confuso. Yuu san tinha relacionamento confuso com seu pai. Isso era verdade. Ainda assim, eu podia ficar brava por ela ter brigado com ele por causa de sua alma gêmea?  

Mais que qualquer outra pessoa, eu podia ver a dor de Yuu san em seus olhos. 

Ainda que ela não se abrisse para nós, eu podia ver que ela estava sofrendo. E ainda assim... 

Ainda assim eu escolhi deixá-la sozinha com seus próprios sentimentos. 

— Lucy? — Lily me chamou. 

— Eu vou cuidar da sua perna antes de entrarmos. 

Eu me virei para deixar meu chifre tocar no ferimento da perna de Lily. A luz branca emanou e o ferimento começou a se fechar rapidamente. Devia estar doendo. Eu sabia que estava doendo. Eu sou tão idiota. 

Assim que o ferimento se foi a magia também cessou. Eu olhei para cima e Lily felizmente pulou das costas de Yuu san. Eu teria que conversar com elas, mas não aqui. Não agora. Por hora nós tínhamos que nos apressar e chegar a zona tempestuosa. 

— Como eu vou atravessar isso? — Yuu chan piscou olhando para as nuvens. Cargas elétricas passando por elas a todo momento. 

— Por Faery! — Lily gritou pulando em meio as nuvens sem uma preocupação no mundo.  

Claro.  

— Nós apenas passamos por cima. 

— Como diabos passamos por cima? Você pode voar? Mesmo que possa. E sobre mim? —Yuu san perguntou visivelmente alarmada. 

— Você pode voar, Lucy? Não vejo suas asas. — Lily apontou. 

— Apenas vamos.  

Eu bati meus cascos no chão e o arco-íris se formou. Yuu san me olhou com uma cara que dizia “Você está falando sério?”. Eu suspirei antes de começar a atravessar. Esperando que Yuu san me seguisse ou senão o caminho ia desaparecer. 

— Vamos, você não vai cair. 

— Eu estou confiando em você. — Ela relutante colocou a primeira pata antes de começar a me seguir cautelosamente. 

Eu me senti tão idiota agora. Yuu san confiava em mim. E eu ia desconfiar dela? O que nos ensinaram aqui era Lycans eram ruins. Lycans eram traiçoeiros. Que seres da escuridão eram todos do mal. Eu deveria ter aprendido na repetição do sonho que não era verdade. 

Terminamos de passar pela zona de raios e o chão era seguro novamente. Yuu chan pulou para a nuvem tingida de marrom como terra. Alguns detalhes em cinza escuros. Vez ou outra, algum raio saía dessas partes cinzentas. 

— Esse negócio desaparecia assim que eu dava um passo! — Yuu san gritou do nada. Seus olhos vermelhos esbugalhados. Seu rabo entre as pernas. E as pernas totalmente bambas.  

— Yuu san, você está bem? — Lily perguntou preocupada. 

— Sim... — Yuu san respondeu. — Vamos indo. Eu juro que não vou aguentar ver esse negócio por mais tempo. — Ela me olhou esperando que tornasse a nos guiar. 

— Vamos. Não estamos muito longe.  

Eu comecei a andar novamente. Cosmos não era um lugar muito grande afinal. Nossa população era pequena. Menos de dez mil habitantes. Eu continuei a guiar entre as arvores mortas e céu escuro. Logo a vila de casas menos robustas e vistosas de nuvens apareceu a nossa frente. 

— Quem está vindo? — Um Pegasus negro com um tapa olho perguntou. Sua voz se assemelhando muito a um trovão. 

— Sou eu, Fenith.  

— Senhorita Lucy? O que faz aqui? E quem são essas duas? — Fenith me perguntou olhando com desconfiança para Yuu san e Lily. 

— São minhas companheiras em uma missão. Meu pai está? Eu preciso da ajuda dele. 

