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História Zóio de Lula - 3. Papo Reto.mp3


Escrita por: kazuno e KyungsProject

Notas do Autor


Oi gentemmm!
Mais um cap com krisoo se odiando e a dose chanbaek de todos os dias :3
Muito obrigada pelos favs e comentários ♡
Boa leitura a todos ♡♡

Capítulo 3 - 3. Papo Reto.mp3


— Mas que porra você tá fazendo aqui? — Yifan questionou imponente.

Havia acordado mais cedo naquele dia justamente por faltar apenas uma semana para a competição, queria treinar sozinho no Juventude, praticar umas manobras difíceis que seriam seu elemento surpresa. Porém, para sua própria surpresa, Kyungsoo parecia ter tido a mesma ideia, já que se esbarraram na entrada do parque pouco depois das seis da matina.

— Vim treinar. Ainda posso entrar nesse caralho quando eu quiser, cuzão — a insolência do Do irritava Yifan mais que o permitido.

— Porra! Eu preciso treinar sozinho! Não quero você bisbilhotando — disse indignado. O outro apenas revirou os olhos e continuou andando.

— Finge que eu não existo, simples.

— Já faço isso, mas mesmo assim não adianta — Kyungsoo o encarou descrente, ficando para trás quando Yifan esbarrou em si de propósito e continuou andando fingindo que nada aconteceu.

— Idiota — murmurou para si mesmo seguindo o mesmo caminho até a pista vazia.

Num acordo mútuo, Kyungsoo foi para uma das rampas enquanto Yifan fazia o mesmo do lado oposto. Se ignoraram a manhã inteira, fingindo muito bem que o outro não existia.

Entretanto, Yifan dava umas espiadas no desempenho do outro, e, por mais que Kyungsoo fosse a porra de um mauricinho rico, ainda mandava muito bem no skate. Suas manobras tinham finalização perfeita, não importando o nível de dificuldade, e ele flutuava na prancha de uma forma que parecia nem suar.

O chinês, por outro lado, sentia cada uma de suas manobras executadas no corpo, exatamente como suas dificuldades. Odiava errar, e até mesmo falhava em movimentos simples. Sentia-se como um pirralho estando pela primeira vez em cima de um skate e era horrível tal sensação. Precisava se acalmar, caso contrário, quem iria dar adeus ao Juventude e ao skate montado com muito esforço seria ele mesmo, e, porra!, isso não poderia permitir jamais.

Respirou fundo e mergulhou na rampa, tentando executar uma manobra difícil e, com sua concentração e adrenalina, conseguindo com excelência. Até Kyungsoo arregalou os olhos vendo-o realizar um 900 na rampa sem cair e se quebrar todo.

— Ca-ra-lho! — sorriu como um bocó, porque estava animado com algo feito justamente pelo cara que iria competir consigo! mas, mesmo assim, não conseguia conter a surpresa de ver aquela manobra bem na sua frente. Yifan havia dado uma volta em torno de seu próprio corpo sem cair.

Yifan riu sozinho, sentindo o olhar do outro queimar em si. Quando o encarou de volta, percebeu que ele sorria. Não entendeu porque sentiu uma cócega em seu estômago no jeito que ele abria aquele sorriso animado, era estranho, por isso, não se demorou e voltou a se concentrar assim como Kyungsoo.

Aquele momento de paz nunca acontecendo em suas cabeças.


[...]


Eram umas dez da manhã quando o Juventude começou a lotar. A essa hora, Yifan já estava cansado, por isso sentou-se à beira da enorme piscina sem água e grafitada por dentro ao que assistia os novatos tentarem algumas manobras ali. Do outro lado Kyungsoo fazia o mesmo.

Hora ou outra se encaravam e isso fazia o remorso de Yifan martelar com ainda mais força dentro de si. Havia exagerado e sabia disso, porém, voltar atrás era uma coisa que ele nunca fazia. Não se permitia. Por isso, ficou pensativo até ser surpreendido por seu melhor amigo.

