História Zurena - Una canción de amor - La Letra

POV ZULEMA

Minha noite com Macarena havia sido simplesmente maravilhosa. O jeito que foi sacana e carinhosa ao mesmo tempo, conseguindo me dominar daquele jeito, coisa que ninguém, nem homem nem mulher, havia conseguido.

Ainda ficava receosa com ela, sentia que era meio impulsiva e rápida... nos conhecíamos há pouco tempo e nem tínhamos um relacionamento, e ainda assim dormi na casa dela, coisa que nunca me imaginaria fazendo com ninguém desse jeito.

Ainda assim, tinha algo diferente em Macarena, ela era intensa e mostrava isso não só no sexo, que era maravilhoso aliás. Eu sentia um calafrio percorrer todo o meu corpo sempre que a tocava ou a olhava nos olhos, era inexplicável aquele sentimento.

Quando a beijava, sentia que o mundo inteiro desaparecesse, e somente nós importássemos. Seu toque era delicado e carinhoso, tinha ternura e me fazia flutuar nas nuvens. Não sabia ainda o que éramos, mas sabia que não queria que aquilo terminasse tão cedo.

Eu acordei do seu lado, mais precisamente com a cabeça em seu ombro, e minha mão entrelaçada com a dela. Sentia sua pele nua nas costas da minha mão esquerda, era algo aveludado e simplesmente delicioso.

Seu cabelo estava surpreendentemente arrumado, e seu rosto era simplesmente angelical. Era como se fosse realmente um anjo, que veio nessa terra pra me fazer feliz e completa. A admirei por alguns segundos até que vi seus olhos castanhos abrindo e me olhando.

- Estava me encarando por muito tempo? - Ela diz com um sorriso no rosto, fazendo carinho no meu cabelo, me dando arrepios.

- Eu... - Não consigo falar nada, estava muito envergonhada com a cena.

- Tudo bem, eu gosto que você faça isso. - Ela diz tranquila e deposita um beijo em minha testa.

Nos levantamos e nos vestimos, logo indo pra cozinha comer algo. Macarena fez panquecas com blueberries, juntamente com um suco natural de laranja estava tudo simplesmente delicioso. Durante o café, conversamos sobre amenidades até que o relógio deu 7:50, hora de irmos pra gravadora.

POV MACARENA

Zulema estava terminando de se arrumar enquanto eu a esperava sentada no sofá. Estava quase dormindo novamente, visto que não dormi por muito tempo na noite passada, já que estava ocupada fazendo outras coisas.

Me lembro dos acontecimentos daquela noite e sorrio, estava feliz. Zulema me fazia ficar daquele jeito. Era como se fosse heroína ou crack, era viciante e eu sempre queria mais dela, nunca tinha o suficiente.

Saio de meus devaneios assim que ouço uma batidinha na porta. Fico confusa, pois não estava esperando ninguém. Ainda assim atendo, e pra minha surpresa, não havia ninguém lá. Olhei pra baixo e de relance vi um papel em cima do meu tapete, me intrigando.

Peguei o papel e fechei a porta, assim que ia ler ele, vi Zulema descendo e então o guardei, leria outra hora. Entramos no carro e logo estávamos indo até a gravadora. No caminho, cantávamos e dançávamos algumas músicas que tocavam da minha playlist. Era a melhor e mais animada carona que eu já tinha dado pra alguém. Zulema era realmente especial.

Chegamos na gravadora e então  cumprimentamos Sole, que quando nos viu, deu um sorriso de orelha a orelha. Nos dirigimos até a sala de gravações, onde Cachinhos já nos esperavam.

- Acordaram as belas adormecidas? - Ela diz em um tom irônico, aparentando estar incomodada. 

- Chegamos. Vamos logo com isso, tá bem? - Digo seca, tentando não ligar pra o que ela tinha insinuado.

- Vamos. Bom, já gravamos um rascunho da primeira música. Quero que você a cante novamente, pra fazermos os concertos finais. - Ela diz seca pra Zulema, que se dirigia até dentro da sala de vidro, colocando o fone.

“você consegue” silabo sem som em sua direção, a arrancando um sorriso e a fazendo corar, esquentando meu coração com tal ato.

Sigo siendo la fiera

(Sigo sendo a fera)

Se hizo larga la espera

(A espera foi longa)

Solo tuve que aguantar

(Eu só tive que aguentar)

Aprender a disparar

(Aprender a disparar)

No alejarme de la hoguera

(Não me afastar da fogueira)

Sigo estando a mi vera

(Sigo estando ao meu lado)

...

Assim que Zulema terminou sua música, aplaudo sua performance, ela havia ido muito bem. Era realmente uma das melhores cantoras que já havia ouvido em toda a minha vida. Queria muito que ela realizasse todos os seus sonhos.

O dia passou rápido, gravamos mais uma música e então logo fomos pra casa. Dessa vez não havia chamado Zulema pra vir pra minha casa, por mais que quisesse isso, sabia que teria que ser cautelosa com meus avanços nela, sabia que tinha receio com tudo ainda.

Cheguei rapidamente em casa e coloquei meu casaco em cima da mesa. Fui comer algo e assim que voltei e peguei meu casaco pra guardar, vi um papel caindo no chão e o ajuntei, lembrando que era o papel que havia recebido hoje de manhã.

Resolvi ler, então fiz um café e me sentei no sofá, e então abri a carta.

“Olá Macarena,

Vim aqui te escrever pois vejo que você e Zulema estão bem próximas. Bom... sinto lhe dizer, mas vocês vão ter que terminar o que for que seja esse relacionamento que vocês tem.

Eu sei que você sente que ela é o amor da sua vida, e que está apaixonada por ela, mas Zulema não é sua nem nunca será. Ela já tem dono, e não é você, então saia do meu caminho e não me irrite. 

Se não terminar com ela e se afastar, ou se inventar de contar pra ela sobre essa carta, eu prometo que a mato bem na sua frente, tirarei a vida da mulher que você ama e então matarei você logo em seguida.

Espero que tenha sido claro.”

Quando li a última linha, meu coração estava acelerado e minha respiração descompassada, meu peito subia e descia freneticamente. 

Quem havia escrito aquela carta? Como sabia de tudo aquilo? Porque havia me ameaçado? O que eu iria fazer?

Minha mente era bombardeada de perguntas e pensamentos ruins. Eu não sabia o que fazer, não sabia nem mesmo se era verdade ou apenas um trote, mas não iria arriscar a vida de Zulema, já estava decidida daquilo.