— Tudo bem. Eu vou confiar que elas são de confiança se estão com você. As coisas estão feias aqui hoje. Venha, seu pai está na casa dele. — Fenith nos guiou entre as casas mal-acabadas da zona tempestuosa. 

Nós entramos na maior casa daquela região. Era a única que tinham um acabamento real também. Entramos na residência e nos sentamos nos assentos para Pegasus e Unicórnios. Fenith desapareceu pelo corredores. Provavelmente atrás do meu pai. 

— É legal aqui. — Lily comentou. 

— Esperem. Eu preciso me transformar. Está desconfortável ficar nesse corpo por tanto tempo. — Yuu san se levantou e olhou para mim. — Seu pai vai se incomodar? 

— Não se preocupe. Ele é bem mais cabeça aberta sobre isso.  

— Ótimo. — Yuu san respondeu antes de se tornar humana.  

Acho que ela já estava tão acostumada com a transformação que não era esforço algum para ela. O mais incrível era que ela estava vestindo roupas. Ela mencionou uma coisa ou duas sobre enfeitiçar as roupas para que se transformassem também. 

— Sagitta!  

O corpo de Yuu san praticamente voou quebrando as finas paredes de nuvens decadentes. Eu olhei para frente para ver meu pai. Um grande Pegasus branco. Não foi muito difícil juntar tudo e deduzir que ele tinha atirado em Yuu san. 

— Lucy minha querida, você está bem? Fenith mencionou um lobo, mas não pensei que seria um Lycan. Ela não te feriu certo? Você tem que aprender que os Lycans podem facilmente se disfarçar e atacar quando menos se espera. — Ele me perguntou preocupado. 

Eu o olhei com pavor. Se tinha algo que eu descobri sobre a Yuu san era que... 

— Kaen Housha! 

Ela retaliava... 

Uma enorme labaredas de chamas voou pelo buraco da parede em direção do meu pai. Seus olhos estavam surpresos com o ataque repentino de chamas. Lily olhou pelo buraco com cuidado para não ser atingida pela chamas. Ela recuou com o rosto branco. 

— Ela está brava! Lucy! Yuu san está brava! — Lily quase chorou. 

Meu pai moveu suas asas mandando uma raja de vento que jogou Lily contra a porta da casa. Foi quando o fogo parou e eu pude ver Yuu san olhando com raiva para meu pai. 

— Espera! Espera! Pai! Não a ataque. Yuu san por favor, pare de atacar também.  

— Esse cara me atacou primeiro! — Ela apontou com um braço sangrento.  

A bala sagrada...  

O ferimento estava sangrando novamente. Além da flecha que Lucio usou contra ela em seu peito. Sua camiseta branca estava ficando vermelha. E também um grande corte em seu braço direito. Eu prendi minha respiração. Seria possível que as células escuras de Yuu san se corromperiam por causa do ataque do meu pai? 

— Yuu san, você está sangrando! — Lily gritou correndo para ajudar a outra. 

— Lucy, qual o significado disso? Por que você trouxe um Lycan para essa casa? — Meu pai exigiu com seus pelos brancos um pouco chamuscados. 

— É parte de uma missão. Eu vou contar tudo, mas acalme se, por favor. Yuu san é uma boa pessoa, então não a ataque mais.  

Eu pedi e meu pai assentiu. Se sentando em um assento enquanto eu corria para ajudar Yuu san a parar o sangramento. Era óbvio que Yuu san não estava nem um pouco feliz com o que estava acontecendo. E eu não podia culpá-la por isso.  

Depois de curar Yuu san eu me sentei com elas e meu pai para conversar. Contando sobre a nossa missão e sobre o que estava acontecendo em Cosmos. Ele bufou e se levantou olhando desconfiado para Yuu san. E então ele suspirou. 

— Peço desculpas pelo meu filho. — Ele finalmente disse e Yuu san revirou os olhos.   