— E aí, tigrão — o outro cumprimentou com seu toque de bro, e então o chinês se lembrou do que havia visto semanas atrás. Era estranho pensar que seu melhor amigo beijava garotos e não havia lhe contado. Chanyeol notou que o Wu estava distante, por isso achou que seria melhor tentar retomar a amizade ao que sempre foi. — Hey, tava pensando aqui comigo... faz mó cota que tu não dorme lá em casa. Bora hoje? A gente joga vídeo game até tarde, que tal? E, ah!, minha mãe disse que vai fazer lasanha na janta — mesmo que Yifan achasse estranho o amigo beijar outro cara nas horas vagas, não tinha como negar que sentia falta dos momentos maneiros que passavam juntos.

— Porra, velho... eu adoro a lasanha da sua mãe! — riram juntos. — Belê, deixa só eu passar em casa pra avisar minha coroa que eu vou pra sua casa.

— Fechou — Chanyeol assentiu, vendo que Baekhyun chegava com seu cabelo vermelho brilhando forte por conta do sol que fazia. — Oi Baek — cumprimentou não contendo um sorriso, da mesma forma que sempre fez ao falar com o Byun, mesmo que fosse a primeira vez que Yifan prestasse atenção nisso. A forma como o menor corou o fez pensar: há quanto tempo os dois estavam nisso? E como fora tão cego para não perceber o que estava rolando?

Decidiu deixar isso de lado, no momento tinha de focar na competição de skate e nos treinos para não fazer feio no dia, por isso, esvaziou a cabeça do assunto Chanyeol e Baekhyun e subiu em seu skate, fazendo aquilo que lhe motivava a sempre procurar evoluir.

A manhã não demorou a acabar e, quando menos se deu conta, logo eram quase quatro da tarde. Como de praxe, seguiram todos para o Burgguer's, onde sentaram-se na mesa de costume e pediram as mesmas coisas de sempre.

Yifan sempre fora muito consciente de seus amigos e suas personalidades, por isso, soube que alguma coisas estava errada quando Sehun ficou calado demais, nem pedindo nada antes de se despedir e dizer que precisava voltar mais cedo naquele dia. Outro que estava diferente era Junmyeon. O garoto era apenas dois anos mais velho, mas sempre estava sorridente e animado, coisa que não aconteceu naquele dia.

Mas a gota da estranheza se deu quando buscou, mesmo que inocentemente, Kyungsoo na mesa ao lado e não o encontrou. Que porra estava acontecendo? Ia até comentar com Jongdae e os outros, quando ouviu o sininho na porta denunciar um novo cliente. Não entendeu o porquê de seu coração bater rápido no peito ao constatar que era o Do. E muito menos o fato de que dentro de seus pensamentos, tudo voltou à normalidade, como se Kyungsoo presente fosse o suficiente para colocar todo o seu mundo nos eixos — mesmo que ainda estivesse um tanto preocupado com o amigo mais novo.

Mas, saindo de seus devaneios, riu da piada de Chanyeol, nem notando o tempo passar na companhia de seus parceiros. Quando deram cinco horas, Kyungsoo se foi e Yifan sugeriu que fizessem o mesmo algum momento depois.

Como o combinado, Yifan disse que passaria em casa para avisar a mãe e se despediu de Baekhyun; Chanyeol o acompanharia até em casa e depois iria para a sua própria. Mais uma vez o chinês se questionou como, caralhos, não tinha percebido e antes, afinal, os dois sempre foram muito próximos — mesmo que sequer tivesse imaginado que fosse esse o nível de proximidade.

Chacoalhou a cabeça tirando os pensamentos da mente e se concentrando em remar mais rápido até sua casa. Entretanto, no caminho, viu Kyungsoo ao longe e ele estava acompanhado por um cara alto e de pele bronzeada visivelmente mais velho. Os dois sorriam e ambos estavam de skate. Parou momentaneamente os vendo executar ollies, o mais velho conseguindo com perfeição.

Yifan não entendeu muito bem o motivo de sentir seu peito comprimir de um jeito ruim quando viu o Do sorrindo genuinamente feliz. Parecia ciúmes... mas, eles sequer eram amigos para ter tal sentimento. O coração falhou uma batida quando viu os dois se abraçarem forte e o mais velho o tirar do chão. Kyungsoo sorria abertamente, de uma forma que ele nunca havia visto antes.

Os dois voltaram a fazer manobras mais simples e Yifan achou que já era suficiente.

— Foda-se — murmurou sozinho enquanto continuava seu caminho até sua casa.

A senhora Wu deu as recomendações de sempre, pedindo para que o filho não fosse dormir tão tarde e que se comportasse para não dar trabalho para os Park. Yifan assentiu, ainda um tanto aéreo antes de colocar a alça da mochila no ombro e, novamente, de skate remar até a casa do melhor amigo.

Chanyeol morava a algumas quadras de sua casa. A real é que todos os amigos eram praticamente vizinhos, por isso, nem demorou a chegar já tocando a campainha. Foi recebido por Yoora, irmã mais velha do Park.

— Yifan, entra aí — deu espaço para o garoto que agradeceu e entrou na casa após deixar o skate na porta ao lado do de Chanyeol. — Ele tá no banho, mas pode esperar no quarto.

— Quando o jantar ficar pronto, eu te chamo, querido — sorriu ao ver a mãe do amigo, não se contendo e dando o abraço apertado nela. Além de tudo, era sua madrinha.

Não se demorou muito ali, subindo para o corredor onde ficavam os quartos e entrando na porta cheia de adesivos e placas de “proibida a entrada” sem bater. Fez uma cara de reprovação ao ver o melhor amigo de bunda de fora enquanto vestia uma calça de moletom.

— Que nojo, mano — disse, recebendo um dedo do meio e uma risadinha em resposta. Fez o caminho até a cama grande do amigo e se jogou ali, já sem os tênis surrados e ficou olhando para o teto que tinha estrelinhas — elas costumavam brilhar no escuro, mas perderam essa habilidade com o passar dos anos.

— Achei que ia demorar mais — o amigo disse, terminando de vestir a camiseta velha e sentando-se no colchão, empurrando as pernas do outro para que pudesse encostar na parede.

— Minha velha não me alugou hoje, por isso tô aqui agora — encarou Chanyeol, vendo-o pegar o violão velho e dedilhar uma música qualquer. O Park mandava bem, sempre gostou de música e Yifan sabia que se ele quisesse, poderia ir longe naquilo. — Quando vai pegar uma guitarra? — ele sorriu, parando o que tocava para responder.

— Nem sei, mano. Minha mãe já me jogou um balde de água fria, falou que esse ano nem dá — disse com uma careta. — Tu sabe que eu queria trabalhar, mas até o ano que vem não rola.

— Foda — lamentou. — ‘Cê sabe que se eu fosse rico, te dava uma de presente né? — disse com um sorriso e o Park o chutou de leve.

— Cala a boca — os dois sorriram um pro outro. Chanyeol abandonou o instrumento do lado da cama, onde ele estava anteriormente. — Valeu, cara. Bora jogar uma partida de FIFA? — desviou o assunto. Era muito estranho serem tão sentimentais um com o outro, por mais que soubesse o quanto se gostavam. Eram melhores amigos, afinal.

— o 98? Bora — sorriu, se levantando até estar acomodado em frente à TV do quarto de Chanyeol e aceitando o controle transparente já pronto para detonar o amigo no Nintendo 64 se não fosse Yoora interrompendo para avisar que o jantar estava pronto. A partida podia esperar mais um pouco.


[...]


Yifan encarava o teto deitado no chão e esperando o Park terminar aquela fase de Resident Evil 2 para lhe passar o controle. Desviou o olhar para a cama do amigo, acabando por lembrar da vez que esbarrou com ele e Baekhyun, no dia que o Byun havia dormido na casa do Park. Teriam eles já feito aquilo? Então se lembrou do que viu no Juventude e não conseguiu deixar de encarar o amigo imaginando-o beijando outro garoto, ficando meio receoso por isso e um pouco desacreditado. Poderia ter se enganado, não? Poderia estar todo travado ao lado do outro e nem mesmo ter sido ele lá junto de Baekhyun.

Chanyeol tagarelava praticamente sozinho, mas acabou percebendo o quão aéreo o amigo estava quando lhe fez uma pergunta e não teve resposta. Virou-se para Yifan o notando com uma expressão um tanto assustada no rosto do outro por ter sido tão repentino.

— Fan? Tá tudo bem? — ele assentiu nervoso e pegou o controle, tentando se distrair, mas o chinês não conseguia tirar a cena daquele dia, e os pensamentos que foram muito além, de sua cabeça. Chanyeol apenas suspirou e retirou o controle da mão do amigo e deixou de lado. Estava na hora de falar. — Sei que você viu a gente aquele dia no Juventude à noite.