— Suas desculpas não me servem de nada. — Yuu san disse olhando diretamente nos olhos de meu pai. — Suas desculpas não significam nada. Não foi você que cometeu esse crime. E os pais não são responsáveis pelo que seus filhos fazem longe deles.  

— Entendo. — Meu pai suavizou sua expressão. — Pelo que entendo você quer entrar nos sonhos de alguém e descobrir o que está acontecendo? Eu tenho soldados dormindo. Eu ficarei feliz em mandá-las para lá.  

— Eu vou ter que voltar para a zona limpa. Yuu san e Lily não podem voltar, mas eu tenho que ir para não levantar suspeitas. Vou encontrá-las lá. Por favor, pai, as esconda da corte.  

— Eu farei isso minha querida. Vá tranquila. Suas amigas estão seguras comigo. — Meu pai disse e eu sabia que podia confiar em suas palavras. Ele as manteria seguras. 

— Bem. — Yuu san se levantou. — Eu espero que não me arrependa de confiar em você, senhor. Não quero morrer enquanto eu durmo.  

— Yuu san! — Lily disse meio engasgada. 

— Eu poderia te matar mesmo com você acordada, garotinha. — Meu pai disse raivoso e eu vi um sorriso totalmente horrendo aparecer nos lábios humanos de Yuu san. 

— Será mesmo? Sua “Sagitta” não fez muito efeito. — Ela provocou exibindo mais seus dentes. 

— Yuu san! Não seja idiota agora! — Lily pediu para minha surpresa chacoalhando a morena com brutalidade. — Eu quero voltar logo para casa e ver a Vio. Se você vai agir como uma idiota... 

Meu pai então começou a rir. 

— Senhor? — Lily o olhou sem entender. 

— Essa Lycan é uma figura. — Meu pai disse antes de sorrir. — Vamos. Minha esposa foi uma das que caiu nesse sono. Eu vou deixar você entrarem por ela. Fenith. Temos que proteger essas meninas.  

Eu segui meu pai para dentro da casa. Chegando até o quarto deles onde a cama de nuvens e feno estavam repousando sua esposa e três potros. Dois unicórnios e um Pegasus. 

Meu pai deixou minha mãe por causa dessa unicórnio.  

Eu não tinha raiva dela. Ela fazia meu pai feliz. Ainda assim por causa disso meu pai e ela moram nesse lugar desolado. Não existe divórcio entre nós.  

Meus meio irmãos estavam dormindo tranquilamente. Não tinham sinais de ser um sono induzido por magia. Yuu san se aproximou da esposa de meu pai. Ela se sentou em uma distância educada antes de fechar os olhos. Foi apenas um piscar de olhos para seu corpo cair em um sono profundo. 

— Ela não precisaria de um conjurador? — Lily me perguntou. 

Eu não sabia o que dizer. 

Para entrar na mente, ou no sono de outro alguém. A pessoa necessitava de um conjurador. Não era possível invadir dessa forma como Yuu san fez. Ela teria descoberto outro tipo de magia? 

— Essa Lycan é realmente outra coisa. Lucy, eu não recomendo você a tê-la como inimiga depois. Não há registros na história de alguém que não é afetado pelo elemento oposto. — Meu pai me aconselhou. — Ainda assim, mesmo com seu temperamento curto, ela é confiável.  

— Como o senhor sabe? 

— Os olhos dela são olhos de quem já foi traído muitas vezes. Ela sabe o quanto dói. Enquanto ela sempre vai estar com um pé atrás, ela vai confiar em você. Não a decepcione. — Ele me aconselhou e eu assenti. — Então Lily, certo? Pronta para entrar? 

— Eu não tenho outra escolha, certo? Já estou nisso até o pescoço eu posso me enfiar por inteira. — Lily riu antes de se sentar ao lado de Yuu san. — Por favor senhor pai da Lucy. 

— Eu vou encontrá-las logo.  