Que? — perguntou sentindo-se exposto. — Não sei do que tá falando, Park.

— Claro que sabe — Chanyeol fechou os olhos momentaneamente. — Eu e o Baek nos beijando. Sabemos que você viu...

— Eu... — viu o melhor amigo e notou sua mão trêmula. Devia ser difícil para ele, por isso só soltou o ar e assentiu, estando novamente com o semblante mais sério. — Eu vi sim — ele disse, vendo o outro erguer o olhar e lhe encarar. — Por que não me disse que era gay? Eu... eu achei que fosse seu melhor amigo — falou sussurrando. Chanyeol riu do amigo tentando ser discreto e respirou mais calmo.

— Não é como se eu tivesse descoberto há tanto tempo assim, e você é meu melhor amigo, porra.

Então por que não me contou que tava pegando o Baekhyun? — continuou naquele tom sussurrado, sendo empurrado de leve pelo outro.

— Não precisa sussurrar assim, minha família sabe.

— Tá falando sério?

— Claro, né, porra — tentou ignorar a forma como o chinês lhe encarava como se fosse um mentiroso filho da puta. — É sério, mano! — garantiu. — Minha mãe... ela pegou a gente se beijando e nem tive como negar... — contou e Yifan jurou ter visto o rosto do outro meio vermelho. — Hoje ela gosta mais dele do que de mim, acredita? — tentou quebrar a tensão, mas o chinês ainda estava muito surpreso.

— Ela aceitou de boas? — perguntou, vendo o outro confirmar.

— Disse que o importante era que eu fosse feliz. Só pediu pra eu tomar cuidado e ser discreto porque sabe como as pessoas são e não queria que eu sofresse preconceito.

— Wow, isso é bom.

— Ótimo! — corrigiu. — Os pais do Baek não sabem, e por enquanto é melhor... — o Wu viu a forma como os olhos do amigo ficaram distantes. Talvez eles tivessem medo do que pudesse acontecer caso se assumissem. Podia não saber como os gays se descobriam, mas uma coisa que sempre teve noção é do quanto as pessoas julgavam quem gostava de gente do mesmo sexo. Ainda era um tabu muito grande.

— Eu imagino... — divagou e Chanyeol sorriu pequeno apesar de ter o semblante preocupado.

— Espero que a nossa amizade continue a mesma... eu não quero perder isso, sabe? — Yifan gargalhou, achando graça.

— Olha, se tu acha que vai se livrar de mim só porque é viado, tu é muito otário mesmo — brincou, sorrindo quando a expressão do Park suavizou. — Somos irmãos, cara. Nada vai mudar isso, nem o fato de você beijar garotos — Chanyeol sorriu, sentindo os olhos marejarem um tanto. Wu abriu os braços, chamando o outro para um abraço que foi aceito depois de um charmezinho.

O chinês falava sério. Jamais terminaria uma amizade por conta de algo tão bobo.

Agora, já deitado no colchão ao lado da cama de Chanyeol, Yifan ficava pensativo olhando para o teto antes de abrir a boca para sanar aquela dúvida.

— Como você descobriu que estava gostando de garotos? — achou que nem seria respondido, mas o Park farfalhou nos lençóis e colocou o rosto de forma que pudesse encarar o melhor amigo. Estranhou a pergunta, mas respondeu mesmo assim.

— Acho que quando eu passei a pensar demais no sorriso dele, ou em como ele ficava bonito quando estava se divertindo. Quando me dei conta, eu já estava me sentindo muito bem quando estávamos perto um do outro e meu coração batia forte demais para ser só um sentimento de amigo — sorriu, lembrando de como havia sido engraçada a cara que Baekhyun fez quando se confessou e o beijou. — Quando a gente se beijou parecia que meu coração ia pifar de tão rápido que ele batia. Mas, por que tá me perguntando isso? — Yifan apenas virou de costas para o amigo e ficou pensativo. Chanyeol achou suspeito, mas nada disse, apenas fez o mesmo e fechou os olhos para dormir.

Yifan não conseguiu pregar os olhos durante um bom tempo.



Notas Finais


Eu amo uma amizade 🤧❤
Obrigada a quem leu, sábado que vem eu to de volta ♡
Comentários são suuuuper bem vindos hihi
Beijinhos e até o próximo ♡♡


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