— É melhor. Eu não posso com a Yuu san sozinha por muito tempo sem ela tentar me matar. — Lily riu. 

— Você a provoca demais. — Eu a adverti. 

— Prontas ou não. Aí vai! — Meu pai disse antes de atingir um coice na cabeça de Lily. 

Assim as duas estavam dormindo. Eu olhei para minhas duas companheiras de missão. Eu tinha que garantir que ninguém viria até aqui atrás delas.  

— Eu estou indo agora pai. 

— Vá com cuidado. — Ele esfregou seu focinho contra o meu e eu assenti antes de sair do quarto de meu pai. 

Eu cavalguei por um arco-íris. Uma forma muito mais rápida de andar em Cosmos. Mas nem Lily, nem Yuu san poderiam me acompanhar desse jeito. Eu pousei no meio da vila onde os Pegasus e Unicórnios estavam correndo de um lado para o outro. 

— Lucy, a rainha Rainbow e o Rei Sun ordenaram que paremos de procurar a Lycan e a fada. — Eu olhei para Lenora que tinha um olhar irado. — Eles acreditam que isso é um caso do homem misterioso de quem vocês estão atrás. 

— Foi o que eu pensei. Lenora, eu vou entrar no sonho da Anne agora para resolver isso. 

— Eu irei com você. — Lenora disse rapidamente. — Eu também estou preocupada com a Capitã Anne. Com as buscas encerradas podemos resolver isso mais rápido juntas. 

— Eu... 

Eu não podia dizer não. Não tinha um motivo para negar a vinda de Lenora. Se eu dissesse alguma coisa ela provavelmente desconfiaria de mim. Eu assenti antes de começarmos a trotar para o recinto de Anne. 

— O senhor Marcus já está lá. Ele sabia que você ia querer entrar no sonho de Anne e ficou de prontidão quando você aparecesse. — Lenora disse eu assenti. Isso era bem conveniente. 

Chegamos ao recinto de Anne onde ela estava dormindo. O unicórnio Marcus já estava lá nos esperando. Eu olhei para Anne um ultima vez antes de fechar meus olhos. Lenora suspirou e então a pancada na cabeça me levou para outro lugar. 

Ainda em Cosmos. 

Mas tudo era diferente. 

Cosmos estava toda enfeitada com flores brancas. Rosas brancas. Como se celebrasse um grande casamento. Eu olhei para os lados. Nem sinal de Lenora. Eu sabia que mesmo que começássemos um sonho juntas, nós estaríamos em lugares diferentes. 

Olhei para o chão vendo as ruas tingidas de cores do arco-íris. Isso me era familiar. 

Olhando atentamente eu vi os tecidos brancos pendurados. As flores dos canteiros em cores de arco-íris também. Sem contar as bolas que capturavam a luz do sol e emanavam como um segundo sol por toda a rua de Cosmos. 

Isso me era muito familiar. 

E parecia ser uma brincadeira de muito mal gosto eu estar aqui. Vendo esse exato cenário que era o cenário dos meus sonhos, mas que se transformou em um pesadelo. 

Eu não queria estar aqui. 

Eu não queria reviver esse evento novamente.  

— Senhorita! Ai está você! — Eu vi Maribel, nossa criada unicórnio, correr em minha direção. — Vamos! A senhorita precisa se arrumar para seu casamento. 

Eu odiava estar certa sobre isso. 

... 

— Vamos, minha senhora. Eu estava te procurando por todo o Cosmos. É seu casamento! Temos que escová-la e deixar sua crina bonita. — Maribel disse me puxando. 

—Por que diabos eu tenho que ser perseguida até aqui? 

A voz conhecida fez eu virar minha cabeça. Lá estava uma figura totalmente negra de um lobo correndo em minha direção. O que me chamou a atenção foi o par de asas brancas que balançavam com o vento. Pareciam ser de verdade. Atrás dela vinha a unicórnio Lenora. 

— Yuu san? 

— Lucy! — Yuu san derrapou atropelando Maribel no caminho antes de se esconder atrás de mim. 

— Senhorita Ciel! Achei a Lycan! Vamos, temos que prender ela. — Lenora disse animadamente. 

— Lenora. Yuu san não tem nada a ver com isso tudo. 

A dúvida estava estampada no rosto de Yuu san. Eu dei uma risada sem graça enquanto Maribel se levantava. Minha empregada olhou para Yuu san antes de soltar um grito assustado. 

— Um Lycan! Um Lycan! — Maribel gritou e eu olhei assustada para ela. 

— Maribel, essa é minha convidada de honra para meu casamento. Você já se esqueceu? 

Eu podia ver que ela não se lembrava. Como ela se lembraria de algo que nunca aconteceu na vida. Ainda assim, ela assentiu para não me contrariar e eu soltei um suspiro de alívio. Yuu san saiu de seu esconderijo em minhas ancas e olhou para Lenora que tinha um olhar desconfiado. 

— Yuu san  estava comigo na primeira vez que entrei em um sonho. Foi ela quem me ajudou a desvendar o mistério e quebrar o feitiço. Ela e Lily. — Eu me corrigi a tempo. — Se vocês puderem procurar pela Lily eu ficaria feliz. 

— O que você vai fazer Lucy? — Yuu san franziu o cenho e eu dei um sorriso sem graça. 

— Lenora se lembra dessa decoração.  

Eu vi a unicórnio mais nova olhar para os lados em pensamento. Eu sei que ela vai se lembrar. Foi um grande evento. Um dos últimos grandes eventos que envolveu Cosmos desse jeito. 

— O seu casamento. — Lenora disse e as orelhas de Yuu san se colaram ao crânio em desgosto. 

— Você vai se casar? — Yuu san me perguntou e eu assenti levemente. 

— Lenora, não peço para confiar na Yuu san cem por cento, mas eu sei que ela não é uma má pessoa e não vai fazer nada de mau. Por favor. Não faça nada com ela também.  

— É meio difícil confiar em um Lycan, mas se a senhorita Ciel está pedindo... Eu vou me esforçar. — Lenora me disse positivamente e eu me senti mais tranquila. 

— Lucy. — Yuu san me olhou séria. Seus olhos vermelhos brilhando perigosamente com uma raiva mal contida. — Eu vou descobrir quem está sonhando com isso. E também o que está fazendo tudo isso. Eu te prometo. — Eu pisquei. 

Yuu san... 

Até agora eu só dirigi a Yuu san e Lily como companheiras de missão. Yuu san dirigia se a mim como uma amiga. Talvez fazer amizade com um Lycan não era algo ruim. Não quando ela me olhava com esses olhos cheios de raiva, não de mim, mas do que fizeram comigo. 

 — Obrigada, Yuu san.  

— Senhorita Lucy, a senhorita tem que apressar para se preparar para o seu casamento. Sua mãe vai ficar muito brava se demorarmos mais um pouco. — Mariel disse impaciente. 

— Bem, Lenora, Yuu san essa é minha deixa para ir me preparar.  

Ainda que eu não gostasse nem um pouco disso eu precisava ir. 

— Só uma coisa, Lucy. Você vai se casar com o Ângelo? — Lenora me perguntou e eu pisquei. 

— Não seja boba. A senhorita vai se casar com a capitã Anne. 

Hein?


Notas Finais


Estamos dando risada dos motivos para a Kazu san não olhar em um espelho de noite. Nem no espelho do banheiro que fica na pia ela olha, e devemos dizer que é uma façanha, considerando o numero de espelhos que há no trajeto do quarto dela para o banheiro.

Ficamos por aqui hoje, e sim, a autora da vez resolveu que iria dar seu toque a tudo isso.

Atenciosamente, Phantasy Night


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